Tópicos | 15 carros

O prefeito de Bom Jesus de Goiás, Adair Henriques da Silva (DEM), tem um patrimônio declarado de R$ 24,9 milhões. Além de gestor municipal, o democrata é um empresário milionário no ramo do agronegócio. Apesar de gerir uma cidade pequena, o goiano viralizou na última segunda-feira (7), após a internet descobrir que ele presenteou seus 15 netos com carros de luxo. Os presentes, somados, totalizam o montante de R$ 2 milhões e o valor exorbitante passou a gerar dúvidas sobre a origem do dinheiro.

Adair, que tem 80 anos, é empresário há décadas em um negócio familiar. Ao G1, ele contou que os carros foram comprados com dinheiro particular, fruto dos anos de trabalho. O prefeito começou cuidando de gado e chegou a ser produtor rural. 

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“Comecei trabalhando de empregado no ramo do agronegócio. Era muito baixo o valor que recebia. A gente sempre sonha com dias melhores. Presentear meus netos foi a realização de um sonho”, disse. Nas redes sociais, vários dos seus netos reproduziram a foto de toda a família segurando o que seriam as chaves das novas aquisições, e declararam que os presentes são rotina para o avô.

Entre os bens declarados pelo prefeito ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última eleição, em 2020, estão imóveis, terrenos, cabeças de gado e aplicações financeiras. No site da Prefeitura de Bom Jesus de Goiás, o salário de Adair Henriques é de R$ 24 mil. 

Apesar do alvoroço sobre o possível uso de dinheiro público para a compra dos veículos, Aldair alega que fez a reserva de compra em julho de 2021, antes de assumir o gabinete Executivo. Sua eleição foi questionada pela Justiça e só foi dada como confirmada em setembro do ano passado.

O prefeito foi eleito com 6.224 votos, 50,62% do total. Porém, a candidatura dele foi indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral devido a uma condenação por crime de responsabilidade após a doação considerada irregular de terrenos públicos. Enquanto o processo não era julgado, o presidente da Câmara de Vereadores assumiu a prefeitura. 

Adair foi condenado em 2009. A pena de dois anos de prisão foi convertida em multa no valor de R$ 50 mil, paga em 2015. Ele também ficou proibido de se candidatar por oito anos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou que o período passou a contar em 2015 e, portanto, Adair deveria ficar inelegível até 2023. Porém, a defesa de Adair recorreu, alegando que o prazo deveria contar a partir de 2009, terminando em 2017. Com isso, a situação dele na candidatura de 2020 já estaria regularizada. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o prazo de inelegibilidade já tinha vencido e determinou que o prefeito eleito assumisse o cargo. Adair passou a atuar como prefeito da cidade em setembro de 2021. A decisão ainda vai passar por análise do plenário da Corte. 

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