Diego Rocha

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Cultura Nerd

Perfil: Publicitário de formação, mestre em Design, entusiasta da Estética. Professor universitário, fashion-geek, zen-gamer e aficcionado por séries de tv, quadrinhos e cinema de ficção.

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As aberturas das séries de TV

Diego Rocha, | ter, 15/07/2014 - 10:00
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Eu sou fã de séries. Muito mesmo, e isso não é novidade pra ninguém. Mas além de fã eu também sou estudioso da comunicação (e sou chato)... Bastante! E isso pode parecer novidade para algumas pessoas! Juntando essas duas coisas e o fato de que eu sou academicamente guiado a “pesquisar” aquilo que me intriga, me interesso pelas aberturas dessas séries. Parece haver uma tendência crescente de não se fazerem mais aberturas, mas apenas vinhetas, às vezes de poucos segundos. Vejamos as diferenças:

ABERTURA: sequência de imagens (geralmente utilizadas na série e geralmente imbuída de algum efeito ou filtro que lhes dê unidade). Entre aberturas clássicas para mim eu cito:

1) Abertura da série "Charmed"

A abertura da quarta temporada de Charmed, logo após a morte da personagem "Prue", interpretada por Shannen Doherty. Sua morte obrigou a produção a refazer toda a abertura, tirando por completo a sua imagem. A substituição de cenas teve de incluir a nova personagem "Paige" (Rose McGowan) e representava uma nova fase do seriado.

2) Abertura da série Roswell

Abertura da série Roswell, remontada por fãs com suas cenas favoritas.

3) Abertura de Buffy, a Caça-Vampiros

Abertura da primeira temporada de Buffy, a Caça-Vampiros (minha série favorita de todos os tempos).  Mostrava uma montagem veloz  das imagens que propunham ser o estilo da série.

Nessas aberturas a montagem, a escolha de cenas, o ritmo das imagens, a fotografia (e filtros) e certamente a música dão o tom e estabelecem uma forma de identidade. Por falar em música, nas aberturas de Charmed e de Roswell as músicas ("How soon is Now" e "Here with Me", respectivamente) são significativas para o tema dessas séries, sendo o tema de Charmed uma referência recorrente em conteúdos ligados à bruxaria (mesmo filmes e outras séries).

Além disso elas apresentam muita coisa da série, como os atores e seus personagens, cenários, algumas insinuações de relações e plots da temporada e relacionamentos… Essas aberturas dão a cara da série e dão algo para os expectadores incorporarem.

VINHETA: Meros segundos usados para registrar a marca da série. Não apresenta elementos constitutivos da trama, dos personagens… não tem tempo de trabalhar uma música, enfim… Entre essas tristezas eu cito:

1) The Vampire Diaries

Aparentemente tentando fugir o clime "highschool" e trazer um ar um pouco mais dark

2) The Secret Circle

Uma série que não passou da primeira temporada, mas cuja temática (bruxas) tentava ser mais sombria, embora o cenário e os personagens fossem tipicamente adolescentes. Talvez por essa incoerência ela não tenha continuado no ar...

Essa utilização de vinhetas pode ser para ganhar tempo, por falta de criatividade (não creio) ou sei lá o que, mas acredito que a série perde muito com isso! Um exemplo é o que foi feito com a abertura de Grey’s Anatomy. Antes era assim:

Não usava os atores, mas pelo menos mostrava o ambiente do hospital como palco das atribuladas vidas amorosas e sexuais dos personagens. Depois ficou simplesmente a imagem da marca da séries sem nem um sonzinho próprio. A imagem aparece no final da primeira cena do episódio e os sons da cena apenas continuam.

Acho fraco e sem personalidade pra uma série tão bacana!

Quando a série tem uma identidade as pessoas podem se envolver mais, não apenas com os personagens (com os quais nos identificamos), mas com a própria série. Isso lhes dá a chance de “transmidiar” algo, produzindo conteúdos com o que as séries oferecem. Para demonstrar esse pensamento, cito alguns trabalhos de fãs com as aberturas de suas séries. Essas montagens (muito comuns) recebem o título “SÉRIE X opening, SÉRIE Y style”

1) Grey's Anatomy, Friends Style

2) The Vampire Diaries, Buffy style

O que fica aqui chamado de “estilo” foi o que pudemos nos referir como “identidade” acima. Os elementos que podemos perceber para criar essa referência de estilo são a música (que não funcionaria sem), a tipologia utilizada para os nomes dos atores e personagens, os tipos de cenas utilizadas (que fora de contexto são visualmente engraçadas, enérgicas, rápidas, etc.) e assim por diante.

Não se pode, entretanto, generalizar que toda vinheta seja ruim e toda abertura seja boa. Particularmente cito as vinhetas de abertura de Once Upon a Time como muito competentes!

1) Vinhetas da série Once Upon a Time

Cada episódio da série tem uma vinheta própria, onde se pode ver uma dica do episódio, dos personagens ou de algum acontecimento.

2) Abertura da série The Big Bang Theory

Tudo bem que uma série de meia hora (episódios de vinte e quatro minutos aproximadamente) não pode se dar ao luxo de gastar muito tempo, então é uma abertura curta. A música é boa (cativante) e as imagens remetem ao tema “ciência” da série, mas deixam de aproveitar muita coisa, mostrando os personagens apenas no final.

Claro que tudo isso é uma questão de opinião pessoal.

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