Pesquisas eleitorais e o futuro

Adriano Oliveira, | qua, 02/05/2012 - 16:29
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Certa vez, numa banca de doutorado, o professor olha para o aluno e diz: “Não existe futuro”. Ri por longo intervalo de tempo diante dos olhos atentos e curiosos do aluno. Outro dia, ao conversar com um candidato, ele me disse: “Não conheço pesquisas que revelem o futuro”. Desta vez não ri. Fiquei em silêncio. Mas o candidato e o professor me motivaram a opinar sobre o futuro.

O futuro existe. Ele vem depois do presente e do passado - óbvio. É impossível mudar o passado. Mas é possível construir o futuro. Candidatos podem construir o seu futuro eleitoral. O futuro na dinâmica eleitoral não advém apenas do sonho. Ele é concebido concretamente através das ações dos candidatos, as quais ocorrem no presente – Por exemplo: indivíduos mais qualificados tendem a ter maior salário. Portanto, o estudo constrói o futuro promissor do indivíduo.

Mas o futuro do candidato depende, em parte, do eleitor. Eleitores determinam o futuro de dado candidato. Para isto ocorrer, basta apenas que a maioria dos eleitores opte por ele. Com isto, obviamente, ele vence a disputa eleitoral.

Se o futuro do candidato depende dos eleitores, estes podem vir a ser conquistados. Se assim for, e é, os candidatos podem identificar os desejos dos eleitores e construir estratégias para conquistá-los. As estratégias não representam unicamente a peça publicitária, mas o conteúdo da peça, da imagem e do discurso. Enfim, candidatos precisam ter marcas. A formação de alianças partidárias e a conquista de apoios é também uma das estratégias.

A construção da marca do candidato ocorre através de pesquisas qualitativas e quantitativas. Mas elas precisam saber o que perguntar ao eleitor. Variáveis tradicionais como ideologia, preferência partidária, avaliação da administração e intenção de voto importam. Mas não são suficientes para decifrar a mente dos eleitores. Por isto, é necessário que as pesquisas qualis e quanti saibam decifrar os desejos objetivos e subjetivos dos eleitores.

Quando a pesquisa decifra satisfatoriamente o eleitor, é possível prognosticar o futuro, pois as estratégias que o conquistarão nascerão delas. Do mesmo modo, se as estratégias não surgirem das pesquisas, é impossível também prognosticar o futuro. Ou prognosticá-lo equivocadamente. Portanto, o futuro pode ser prognosticado e construído quando pesquisas decifram a realidade e sugerem estratégias.

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