Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Não foi por falta de gestos

Magno Martins, | seg, 22/12/2014 - 08:16
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Como desabafo, é compreensível a entrevista que o governador João Lyra Neto (PSB) concedeu aos jornais no fim de semana, mas em termos de novidade nada de bombástico. Lyra foi sincero e afirmativo. Quanto à escolha do seu nome para disputar o Governo duvido que tenha, sinceramente, alimentado alguma expectativa.

Ninguém conhecia melhor a figura e a personalidade do ex-governador Eduardo Campos do que o próprio Lyra. Em nenhum momento, ao longo do processo que precedeu a escolha de Paulo Câmara, Eduardo emitiu qualquer sinal de que poderia escolhê-lo. Pelo contrário, quando falava em nova política, dava o recado da renovação de quadros e ideias.

Sendo assim, por exclusão, João Lyra estava excluído do processo. A escolha do governador como vice na reeleição de Eduardo em 2010 já foi um grande parto. Atrás de uma alternativa, o então governador só veio bater o martelo em torno de Lyra depois de fortes pressões de setores da Frente Popular no apagar das luzes do processo.

Na época, o ex-ministro Fernando Lyra, irmão do atual governador, chegou a ameaçar em levar o PDT para a oposição, num telefonema dado da casa do ex-prefeito Pelópidas Silveira, caso Eduardo insistisse na troca do vice em sua chapa. Razões para desconfiar, João Lyra, portanto, as tinham de sobra.

Como não vive de sonhos nem tem a ilusão da política, que é pior do que a do amor, João Lyra só deve ter imaginado que viria a ser o candidato no lugar de Paulo Câmara por algum momento de alucinação. Política, na verdade, se faz com gestos e Eduardo não era afável nos gestos com Lyra.

SEM MARCA – Numa das entrevistas, João Lyra diz que não há ou não houve Governo Lyra. Nunca vi tamanha sinceridade! O governador fecha, na verdade, o ciclo de oito anos de Eduardo, de quem recebeu um Estado extremamente endividado e teve como única e exclusiva missão a de fechar as contas, porque não teve um vintém para investimentos em obras que pudessem marcar a sua gestão.

Atrás de uma sinecura – Depois da tentativa infrutífera de voltar ao Lafepe, o secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez, se pendura nos braços, hoje, do governador eleito Paulo Câmara para implorar espaço em seu governo. Quer agora comandar a poderosa Copergás. Ninguém está impedido de sonhar!

Posse concorrida – O senador Armando Monteiro, que já se despediu do Senado, terá uma das posses mais concorridas na Esplanada dos Ministérios. Empresários da indústria e do comércio de todo o País estão sendo convidados para a solenidade de posse dele no Ministério do Desenvolvimento. A cerimônia está marcada para 7 de janeiro, depois do feriadão de Ano Novo.

Crescimento – Na primeira reunião do secretariado, no último fim de semana, o governador eleito Paulo Câmara disse que 2015 não será tão amargo como estão pintando e chegou a prever um crescimento do PIB estadual em 2%, acima da média nacional, que não passa de 1%. "O Brasil não vai crescer, mas Pernambuco cresce se for mantido atual ritmo”, afirmou.

Gordurinha a queimar – A economista Tânia Bacelar anda na mesma linha otimista do governador eleito. "É um ano difícil, embora ache que vá ser menos difícil para Pernambuco, porque a gente vai ter a entrada da refinaria Abreu e Lima e o início da operação da Fiat. Superamos o pessimismo porque o Estado acumula uma gordurinha", disse.

CURTAS

GARANTIDO – Tem lugar certo no segundo escalão do governador eleito Paulo Câmara o atual secretário de Agricultura, Aldo Santos. Na semana passada, Câmara fez questão de receber o secretário para uma conversa preliminar. Aldo é competente e um bom camarada!

MUDANÇA – São poucos os auxiliares do atual Governo que serão mantidos em cargos que ocupam no segundo escalão. Com exceção do presidente da Compesa, Roberto Tavares, já convidado a permanecer, a tendência é a substituição ou revezamento.

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