Cada vez mais percebemos um crescente interesse e investimento das pessoas (e das empresas) nos diversos instrumentos de comunicação, principalmente nos meios digitais/virtuais. Quando nos referimos ao termo “Comunicação”, muitas vezes a ênfase tem sido dada às ferramentas e técnicas utilizadas (fluxos informacionais), e esquecida à dimensão humana, as oportunidades de interação e relacionamentos (fluxos relacionais). Portanto, é importante ressaltar que a comunicação instrumental serve apenas de apoio à comunicação humana, mas não a substitui, “antes de ser instrumental, a comunicação é essencialmente humana e extremamente humanizadora” (Matos, 2006).
O que ocorre neste mundo corporativo e comunicativo são empresas e pessoas que possuem alta tecnologia e inúmeras ferramentas, mas não têm sido capazes de promover uma comunicação mais adequada e efetiva com as pessoas. A tecnologia pode satisfazer as necessidades de informações, de objetividade e agilidade, mas não promove o contato humano, as oportunidades de aprofundar, confrontar, esclarecer e contextualizar estas informações recebidas (Oliveira & Paula, 2008).
Humana ou Instrumental?
Será, então, que em meio as novas ferramentas tecnológicas, as novas formas de relacionamentos virtuais, como as mídias e redes sociais, a comunicação tem-se tornado mais humana, mais interativa e mais pessoal?
Será que há uma melhoria na comunicação com e entre as pessoas? Estes meios avançados tecnologicamente tem servido para melhorar a comunicação ou para criar a incomunicação? Tem aproximado ou distanciado cada vez mais as pessoas?
Existem duas correntes opostas que promovem este debate relativo ao impacto das novas tecnologias sobre a interação humana. Uma corrente afirma que a comunicação através de meios eletrônicos é superficial, fria, sem profundidade, impessoal e talvez hostil. Por outro lado, a outra corrente enfatiza que a comunicação por meio eletrônico quebra barreiras físicas tradicionalmente impostas pela administração (Curvello, 2002).
Alguns acreditam e temem que o desenvolvimento destas novas tecnologias levem ao isolamento do individuo, promovendo um diálogo unilateral com as máquinas, sem a interação com os outros, que por muitas vezes estão ao nosso lado, ou seja, “o homem passa a comunicar cada vez mais com outros que estão distantes e cada vez menos com os que lhe estão próximos” (Rieffel, 2003).
Interação Real
E quanto a sua Comunicação, como vai? Tem sido mais humana ou instrumental? Você tem comunicado pessoalmente com os que estão perto? Tem havido uma interação presencial com seus amigos e familiares? Tem tempo para isso?
Lembro que no passado tínhamos alguns momentos que propiciavam esta comunicação, como por exemplo, os almoços ou jantares em família, momento de conversa, troca e relacionamento mais próximo entre pais, filhos, irmãos etc. E quem não se lembra da “sala da televisão”, local em que todos se reuniam para assistir alguns programas televisivos em família. Hoje, cada quarto possui sua televisão, e às vezes até na cozinha e no banheiro!
Cada vez mais as pessoas estão se “apartando” uma das outras, não é esta a origem da palavra “apartamento” – afastar, separar, colocar de lado? Ou seja, cada um no seu quadrado, cada um na sua televisão, no seu computador, no seu tablet, no seu celular, no seu espaço físico e virtual, mas sem haver uma interação real, uma comunicação no sentido da palavra – comunhão.
Nosso Convite
Para refletir mais sobre este assunto, convidamos você a assistir este comercial: “Beautiful Commercial From Thailand Disconnect to Connect”.
Como vai sua comunicação? O que tem enfatizado na sua vida pessoal e profissional, a comunicação pessoal ou tecnológica? Pense nisso!
Segue link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=7ae0tzVo8Fw