A velocidade como os mensaleiros arrecadaram os valores das suas multas, a partir do ex-deputado José Genoíno (PT-SP), estendendo-se a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, e agora o ex-ministro José Dirceu, é muito estranha.

Existe uma desconfiança geral de lavagem de dinheiro com o mesmo dinheiro do mensalão, ou quem sabe, as sobras do mensalão. Desconfiado, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, defendeu, ontem, uma investigação rigorosa sobre essa nova malandragem dos mensaleiros.

Mendes, como qualquer brasileiro sensato, disse que está achando tudo isso muito esquisito. Segundo ele, ocorreu uma coleta de dinheiro com grandes facilidades. E o próprio ministro fez a seguinte indagação:

“Essa dinheirama que está voltando é de militantes ou estão distribuindo dinheiro para fazer esse tipo de doação?” E acrescentou com a mesma desconfiança que abordamos neste espaço:

“Será que não há um processo de lavagem de dinheiro aqui?” Mendes foi mais além: “O Ministério Público tem que olhar isso. Imaginem os senhores, com organizações sindicais, associações, distribuindo dinheiro por CPF. Essa gente, eles não são criminosos políticos, não é gente que lutava por um ideal e que está sendo condenado por isso. São políticos presos por corrupção. É disso que estamos falando. Então, há algo de estranho nisso”.

Evidentemente, que tudo leva a uma grande lavanderia e mais uma vez os mensaleiros zombam da justiça brasileira. José Genoíno, que deu a largada, arrecadou R$ 700 mil em uma semana.

Depois, Delúbio recebeu mais de R$ 600 mil num único dia, chegando ao final a arrecadar mais de R$ 1 milhão. Foi tanto dinheiro que deu uma sobrinha para ajudar o companheiro Dirceu a pagar a sua multa. Gilmar Mendes colocou, com muita propriedade, o dedo na ferida.

O Supremo, que mandou os mensaleiros para a cadeia, agora sugere que o Ministério Público possa rastrear a rede desta vergonhosa lavanderia!

BATEU DURO– Na largada da campanha presidencial, ontem, em Brasília, ao lado de Marina, quando lançou as diretrizes de governo PSB-Rede, o governador Eduardo Campos fez um discurso na linha de que o povo brasileiro cansou de PT e que se Dilma for reeleita fará um grande mal ao País. “Não se tolera mais esse velho pacto político, que mofou, e não vai dar nada de novo e de bom para o povo brasileiro", afirmou, assanhando a militância socialista.

O décimo apagão– Na gestão Dilma, o País sofreu, ontem, o seu décimo apagão, desta feita nas regiões do Sul, Sudeste e Centro Oeste, atingindo mais de dois milhões de consumidores em 11 Estados. Por mais de 40 minutos, muita gente recorreu ao velho candeeiro. Se isso ocorrer na Copa, o Brasil pagará um grande mico.

Movimento cara-de-pau– Se já não bastasse à lavanderia instalada pelo PT chega à notícia de que petistas ligados a José Dirceu estariam preparando uma grande mobilização para ajuda-lo a pagar a multa de sua condenação. Seria feito um mutirão com doações. Seu caixa já teria R$ 500 mil, das sobras de Delúbio. A multa do ex-ministro é de R$ 971 mil.

Em Gravatá- Depois de lançar as diretrizes do seu programa de governo, ontem, em Brasília, o governador Eduardo Campos tem agenda, hoje, em Gravatá, onde inaugura a escola técnica estadual Professor José Luiz Mendonça. Gravatá é o 25º município a receber uma unidade deste tipo, beneficiando 510 alunos no ensino médio integrado ao técnico.

Missão palaciana- De volta ontem à liderança do Governo no Senado, o pernambucano Humberto Costa não queria pegar a batata quente, mas cedeu depois de um apelo da presidente Dilma. Em ano de eleição, o senador sabe que terá muitos abacaxis para descascar.  Ele leva a aparente vantagem de ter bom trânsito no Congresso.

CURTAS

NA LIDERANÇA– Já o deputado Mendonça Filho assumiu, ontem, a liderança do DEM na Câmara, substituindo Ronaldo Caiado (GO). Para quem está tentando um novo mandato, como Mendonça, uma baita de exposição na mídia nacional.

SAIRÉ– De olho na Câmara Federal, onde deve suceder o seu guru Inocêncio Oliveira, o deputado Sebastião Oliveira (PR) foi a Sairé, na Zona da Mata, prestigiar o aniversário do vice-prefeito Natanael Ferreira (PP), numa festa que contou com a presença do prefeito Fernando Pergentino (PSB).

Perguntar não ofende: Quando o MP vai desvendar a lavanderia dos mensaleiros?