Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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As saídas para João Lyra

Magno Martins, | ter, 14/01/2014 - 09:07
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Político de uma só palavra, sério e ortodoxo no trato da coisa pública, o vice-governador João Lyra Neto será retilíneo e não mudará seu comportamento nem sua postura política diante do governador Eduardo Campos quando assumir o mandato tempão em 4 de abril, mesmo que não venha a ser escolhido candidato da base governista.

Quem garante é o marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, que tem com o vice uma estreita relação de amizade e familiar. Experiente estrategista político, Teixeira tem uma opinião diferenciada em relação ao noticiário sobre o futuro de Lyra.

No seu entender, o vice-governador está diante de quatro cenários que se apresentam indefinidos, mas que hoje são reais. O primeiro, que não faz muito o perfil de Lyra, seria adotar o estilo do ex-governador José Ramos.

Na condição de presidente da Assembleia, Ramos assumiu o mandato tampão do ex-governador Roberto Magalhães apenas para cumprir tabela, de forma que chegou a disputar um mandato de deputado sem sucesso, sendo obrigado a viver um autoexílio no Sertão como criador de bode.

Teixeira acha que outra opção de Lyra seria repetir a façanha de Carlos Wilson, vice de Arraes, que governou 11 meses com autonomia e estilo próprio. Terceira alternativa lembrada pelo marqueteiro seria João Lyra optar por não assumir o Governo e disputar a eleição proporcional, para não ficar sem mandato.

Neste caso, o mandato tampão de nove meses seria exercido pelo presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT), de temperamento e estilo antagônicos ao de Lyra, equação que poderia mais dissipar do que somar os chamados votos de opinião pelo perfil conservador do pedetista.

Por fim, Teixeira acha que a quarta e última opção seria o vice-governador ser apoiado à reeleição por Eduardo. Esta, entretanto, é uma alternativa que não depende de Lyra, mas única e exclusivamente do governador.

Com relação a isso, o experiente marqueteiro avalia que o governador, que argumenta muito bem, pode até afastar Lyra do páreo por outros motivos, nunca o de que ele é político de carreira e não se encaixaria no novo que vem sendo pregado por aí.

“O pau que dá em Chico também dá em Francisco”, brinca Teixeira, para reforçar a tese de que o não político também arrastaria o governador para a jaula dos leões ao transportar essa discussão para o plano presidencial.

“Se a escolha recaísse em técnicos e não políticos, a rigor o governador também estaria fora da disputa presidencial. Ele teria que colocar Tadeu para governador e Paulo Câmara para presidente, porque ele é um político de carreira”, explica.

INDELICADEZA – Quando foi receber a cidadania de Olinda, o advogado Antônio Campos já dava como certo que o vice João Lyra, na solenidade deste o início, iria falar em nome do Governo, porque estava ali representando Eduardo. De repente, o secretário Tadeu Alencar chega e diz para o cerimonial que falará em nome do governador. Até hoje, Lyra guarda entalado a indelicadeza do chefe da Casa Civil.

A idade pesa – Ao comentar, ontem, a entrevista do deputado Sebastião Oliveira defendendo o nome de Inocêncio Oliveira para vice na chapa governista, o presidente estadual do PMDB, Dorany Sampaio, disse que o velho cacique não é exemplo da chamada nova política. “Até pela questão etária”, observou.

Na desvantagem– O marqueteiro Marcelo Teixeira entende que nenhuma pesquisa voltada para testar a preferência da população entre um político ou outro segmento da sociedade possa dar vantagem ao político. “O desgaste secular da classe política faz qualquer nome da área perder para um técnico, um médico ou um padre. Não há novidade nisso”, enfatizou.

Confisco petista- Tão logo o Congresso retome as suas atividades, o presidente da CEF, Jorge Hereda, será convocado para explicar o inexplicável: a tungada na poupança de 500 correntistas da instituição, o novo escândalo do Governo petista. Pela legislação vigente, o prazo de prescrição de contas bancárias é de 25 anos, o que confirma a ilegalidade do ato.

Sem legenda – O deputado Paulo Rubem Santiago tem irritado tanto a direção estadual do PDT que já tem xiitas ligados ao prefeito de Caruaru, José Queiroz, que comanda a legenda com mão de ferro, pregando uma punição rigorosa: a negação da legenda para o parlamentar disputar a reeleição. Queiroz descarta essa possibilidade. Diz que é um democrata.

CURTAS

EXPULSÃO– Em reunião da sua executiva estadual, o PPS decidiu, ontem, expulsar dos seus quadros o vereador Jailson Soares de Oliveira Batista, o Jajá, envolvido no escândalo em Caruaru que levou 10 vereadores à prisão.

SUCESSÃO– Na chegada ontem a São Paulo, de onde embarca, hoje, para Washington, o governador Eduardo Campos teve uma longa conversa com o jornalista Élio Gáspari. Na pauta, a sucessão presidencial e os ataques do PT ao socialista.

Perguntar não ofende: Cid Gomes aceita ser ministro depois da rifada que o PT deu em seu irmão Ciro?

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