Adriano Oliveira

Adriano Oliveira

Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

Os Blogs Parceiros e Colunistas do Portal LeiaJá.com são formados por autores convidados pelo domínio notável das mais diversas áreas de conhecimento. Todos as publicações são de inteira responsabilidade de seus autores, da mesma forma que os comentários feitos pelos internautas.

Pesquisas eleitorais e o futuro

Adriano Oliveira, | qua, 02/05/2012 - 16:29
Compartilhar:

Certa vez, numa banca de doutorado, o professor olha para o aluno e diz: “Não existe futuro”. Ri por longo intervalo de tempo diante dos olhos atentos e curiosos do aluno. Outro dia, ao conversar com um candidato, ele me disse: “Não conheço pesquisas que revelem o futuro”. Desta vez não ri. Fiquei em silêncio. Mas o candidato e o professor me motivaram a opinar sobre o futuro.

O futuro existe. Ele vem depois do presente e do passado - óbvio. É impossível mudar o passado. Mas é possível construir o futuro. Candidatos podem construir o seu futuro eleitoral. O futuro na dinâmica eleitoral não advém apenas do sonho. Ele é concebido concretamente através das ações dos candidatos, as quais ocorrem no presente – Por exemplo: indivíduos mais qualificados tendem a ter maior salário. Portanto, o estudo constrói o futuro promissor do indivíduo.

Mas o futuro do candidato depende, em parte, do eleitor. Eleitores determinam o futuro de dado candidato. Para isto ocorrer, basta apenas que a maioria dos eleitores opte por ele. Com isto, obviamente, ele vence a disputa eleitoral.

Se o futuro do candidato depende dos eleitores, estes podem vir a ser conquistados. Se assim for, e é, os candidatos podem identificar os desejos dos eleitores e construir estratégias para conquistá-los. As estratégias não representam unicamente a peça publicitária, mas o conteúdo da peça, da imagem e do discurso. Enfim, candidatos precisam ter marcas. A formação de alianças partidárias e a conquista de apoios é também uma das estratégias.

A construção da marca do candidato ocorre através de pesquisas qualitativas e quantitativas. Mas elas precisam saber o que perguntar ao eleitor. Variáveis tradicionais como ideologia, preferência partidária, avaliação da administração e intenção de voto importam. Mas não são suficientes para decifrar a mente dos eleitores. Por isto, é necessário que as pesquisas qualis e quanti saibam decifrar os desejos objetivos e subjetivos dos eleitores.

Quando a pesquisa decifra satisfatoriamente o eleitor, é possível prognosticar o futuro, pois as estratégias que o conquistarão nascerão delas. Do mesmo modo, se as estratégias não surgirem das pesquisas, é impossível também prognosticar o futuro. Ou prognosticá-lo equivocadamente. Portanto, o futuro pode ser prognosticado e construído quando pesquisas decifram a realidade e sugerem estratégias.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

LeiaJá é um parceiro do Portal iG - Copyright. 2024. Todos os direitos reservados.

Carregando