Luiz Mendes

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Deixa que eu chuto

Perfil: Graduado em Jornalismo pela Faculdade Maurício de Nassau. Começou a carreira trabalhando em rádio e atualmente é editor de esportes do LeiaJá

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Luiz Mendes, | qua, 30/07/2014 - 09:51
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Aquele sonho de renovação do futebol brasileiro após o acachapante 7 a 1 contra os alemães torna-se, a cada dia, um pesadelo. Nada que chegue a assustar, pois já convivíamos com ele há tempos.

Estamos no segundo semestre de 2014, mas alguém que estivesse acabado de acordar de um coma de 19 anos e ligasse a TV para assistir uma partida de futebol não estranharia muita coisa. Se o jogo em questão fosse Grêmio x Flamengo, o espectador acharia que ainda estava em 1995, pois veria no banco de reservas os mesmos Luiz Felipe Scolari e Vanderlei Luxemburgo. 

Além dos dois, já citados acima, em meados dos anos 90 Muricy Ramalho, Abel Braga e Levi Culpi também estavam à frente dos mesmos times que comandam hoje. São Paulo, Internacional e Atlético-MG, respectivamente.

Bom se esses nomes tivessem permanecido nesses clubes durante todo esse tempo. Mas não. Eles já rodaram o mundo todo e voltaram para onde já estiveram. O tempo passou e o saudosismo dos dirigentes e torcedores os trouxeram de volta, pois alguns desses não perceberam o tempo passar e não acompanharam a evolução do futebol pelo mundo.

O futebol brasileiro está atrasado e repetitivo. Continua a cultura de demissões de treinadores, como se fossem eles os principais responsáveis por títulos ou derrotas. Não são. O cargo é supervalorizado no país. Os “professores” estão a cada dia mais ricos e com pose de estrelas, que não são. No Brasil não há nenhum gênio da raça, inventor da roda, ou o suprassumo dos sistemas táticos. 

Por favor, menos importância a quem não entra em campo e que por muitas vezes não acompanha a evolução. Já deu.

3 dentro

- Sport. O marketing do clube está funcionando. Em maio, as camisas do Leão foram as mais vendidas pela Adidas no Brasil, superando clubes como Flamengo, Fluminense e Palmeiras.

- Sidney Moraes. Dentro de campo não consegui colocar um time que empolgasse a torcida. Mas mostrou que não tem medo de pressão ou cara feia. Mesmo vencendo o Icasa com a faca no pescoço, falou que a diretoria alvirrubra tem total liberdade para demiti-lo quando quiser.

- Basquete argentino. Se no começo do século eles surpreenderam o mundo desbancando até o time do EUA em uma Olimpíada, agora os jogadores argentinos mostram força mais uma vez. Mas fora da quadra. Passando por uma crise financeira que ameaçou a seleção não participar do Mundial da modalidade, os jogadores se organizaram e obrigaram dirigentes a renunciar os cargos por má gestão do esporte.

3 fora

- Vôlei de praia. Modalidade não vive o seu melhor momento no Brasil. Em menos de dois anos as dez principais duplas femininas do país foram desfeitas, dentre elas a mais longeva. As irmãs Maria Clara e Carol se separaram depois de 11 anos jogando juntas. Um dos motivos para tantas rupturas é que agora a CBV monta as duplas para competições internacionais de acordo com o seu interesse. 

- Paysandu. Time paraense vem conquistando mais vitórias fora do que dentro de campo. Nos tribunais o Paysandu conseguiu a vaga na Copa Sul-americana de 2015 por ter descoberto que o Brasília, campeão da Copa Verde, tinha escalado um jogador irregular. No ano passado, pelo mesmo motivo, o Papão da Curuzu conseguiu retornar a Copa do Brasil depois de ser eliminado pelo Naviraiense.

- Ronaldinho de Gaúcho. É craque. Isso não se discute. Mas sempre sai da pior forma dos clubes por onde passa. Barcelona, Milan, Flamengo e agora o Atlético-MG sentiram o que é um astro desinteressado pelo futebol.

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