O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) passou quase vinte anos rompido com o ex-governador Eduardo Campos (PSB). O rompimento aconteceu em 1992 quando Jarbas não aceitou que o neto de Arraes fosse seu  vice-prefeito na chapa que disputou a prefeitura naquele ano. Jarbas acabou vitorioso posteriormente conseguiu impor uma derrota histórica a Miguel Arraes em 1998.

O rompimento entre Jarbas e Eduardo foi mantido até meados de 2011 quando a turma do "deixa disso" realizou a "intriga do bem" para que os dois líderes políticos retomassem a relação. Antes disso precisou que Eduardo devolvesse a surra eleitoral que Jarbas havia dado em Arraes em 1998 com "juros e correção monetária" nas eleições de 2010.

Além de Jarbas e Eduardo retomarem o diálogo, eles também retomaram a aliança depois de vinte anos interrompida por uma disputa pela prefeitura do Recife, e igualmente numa disputa pelo executivo municipal Jarbas e Eduardo subiram no mesmo palanque. Naquele momento Raul Henry, pupilo de Jarbas, desistiu de disputar a PCR para apoiar Geraldo Julio, o pupilo de Eduardo.

Como todos sabem, com a entrada do PMDB na Frente Popular, a vitória de Geraldo Julio aconteceu no primeiro turno. Porque se Raul Henry tivesse sido candidato dificilmente a fatura seria liquidada na primeira etapa. E na gestão de Geraldo Julio, o núcleo jarbista foi bastante privilegiado com Roberto Pandolfi, aliado de Jarbas, assumindo a secretaria de Finanças e Murilo Cavalcanti, integrante dos quadros do PMDB assumindo a secretaria de Segurança Urbana.

No processo de escolha da chapa majoritária da Frente Popular para 2014, Eduardo Campos ouviu a todos e escolheu até antes do candidato a governador, o candidato a vice, que foi Raul Henry, dando sobrevida ao núcleo jarbista, que temia pelo risco de Jarbas não se reeleger senador e ter dificuldades de alcançar o mandato na Câmara dos Deputados.

Agora, após a morte de Eduardo, e com as gestões passando por inúmeras dificuldades financeiras, Jarbas dá sinais de que não apoiará a reeleição do prefeito Geraldo Julio e ainda poderá se lançar a prefeito do Recife. É bem verdade que a postulação de Jarbas é legítima não só pela sua história política como também pelo direito de qualquer indivíduo ter de querer ser candidato a um determinado cargo.

Mas se não houver uma justificativa plausível para a ruptura com Geraldo, Jarbas assinará atestado de incoerente. No meio político já chovem especulações se Jarbas consideraria a hipótese de disputar a PCR no ano que vem caso Eduardo Campos estivesse vivo. Além disso, pegou muito mal a descortesia do ex-governador de Pernambuco convidar o governador Paulo Câmara para o seu aniversário e excluir o prefeito do Recife da sua lista de convidados. Políticos avaliam que Jarbas passou recibo desnecessariamente antecipado.

Irregularidades - A bancada de oposição da Câmara de São Bento do Una, no Agreste, ingressará com uma ação no Ministério Público contra a prefeita Débora Almeida (PSB) por conta de possíveis irregularidades na folha de pagamento do município que tem pessoas com até três vínculos empregatícios com a prefeitura como pedreiro, médico e médico plantonista.

Controle - No final de semana havia forte especulação de que o vereador Gilberto Alves, líder do governo na Casa José Mariano, perdeu o controle estadual do PTN para o deputado federal Ricardo Teobaldo (PTB), que indicaria um aliado seu para o comando da sigla. Resta saber se ao longo da semana o rumor se tornará verdade.

Ausência - Foi constatada a ausência dos deputados federais Mendonça Filho (DEM) e Augusto Coutinho (SD) e do secretário das Cidades André de Paula (PSD) no aniversário do deputado Jarbas Vasconcelos. É que Mendonça, Augusto e André eram expoentes da União por Pernambuco no governo Jarbas e hoje não estão nem um pouco interessados em apoiá-lo na disputa pela PCR.

Prestígio - Os deputados federais Fernando Monteiro e Eduardo da Fonte tiveram fundamental importância na atração dos 52 sistemas de abastecimento de água ao longo da transposição do rio São Francisco. O investimento foi na ordem de R$ 140 milhões, fruto de um convênio com o ministério da Integração Nacional comandado por Gilberto Occhi, filiado ao PP de Fernando e Eduardo.

RÁPIDAS

PSD - A prefeita de João Alfredo Maria Sebastiana trocou o PTB do ministro Armando Monteiro pelo PSD do secretário das Cidades André de Paula. Nas eleições passadas a prefeita votou em Paulo Câmara para governador e ficou sem condições de continuar no PTB.

Resposta - Após as declarações do vice-governador Raul Henry (PMDB) defendendo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o vice-líder do governo Silvio Costa (PSC), explosivo por natureza, rebateu Raul dizendo que ele deveria se preocupar com a operação Fair Play e com a Arena Pernambuco.

Inocente quer saber - Por quê Lula Cabral faz um mandato tão apagado na Alepe?