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Um dos principais nomes da história do MMA mundial, o brasileiro Wanderlei Silva, concedeu entrevista exclusiva à reportagem do Portal LeiaJá, nesta quarta-feira (21), na academia MXA Fight Club, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Conhecido pela contundência e sinceridade em suas declarações, o 'Cachorro Louco' deixou claro o seu ponto de vista sobre o momento vivido pelas artes marciais mistas e mostrou sua posição social ao comentar temas polêmicos que envolvem a modalidade, relacionando-os com a política vigente no país. O lutador ficará no Recife até o próximo sábado (24), quando promoverá atividades práticas de artes marciais e ministrará uma palestra para o público da capital pernambucana.

No bate-papo com o LeiaJá, o multicampeão expressou opiniões que criou com base nos seus sólidos 20 anos de carreira. Tempo suficiente para ele se tornar um dos maiores símbolos - se não o maior - do Pride Fight Championship, sustentando o título da categoria peso médio, entre 2001 e 2007, e atingindo o maior número de nocautes da franquia de artes marciais. Já no UFC, embora não tenha aparecido como dono incontestável de cinturões, Wanderlei também marcou sua trajetória com os prêmios de 'melhor luta da noite' em cinco eventos e 'melhor nocaute' em outros três. Confira abaixo as declarações do Cachorro Louco:

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Disputas de cinturões

Hoje, não há um critério estabelecido. Qualquer um pode ser chamado a qualquer momento. Temos de saber se queremos o MMA como esporte ou entretenimento. Se quiserem vender show, é assim mesmo. Certos lutadores sequer estão nas pontas dos rankings, falam um monte de besteira, e já ganham vez para disputar título. Mas, se for para profissionalizar a modalidade, precisamos de regulamentação, com uma classificação que não funcione de acordo com interesses.

Chael Sonnen e Vitor Belfort

O santo não bateu. Não gosto deles, mesmo. Quando gravei o TUF (The Ultimate Fighting) com eles, nada foi fingimento. Ninguém me pediu para fazer nada. Eu não minto. Comigo, não tem falsidade. Mas, falando especificamente do programa, foi uma experiência boa, pois conseguimos grande audiência e alcançamos o nosso objetivo de promover o esporte.

Aposentadoria e retorno aos octógonos

Parei porque, atualmente, o MMA não está sendo gerido de uma forma adequada. Os lutadores e suas comissões técnicas não estão sendo reconhecidos da devida maneira. Nos esportes exibidos na TV, geralmente, cerca de 50% das receitas obtidas são destinadas ao pagamento dos atletas, mas, na nossa modalidade, só sobra entre 13% e 15%. Hoje, luto para que os novos talentos tenham melhores condições. Já sobre um possível retorno às lutas, não digo que nunca acontecerá. Mas, agora, não está nos planos. 

Vassouradas do UFC

Como já disse, os atletas não recebem boas bolsas e vêm perdendo patrocínio. Eles lutam para garantir algum dinheiro, e não para dar o espetáculo que, na verdade, seria ideal, tanto para os fãs quanto para todos que fazem a modalidade. Hoje em dia, eles entram no octógono pensando em não perder, porque uma derrota a mais pode aumentar o risco de demissão. O UFC adota uma política para colocar medo nos lutadores, para que eles continuem se submetendo a qualquer coisa só para seguirem como membros da franquia.

Nova geração do MMA e futuro do Brasil

Temos uma safra com atletas de grande potencial, com capacidade para alcançar o nível que alcancei. Além disso, vejo jovens empresários e colaboradores do esporte que têm visão social, que prezam pelo bem. Trata-se de um contexto positivo. E todos nós, que pensamos dessa forma, temos de nos unir em prol do nosso país. O poder, finalmente, está vindo para nossas mãos. Os velhos falsos democratas estão morrendo ou deixando o poder. É a nossa hora. Só não podemos manter a postura dessas pessoas que não sabem usar a democracia. Não adianta 'meter o pau' neles e continuar errando. Vamos buscar melhoras.

MMA feminino

Foi excelente a inserção das mulheres na modalidade. Elas são extremamente determinadas e focadas. Quando traçam um objetivo, não tem que as faça parar no meio do caminho. Além disso, as lutas delas sempre são de alto nível e muito pegadas. Atualmente, a melhor do mundo é a Cris Cyborg. Sem lutar com ela, nenhuma lutadora pode ser considerada a número um. Tanto que não a colocam para enfrentar a Ronda Rousey, que é bonitinha e está vendendo. A Cyborg passaria por cima. Ela é uma máquina.

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