O documentário sobre o processo envolvendo a reprodução de caricaturas de Maomé pela revista Charlie Hebdo foi vendido a uma distribuidora norte-americana para ser lançado nos Estados Unidos, informou nesta terça-feira à AFP seu distribuidor francês.
O filme "C'est dur d'être aimé par des cons" ("É difícil ser amado por idiotas", na tradução literal), de Daniel Leconte, saiu discretamente na França em 2008, e segue em tempo real o processo que organizações muçulmanas entraram contra a Charlie Hebdo por ter reproduzido, em 2006, 12 caricaturas dinamarquesas de Maomé. O documentário foi visto por 50.000 pessoas na França.
"Nós vendemos o filme para a distribuidora americana Kino Lorber", informou Eric Lagesse, presidente da distribuidora Pyramide, detentora dos direitos do filme.
"Há um circuito alternativo muito ativo nos Estados Unidos, com as universidades, e eu acho que é assim que o filme irá rodar", avaliou Lagesse, explicando ter recebido inicialmente "pedidos diretos das salas de cinema para mostrar o filme" em Los Angeles e Nova York.
"Estamos em negociação com suíços, italianos e alemães", disse ainda, indicando que o filme também foi vendido para distribuidoras de televisão na Dinamarca e na Alemanha.
Na França, "C'est dur d'être aimé par des cons" foi reprisado em uma centena de cidades após o atentado de 7 de janeiro contra a revista satírica que matou 12 pessoas. O documentário também acaba de ser relançado em DVD. A arrecadação total será revertida para a Charlie Hebdo.
Unifrance, organismo de promoção do cinema francês, também disponibilizou o filme na internet durante o festival online de cinema "My French Film Festival", que começou no último 16 de janeiro. O filme já foi visto 10.000 vezes, segundo cálculos da Unifrance.