Infelizmente a Petrobras, uma das maiores empresas do país, nos últimos meses freqüenta mais a página policial do que o caderno de economia dos grandes jornais brasileiros, uma conjunção de fatores políticos e econômicos tem colocado a empresa em difícil situação.
Deixando de lado os aspectos que estão sendo investigados pela “Operação Lava Jato” o fato é que a combinação de excesso de intervencionismo estatal com vistas ao controle da inflação comprometeu o desempenho da empresa nos últimos anos, se não fosse pouco, a queda no preço do petróleo no mercado internacional reduz significativamente a receita da empresa. Não podemos deixar de falar nos problemas de gestão, o crescimento vertiginoso de alguns dos principais de seus projetos de investimento e a demora na entrega de algumas obras.
Esta soma perversa tem comprometido o desempenho da empresa nos últimos anos. Sem falar nos desdobramentos da operação lava-jato que corroboram para a crise na empresa.
Mas de fato, quais são os impactos da crise na Petrobrás na economia do Brasil? Um estudo do Dieese de dezembro passado nos ajuda a visualizar o tamanho do problema para a economia brasileira.
Segundo o estudo, o setor de petróleo e gás que possui como principal player a Petrobrás, representava em 2014, 13% do PIB, uma crise que gere redução nos investimentos e na produção, pode gerar um significativo efeito recessivo na economia do país. Quando observamos que as expectativas de crescimento para a economia do país em 2015 situam-se próximas de zero, percebe-se o quão grave é para todos nós a crise na empresa.
O investimento médio diário da empresa em 2014 foi de R$ 383 milhões, com as denúncias da “Operação lava-jato”, já existe uma previsão de redução de investimentos. Tal fato pode comprometer a já minguada formação bruta de capital fixo, ou seja, o investimento no país. Sem investimento em uma situação de expectativas negativas diminuem-se as chances de crescimento no curto prazo.
As grandes obras da Petrobrás nos últimos anos têm estimulado o emprego industrial em várias regiões do Brasil a exemplo de Pernambuco, uma paralisia nos investimentos pode gerar desemprego no setor. Sem falar nos problemas que funcionários de várias empresas terceirizadas já enfrentam com a falta de pagamentos.
Percebe-se assim que para o bem da economia e da vida de milhares de trabalhadores, as denúncias precisam ser passadas a limpo, mas tudo deve ser conduzido de forma a não comprometer a atividade produtiva da empresa. O novo presidente da companhia tem uma dura missão!
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