Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Manda quem pode...

Magno Martins, | qua, 18/01/2017 - 17:14
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Prefeito romper com o vice é algo extremamente corriqueiro. Vem desde a instalação da República, não vai acabar nunca. Aliás, poucos são os gestores que conseguem uma convivência pacífica ao longo do mandato com o seu eventual substituto. Mas a jogada de tolha de São Lourenço da Mata, concretizada ontem, com apenas 17 dias de Governo do novo prefeito, o trabalhista Bruno Pereira, é fortíssima candidata a entrar para o Guines Book.

Para entender o episódio, entretanto, é muito fácil. A briga é política com ranço de intriga pessoal e interferência indevida de uma mão familiar – a do ex-prefeito Jairo Pereira (PTB), pai do atual prefeito. Sem poder concorrer nas eleições passadas por se enquadrar na leia da Ficha Limpa, o cacique dos Pereira lançou o filho e teve um papel fundamental na sua eleição. Por isso mesmo, se acha no direito de montar um governo paralelo.

O mando não é paralelo porque tem o aval do filho, mas já começou provocando uma complicação para quem inicia um Governo objeto de grande expectativa positiva por parte do eleitorado, que optou pela mudança, elegendo um prefeito no campo da oposição. Não se sabe qual o acordo de pai e filho, mas essas interferências acabam dando muito errado.

Médico de carreira, ex-vereador, Gabriel Neto, o vice, estava entusiasmado em tirar do papel as promessas de Bruno na área de saúde. Competente, tinha tudo para dar certo. Tinha, mas o pai do prefeito atrapalhou. Sacou da cintura sua espada de coronel e, na delineação do seu território, mostrou que manda mais do que o filho, obrigando a saída do vice e secretário do Governo.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo, reza um velho ditado popular. Infelizmente, o conselho não serviu para o inadvertido vice-prefeito, que saindo da pasta oficializa, efetivamente, o rompimento político. Bruno e Gabriel lembram muito o episódio de João Paulo com João da Costa, com uma diferença: romperam com 17 dias de gestão. Os Joãos romperam antes da posse.

CALAMIDADE– Apenas nas primeiras semanas de janeiro, 32 municípios decretaram calamidade financeira, de acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM). O presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, alerta que esses atos são meramente formais para comunicar à sociedade que o município está mal, mas não tem efeito jurídico nenhum. Segundo ele, o decreto representa um ato político e, para ter efeito legal e, portanto, jurídico, precisa ser aprovado pelo poder Legislativo local.

Raquel aprova Queiroz– O silêncio da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), quanto à herança que recebeu do prefeito José Queiroz (PDT), inquieta aliados, mas também está sendo interpretado nos meios políticos e sociais da cidade como sinal de que não encontrou terra arrasada, como parece comum nas manifestações dos mais diversos prefeitos que assumem o poder repassado por adversários. Sendo verdade, Queiroz passa a ser de fato uma das aves raras do Estado a entregar um município extremamente equilibrado.

Reforma de mentirinha– O vereador Paulo Valgueiro, da bancada do PMDB na Câmara de Petrolina, diz que a reforma do prefeito Miguel Coelho (PSB) é para inglês ver. “Nos seus primeiros quinze dias de governo, o prefeito tem dito uma coisa e feito outra. Antes mesmo de tomar posse, já viabilizou, junto à Câmara de Vereadores, o aumento do seu próprio salário. Na primeira semana de seu Governo, encaminhou projeto de reforma administrativa excluindo cargos, renomeando secretarias, redistribuindo competências, dando a entender que de fato faria reduções de custos, mas isso não ocorreu”, afirmou.

Polêmica em Jaboatão– Do prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PP), ao rebater o ex-prefeito Elias Gomes (PSDB) de que, ao revelar a herança maldita, estaria produzindo um factoide. “O ex-prefeito diz que a dívida foi contraída em razão de obras de construção de escolas, unidades de saúde e pavimentação/manutenção de ruas. Não é verdade. Só em relação à merenda ficou um resto a pagar no valor de R$ 4.081.717,73. Se os restos a pagar foram todos oriundos das obras citadas, então o erário público foi muito mal empregado. O ex-prefeito descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tanto que deixou uma dívida altíssima sem a garantia de recursos em caixa para a atual gestão efetuar os pagamentos”.

CALOTE EM CUSTÓDIA - O prefeito de Custódia, Emmanuel Fernandes, o Manuca (PSD), começou muito mal a sua gestão, dando calote nos servidores contratados. O mais grave é que, mesmo recebendo dinheiro da repatriação, não pagou a quem prestou serviços ao município até dezembro passado. O mais chocante, que aponta a insensibilidade do prefeito, é que nem as gestantes escaparam dos cortes. E estão passando dificuldades, sem sequer ter o dinheiro do leite.

CURTAS

REGRESSO APOTEÓTICO – Quatro anos rifado dos palcos festivos de Iguaracy, sua terra natal, no Sertão do Pajeú, a 360 km do Recife, o cantor, compositor e poeta Maciel Melo soltou o seu canto na abertura da tradicional desta do padroeiro São Sebastião, na semana passada. Convidado pelo novo prefeito José Torres (PSB), o Zeinha, o ex-motorista de ambulância que tirou o poder do coronel Francisco Dessoles (PTB), o forrozeiro arrasou, matando a saudade dos seus conterrâneos.

RETALIAÇÃO – o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), afirma que o massacre na penitenciária de Nísia Floresta foi uma "retaliação" à rebelião em Manaus.  “Até hoje, nunca tinha havido um confronto dentro dos presídios entre PCC e Sindicato do Crime RN. Virou uma guerra. Começou no Amazonas, isso é uma retaliação. Essa briga não é do RN, é uma retaliação do que aconteceu no Amazonas, é uma vingança ao caso do Amazonas e aconteceu no meu estado, infelizmente”, lamentou.

 

Perguntar não ofende: Por que o vice-prefeito de São Lourenço silenciou diante do rompimento com o prefeito? 

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