Traslado de Nossa Senhora emociona fieis no Círio
Moradores de Belém e Ananindeua celebraram a fé em Nazaré em um dos pontos de parada mais tradicionais da romaria
por Mirelly Pires | sab, 10/10/2015 - 09:55
Para os paraenses, o mês de outubro é marcado pela intensa devoção à Nossa Senhora de Nazaré. O Círio, patrimônio cultural imaterial da humanidade, festa marcada no calendário de Belém todos os segundos domingos de outubro, celebra a vida de Maria, mãe de Jesus.
No primeiro traslado da imagem peregrina, na sexta-feira (8), muitos fiéis se reuniram no campus da Universidade da Amazônia (Unama), na rodovia BR-316, para aguardar a chegada da Virgem, que chegou acompanhada de policiais rodoviários federais e guardas da santa. O Traslado é a primeira das 12 romarias do Círio de Nazaré e também a mais longa, com 45 quilômetros.
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A berlinda com a imagem da Virgem de Nazaré saiu da Basílica Santuário para os municípios de Ananindeua e Marituba. Ao longo do trajeto foram prestadas várias homenagens pelos devotos.
Gilda Marina dos Santos, de 49 anos, já perdeu as contas de quantas vezes acompanhou a padroeira no Círio. “Todos os anos eu choro. Minha mãe ia para o Círio com meus irmãos ainda na barriga. Eu nem sei se cheguei a ir antes de nascer”, diz Gilda, emocionada, ao olhar a imagem de Nossa Senhora a poucos metros de distância. Para ela, o Círio simboliza amor e paz. “Eu nunca vou deixar de ser devota. Ela [Virgem Maria] é minha mãe”, diz.
A filha de 18 anos de Gilda, Thalia Brito, participa desde antes o nascimento. Acompanhada sempre da mãe, distribuía água para os romeiros e participantes do traslado da padroeira. “Eu smuito grata a ela por tudo. Não sei explicar a emoção que estou sentindo”, diz. Tremendo de emoção, a moça levantava as mãos para agradecer a Maria pelas graças recebidas. “Quando eu mais precisei, ela [Nossa Senhora de Nazaré] não me abandonou”, afirma.
Emoção - Para os fiéis, a emoção de ver a berlinda todos os anos é inexplicável. Aldivan Lopes, 40 anos, é professor de música em Palmas, Tocantins, e voltou para ver a Santa depois de dez anos sem vir a Belém. “Essa é uma festa que a cada ano se renova”, afirma. Em 2015, ele não veio para pedir, somente agradecer. “Vim agradecer a ela pela saúde do meu pai, que passou por uma cirurgia, e pela cura de uma vizinha, que tinha um tumor no cérebro que sumiu por um milagre.”
As mãos erguidas simbolizavam a redenção dos fieis à Maria. A emoção que atingia todos os presentes era sentida no ar. Nem mesmo o cansaço, o calor ou a grande aglomeração de pessoas foram suficientes para diminuir o desejo de chegar alguns metros mais perto da imagem. As fitas enroladas no braço, com os famosos três nós e três pedidos, eram balançadas à medida que as orações eram feitas. O Círio começou outra vez.
Com a colaboração de Julyanne Forte