Vivemos, hoje, numa sociedade cada vez mais respeitadora e de pessoas cada vez mais conscientes dos direitos e deveres individuais, de forma que os meios de comunicação também acompanham essa tendência. Não porque sejam todos corretos e respeitadores, mas porque hoje temos uma facilidade bem maior de acesso aos nossos direitos.
Por outro lado, existe uma parcela da população que sente falta de formas de expressão de cunho mais "ácido". Para essas pessoas também existe a liberdade de expressão e o espaço garantido de mídia, ainda que considerados questionáveis. Surge então, satirizando os heróis, os games e todos os personagens da cultura pop americana, o canal de TV por assinatura americano "Adult Swim" oferece diversas formas de animação (animação tradicional, stop motions, animações de recortes em flash, etc) desde 2003. Alguns de seus quadros de maior destaque incluem:
1) Harvey, o Advogado
A série "Harvey, o Advogado" (da imagem acima) onde o Homem Pássaro, criado pela Hanna Barbera nos anos 1960. Nesta série o Homem Pássaro (cujo nome real seria "Harvey") desistiu da vida de aventuras e se formou em direito, defendendo (a cada episódio) personagens também da Hanna Barbera em casos judiciais como uma disputa judicial entre o Dr. Quest e seu ajudante Benton pela guarda dos meninos Johnny e Raj ou quando o Catatau (ursinho amigo do Zé Colméia) é acusado de eco-terrorismo. Diversos outros personagens aparecem nessa série, como os Jetsons, os Flintstones, a turma do Scooby Doo, os Super-Amigos...
Para entender o clima dessa sátira veja o episódio abaixo:
2) Frango Robô
Outra série de sucesso é o "Robot Chicken", onde pequenas cenas (ou "scatches") são montadas e encenadas por bonecos dos personagens famosos em situações estranhas ou em paródias. Para entender melhor, veja esse vídeo onde personagens da Marvel e da DC Comics participariam de um reality show e se comportariam como pessoas normais (ou abaixo do normal, sendo bem mal-educados):
3) Space Ghost Coast to Coast
Nessa atração um grande ícone da Hannah Barbera, criado no ano de 1966, Space Ghost (que nunca foi assim um poço de eloquência) passa a apresentar um programa de entrevistas no formato Jô Soares, Conan O'Brian, Jimmy Fallon e assim por diante. Tem até um dos seus inimigos da série original, Zorak, trabalhando de músico e fazendo comentários pelo meio das entrevistas (uma forma de criticar o formato padronizado desses programas).
Para ter ideia de como são essas entrevistas assistam o vídeo abaixo:
E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é do desenho "South Park", um desenho de temática adulta cujos roteiros versam basicamente sobre piadas, comentários e insinuações de cunho pejorativo, racista, discriminatório (seja contra religiões, países, etnias, etc.), humor escatológico e assim por diante. O desenho está no ar desde 1997 e prestes a completar duas décadas de exibição continua com uma boa audiência (o que não é de se estranhar). Pode-se dizer que é um clássico do segmento.
Abaixo um exemplo do palavreado usado no desenho:
Recentemente, nessa coluna, falamos sobre filmes que nascem de jogos digitais. Falamos sobre os filmes baseados nos jogos da franquia Prince of Persia, em Dungeons and Dragons e em Silent Hill. O texto foi concluído falando sobre um filme que está em fase de produção e também se baseia em um jogo de videogame.
Então para falar sobre futuro, vamos tratar hoje de dois filmes para serem lançados e de seus jogos de inspiração!
1) World of Warcraft
Esse é um dos jogos de maior sucesso no segmento de MMORPGs, sigla que significa "Massive Multiplayer Online Role Playing Game", que em português seria "Jogo Online de Interpretação de Papéis de Grande Quantidade de Jogadores" (ou algo mais ou menos assim). A premissa é simples, você é um aventureiro num mundo dividido por uma guerra entre duas facções rivais: a Horda e a Aliança, e cada uma deseja vencer a outra para garantir a sua própria sobrevivência.
Neste jogo é possível escolher entre as várias raças disponíveis (humano, Elfo, Orc, Gnomo, Goblin, Morto-vivo...) e dentre essas raças escolher entre categorias de personagem (guerreiro, mago, paladino, xamã...). Dessa forma, existem diversas possibilidades para o seu jogo nunca ser igual a outro, garantindo ao jogador o tipo de aventura que melhor se encaixe com seu estilo.
O filme, previsto para 2016, tem como trama geral apresentar o cenário no qual o jogo acontece e a perspectiva dos dois lados sobre o combate. Essa dualidade deve explorar o conceito de que nenhum lado nunca tem 100% de razão numa disputa e deve ser capaz de abordar um viés mais sociológico de aceitação entre os diferentes (algo tão necessário de ser praticado nos dias de hoje).
O filme está anunciado para março de 2016.
2) Assassin's Creed
Esse é um jogo, ou para ser mais acertado, uma série de jogos, que se baseia em uma sociedade secreta de assassinos que em diferentes momentos históricos (representados nos diferentes jogos como a Era Vitoriana, o período da Renascença, a terceira Cruzada e assim por diante). Sua trama fundamental se baseia num barman da nossa época é forçado a reviver as vidas de seus ancestrais, pertencentes a essa ordem de assassinos, de modo que as diferentes épocas são vivenciadas nos diferentes jogos com esse gancho principal.
É um jogo de fundo histórico com muita dose forte de ficção no uso de figuras históricas como Leonardo da Vince ou o pirata barba Negra, mas é principalmente um jogo de aventura que usa muitas sequencias de parkour equilibradas com infiltrações camufladas (afinal os assassinos não são guerreiros que se expõem, mas matam nas sombras) e juntamente com os efeitos de câmera criam um jogo de grande fascínio.
Para o filme, previsto para 2016, o primeiro chamariz é o elenco protagonizado por Michael Fassbender (que recentemente marcou sua entrada no mundo do cinema nerd no papel de Magneto). Juntamente com ele temos Marion Cotillard (que recentemente interpretou Talia al Ghul em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge). Com esse investimento em elenco (que também inclui o veterano Jeremy Irons) espera-se uma grande produção.
E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima se refere a um outro filme a estrear em 2016: uma animação baseada no jogo Angry Birds. O jogo trabalha pouco a história, mas a trama baseada na rivalidade entre pássaros e porcos já tem trailer oficial:
De todas as formas de expressão artísticas (sim, ARTÍSTICAS), o cinema é uma das mais próximas do público nos dias atuais. Além das salas de exibição espalhadas por todo o país, temos várias redes de televisão que exibem uma grande quantidade de filmes diariamente, possibilitando que o público tenha contato com uma grande quantidade de produções com muita facilidade. E isso sem falar na possibilidade de assistir filmes on-line (de forma lícita ou ilícita).
Mas, de todas as categorias e gêneros praticados pela sétima arte, uma que é especialmente fascinante é o cinema "trash". O termo vem do inglês, onde "trash" significa lixo, caracterizando uma produção de baixo custo, baixa aceitabilidade crítica, baixo padrão estético... Mas de tamanha a produção nesse segmento que o cinema trash se tornou uma subcultura própria, fazendo da falta de padrão estético a sua própria linguagem. Sangue espirrando, corpos mutilados, entranhas que se espalham pela tela se tornaram marcas desse nicho tão peculiar da arte.
Vamos dar uma olhada em alguns exemplos desse segmento tão especial de filmes...
1) O Ataque dos Tomates Assassinos
Nesse filme de 1978, tomates resultantes de experiências genéticas começam a atacar as pessoas, matando vários cidadãos. O filme foi estrelado por George Clooney e não bastando o seu sucesso inesperado, ele teve continuações: "Os Tomates Assassinos Atacam Novamente" e "O Retorno dos Tomates Assassinos na França". E se isso não bastasse, eles inspiraram o desenho animado de mesmo nome nos anos 80.
2) Christine, o carro Assassino
Nesse filme de 1983, Christine (um carro de modelo clássico americano) começa a agir por conta própria... aparentemente possuído por uma força desconhecida, ele ataca e mata para manter sua relação com seu dono. Baseado numa obra de Stephen King, um dos autores mais venerados do gênero do suspense e terror envolvendo elementos e entidades sobrenaturais.
3) O Elevador Assassino
Nesse filme de 1983 (também), a trama é bastante simples... num edifício o elevador começa a apresentar problemas e incidentes estranhos acontecem... pessoas ficam presas... pessoas são decapitadas e apenas o técnico de manutenção e uma jornalista parecem interessados em descobrir a verdade por trás desses aparentes acidentes.
Uma coisa que une essas obras é a simplicidade dos "vilões". Um elevador, um carro, um vegetal... mas o que aconteceria se esses elementos tão comuns do nosso cotidiano se rebelassem contra nós? Parte do fascínio desses filmes vem desse medo irracional do desconhecido. Daquilo que poderia simplesmente estar errado e nós nunca soubemos. Essa já seria uma premissa suficiente para assustar qualquer pessoa, ou fazer com que olhasse por cima dos ombros pro resto da vida.
E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é um dos meus filmes favoritos do gênero: "Piranha II: Assassinas Voadoras". Simplesmente, essas piranhas com asas se revoltam contra os seres humanos e começam a matar pessoas. Pra quê mais do que isso? E o filme foi dirigido por James Cameron, o mesmo de Titanic e Exterminador do Futuro!
No cinema, todo tipo de história pode se tornar filme... mas uma das coisas que captam a atenção do público é atacar as referências conhecidas pelo seu público pretendido, e principalmente os gostos desse público.
Como resultado, uma origem muito comum para filmes é utilizar o enredo apresentado em jogos para as telas. Essa tática tanto serve para trazer os jogadores para os cinemas como faz os espectadores para que se interessem pelos jogos.
Então vejamos alguns casos de jogos de videogame que viraram filmes no cinema:
1) Prince of Persia
Um jogo que lida com as aventuras de um personagem na mítica paisagem do oriente médio (um ladrão, um príncipe, um guerreiro) que encontra um artefato de grande poder, uma adaga que lhe permite voltar no tempo e refazer suas ações para mudar o resultado. O filme conta a história misturada de dois ou três jogos do Playstation e não alcançou um bom resultado de público nem de crítica... O que é uma pena, porque eu adorei!
2) Dungeons and Dragons
Na verdade já foram lançados vários filmes sob o nome de Dungeons and Dragons, e de fato isso faria sentido. O jogo, que nasce como um RPG de tabuleiro, é um cenário dentro do qual um grupo de jogadores pode desenvolver uma história cujo enredo e desenrolar depende apenas da vontade dos jogadores. Assim sendo, os filmes que foram lançados com o este nome representam possibilidades dentro daquele universo (universo de fantasia medieval). Dentre a gama de produtos sob a chancela Dungeons and Dragons também existem diversos jogos eletrônicos, incluindo jogos de fliperama e jogos de computador
3) Silent Hill
Um exemplo clássico do terror, gênero que nasce na literatura e ganha expressão visual no cinema, esse jogo nasce influenciado pela estética do medo das telonas, mas acaba sendo usado como inspiração para a série de filmes de mesmo nome. Os elementos do medo trabalhados pelo cinema ganham vida nova ao serem experimentados pelos jogadores e são reinterpretados ao retornar ao cinema levando essa experiência.
E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é a divulgação do trailer do filme baseado em Warcraft, prometido para 2016. Os gamers estão pirando com a qualidade desse trailer. Veja abaixo:
Em muitos jogos eletrônicos os deuses são usados como elemento de jogabilidade, seja como personagem escolhido para ser jogado, como inimigo para ser enfrentado ou como parte do cenário (ou seja: ele nem é personagem para ser usado nem como inimigo para ser enfrentado). Embora esse uso superficial sirva para uma banalização da figura divina, o recurso de jogo é muito válido.
Então vamos dar uma olhada em alguns jogos que de diferentes formas utilizam deuses em sua estrutura.
1) God of War
O cenário no qual o jogo se passa é a mitologia Grega, onde uma coletânea de histórias, contos e afins incluem os deuses como personagens das histórias. Nesse jogo, o próprio enredo narra a jornada de um mortal, Kratos, lutando para se tornar um deus (o Deus da Guerra... dããã), e nessa jornada ele encontra, interage e PRINCIPALMENTE luta contra vários deuses. Tal qual a mitologia grega, os deuses no jogo são impulsivos, vingativos e se envolvem nos assuntos dos humanos.
2) Castlevania
A franquia existe há muitos anos... décadas na verdade... completará TRINTA ANOS em 2016. Desde 1986 no console MSX (tipo um computador de gerações atrás) até os dias de hoje no PS3 vão-se 35 jogos e as histórias vão cada vez mais se tornando complexas, até porque nos primeiros jogos não havia basicamente histórias, apenas enredos gerais baseado nos filmes e histórias de vampiros (e demais filmes de terror). À medida que os consoles foram melhorando de capacidade de imagem, espaço para vídeos, e com isso os jogos ficaram mais longos e permitiram que as histórias fossem melhor tratadas, e invariavelmente trata da origem dos vampiros. Nisso entra a presença de Deus, já que a origem dos vampiros está ligada com a linhagem dos Belmont e com o conflito de Deus e do anjo caído (mas que eu não vou dar spoiler).
3) Okami
Abordando aqui uma outra visão religiosa totalmente diferente, o jogador controla a deusa Amaterasu, e sua função básica é trazer o mundo de volta à vida, ou de volta á harmonia. As missões do personagem incluem usar tinta sagrada para fazer as árvores mortas brotarem de novo e tal. Diferente da visão colocada nos outros dois jogos aqui mencionados, neste a principal utilização dessa divindade não é luta, mas manter o mundo em harmonia (o que se aproxima um pouco da visão ocidental da teologia).
E caso você esteja se perguntando, a imagem lá em cima é do jogo Civilization V. Nesse jogo há um elemento de jogabilidade interessante envolvendo deuses, já que nesse jogo ao definir a divindade à qual seu povo será fiel. Divindades guerreiras ou pacifistas, ligadas à colheita ou outra característica, será significativo para o desenvolvimento desse povo, permitindo diferentes tipos de construção, entre outras. Esse exemplo mostra como a presença divina pode ser usada na sua realidade social e de como isso impacta a vida de um povo.
Um dos estilos musicais com mais ramificações é, provavelmente, o rock. Suas ramificações incluem desde o rock clássico, sua vertente ligada à música country americana, o "rockabilly", sua vertente mais próxima do universo pop, o pop-rock entre tantas outras. Mas uma variação muito extensa é o chamado METAL.
O Metal é um gênero dentro do rock e seu nome vem de "heavy metal", ou seja: metal pesado. Caracteriza-se pelo "peso" dos metais, com grande ênfase para a presença das guitarras. Esse gênero também se subdivide em uma vasta gama de sub-gêneros, caracterizados por sua técnica (como o speed metal), por seu cenário cultural (como o trash metal), pelo teor religioso de suas letras (com o black metal) entre tantos outros.
Mas uma manifestação especialmente interessante para o tema desta coluna é uma vertente muito presente dentro do sub-gênero chamado Metal Melódico. Esse sub-gênero se caracteriza pela presença dos vocais, mas também digno de nota são alguns dos temas recorrentes em suas letras, que são provenientes do universo nerd.
Então vamos dar uma olhada em alguns exemplos dessas músicas:
1) Blind Guardian - Lord of The Rings
Baseado na trama do filme "O Senhor dos Anéis", um dos universos mitológicos mais famosos da cultura nerd mundial, essa música apresenta a estrutura da trama central. Fala sobre as construções dos anéis de poder, das relações entre os possuidores originais dos anéis e do poder do "Um Anel".
Embora tenha sido escrita e lançada antes do lançamento do filme, o sucesso midiático nas telonas apenas aumenta a repercussão dessa música e, consequentemente, da banda.
2) Rhapsody - Holy Thunderforce
Imagine um grupo de amigos reunidos para interpretar personagens em grandes missões em universos de fantasia, o que seria a base de um jogo de RPG. Uma marca registrada da banda é transformar sessões de RPG em músicas, se valendo do teor épico.
Neste exemplo, a música retrata o clima da batalha campal dos cavaleiros de Algalord defendendo em nome do Rei para impedir o ataque das forças inimigas. Esses cavaleiros se intitulam "A Ordem Sagrada da Thunderforce".
3) Sonata Arctica - Full Moon
Uma temática muito presente em filmes, seriados, jogos de RPG e outras manifestações culturais típicas da cultura nerd são os monstros como os Vampiros, Lobisomens, Bruxas e afins. Nessa música, a letra retrata a angústia de um lobisomem, amedrontado pela lua cheia, transformando-se numa fera, fugindo dos caçadores e aterrorizando sua própria esposa. Ver a história do lobisomem pelo olhar do monstro e não das população atacada é marca do universo nerd.
E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é de um show da banda alemã Feuerschwanz caracterizado para show. O segmento desta banda, por sua vez é bem mais "descontraído"... como você pode ver no vídeo abaixo.
Um dos diferenciais mais interessantes dos jogos de luta é a variedade de personagens. Quanto mais personagens variados, maior a possibilidade de um perfil que agrade o jogador, afinal o personagem escolhido por ele deve representá-lo na tela. E como os jogos se baseiam em confrontos, quanto maior a diversidade de personagens e estilos, mais inusitadas as lutas.
Então vamos dar uma olhada em algumas referências de personagens de grandes franquias de luta e suas inspirações cinematográficas mais claras nas franquias Mortal Kombat e Street Fighter.
1) Bruce Lee
Um dos atores / artistas marciais mais reconhecidos dos filmes clássicos de kung fu que vieram da china para o ocidente, Bruce Lee se tornou um grande astro no segmento, sobretudo quando Hollywood começou a fazer seus próprios filmes de luta.
Personagens claramente inspirados nele incluem Liu Kang, personagem central da franquia Mortal Kombat e Fei Long, que aparece pela primeira vez no jogo Super Street Fighter II.
2) Jean-Claude Van Damme
Um produto americano (embora o ator seja de origem belga), o grande astro dos filmes de luta dos anos 90 deu base para a criação do personagem Johnny Cage, o personagem destoante do torneio do Mortal Kombat (claramente ocidental e com pinta de gringo). Para este personagem, até mesmo a famosa amplitude da abertura de pernas de Jean-Claude foi trazida, para não falar do figurino usado no primeiro jogo da franquia copiado claramente do filme O Grande Dragão Branco.
3) Mike Tyson
Um dos astros do boxe mundial, presente durante a transição desse estilo de luta para a categoria de uma das atrações esportivas mais aclamadas no mundo, sua trajetória se tornou a superação do próprio boxe. Utilizando seu estilo, seu biotipo suas feições e mesmo a falha na sua arcada dentária para a construção do personagem Balrog (o primeiro dos quatro "mestres" no jogo Street Fighters II).
Na verdade, todos os personagens desses jogos são inspirados em algum personagem, seja de filmes, livros, quadrinhos ou mesmo como a síntese de personagens de histórias variadas, como os ninjas mascarados da franquia Mortal Kombat, como Subzero, Skorpion, Reptile, Jade, Kitana, Mileena que fazem parte da tradição dos ninjas de tantos contos do Japão feudal e não de uma única história.
E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é, provavelmente, uma das referências mais estranhas dos games para o cinema: o filme baseado no jogo Street Fighter. Um grande ator fazia o papel do vilão: Raul Julia interpretando M.Bison (a luta final do jogo Street Fighter II). Embora o figurino tenho sido muito apurado, ainda parecia um cosplay de convenção e não convencia nas telas!
Ao longo da história da arte, um dos principais motivos da obra é a expressão do sentimento do ser humano, e como certos sentimentos são constantes, como o sentimento do artista ao tentar criar algo à imagem da sua própria humanidade... essa busca muitas vezes se aproxima do complexo de Deus (absorver a noção de ser capaz de criar vida à sua própria imagem), mas diferente da história do Dr. Frankenstein (caso clássico do complexo de Deus) muitas histórias que se baseiam em artistas (e não em cientistas) tem como motivação para essa luta de criar vida não o poder da criação, mas uma busca muito mais sentimental... afetiva.
O primeiro caso (ou um dos mais antigos) aparece na Grécia antiga na figura de Pigmalião, um grande escultor que construiu a estátua da mulher perfeita, a ponto de se apaixonar por ela. Sentindo pena dele, Afrodite (deusa do amor) deu vida à sua escultura para que pudessem viver esse amor. Essa história entra para o estudo da psicologia como a situação em que o criador se apaixona pela sua criatura, ou quando o criador foge das pessoas e busca criar algo com o que se relacionar.
Na cultura pop vários casos como esse aparecem, então vamos dar uma olhada em alguns casos:
1) Blade Runner (1982)
O filme nos apresenta um futuro não muito distante (2019 para ser mais preciso) onde robôs chamados "replicantes", robôs feitos para ser indiferenciáveis de um ser humano... tão semelhantes que apenas pelas sutilezas de testes psicológicos profundos. Entre os replicantes, cada um é construído com o objetivo de executar tarefas específicas, e uma das tarefas é o de entreter o sexo oposto. A personagem Pris é um exemplo de uma construção humanizada desenvolvida para fins de relacionamento.
2) Chobits (2002)
A proposta desse anime é uma sociedade onde as pessoas podem comprar "persocons", redução de "personal computers", que são basicamente eletrodomésticos em formato humano com o potencial de computadores de grande performance para cumprir as ordens e tarefas dos seus mestres. O personagem principal desse desenho, o jovem Hideki, encontra a persocon Chii e acaba por .se apaixonar por ela à medida que ambos, juntos, desenvolvem a compreensão de mundo dela.
3) Inteligência Artificial (2001)
Num futuro em que a robótica avançou o suficiente para que robôs humanóides sejam disponíveis para compra de qualquer pessoa. A história principal do filme é sobre um robô em forma de menino que foi comprado por uma família para lidar com a perda do seu próprio filho que estava doente, mas quando o menino acorda a família não tem mais lugar para o robozinho. Um outro personagem marcante do filme foi interpretado por Jude Law, um robô criado para fins de prostituição desenvolvido para simular todas as reações sensíveis e humanas.
E caso você esteja se perguntando, aquela imagem do Pinocchio lá em cima representa uma das constantes mais importantes das histórias sobre laços emocionais entre criadores e criaturas: a esperança de transcender a condição de "boneco" e se tornar uma pessoa... afinal, o que faz alguém ser uma pessoa? No conto de Pinocchio, suas boas ações fazem dele uma criança de verdade, e afinal de contas o que é ser humano se não nos comportarmos e reagirmos como seres humanos?
A arte de contar histórias é parte do que faz o ser humano o que ele é. Desde muito antes de serem capazes de escrever ou registrar qualquer tipo de informação ou pensamento, os seres humanos se reuniam e contavam suas histórias. Foi assim na pre-história, reunidos ao redor das fogueiras, foi assim na antiguidade egípcia registrando nas paredes das pirâmides os hieroglifos que contavam as histórias dos deuses e da volta da morte, foi assim na Grécia antiga, onde sugiram as fábulas (contos que misturam realidade e fantasia para transmitir uma lição de moral). E é sobre uma fábula que falaremos hoje.
O filme em cartaz "O Pequeno Príncipe" traz uma variação muito elegante de estilos de animação. E digo elegante porque ele desenvolve uma linguagem e permite que o expectador se guie e entenda (ou ao menos sinta) as variações da história. Sim, porque essa história é contada em duas frentes distintas: a história do filme e a história confirme é lida pela protagonista do filme... Então NÃO, esse não é um filme que conte a história do Pequeno Príncipe... é um filme que conta a história de uma garotinha que se depara com a história do Príncipe, apaixonado por uma rosa e morador do asteroide B-612.
Quando eu digo que o filme cria uma "linguagem" quero dizer que ele cria regras de uma semântica que fazem sentido para a interpretação. Vejamos detalhes sobre essas técnicas, mas eu prometo não colocar NENHUM SPOILER neste texto sobre a história do filme.
1) Animação computadorizada
(Cena do filme "Os Incríveis" de 2004, um exemplo da animação computadorizada atual da Pixar)
A técnica clássica de sobrepor desenhos em frente à tela, que foi popularizada pelas produções de Disney e modernizada pela aplicação computadorizada.
Da forma como se faz hoje, os personagens são desenhados e transportados para o modelo computadorizado que o interpreta em três dimensões, permitindo que o computador receba os comandos dos movimentos desse personagem e sua interação com o cenário. Dessa forma não é necessário desenhar cada posição intermediária do personagem, mas desenhá-lo (e modelá-lo) uma vez para depois vê-lo ganhar movimento.
2) Animação de recortes
(Personagem Kenny, da série South Park, cuja técnica básica de animação é a de recortes)
Uma técnica não tão comum, se caracteriza por fazer elementos "soltos" se movimentarem na tela.
Essa técnica é muito peculiar e oferece uma grande vantagem: cria uma impressão de profundidade (como você poderá perceber no finalzinho deste texto).
3) Stop Motion
(Making off do filme "A Noiva Cadáver" de 2005, longa metragem em Stop Motion)
Essa técnica, embora muito trabalhosa, apresenta grandes resultados.
Em geral, as animações que utilizam stop motion, ao invés de desenhar quadro a quadro em papel, fotografa quadro a quadro montado com bonecos. Para isso se cria um cenário real (de tamanho reduzido) e se posiciona os bonecos, movimentando-os sutilmente para fazer fotografias que, quando postas em sequência, criam a ilusão de movimento.
Neste filme, entretanto, a delicadeza e o preciosismo dos bonecos impressiona. Eles são construídos com partes de madeira, vestidos com tecido, aplicações de lã e mesmo papel (aparentemente folhas de papel seda), o que lhe dá a transparência e a aparência de movimento especial. Simplesmente incrível!
E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é uma das cenas do filme que mostra bem a técnica de animação de stop motion com aplicações de papel no cenário e nas camadas de pelos da raposa. E caso você não tenha assistido o filme ainda, veja o trailer abaixo e aceite meu conselho: ASSISTA! De nada!
Muitos jogos utilizam sona e música como elementos de jogabilidade... alguns permitem que o jogador componha músicas, outros introduzem padrões sonoros como parte do cenário, como recursos dos personagens e mesmo como golpes e assim por diante. Em outros casos, entretanto, os jogos inspiram a criatividade dos jogadores para desenvolver suas próprias músicas. Então vamos dar uma olhada em três exemplos:
1) Um Joystick, um violão
De autoria de Marcos Castro, a música é uma paródia da Aquarela do Brasil e faz uma compilação de referências a vários jogos, como os jogos da franquia Mario, GTA, Sonic, Mortal Kombat, Street Fighter, Zelda e assim por diante.
Na verdade, o canal do Marcos Castro tem várias músicas com temática de jogos (que ele chama de "Um Joystick, um violão). Você pode ver mais vídeos dele em https://www.youtube.com/channel/UC-PjJT0RVURj_L6D8D3WIww
2) Poção, a Banda mais Nerd da Cidade
A letra dessa música é de autoria de Octavio Lobianco, musicado por Guilherme de Siervi, como uma paródia à música "Oração" de autoria da Banda mais Bonita da Cidade. Embora as suas referências não sejam diretas e explícitas como na música acima, ela faz indicações das situações e elementos característicos como poções, batalhas contra os chefões dos estágios e perder vidas no processo.
Você pode ver mais do trabalho musical da banda Negreyscow, incluindo músicas originais, paródias e covers ligados ao universo nerd no canal do youtube deles: https://www.youtube.com/user/PoopFiction2
3) Funk do Mortal Kombat
Essa música é uma produção do FunkYouBit, basicamente uma tradução de toda a tiração de onda que a galera tira com os jogos... provocando os amigos a respeito dos personagens e escolhendo seus favoritos. Quem nunca, né?
E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é uma brincadeira com dois jogos contemporâneos, Mario Bros. e Legend of Zelda. Ambos utilizavam flautas como elementos de jogabilidade, para fins diferentes...