África do Sul: 2 pessoas são mortas a facadas em mesquita

O suspeito feriu outras duas pessoas, que foram hospitalizadas

| qui, 14/06/2018 - 08:43
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Foto: RODGER BOSCH Polícia vigia a mesquita após o assassinato Polícia vigia a mesquita após o assassinato

Duas pessoas morreram nesta quinta-feira (14) esfaqueadas em uma mesquita de Malmesbury, região oeste da África do Sul, por um homem que foi morto pela polícia, um mês depois de um ataque similar em outro templo muçulmano do país.

Alertada por fiéis, a polícia chegou rapidamente à mesquita de Malmesbury, localidade que fica 60 km ao norte da turística Cidade do Cabo. No local, os agentes encontraram duas pessoas mortas a facadas e outros feridos, informou a porta-voz das forças de segurança, Noliyoso Rwexana.

"O suspeito, com idade por volta dos 30 anos, armado com uma faca, avançou contra os policiais que tentavam convencê-lo à aceitar a rendição", completou Rwexana.

"Ele ignorou a demanda, tentou atacar a polícia e foi morto", explicou.

O suspeito feriu outras duas pessoas, que foram hospitalizadas.

Até o momento não foram divulgadas informações sobre as supostas motivações do agressor.

Este seria de nacionalidade somali, segundo a imprensa local, uma informação que a polícia se negou a comentar.

A polícia isolou e fechou o acesso ao local do ataque.

Uma organização muçulmana sul-africana, Muslim Judicial Council, se declarou "profundamente comovida" com o ataque.

"Não temos detalhes sobre o que aconteceu, mas pedimos a nossa comunidade que não tire conclusões antes do esclarecimento dos fatos", afirmou a ONG em sua conta no Twitter.

No mês passado, um ataque similar aconteceu em uma mesquita xiita de Verulam, ao norte de Durban (nordeste), onde três pessoas não identificadas e armadas com facas degolaram um homem e esfaquearam outros dois.

Os três criminosos conseguiram escapar e permanecem foragidos.

A motivação deste ataque precedente ainda não foi elucidada, mas a polícia apontou "sinais de extremismo".

Um líder da comunidade muçulmana da África do Sul, Moulana Aftab Haider, afirmou na ocasião que o ataque tinha "as características de uma organização terrorista como (o grupo extremista) Estado Islâmico".

A comunidade xiita sul-africana é vítima há oito meses de uma "campanha de ódio nas mesquitas, nas rádios e nas redes sociais", completou.

Poucos dias depois do ataque de Verulam, a polícia encontrou um artefato explosivo na mesma mesquita.

A África do Sul, com 53 milhões de habitantes, 1,5% deles muçulmanos, tem uma grande tradição de tolerância religiosa.

Até o momento, o país não sofreu ataques jihadistas, ao contrário de outros países africanos.

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