Ricardo Antunes

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Política com Inteligência

Perfil: Jornalista, formado pela UFPE com especializaação em jornalismo politico pela Universidade de Brasília e Georgetow University (EUA). Passou pelas principais redações de Recife e Brasília e foi observador eleitoral pela OEA.

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Brizola morreria de vergonha

Ricardo Antunes, | ter, 07/08/2012 - 09:24
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Alijado da disputa majoritária para prefeito do Recife, a exemplo de João da Costa, no PT, com a intervenção da direção nacional de seu partido, o PDT, Paulo Rubem Santiago lutou até o último instante para impedir a aliança com a candidatura do Palácio.

O “corajoso, lutador e dedicado” deputado – nas palavras de Geraldo Júlio, após consumado o apoio – chegou a escrever em carta, há quase um mês, que foi “retirado da campanha por uma chantagem”, e que, diante do processo que resultaria no abraço ao candidato do governador, se “vivo fosse, Brizola morreria de vergonha”.

No mesmo texto, reclamou que a aliança com Geraldo Júlio representava “a escolha de um papel subalterno para o PDT”, e que se apresentava como alternativa “ao fogo cruzado entre PT e PSB”. E teceu várias e pesadas críticas ao presidente da Assembléia Legislativa, Guilherme Uchoa, a quem reiterada vezes chamava de “atrasado” e “fisiológico” pela aliança automática ao Palácio das Princesas.

Ao que parece toda a altivez de Paulo Rubem parece ter se reduzido a cinzas diante da proximidade eleitoral. Sem estar na disputa direta por votos, a mudança de postura tão rápida em favor do candidato do governador, assumindo o lado que a direção de seu partido queria desde o começo, não deve ter agradado aqueles que o defenderam com unhas e dentes, assim como ele se propio a defender a candidatura própria.

Óbvio que é do jogo político alianças e feituras de frentes de apoio em prol de uma causa comum ou alianças estratégicas. Mas o que se vê hoje em Pernambuco é apenas a face  clara de um cinismo eleitoral onde se faz uma crítica a uma crítica a um adversário e em menos de 30 dias – quando não há mais condições de levar um projeto próprio – se adere sem a menor cerimônica ao adversário  a quem  se criticava há pouco tempo.

O eleitor, sempre ele, fica com cara de “bobo” se perguntado se a política é mesmo esse “salve-se quem puder”.

O episódio que culminou em fotos de braços dados com a campanha que combatia com entusiasmo, em favor da legitimidade de outra voz para a Frente Popular, termina encolhendo a biografia do parlamentar. Paulo Rubem é o último cooptado de um jogo pesado que incluiu o PMDB de Jarbas e até a costela do DEM, o PSD de André de Paula que também preferiu a adesão fácil.

Vivo fosse, Brizola morreria de vergonha, deputado.

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