Texto colaborativo de Henrique Viera

De acordo com informações do IBGE, o poder público, em suas três esferas – municipal, estadual e federal emprega mais de 3 milhões de concursados.  Se compararmos com outras empresas, o poder público nacional se torna a empresa com maior número de funcionários no mundo. Esse número se justifica pelas inúmeras vantagens. 

A lista de benéficos para quem ingressa no setor público em detrimento ao privado é grande, começando pelo salário. No último ano a Gazeta Online, empresa afiliada ao grupo Globo no Espirito Santo, divulgou que a diferença entre o que se recebe no setor público em comparação ao privado pode chagar em R$ 5.000,00. Por exemplo, a assembleia legislativa do estado paga para um auxiliar administrativo um salario entre pouco mais de R$ 3.000,00 e R$ 7.000,00, sendo que o mercado privado oferece para o mesmo cargo uma remuneração entre R$ 900,00 e R$ 1.300,00. Também existem auxilio creche, alimentação e dependendo do cargo, auxilio moradia. 

Claro, podemos destacar também que após três anos da contratação o funcionário tem estabilidade garantida e ao menos que cometa infração muito grave, permanecerá no cargo, se assim o desejar, até se aposentar. 

Além disso, o mercado de trabalho costuma descartar profissionais com idade elevada, já no setor público qualquer pessoa entre 18 e 69 anos pode se inscrever pata uma vaga, e essa escolha vai se basear no conhecimento que ela adquiriu em sua formação.  Esse benefício se estende também aos PCDs, pessoas com deficiências, que além de vagas exclusivas, também podem concorrer, livremente (desde que esteja qualificada) para vagas com pessoas não deficientes. 

Para o setor privado, embora existam leis que coíbam, ainda existe uma espécie de preconceito nos dois cenários.  Devemos lembrar também que instituições financeiras concedem linhas exclusivas de crédito para servidores, que tem descontos na aquisição de bens como automóveis e imóveis. A Caixa e o Banco do Brasil são umas dessas instituições com linha exclusivas. 

Todo esse cenário se explica pelo fato das entidades terem posicionamentos diferentes. No setor privado o objetivo é lucro e o salário dos colaboradores se enquadra nesse aspecto, já no setor público a ideia é atender aos contribuintes, que d certa forma já pagam por esse serviço. O ritmo lento da economia a as incertezas dos últimos anos fazem com que os brasileiros se preocupem com seu futuro e assim enxergam na carreira pública a oportunidade da estabilidade.  

Plano de carreira

Um dos principais problemas do setor público ao poucos vem se desfazendo. A estagnação em um cargo vem sendo substituída pelo plano de carreira, que já é apresentado em grande parte dos cargos público. A possibilidade de uma carreira é o que chama a atenção de Anderson Cruz, estudante de jornalismo, “Quando formado todo mundo deseja trabalhar naquilo que estudou, mas existe o receio, sobretudo para minha geração de que faríamos a mesma coisa pelo resto de nossas vidas, mas com o plano de carreira tudo muda e o setor público se torna o ideal”, diz o estudante.

Esse proposito também fez com que o engenheiro civil Gilmar Silva iniciasse o processo de preparação para o próximo concurso do INSS, “Trabalhei a vida toda na minha área, e hoje, aos 40 anos vejo na carreira pública a oportunidade de conseguir estar empregado pelos próximos anos, sem me preocupar com a situação econômica brasileira.”. 

Estima-se que existam aproximadamente dez milhões de brasileiros estudando para prestar algum concurso público nos próximos 12 meses. O levantamento feito com base nos dados da Pesquisa Nacional de amostragem de Domicílios, o PNAD, realizada pelo IBGE e que leva em conta tanto aqueles que estão matriculados nos incontáveis cursinhos preparatórios espalhados pelo país como também aqueles que se dedicam a estudar em casa.