Aos 59 anos de idade, o empresário, publicitário e jornalista João Doria ocupa o cargo de prefeito de São Paulo, a maior cidade do país, tendo sido eleito no primeiro turno um fato histórico pois desde que as eleições passaram a ter dois turnos em 1992 nenhum prefeito da capital paulista conseguiu líquidar a fatura no primeiro turno.
Com pouco mais de uma semana no cargo, Doria já deu uma sinalização de que realizará uma gestão pública com mecanismos habitualmente utilizados na gestão privada, como por exemplo a cobrança de desempenho dos secretários que caso cheguem atrasados em atos da gestão serão multados em R$ 200,00 por cada 15 minutos de atraso. Esse modelo servirá para que não só os auxiliares diretos do prefeito mas toda a gestão tenha foco no desempenho, coisa que não era muito vista nas gestões Brasil a fora.
Vivemos hoje um momento de falência das instituições públicas, enfatizando a necessidade de um estado menor e muito mais eficiente, e isso tem se tornado uma das premissas da gestão do prefeito de São Paulo que tendem a ser referência para todo o país. Ao longo dos anos criou-se a estigma de que o estado não poderia ser eficiente pois a burocracia era uma necessidade natural da forma de gerir a coisa pública, as privatizações foram simplesmente demonizadas pelos que comandaram nosso país nos últimos treze anos e isso se tornou um mantra que acabou culminando na crise que vivemos hoje, de um estado inchado e incapaz de prestar bons serviços para a população.
Doria tende a não só privatizar muita coisa, como cobrar eficiência da gestão, que apesar de pública e não necessariamente foi feita para dar lucro, mas não pode dar prejuízo. Também pode se entender que o lucro de uma boa gestão pública são os serviços sendo realizados com qualidade e eficiência e a população se sentir satisfeita, o que absolutamente a gente não vê na maioria dos municípios brasileiros.
Caso Doria consiga colocar nos próximos dois anos os seus projetos arrojados e inovadores em prática, ele se tornará um ator estratégico nas eleições de 2018, seja disputando o governo de São Paulo, a presidência da República ou até mesmo como um mero cabo eleitoral. Ele pode ser a referência de gestor público que os brasileiros se acostumaram a não ter, e sua gestão poderá servir de parâmetro para que o Brasil possa encontrar saídas para a grave crise que se encontra.
Paciência - Com apenas uma semana de gestão já tem gente criticando o secretário executivo de articulação política de Jaboatão dos Guararapes Robson Leite, dizendo que ele jamais deveria ter assumido o cargo porque não tem estatura política para o posto. As pessoas precisam ter paciência porque a gestão do prefeito Anderson Ferreira não tem nem dez dias.
Agricultura - A deputada estadual Roberta Arraes (PSB) que é oriunda do sertão do Araripe poderá assumir a presidência da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa de Pernambuco em substituição ao prefeito de Petrolina Miguel Coelho também do PSB que ocupava o cargo no biênio passado. Pela identificação com a área e por ser do mesmo partido do governador Paulo Câmara, suas chances são muito boas.
Tamanho - Exceto o ex-governador Jarbas Vasconcelos, não há nenhum político com dimensão estadual para disputar o Palácio do Campo das Princesas em 2018. Adversário de Paulo Câmara em 2014, o senador Armando Monteiro não está empolgando nem seus próprios aliados para a disputa do ano que vem.
Insatisfação - Alguns aliados da prefeita de Caruaru Raquel Lyra já reclamam do seu excesso de centralização e que não tem dialogado com muita gente que fez parte da sua vitória no ano passado. Muitos dos que estão insatisfeitos com a prefeita dizem que já perderam as esperanças de que ela poderá estabelecer diálogo com o passar dos meses.
RÁPIDAS
Reformas - O pernambucano Geraldo Cisneiros, que faz parte da secretaria geral da mesa do Congresso Nacional, foi chamado às pressas para Brasília. O Palácio do Planalto pediu ao Congresso urgência nos projetos visando as reformas previdenciária e trabalhista.
Entrave - A candidatura de Jarbas Vasconcelos a senador, precocemente colocada nos bastidores, já virou um grande entrave para o governador Paulo Câmara manter a tropa unida. Ninguém desmerece o peso político de Jarbas, mas há quem defenda que ele deixe a Frente Popular se reoxigenar, uma vez que ele já teve a oportunidade de ser senador entre 2007 e 2014.
Inocente quer saber - Vado da Farmácia vai sair ileso das atrocidades que cometeu na sua gestão no Cabo de Santo Agostinho?