Qual será a agenda presidencial em 2014?

Adriano Oliveira, | seg, 04/02/2013 - 15:47
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Notícias diversas advindas de variadas fontes constroem agendas na opinião pública. Atores políticos, através da imprensa e redes sociais, têm condições de construir agendas e propiciar discussões em torno delas. As agendas têm dois caminhos, os quais interagem, mas não são semelhantes. No primeiro caminho o ator político é o sujeito principal, ou seja, ele dita a agenda. No segundo, é a imprensa ou a opinião pública que determina a agenda. Em dado momento, estes atores se confundem e a origem da agenda não é mais identificável.

Atores políticos sábios se posicionam estrategicamente perante a opinião pública e a imprensa. Neste caso, eles ditam a agenda. Com isto, adquirem condições de conquistar espaços na imprensa, nas redes sociais e na opinião pública, e fazem com que as suas imagens estejam associadas a temas que provocam o interesse dos atores que publicizam, reverberam e fortalecem a agenda.

Qual será agenda da eleição presidencial de 2014? A agenda posta cotidianamente pelo PSDB e por parte da imprensa é a econômica. Os atores que difundem tal agenda parte do raciocínio simplista de que a ausência de crescimento econômico retira o favoritismo de Dilma em 2014. Este raciocínio é coerente, pois os sucessos eleitorais de FHC, Lula e de Dilma foram motivados, em parte, pela variável econômica. Entretanto, outras variáveis podem preponderar no debate eleitoral da próxima eleição presidencial.

O governador Eduardo Campos, provável candidato à presidente, propõe, sabiamente, duas agendas. Um novo Pacto Federativo é a primeira agenda. A manutenção das conquistas trazidas pelos governos de FHC, de Lula e de Dilma e a necessidade de avançar em áreas que não sofreram avanços é a segunda agenda. A primeira agenda pauta os prefeitos, os quais estão ávidos por verbas e carentes de atenção. Mas esta agenda pode ser sufocada a qualquer instante por Dilma, basta ela anunciar pacotes de bondades para os gestores municipais.

A outra agenda proposta pelo governador Eduardo Campos é mais adequada, pois não apresenta fragilidades tal como a primeira. Além disto, o discurso da manutenção do que é bom adquirirá força caso seja identificado através de pesquisas a existência de “ressaca eleitoral” por parte do eleitorado para com a eterna disputa entre PT e PSDB.  Neste caso, os eleitores poderão optar por sair desta dicotomia e migrarem para o candidato do PSB.

Outra agenda, a qual não está posta de modo claro, mas que favorece Dilma caso seja, é a utilização da frase “força e coragem para tomar decisões”. Dilma, diante de um possível cenário de reduzido crescimento econômico, poderá optar pelo seguinte discurso: “O Brasil cresceu pouco em razão das dificuldades na economia mundial. Mas tive a coragem de reduzir os juros e a conta de energia elétrica com o objetivo de trazer de volta o crescimento econômico. E também não tive receio de combater a corrupção no meu governo”.

Portanto, observo, neste instante, que a agenda do PSB – manter o que é bom e avançar – é factível e poderá encontrar condições eleitorais para se fortalecer. O PSDB continua com uma agenda pouco criativa: reduzido crescimento econômico. E o PT está, no momento, na defensiva, pois responde diariamente à agenda trazida pela imprensa e pelo PSDB, qual seja: a economia brasileira não cresce. Certamente outras agendas surgirão, mas isto só ocorrerá caso os estrategistas sejam criativos, inclusive na identificação das demandas do eleitor.

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