NÃO PUBLICAR AINDA A promessa de bons salários, estabilidade e progressão de carreira atraem muitas pessoas para os concursos públicos, deixando a concorrência pelas vagas muito alta e aumentando a importância de se dedicar bem à preparação para todas as etapas de seleção. A redação, que para muitas pessoas é um desafio desde os tempos de colégio, é cobrada em alguns certames e exige tanta atenção quanto as provas objetivas, por exemplo, uma vez que pode ser um fator decisivo para a aprovação.
De acordo com a professora Vanessa Alves, que dá aulas de redação voltadas ao público concurseiro, não há muitas diferenças entre as redações dissertativas-argumentativas dos vestibulares e as dos concursos, que têm a mesma estrutura textual, podendo apenas variar um pouco em relação à temática abordada. “Nos concursos os temas podem ser mais objetivos, como no vestibular, ou mais metafóricos e subjetivos”, explicou ela.
##RECOMENDA##A professora Tereza Albuquerque também destaca que, para alguns cargos, o tema da redação do concurso pode ter ligação com a atividade laboral a ser exercida pelos aprovados. De acordo com ela, um candidato a analista, por exemplo, tem questões ligadas ao direito na profissão. Nesse caso, a prova de redação quer que o aluno discurso sobre essas questões ligadas ao universo jurídico.
Vanessa também explica que alguns concursos podem cobrar questões discursivas, que de acordo com ela têm uma estrutura semelhante com a da redação, mas com perguntas pré-moldadas pela banca, dando um assunto a ser tratado, explicado, embasado e exemplificado, porém sem criação de argumentos, em um texto expositivo. A professora explica que também podem ser cobrados estudos de caso em que a banca cria uma situação em que o aluno irá usar dispositivos legais e base jurídica para responder à questão.
Ainda sobre a temática cobrada nas provas, Vanessa explica que, via de regra, os concursos têm alguns eixos temáticos, abordando assuntos ambientais, políticos e sociais. Uma pesquisa realizada pelo LeiaJá em temas que já foram cobrados encontrou, por exemplo, “preservação do espaço público”, que apareceu em uma prova para o Banco do Brasil em 2015, “a conciliação dos sentimentos humanos na vida moderna” no concurso da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul em 2013 e “o papel da linguagem escrita na sociedade contemporânea” no certame do Tribunal Regional Federal da 4ª Região em 2014, entre outros.
No que diz respeito às maiores dificuldades que os concurseiros apresentam quando se trata de redação, a professora Tereza aponta a dificuldade de compreensão do texto, erros gramaticais, progressão temática e textual, textos confusos, argumentos baseados em senso comum, preconceito e desrespeito aos direitos humanos como os problemas mais comuns. Por sua vez, Vanessa apontou a falta de embasamento teórico, arcabouço cultural e leitura como erros mais frequentes.
A professora Tereza Albuquerque orienta que os concurseiros comecem a se preparar para a prova de redação com antecedência para garantir que já estejam produzindo textos bons o suficiente para obter uma boa nota na data da prova. “Às vezes o aluno começa em cima da hora e aí infelizmente tira uma nota baixa, porque a produção de texto requer prática”, explica ela, que também destacou a importância de ter o acompanhamento de um professor que corrija os textos produzidos para sanar os erros e aprimorar a redação.
A mesma posição é defendida por Vanessa, que também recomenda que o candidato a uma vaga no serviço público, ao se preparar para uma prova de redação, se mantenha informado e antenado com os fatos contemporâneos, desde questões sociais até assuntos ambientais. Para isso, ela indica que o concurseiro esteja atento a “bons manuais, boas enciclopédias, jornais, revistas, portais, porque só se aprende a escrever escrevendo, mas para fazer uma boa redação antes de tudo é preciso ser um leitor antenado à realidade”.
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