Em mais um evento da campanha para permanecer na Presidência da República, a presidente Dilma Rousseff esteve, no último dia 12, em encontro com empresários – apoio financeiro - e prefeitos – apoio político / votos - do Rio Grande do Sul, onde prometeu dobrar a renda per capita dos brasileiros no revolucionário prazo de nove anos. Mesmo mantendo a atual taxa de crescimento populacional, inferior a 1% ao ano, o Brasil precisa reverter radicalmente suas taxas de crescimento econômico nesse período para chegar próximo aos índices pretendidos pela presidente. No ano passado, o País praticamente não cresceu economicamente. Enquanto a população se expandia a taxa de 0,8%, o crescimento econômico amargou 0,9% de expansão, com o setor agropecuário caindo 2,3% e a indústria, também com resultado negativo, menos 0,8%.
Apesar do discurso oficial triunfalista, alcançamos a menor taxa dentre os países do Brics: Brasil 0,9%, Rússia 3,6%, Índia 4,5% e África do Sul 4,5%. A média alcançada pelos países desenvolvidos, os que mais estão sofrendo com a atual crise financeira, também foi superior à brasileira, 1,3%. O mesmo se registrando entre os países considerados economias emergentes, que chegaram ao crescimento de 5,1%, segundo dados do Fundo Monetário Internacional – FMI. No ano passado, inclusive, o Brasil perdeu uma posição no ranking das dez maiores economias mundiais. Estávamos em sexto lugar, mas cedemos essa posição para a Grã-Bretanha e, agora, estamos em sétimo.
“O ponto central para a retomada do desenvolvimento que leve o Brasil a crescer de 4% a 6% ao ano é uma mudança radical no ambiente para investimentos”, considerou o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG). “Isso implica em uma série de alterações conjugadas: queda da carga tributária, ampliação da participação de capitais privados na infraestrutura, profissionalização da gestão das estatais e agências regulatórias, respeito a contratos e transparência nas contas públicas, medidas mais universais e menos pontuais, menos intervencionismo e expansão das despesas correntes, maior integração internacional. Alguma coisa está fora da ordem. A raquítica taxa de crescimento do PIB de apenas 0,9% é só a ponta do iceberg. A taxa média dos dois anos do governo Dilma ficou em 1,8%, muito menos que os primeiros anos de Itamar Franco, Fernando Henrique e Lula. A primeira tentação é atribuir o fraco desempenho à crise mundial, mas está claro que a crise se abateu mais sobre as economias da Europa e dos Estados Unidos. Em 2012, diversos países emergentes tiveram desempenho infinitamente superior ao Brasil, descartandoesse argumento.”
Resta aguardar quais medidas serão tomadas pelo governo nos próximos dias para incentivar o crescimento econômico e reaquecer o PIB. Essas providências deverão ser associadas a ações urgentes para barrar a atual onda inflacionária. Elevação das taxas de juros barram o consumo que, por sua vez, contém a disparada dos preços. Maior abertura às importações igualmente, porque trazem os produtos escassos e, em consequência, com preços elevados. Mas são medidas que se voltam contra a outra política, que é a da retomada do crescimento. O jogo do Brasil aproxima-se do cheque-mate.