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As gêmeas Lara e Mara, de quase 12 anos, chamam a atenção por onde passam. Negras e albinas, elas começam a transitar pelo mundo da moda enquanto tentam lidar com problemas do cotidiano comuns a muitas criança, como o preconceito e o bullying.

O caso delas é ainda mais delicado. Nas ruas, são observadas com "incômodo" por alguns, segundo relata a mãe Felisberta Gomes, de 33 anos. Na escola, ouvem comentários por usarem óculos e terem longos cabelos claros trançados. "Às vezes, elas chegam bem chateadas em casa", diz Felisberta. A irmã mais velha, Sheila, de 13 anos, é negra e também tem posado para fotos com as irmãs. As três sonham em ser modelos e atrizes.

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Filhas de pais imigrantes - vindos de Guiné-Bissau, na África -, Lara, Mara e Sheila nasceram em São Paulo e foram oficialmente apresentadas ao mundo da moda há um ano, quando participaram de um vídeo comercial a convite de um olheiro. A mãe, que é especialista em fazer tranças em um salão de beleza, conta que foi abordada durante o trabalho por um homem. "Ele disse que sempre me via passando com as meninas, que elas eram muito bonitas e as convidou para fazer um vídeo. Pensei: como assim?"

Desde então, as meninas já foram clicadas para campanhas de várias marcas famosas, como Nike, Bazaar Kids e Insanis. E a fama já chegou a outros continentes. As crianças foram procuradas por diversas agências de publicidade internacionais e fecharam um contrato na Alemanha. Até sobrenome artístico adotaram: Bawar. Em manjaco, uma das línguas faladas em Guiné-Bissau, a palavra significa "moça bonita".

A atenção da mídia para as gêmeas tem sido tanta que as meninas estão com a agenda apertada. E o controle em torno delas é rígido. Para a entrevista com o Estado, foram dez dias de conversação. É entre uma viagem e a ida para a escola que elas atendem a imprensa e fotografam para revistas e programas televisivos.

Tímida e discreta, Felisberta é o contraste entre as filhas e até se assusta com a simpatia do trio. No metrô, conta, as meninas abordam passageiros, puxam papo, perguntam se está tudo bem e, em seguida, apresentam os novos "amigos" para a mãe. Em casa, cantam Emicida, dançam Beyoncé e criam peças teatrais. "É delas. Nasceram assim", relata a mãe.

Lara, Mara e Sheila sonham em cinco anos estarem na carreira de modelo. Mara quer ter conhecido vários países e Lara deseja estar "no auge da fama", atuando em novelas.

Albinismo e bullying

De três em três meses, Felisberta gasta dois dias inteiros para fazer tranças nas filhas gêmeas. Por causa do cabelo, afirma a mãe, as meninas ouvem ofensas, principalmente na escola.

A tradição das tranças é de família: a avó ensinou para a mãe, que passou para Felisberta. Também veio da família o albinismo de Lara e Mara: o tio de Felisberta também nasceu com o mesmo distúrbio. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, estima-se que haja 10 mil albinos no País: 1 a cada 18 mil nascimentos. Na África, continente de origem das gêmeas, a probabilidade é maior: 1 a cada 8,5 mil bebês.

Para superar o preconceito e também passar uma mensagem positiva de empoderamento a outras crianças, Sheila tem estudado sobre bullying para dar palestras a outras meninas e meninos ao redor do mundo. Uma conversa com uma escola americana já está marcada. "Muitas pessoas que sofrem bullying acabam fazendo o mesmo com outras. Isso precisa mudar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma brasileira foi presa nesta segunda-feira, dia 23, na cidade de Bolonha, na Itália, por ter causado confusão em um ônibus. A mulher de 37 anos, que não foi identificada, começou a xingar duas adolescentes dizendo que elas não podiam se sentar no transporte.

A brasileira, que tem cidadania italiana e já é conhecida pela polícia do município por outros delitos, chamou as garotas, de 15 e 17 anos e que iam para a escola, de "albinas de merda" e "prostitutas dos brancos".

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Neste momento, um italiano de 46 anos que também estava no ônibus tentou acalmar a mulher, que respondeu com insultos e pontapés. O homem então chamou a polícia e avisou o motorista do veículo, que o parou e pediu para que todos os outros passageiros saíssem dele. Indignada, a brasileira ainda ameaçou o motorista e cuspiu nele.

Pouco tempo depois, oficiais chegaram ao local e a prenderam, com muita resistência da mulher, que não quis entregar seus documentos. A cidadã italiana foi detida por violência contra menores, lesão corporal e resistência à prisão e denunciada por ameaça e interrupção do serviço público. Ela também já havia sido presa por crimes contra a pessoa e o patrimônio no passado.

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