Tópicos | A vida de Adèle

Na coletiva de apresentação do júri, seu presidente, o cineasta norte-americano Steven Spielberg, disse que Cannes é o lugar perfeito para se celebrar o cinema do mundo. Neste domingo (26), após a premiação, ele reafirmou o que havia dito antes. Spielberg e seus jurados podem ter feito algumas escolhas discutíveis, ou se esquecido de filmes importantes, mas foram corajosos, ousados - e no geral fizeram a coisa certa.

A Palma de Ouro para A Vida de Adèle, do tunisiano Abdellatif Kechiche, não apenas premiou o indiscutível melhor filme da seleção oficial - referendado pelo prêmio da crítica, no sábado -, como se estendeu a duas atrizes, Adèle Axerchopoulos e Lea Seydoux, que receberam diplomas e subiram ao palco com o diretor.

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Monsieur le president (Spielberg) justificou a tríplice escolha. "A colaboração entre o diretor e suas atrizes é tão intensa e radical que só se pode pensar nesse filme como uma coisa orgânica. Se a escolha do elenco fosse apenas 3% errada, A Vida de Adèle não teria causado a intensa emoção que provocou."

O filme conta a historia da descoberta da homossexualidade por uma garota, que vive uma forte relação com outra mulher. Adèle Axerchopoulos e Lea Seydoux têm cenas íntimas que beiram o sexo explícito. A Palma de Ouro consagra um filme e um tema que viraram tabu na Franca.

Em todo o país ocorrem manifestações contra o casamento gay. Seria o prêmio político, podendo ser considerado uma afirmação do júri em defesa da diversidade?

"Em primeiro lugar, elas não chegam a se casar formalmente, mas a verdade é que essa discussão de gênero nunca se impôs. A Vida de Adèle conta uma belíssima história de amor, e foi isso que nos seduziu", afirmou Spielberg.

VENCEDORES

Palma de Ouro - A Vida de Adèle (França), de Abdellatif Kechiche

Grande Prêmio - Inside Llewyn Davis (EUA), de Joel e Ethan Coen

Prêmio do Júri - Like Father, Like Son (Japão), de Hirokazu Kore-eda

Ator - Bruce Dern, por Nebraska (Estados Unidos)

Atriz - Berenice Bejo, por Le Passe (França)

Diretor - Amat Escalante (México), por Heli

Caméra d'Or - Ilo Ilo (Singapura), de Anthony Chen

Un Certain Regard - L'Image Manquante (França), de Rithy Panh

Roteiro - A Touch of Sin (China), de Jia Zhangke

Curta-metragem - Safe (Coreia do Sul), de Moon Byoung-Gon

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O filme A vida de Adèle, do franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, que relata a história de um amor entre lésbicas, recebeu neste sábado o prêmio Fipresci concedido pela crítica estrangeira, anunciaram os organizadores. O filme no qual a jovem Adèle Exarchopoulos, até agora quase desconhecida, divide a tela com Léa Seydoux, contém cenas de sexo explícito e está entre os favoritos para a premiação final do Festival de Cannes, que será entregue no domingo.

Na sessão Um Certo Olhar, a Fipresci (Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica) recompensou Dast Neveshtehaa Nemisoozand, do iraniano Mohammad Rasoulof. Na Quinzena dos Realizadores e na Semana da Crítica, os críticos internacionais premiaram Blue Ruin, do norte-americano Jeremy Saulnier, exibido na Quinzena.

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