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Em meio à polêmica de entregar a farinata para complementar a merenda escolar, a Prefeitura adiou para o próximo ano a inclusão de famílias de baixa renda no Leve Leite. Em fevereiro, o programa foi reduzido e restrito apenas aos alunos de até 6 anos.

A Secretaria Municipal de Educação, porém, havia prometido que o benefício seria estendido até julho deste ano às crianças inscritas em programas sociais, como o Bolsa Família, e que, apesar de terem idade para frequentar creche e pré-escola, não estão matriculadas.

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O total de beneficiários passou de 916 mil, no ano passado, para 250 mil neste ano - redução de 73%. As famílias, sem acesso ao programa e sem vaga para filhos nas escolas, esperam ser cadastradas para receber dois quilos de leite em pó por mês. É o caso da dona de casa Thaislaine da Silva, de 20 anos. Mãe de duas crianças de 1 e 4 anos de idade, ela recebe o Bolsa Família, mas aguarda vaga na creche para os dois filhos.

"Para mim, seria muito bom que ele fosse (para creche) porque não consigo trabalhar tendo que cuidar de duas crianças e preciso de ajuda de parentes até para comprar comida para eles", conta Thaislaine.

Em nota, a Secretaria de Educação disse que, com o "redesenho do programa", foi possível criar 23 mil vagas de creche. A extensão do programa a crianças de fora da rede, acrescentou a pasta, será feita em 2018.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A gestão João Doria (PSDB) desistiu nesta quinta-feira, 19, de usar a "farinata" - composto produzido a partir de alimentos próximos ao vencimento - na merenda de escolas municipais de São Paulo. O recuo ocorreu um dia após o prefeito anunciar a ideia, que foi alvo de críticas e não tinha passado por avaliação da Secretaria Municipal de Educação.

Em nota enviada à noite, a Prefeitura não garantiu nem o uso do produto para a população carente, como havia sido inicialmente proposto na semana passada. Disse que a "eventual" distribuição da "farinata" "será de atribuição, principalmente, dos serviços municipais de assistência social" e usada na produção de pães, bolos e sopas.

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A Comissão de Administração da Câmara Municipal de São Paulo aprovou na tarde de quarta-feira, 18, a realização de uma audiência pública para discutir a distribuição do composto alimentar conhecido como "farinata" em instituições da rede pública da capital. O composto alimentar é produzido a partir de alimentos próximos da data de vencimento e será distribuído na rede municipal de ensino a partir deste mês, segundo a Prefeitura. A patente do produto é da Plataforma Sinergia, uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip).

De autoria do vereador Alfredinho (PT), o requerimento convida a participar da audiência pública o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, e a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda, além da nutricionista e pesquisadora da Universidade de São Paulo Renata Levy e de um representante do Fórum da Assistência Social da Cidade de São Paulo. Ainda não há data divulgada para o evento. No requerimento, o vereador levanta nove questionamentos sobre o produto, relacionados a campos como realização de testes de qualidade, distribuição e composição, dentre outros.

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Também na quarta-feira, outro pedido de audiência pública sobre o tema foi votado e negado na Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher, de autoria da vereadora Sâmia Bonfim (PSOL). Foi definido, contudo, que o programa Alimento para Todos voltará a ser discutido em uma reunião ordinária marcada para o dia 26 de outubro. Nas redes sociais, Sâmia organizada também um abaixo assinado em apoio à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o composto alimentar.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira, 18, que o composto alimentar produzido a partir de alimentos próximos à data de vencimento será incluído na merenda de parte das escolas municipais da cidade ainda neste mês. Segundo a Prefeitura, ainda está "em estudo" como será feita a distribuição e quais instituições serão inicialmente contempladas, mas está definido que não haverá nenhum custo para os cofres públicos.

Disponível em versões em pó, granulada ou processada na forma de macarrão e biscoito, o composto será utilizado como complemento e substituto de parte da merenda escolar. A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloísa Arruda disse que será estudada, por exemplo, a substituição do macarrão comprado para as escolas pela versão doada pela Sinergia, organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) que detém a patente do produto.

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Segundo a fundadora da Sinergia, Rosana Perrotti, a indústria alimentícia irá pagar para a Oscip realizar o processo de transformação dos alimentos, que seriam descartados, em farinha ou granulado. Ela não especificou, contudo, qual é o custo do processo, que, segundo ela, é mais barato que o descarte. A empresária reafirmou, ainda, que o produto é "seguro" e respeita todos os padrões de produção da indústria.

Doria disse que inicialmente as empresas participantes não receberão nenhum tipo de isenção ou incentivo fiscal, embora essa possibilidade esteja prevista na Lei 16.704/17, sancionada na semana passada dentro do programa Alimento para Todos.

Sem antecipar prazos, o prefeito ressaltou que o produto também deve ser distribuído em outros equipamentos sociais, como espaços que acolhem pessoas em situação de vulnerabilidade.

D. Odilo Scherer

O cardeal d. Odilo Scherer, que também estava na entrevista coletiva concedida na Cúria de São Paulo, voltou a declarar que apoia o projeto da Sinergia há pelo menos quatro anos e afirmou que o composto alimentar já está sendo adotado nos sítios da Missão Belém, que acolhe pessoas em situação de vulnerabilidade social. "Eu fico ofendido quando dizem que é ração. Desrespeitar o pobre é lhe negar o alimento, é a fome", declarou.

No mesmo evento, Doria e o cardeal provaram uma torrada feita com o composto, que também foi distribuída a jornalistas antes da coletiva sem a informação de que era produzida com a farinata.

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