Tópicos | Dória

O ex-governador de São Paulo, João Doria se encontrou no último domingo, 3, com o vice-presidente da República e presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), após longo afastamento. A revelação do encontro foi feita pelo empresário em suas redes sociais. Segundo Doria, por meio de sua assessoria, a conversa girou em torno de economia e o futuro do Brasil. "Chegou dirigindo seu carro particular. Tivemos uma excelente conversa sobre o Brasil e suas boas perspectivas. Alckmin tem grandeza, capacidade e bom sentimento", diz a legenda da postagem.

A vice-presidência informou que o encontro não foi registrado na agenda oficial por se tratar de um compromisso pessoal de Alckmin, que ocupa interinamente a presidência da República até terça-feira, 5. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em uma viagem internacional pelo Catar, Emirados Árabes e Alemanha, além de participar da 28º Conferência das Nações Unidas sobre Mudança de Clima (COP28), em Dubai.

##RECOMENDA##

A relação entre os dois ex-tucanos viveu altos e baixos. Doria venceu as eleições à Prefeitura de São Paulo em 2016 apadrinhado por Alckmin, que era governador na ocasião. Porém no ano seguinte, a relação já começou a azedar, pois João Doria começou a viajar pelo país na tentativa de se cacifar para a ser o presidenciável das eleições de 2018, posto que Geraldo Alckmin ocupou naquele pleito.

Outro fator que gerou mal estar na relação entre os dois políticos, foi a aproximação de Doria com Jair Bolsonaro já no primeiro turno. A atitude levou Geraldo Alckmin a afirmar que "traidor eu não sou", em reunião com lideranças do PSDB, em referência ao antigo aliado.

Em 2021, houve outra rusga na relação. Geraldo Alckmin cogitava se candidatar ao governo do Estado no ano seguinte, mas Doria, que era presidente da sigla, lançou o seu vice Rodrigo Garcia (PSDB), que não se reelegeu.

Ainda em 20o21, após 33 anos, após Doria ser escolhido em convenção como candidato da legenda à Presidência da República, Geraldo Alckmin deixou o PSDB e foi para o PSB, em uma manobra para concorrer como vice-presidente na chapa de Lula ao Palácio do Planalto. Doria criticou essa aproximação. Depois, também deixaria o PSDB, em outubro daquele ano, após ver frustrado o seu plano de concorrer à Presidência do Brasil.

O ex-governador de São Paulo João Doria (sem partido) afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ser "o grande agente pacificador do Brasil" e que o apoio prestado a Jair Bolsonaro (PL) em 2018 foi "um equívoco". Ele pediu, pela segunda vez, desculpas ao atual presidente por críticas feitas no passado.

"Há uma pessoa no Brasil que pode reduzir sensivelmente essa visão de confronto (da polarização política) e essa postura divisória entre nós e eles, que é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mandato que ele tem para cumprir, nos próximos três anos e quatro meses, ele pode ser o grande agente pacificador do Brasil", disse João Doria durante uma entrevista ao Brazil Journal nesta terça-feira, 3.

##RECOMENDA##

Fora da política institucional e desfiliado do PSDB, partido que integrou por 22 anos, o ex-governador hoje atua na iniciativa privada e na condução do Lide - grupo de empresários que periodicamente se reúne com parlamentares e governantes. Na entrevista desta terça, o ex-tucano disse que não está arrependido das suas escolhas e que vai colaborar com a política "pela via da cidadania".

O apoio a Bolsonaro nas eleições de 2018 foi classificado pelo ex-governador como um "equívoco". Durante a condução da pandemia, ele se opôs ao ex-presidente por causa da compra de vacinas contra a covid-19. "Foi um equívoco compartilhado por milhões de outros brasileiros que também acreditaram que aquele (a eleição de Bolsonaro) seria o melhor caminho. Não foi", disse Doria.

No último dia 25, foi ao lado do ex-tucano que Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, disse em um evento do Lide que o apoio a Bolsonaro foi por uma oposição ao PT e não por simpatizar com as ideias do ex-presidente, tentando se desvencilhar do ex-presidente.

Reiterando o que já havia dito no dia 26 de setembro, Doria pediu desculpas a Lula por tê-lo criticado. "Isso não muda minhas convicções e opiniões. Mas em muitos momentos eu fui além da linha do razoável de manifestação e já pedi desculpas, inclusive publicamente por isso. Em alguns momentos, minha verbalização foi inadequada, imprópria."

Em 2019, quando saiu da Prefeitura de São Paulo para concorrer ao governo do Estado, Doria comemorou a prisão de Lula. Na época, ele disse que o ato "lavava a alma dos bons brasileiros, daquelas pessoas que sabem o valor da Justiça e sabem também das mentiras que Luiz Inácio Lula da Silva colocou, pregou e propagou pelo Brasil".

No mesmo ano, a Justiça determinou que o petista fosse transferido ao presídio de Tremembé, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a decisão. No entanto, enquanto ela ainda estava vigente, Doria disse que Lula seria "tratado como os outros presidiários" e que ia "fazer algo que jamais fez na vida: trabalhar".

Desde o começo da terceira gestão de Lula na Presidência, Doria tem adotado um tom mais ameno em relação ao antigo adversário político. Em março deste ano, durante o lançamento de seu livro, o ex-governador elogiou a administração do petista e ofereceu sua ajuda. "Tudo que eu puder fazer para ajudar o presidente Lula eu farei. Não há nenhum ressentimento, nenhuma mágoa e nada que me impeça de ajudar, seja individualmente, coletivamente, através do Lide ou das relações que cultivei na atividade empresarial no Brasil e fora."

Em 2022, a intenção de Doria era se candidatar à Presidência pelo PSDB. Ele venceu as prévias do partido, mas não obteve apoio da cúpula da legenda, o que motivou a sua desistência do pleito. A sigla apoiou o nome de Simone Tebet (MDB), hoje ministra do Planejamento de Lula.

Em entrevista na última sexta-feira (22), o ex-governador de São Paulo, João Doria, se retratou sobre ter comemorado a prisão de Lula. Na ocasião, em 2018, ele havia dito que a detenção do atual presidente “lavava a alma dos bons brasileiros”. Agora, Doria acha que a declaração foi “imprópria” e pediu desculpas.

“Aquilo foi uma declaração imprópria e eu não tenho problema em reconhecer. Isso me ajuda a ser uma pessoa melhor, mais respeitada. Eu sei pedir desculpas, sei reconhecer quando eu erro. Não foi uma declaração adequada. Eu não poderia confrontar a Justiça. A Justiça determinou que ele fosse mantido dentro do sistema prisional. Mas aquela frase foi uma frase imprópria, pela qual eu me desculpo”, disse o ex-político, em conversa com Rafael Colombo, no Flow News.

##RECOMENDA##

Confira o trecho:

[@#video#@]

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) aprovou com ressalvas, nesta quarta-feira (28), as contas dos ex-governadores João Doria (sem partido) e Rodrigo Garcia (PSDB). A análise considera o exercício de 2022.

O parecer segue agora para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Cabe aos deputados dar a palavra final sobre a aprovação ou a desaprovação das contas.

##RECOMENDA##

As ressalvas feitas pelos conselheiros do TCE têm relação com as renúncias fiscais do governo. Desde 2015, o tribunal pressiona a abertura da ‘caixa-preta fiscal’ e acusa falta de transparência na concessão dos benefícios.

Os conselheiros, mais uma vez, afirmam que o governo não informou com clareza valores e setores beneficiados. As renúncias fiscais chegaram a R$ 53 bilhões em 2022.

O tribunal interrompeu o julgamento, na semana passada, alegando que não tinha informações suficientes para tomar uma decisão. O governo compartilhou novos documentos, mas uma análise preliminar dos técnicos do TCE não encontrou os dados necessários.

"Não se tem, ainda, certeza se nos documentos recebidos as perguntas obterão respostas", destacou o conselheiro Antonio Roque Citadini. "O governo só tem justificativa para deixar de receber determinado montante de recurso, se apresentar qual ou quanto isto gerou de benefício para a sociedade."

A Corte de Contas decidiu adiar a análise das renúncias fiscais, que serão julgadas em conjunto com as contas do exercício de 2023, do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). "A análise não é tão simples, porque é um trabalho, nesse momento, quase de ‘garimpagem’ de dados", justificou Citadini.

Os conselheiros também aprovaram, por unanimidade, um acompanhamento permanente sobre tributos que deixarem de ser arrecadados em função de benefícios concedidos pelo Estado. O monitoramento terá início ainda neste ano.

"Nossos questionamentos não foram atendidos, mas sou otimista. Creio que, a partir de agora, com as informações sendo acompanhadas de forma permanente, temos um caminho promissor em andamento", afirmou Sidney Beraldo, presidente do TCE.

O tribunal também proibiu, já a partir de 2023, o uso de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para o pagamento de inativos.

Em decisão inédita, o conselho do Tribunal de Contas do Estado suspendeu a sessão que julgava as contas dos ex-governadores de São Paulo João Doria (sem partido) e Rodrigo Garcia (PSDB) e decidiu fazer uma diligência ao governo, obrigando a gestão paulista a abrir a caixa-preta da renúncia fiscal à Corte. Por unanimidade, os seis conselheiros, reunidos na manhã desta quarta-feira, 21, entenderam que só é possível aprovar ou desaprovar o balanço financeiro apresentado pela gestão tucana se tiverem informações relevantes sobre o impacto orçamentário e os benefícios concedidos a setores da indústria.

É a primeira vez que o conselho interrompe uma sessão para solicitar essas informações. O Executivo terá até a próxima segunda-feira, 26, às 12 horas, para apresentar os dados ao TCE, que manterá o sigilo fiscal das informações. As contas voltarão a ser julgadas na quarta-feira, 28. A abertura da caixa-preta da renúncia fiscal é uma demanda antiga da TCE, que é feita em pareceres desde 2015 e teve um plano de ação proposto em 2017. O conselho, porém, entendeu que o Executivo vem sonegando tais informações e criando empecilhos para a fiscalização.

##RECOMENDA##

Na apreciação das contas de 2021, o governo do Estado recebeu recomendação de implementar medidas previstas para publicar tais renúncias, sob a pena de rejeição das contas de 2022. As contas foram aprovadas com ressalvas naquele ano. Ao todo, o TCE já emitiu 52 determinações e 47 recomendações relacionadas à temática.

O Ministério Público de Contas (MPC) concorda com a diligência dos conselheiros. Em parecer prévio, o órgão pediu a rejeição das contas de Doria e Rodrigo por entender que o Executivo não apenas descumpriu a determinação no ano passado, como retrocedeu na transparência. A Procuradoria de Contas entende que os benefícios fiscais concedidos às empresas devem ser tratados como gastos públicos e precisam ser amplamente divulgados. Em 2020 e 2021, os valores renunciados ficaram acima de R$ 45 bilhões.

O governo paulista tem reiterado em sua defesa que a publicação das informações poderia ferir o sigilo fiscal dos beneficiados. Além disso, divulga as informações sobre o montante renunciado apenas dois anos após o exercício financeiro.

"Não há intenção do Estado em obstar o acesso a informações. Há a cautela em relação ao direto constitucional do sigilo", disse a procuradora do Estado Jéssica Couto em sustentação oral na Corte de Contas. "A posição institucional vem no sentido de que, o que determina se uma determinação viola ou não o sigilo é a possibilidade de que essa informação evidencie a situação econômica e financeira ou a natureza desses negócios de terceiros", afirmou.

Segundo Jéssica, não sendo possível que os dados financeiros fiquem anônimos, o compartilhamento de informações só pode ocorrer mediante sigilo. Os conselheiros do TCE concordam que as informações repassadas à Corte devem ser tratadas de forma sigilosa.

"É muito estranho que isso seja negado em relação ao Tribunal de Contas. Por que, se a Secretaria da Fazenda tem condição de manter o sigilo, o Tribunal de Contas não teria? É lamentável que depois de sete anos o tribunal ainda sofra com essa questão de falta de informações que tem de ser fornecidas", disse o conselheiro Edgar Camargo. "Estão sonegando a sociedade paulista."

Doria e Garcia foram procurados, mas não responderam até a publicação desta reportagem. Procurado, o governo do Estado também não se manifestou.

Depois de ter sido eleito prefeito de São Paulo, em 2016, e governador, em 2018, com antipetismo como bandeira, o empresário João Doria, de 65 anos, deixou a política e agora faz gestos de aproximação com o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta segunda-feira, 27, o ex-governador disse que não guarda mágoas de Lula, de quem foi um duro crítico, durante o lançamento da biografia João Doria: o poder da transformação (editora Matrix), em uma livraria na capital. O livro é assinado pelo jornalista Thales Guaracy.

##RECOMENDA##

"Tudo que eu puder fazer para ajudar o presidente Lula eu farei. Não há nenhum ressentimento, nenhuma mágoa e nada que me impeça de ajudar, seja individualmente, coletivamente, através do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) ou das relações que cultivei na atividade empresarial no Brasil e fora", disse.

O ex-governador, que voltou a atuar no Lide, foi além e disse que o governo Lula teve também "um bom início", mas com "alguns percalços e algumas colocações beligerantes que talvez pudessem ser evitadas".

Apesar da crítica pontual, bem mais moderada das que fazia quando estava em campanha, João Doria exaltou as "boas conquistas" do Brasil na área ambiental. "Muitos equívocos foram cometidos no governo anterior na área ambiental e nas relações internacionais, que agora teve boas conquistas. O Brasil estava muito isolado nas relações diplomáticas. Com a ministra Marina Silva há um reposicionamento na questão ambiental", afirmou.

Doria, que deixou o PSDB após a mal-sucedida pré-candidatura à Presidência, também fez elogios ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi eleito no ano passado graças ao apoio do então presidente Jair Bolsonaro.

"Em São Paulo a proposta liberal do governador Tarcísio deu continuidade aos programas que eu realizei e estão indo em uma boa linha, e com uma equipe. Os primeiros passos estão bem dados. O governador Tarcísio está indo numa boa direção em todas as áreas".

Antes de iniciar a sessão de autógrafos, Doria foi questionado se pretende voltar à política, mas descartou a possibilidade. "Virou a chave", afirmou.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva vai destinar maior parcela de recursos federais da Segurança Pública para Estados e Municípios que adotarem o uso de câmeras corporais nas polícias militares e guardas civis. O próprio governo petista vai pôr o equipamento nos uniformes de forças policiais da União: Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional de Segurança Pública e Polícia Penal Federal.

Alvo de críticas dos bolsonaristas durante a campanha eleitoral de 2022, o projeto a ser adotado pelo governo do PT foi criado em São Paulo durante a gestão de João Doria, então no PSDB. As câmeras nos uniformes devem se tornar, segundo o governo federal, um "eixo estruturante" da gestão de Lula na Segurança Pública. A administração petista pretende estabelecer uma marca na área e combater a imagem de que o partido daria pouca atenção ao combate ao crime.

##RECOMENDA##

Ao Estadão, o secretário de Acesso à Justiça, Marivaldo Pereira, disse que o exemplo paulista está sendo usado como modelo e que a pasta está negociando um suporte do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para alavancar a medida nos Estados e injetar recursos, além do Fundo Nacional de Segurança Pública (FUSP). O dinheiro do Fundo, que tem objetivo de apoiar projetos na área de Segurança Pública, é oriundo de loterias. O valor de R$1 bilhão é dividido em dois blocos: 50% para os Estados, e 50% para o Ministério distribuir como quiser.

O governo já anunciou que vai "premiar" os Estados que adotam câmeras na hora de fazer a distribuição dos recursos. A ideia agora é também beneficiar prefeituras que adotarem as câmeras nas suas Guardas Civis Metropolitanas. Segundo Marivaldo, as conversas com os Estados já começaram. Por ora, só Santa Catarina e São Paulo adotaram a medida. Bahia, Rio e Ceará também decidiram seguir esse caminho, mas ainda há resistências.

"Ainda há resistência, mas ela é menor hoje do que era antes. São dois os motivos. O primeiro é o custo e o segundo é um pensamento de que só contempla um contexto, que é a fiscalização da ação policial. Mas o nosso entendimento é que as câmeras protegem a ação do bom policial", disse Tadeu Alencar, secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. A expectativa do Palácio do Planalto é que em cinco meses já seja possível abrir uma licitação e definir a tecnologia que será usada nas corporações federais.

Em São Paulo, as câmeras gravam ininterruptamente o turno de 12 horas de trabalho dos policiais. As imagens são armazenadas remotamente e servem para o controle de procedimentos operacionais-padrão da PM, além de comprovar a integridade da ação policial, impedindo, por exemplo, que policiais em horário de serviço façam segurança particular.

No modelo paulista o PM não tem controle sobre a gravação, ao contrário do que acontece em outros lugares, como Santa Catarina, o que permite ao policial acionar o equipamento só quando lhe interessa. O modelo paulista de adoção do equipamento provocou aumento de 24% do número de apreensões de armas e de 102% dos registros de casos de violência doméstica, além de crescimento de 78% dos casos de porte de drogas. Houve redução do número de PMs mortos e de pessoas mortas em tiroteio pela PM.

"É importante a continuidade da política em São Paulo e sua expansão para outros Estados. Esse programa não tem lado político. Ele apenas contempla quem quer ver a polícia funcionando direito", afirmou coronel José Vicente da Silva Filho. Para ele, é preciso que, ao induzir a adoação do programa de câmeras, o governo defina o programa. "É preciso ter procedimentos operacionais e práticas que tornem a polícia mais transparente. É preciso que o equipamento possa gravar as imagens por 12 horas e a licitação deve ser não de compra de equipamento, mas de prestação do serviço, pois a tecnologia evolui muito rápido", afirmou.

O cientista político Leandro Piquet afirmou que o programa atende ao cidadão e aos policiais. Além disso, as câmeras interagem com o sistema de treinamento e controle da PM. Para ele, são necessários mecanismos internos para garantir a qualidade do serviço. Piquet foi um dos responsáveis pelo estudo a respeito das câmeras feito pelo Centro de Ciência Aplicada em Segurança Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV), a pedido da PM. Ele acompanhou a evolução da criminalidade em áreas de companhias antes e depois da adoção das Câmeras Operacionais Portáteis (COP) e a comparou com os dados de unidades que nunca usaram o equipamento, demonstrando a efetivdade do programa.

Três semanas depois de desistir de sua pré-candidatura à Presidência da República, o ex-governador João Doria reuniu jornalistas para um café da manhã na capital nesta segunda-feira, 13. Ele anunciou que vai voltar a atuar no setor privado e permanece no PSDB.

A cúpula do tucana resistia à candidatura do ex-governador, que ficou isolado na sigla.

##RECOMENDA##

O tucano disse que recebeu um "honroso convite" para integrar, a partir de 1° de julho, o Conselho do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), entidade fundada por ele e hoje presidida por seu filho, João Doria Neto.

O ex-chanceler Celso Lafer e o ex-ministro Henrique Meirelles também farão parte do conselho do Lide.

Doria disse que não terá função executiva no grupo e nem será remunerado.

Em um discurso de cerca de 20 minutos, Doria falou sobre os seis anos de vida pública entre as prévias do PSDB para a prefeitura em 2016 e a atribulada disputa interna pela vaga de candidato tucano ao Palácio do Planalto.

"Não sou um profissional da política. Sou um gestor. Mas respeito os profissionais da política", disse Doria.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou nesta terça-feira (31) o desembarque do ex-governador João Doria (PSDB) da corrida pelo Palácio do Planalto e ainda apostou que a terceira via dificilmente vai se viabilizar no País. Na avaliação de Bolsonaro, ter Doria na disputa era um fator irrelevante.

"Não fazia diferença. Ele estava na casa de 1%. O eleitor que decide. Está polarizado, dificilmente teremos uma terceira via no Brasil. O eleitor do Doria que decide entre eu e o Lula", declarou o presidente em entrevista ao apresentador Ratinho, na Massa FM.

##RECOMENDA##

O chefe do Executivo ainda repetiu que não acredita em pesquisas de intenção de voto. "Existe algum interesse nisso tudo. A gente luta dentro do TSE para que as eleições sejam realizadas sem qualquer sombra de irregularidades", reforçou.

"Entendo que o TSE deveria não brigar comigo, mas fazer audiência pública com técnicos das Forças Armadas para dizer quem tem razão", acrescentou Bolsonaro, sobre os questionamentos dos militares sobre as urnas eletrônicas. Ele ainda descartou a adoção do voto impresso neste ano, como gostaria, e declarou que não confia na urna eletrônica. "Como grande parte da população", avaliou, sem apresentar evidências ou pesquisas que demonstrem isso.

De acordo com Bolsonaro, sua segurança pessoal teme uma nova facada ao longo da eleição. "Tentamos desvendar o atentado em 2018, mas há uma rede de proteção em cima do Adélio Bispo", avaliou, sobre o autor do crime.

Adversário do ex-governador de São Paulo João Doria, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta segunda-feira (23) que "o PSDB nunca teve dono" e defendeu a unidade do partido, hoje no centro de sua maior crise. Aécio tem feito articulações para impedir que o PSDB apoie a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à sucessão do presidente Jair Bolsonaro.

"É hora de aproveitarmos esses últimos acontecimentos para reconstruirmos a unidade do PSDB em torno do único caminho que permitirá que o partido continue a cumprir sua trajetória em defesa do Brasil, ou seja, com uma candidatura própria à Presidência da República", afirmou Aécio.

##RECOMENDA##

Nos bastidores, até tucanos afirmam que os movimentos do deputado são feitos para beneficiar Bolsonaro, mas ele nega. "Continuo defendendo, como sempre fiz, que tenhamos candidatura própria", insistiu o deputado.

Sem citar suas divergências com Doria, que já tentou expulsá-lo do partido, Aécio disse que, após a desistência do ex-governador, o PSDB está em condições de "analisar outros nomes" do próprio partido. Defensor do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite nas prévias do ano passado, Aécio avalia agora que ou o gaúcho ou o senador Tasso Jereissati (CE) podem ser candidatos.

A cúpula do PSDB cancelou a reunião que estava marcada para esta terça-feira, 24, em Brasília, após Aécio e seu grupo fazerem pressão contra o apoio a Simone. Na semana passada, os presidentes do PSDB, MDB e Cidadania decidiram respaldar a pré-candidatura da senadora ao Palácio do Planalto, antes mesmo da desistência de Doria, mas agora enfrentam divergências.

"Lamento que a reunião da Executiva Nacional tenha sido adiada", afirmou Aécio. "Espero que possamos nos reunir o mais rapidamente possível para debatermos de forma clara e democrática os caminhos para o nosso futuro. O PSDB nunca teve dono e não será agora, nesse momento grave da vida nacional, que terá", completou, insinuando que a queda de braço pode continuar por algum tempo.

As convenções dos partidos para homologar as candidaturas devem ser realizadas entre julho e agosto. Tanto o PSDB quanto o MDB estão divididos. Uma ala do tucanato acha que é possível uma composição tendo Tasso ou Leite como vices em chapa liderada por Simone, mas as negociações, até agora, terminaram em impasse. O problema é que o nome da senadora não é consenso nem no MDB: há no partido um grupo que quer se aliar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outro, a Bolsonaro.

Uma ala do PSDB vai sugerir que o partido considere o ex-governador Eduardo Leite (RS) e o senador Tasso Jereissati (CE) como opções na disputa presidencial, criando um novo impasse na sigla após a desistência de João Doria.

O pedido contraria um acordo firmado pelas cúpulas do PSDB, MDB e Cidadania de apoio à senadora Simone Tebet (MDB-MS) como cabeça de chapa, como defende o presidente da sigla tucana, Bruno Araújo. Tasso também é citado por parte do PSDB como candidato a vice da emedebista, de quem é próximo no Senado.

##RECOMENDA##

Uma reunião que aconteceria nesta terça-feira, 24, e sacramentaria o apoio tucano à pré-candidatura de Simone foi cancelada. Pelo roteiro planejado por Araújo, a ideia seria reunir a Executiva do PSDB nesta terça e anunciar uma aliança com Simone, que também contaria com o endosso do Cidadania.

O principal argumento do grupo que resiste a uma aliança com Simone neste momento é que a candidatura dela possa ser rifada pelo MDB no período das convenções, que vai de julho a agosto, o que deixaria o PSDB à deriva nas vésperas do início da campanha. O MDB contém alas regionais que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Temos que esperar a homologação por parte da Executiva do MDB do nome da Simone. Amanhã (terça-feira) o MDB se reúne, delibera sobre essa questão, não deixando nenhuma dúvida quanto a sua candidatura para que depois a gente faça isso diante da Executiva (do PSDB)", disse o secretário-geral do PSDB, deputado Beto Pereira (MS), ao Estadão.

Mesmo com o adiamento da reunião do PSDB, a Executiva do MDB vai confirmar, nesta terça-feira, 24, a pré-candidatura de Simone Tebet à Presidência. As alianças, porém, devem ser anunciadas mais adiante.

Simone ganhou o apoio do ex-presidente do MDB Romero Jucá (RR). "O MDB precisa ter a condição de colocar para a sociedade brasileira o que pensa e o que defende na economia, na política, nos programas sociais. Partido que não disputa eleição não forma time", disse Jucá.

O ex-senador comemorou a possibilidade de o PSDB e o Cidadania apoiarem a pré-candidatura de Tebet, embora haja divergências nesses partidos sobre os próximos passos. "O apoio do PSDB e do Cidadania é muito importante. Portanto, temos aí a construção de um caminho alternativo posto pela sociedade brasileira", afirmou.

Há consenso dentro das Executivas do MDB e do Cidadania por apoio a Tebet, mas um grupo do PSDB, composto pelos ex-presidentes do partido Aécio Neves e José Aníbal, ainda tenta fazer valer a ideia de candidatura própria tucana.

Aníbal citou Leite e Tasso como opções, mas admitiu que Tasso ainda precisa ser convencido a disputar o Planalto. Durante reunião do partido na semana passada, o senador disse que "não está no projeto de vida" ser candidato a presidente e nem a vice de Tebet. "Tasso tem muita resistência e até resistência da família, mas vamos esperar", afirmou Aníbal.

Já Araújo afirmou que o PSDB não deve ter candidato próprio à Presidência. "Claro que como presidente do PSDB eu gostaria muito que tivéssemos uma candidatura própria, mas há algo maior do que tudo isso, há algo maior que a vontade de João Doria, algo maior que minha vontade", disse em entrevista coletiva em São Paulo após o pronunciamento de Doria.

"O Brasil não precisa de mais divisão interna. O gesto de João Doria hoje nos obriga moralmente. Nos mostra que o projeto está acima de tudo, e quem fizer um movimento diferente desse está demonstrando que tem mais compromisso com si mesmo do que com um projeto de Brasil", completou.

Araújo chegou a ser escolhido coordenador da pré-campanha de Doria, mas passou a trabalhar contra a candidatura presidencial do paulista. A avaliação é que a rejeição de Doria atrapalharia os planos de reeleição do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), e consequentemente tiraria um tucano do comando do maior Estado do País.

Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL) minimizou o peso de eventual aliança do PSDB com Simone e disse que a legenda deve apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou liberar os diretórios.

"O que significa o apoio do PSDB? O PSDB acabou de 'cristianizar' o candidato que legitimamente ganhou as prévias", declarou Renan ao Estadão, numa referência à desistência do ex-governador de São Paulo João Doria, após ser abandonado pelo partido. "Não tem nenhuma vinculação com essa questão de PSDB, de Doria. O MDB gostaria muito de ter um candidato competitivo, de modo a ajudar a alavancar os palanques estaduais. Qual o desafio? Mudar a fotografia das pesquisas. Se isso não acontecer, não se justifica a candidatura", completou ele.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, afirmou que o grupo que rejeita uma aliança com Tebet é minoritário e que uma aliança será anunciada formalmente amanhã.

"Nós tivemos uma reunião e fizemos um indicativo. Esse gesto de João Doria tem a ver com o indicativo que foi feito, ele julgou que ser a favor do Brasil neste momento é retirar a candidatura dele. Não fez isso para nada, não, para que a gente continuasse discutindo candidato", disse Freire ao Estadão.

Sobre a possibilidade de o PSDB ou o Cidadania indicarem o candidato a vice, o dirigente afirmou que o assunto ainda vai ser melhor debatido. "Quem é que está com vice? O único que tem é Lula e que fez por pressões internas mal esclarecidas. Temos tempo", declarou. O PSDB e o Cidadania vão formar uma federação, o que significa que precisam ter a mesma posição em todas eleições nacionais, estaduais e municipais por quatro anos, além de precisarem agir como uma bancada só no Congresso.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou, nesta segunda-feira (23), as redes sociais para ironizar João Doria (PSDB), que desistiu da candidatura à presidência da República. "Comunico que estou abrindo mão da disputa do cinturão do pesos médios no UFC. Boa tarde a todos!", escreveu o Chefe do Executivo. 

Em seguida, ele falou sobre os investimentos do Governo Federal, em 2021, nos esportes e publicou um vídeo. "Em 2021, nosso governo investiu no esporte com ações, programas e obras de infraestrutura, auxiliando atletas em todas as frentes. Foram mais de 1083 obras e cerca de R$2 bilhões em investimentos nos esportes. Também estamos garantindo a segurança alimentar e nutritiva do mundo", disse.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

 

A desistência do ex-governador João Doria (PSDB) de concorrer à Presidência da República aumenta as chances do pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vencer as eleições presidenciais em primeiro turno. A avaliação é do cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes. Em parceria com o banco Genial, a Quaest tem produzido pesquisas de intenção de voto nacionais e estaduais.

Na avaliação do pesquisador, é possível analisar a saída de Doria da disputa presidencial a partir de três pontos de vista: político, simbólico e numérico. "Politicamente, Lula aumenta as chances de vitória no primeiro turno com o voto útil, pois o eleitor do Doria rejeita mais Bolsonaro do que Lula", defende Nunes. Nos cálculos da Quaest, 77% dos eleitores do ex-governador paulista rejeitam o presidente e 62% rechaçam o petista.

##RECOMENDA##

Já do ponto de vista simbólico, seria a oportunidade de a terceira via se unir e apresentar um candidato único, acredita Felipe Nunes. O tucano retirou sua pré-candidatura nesta segunda-feira, diante da dificuldade de conquistar apoio no PSDB, que prefere apoiar a senadora Simone Tebet (MDB) ao Palácio do Planalto. Em pesquisas qualitativas, ela apresenta rejeição menor.

"Simbolicamente, a terceira via aumenta as chances de organizar sua tropa para tentar viabilizar uma opção fora da polarização. A coordenação das elites é fundamental para que os eleitores possam tomar decisões eleitorais. Até aqui, a terceira via mais atrapalhou do que ajudou o eleitor", destaca o diretor da Quaest.

Já do ponto de vista numérico, lembra Felipe Nunes, o ex-governador de São Paulo sempre registrou baixa intenção de voto nas pesquisas. "Numericamente, não tem mudança significativa porque Doria sempre apareceu com pouco voto (de 3% a 5%). Mas Ciro (Gomes, do PDT) tem o maior potencial entre esses eleitores (54%). Lula tem potencial de 36% e Bolsonaro de 19%", afirma o cientista político. "(Simone) Tebet é muito desconhecida", acrescenta.

A pré-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB) afirmou que o ex-governador João Doria, do PSDB, "sempre foi aliado", após o tucano desistir de ser o nome indicado pela chamada terceira via para concorrer ao Planalto nesta segunda-feira, 23. A senadora disse, ainda, que tem "pressa" para unir o País.

"Vamos conversar e receber suas sugestões para nosso programa de governo. O Brasil é maior do que qualquer projeto individual Vamos trabalhar para unir todo o centro democrático", afirmou por meio de nota divulgada à imprensa logo após o anúncio do ex-governador.

##RECOMENDA##

Tebet disse, ainda, que gostaria de manter a aliança ao redor de seu nome com PSDB e Cidadania; as cúpulas das legendas já fecharam um acordo em torno do nome da senadora, mas ainda devem formalizar a escolha junto às direções partidárias, o que deve ocorrer nos próximos dias.

"Vamos unir o país e tratar de sua reconstrução moral, institucional e política. O povo tem pressa e precisamos semear esperança", destacou a senadora.

Tanto Doria quanto Tebet não abriam mão de representar o grupo na eleição presidencial. Vencedor das prévias do PSDB, o tucano era o candidato natural do partido, mas pressões internas o afastaram da cúpula da legenda e aumentaram o interesse da sigla em apoiar a emedebista.

Como mostrou o Estadão, Tebet foi beneficiada por uma série de fatores, inclusive ser mulher e ter menor rejeição que o tucano.

Após contratar pesquisas internas que mostravam esse maior potencial de crescimento da senadora, os dirigentes do grupo rifaram Doria e endossaram o nome de Tebet às urnas. O tucano ameaçou judicializar a questão, mas acabou desistindo de concorrer ao Planalto.

"Me retiro da disputa com o coração ferido e a alma leve. Com a sensação inequívoca do dever cumprido e missão bem realizada. Com boa gestão e sem corrupção", afirmou, em pronunciamento emocionado nesta segunda-feira.

A desistência, contudo, não leva ao apoio automático do PSDB à Tebet. O partido ainda precisa referendar a decisão dos dirigentes e o grupo do deputado Aécio Neves (MG) defende que a legenda escolha outro tucano para disputar a Presidência: Eduardo Leite ou Tasso Jereissati. O movimento seria possível com a desistência de Doria, que desobriga o PSDB a homologar o nome escolhido nas prévias do partido.

Pressionado por partidos da terceira via a desistir de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, o ex-governador João Doria defendeu ontem, ao falar para filiados do PSDB, o resultado das prévias que definiram seu nome como presidenciável da sigla. "Dezoito mil pessoas votaram em nosso nome e vencemos as prévias. Ninguém tem o direito de desmerecer, desqualificar e não atender o anseio daqueles que fazem o nosso partido, vocês, militantes do PSDB", disse Doria durante visita a Goiânia (GO).

O ex-governador afirmou ainda que "não conversou e não conversa" com nenhuma outra legenda, numa sugestão de que não pretende mudar de partido, mesmo diante da pressão interna por sua desistência da disputa presidencial. "Não tenho, não tive e não terei outro partido", declarou.

##RECOMENDA##

Nesta semana, os presidentes de PSDB, MDB e Cidadania deram aval ao nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) como candidata única desses partidos na chamada terceira via. A indicação, no entanto, ainda precisa ser referendada pelas executivas nacionais das legendas. O ex-governador de São Paulo resiste e tenta se manter como presidenciável.

Questionado ontem por jornalistas, em Trindade (GO), se aceitaria ser vice na chapa presidencial de Simone Tebet, o tucano afirmou apenas estar "dialogando". "Estamos dialogando, sempre conversando. O diálogo é a base da democracia", disse Doria.

‘PAZ’

Acompanhado do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), Doria afirmou que se reunirá amanhã com o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, em São Paulo, para discutir a viabilidade de sua candidatura. "Com paz e entendimento se faz a boa política", afirmou o ex-governador tucano, que já sinalizou com a possibilidade de recorrer à Justiça para garantir sua participação na disputa à Presidência em outubro.

Anteontem, PSDB, MDB e Cidadania divulgaram nota conjunta para reforçar a necessidade de união das siglas. O comunicado cita falas antigas de Simone Tebet e de Doria, em que se diziam dispostos a participar do processo de escolha de um candidato único. No entanto, o nome da senadora emedebista já é tido pela cúpula dos partidos como o representante da articulação. O próprio PSDB, em grande parte, defende que a aliança partidária se sobrepõe ao resultado das prévias vencidas pelo ex-governador paulista.

APOIO

Doria tenta aglutinar apoio dentro do próprio partido. Em Goiás, o presidenciável conta com o aval das lideranças do Estado, representadas por Perillo. "Eu apoio o candidato do meu partido, defendo que o PSDB tenha nome nas eleições e não vou apoiar um candidato que não seja do PSDB", disse Perillo à imprensa. Para o ex-governador de Goiás, o desrespeito às prévias "enfraquece" a sigla.

O aval dos presidentes de PSDB, MDB e Cidadania ao nome de Simone Tebet, questionado pela ala defensora de Doria, teria como base os índices de rejeição da senadora, menores que os do tucano, segundo pesquisas de intenção de voto. Os três partidos encomendaram um levantamento do Instituto Guimarães de Pesquisa e Planejamento (IGPP). A movimentação em prol da senadora desagrada, inclusive, ao grupo do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), contrário à candidatura própria tucana com Doria na cabeça da chapa.

ALTERNATIVA

Em Goiás, Doria cumpriu agendas em Trindade, onde esteve no santuário e na Vila São Cottolengo, e em Goiânia, para uma reunião fechada com lideranças tucanas locais no Hotel Plaza Inn Augustus.

O ex-governador de São Paulo defendeu o diálogo para que o País "não tenha apenas duas opções" em outubro, numa referência à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pressionado por partidos da terceira via para desistir de sua pré-candidatura ao Planalto, o ex-governador João Doria (PSBD) afirmou nesta sexta-feira, 20, estar "dialogando" ao ser questionado por jornalistas se aceitaria ser vice da senadora Simone Tebet (MDB-MS) na disputa presidencial. "Estamos dialogando, sempre conversando. O diálogo é a base da democracia", disse em Goiânia. Nesta semana, os presidentes de PSDB, MDB e Cidadania deram aval ao nome de Tebet, mas a indicação ainda precisa ser referendada pelas executivas nacionais dos partidos.

Acompanhado do ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), Doria afirmou que se reunirá com o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo no domingo, 22, em São Paulo, para discutir a viabilidade da candidatura. Ainda assim, o ex-governador tucano "avalia" a possibilidade de recorrer à Justiça para garantir sua participação na disputa à Presidência. "Com paz e entendimento se faz a boa política", afirmou.

##RECOMENDA##

Nesta quinta-feira, PSDB, MDB e Cidadania divulgaram nota conjunta para reforçar a necessidade de união das siglas e citou falas antigas de Simone Tebet e João Doria, em que se diziam dispostos a participar do processo de escolha de um nome único. No entanto, apesar da revelação oficial estar marcada para terça-feira, 24, o nome da senadora emedebista já é tido pela cúpula dos partidos como o representante da articulação, e o PSDB sinaliza que deve ignorar o resultado das prévias vencidas pelo ex-governador paulista.

"Vamos respeitar as prévias e a vontade popular dos filiados do PSDB, mas sempre com diálogo", afirmou Doria, que tenta aglutinar apoio dentro do partido. Em Goiás, o presidenciável conta com apoio das lideranças do Estado, representadas por Perillo. "Eu apoio o candidato do meu partido, defendo que o PSDB tenha nome nas eleições e não vou apoiar um candidato que não seja do PSDB", disse Marconi à imprensa. Para o ex-governador de Goiás, o desrespeito às prévias "enfraquece" a sigla.

O aval da cúpula de PSDB, MDB e Cidadania ao nome de Tebet, questionado pela ala defensora de João Doria, teria como base os índices de rejeição da senadora, menores que o do tucanos, segundo pesquisas de intenção de voto. Os três partidos encomendaram um levantamento do Instituto Guimarães de Pesquisa e Planejamento (IGPP). A movimentação em prol da senadora desagrada, inclusive, ao grupo do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), também apoiador de candidatura própria, mas não do nome de Doria.

Em Goiás, Doria cumpriu agendas em Trindade, onde esteve no santuário e na Vila São Cottolengo, e em Goiânia, para reunião fechada com lideranças tucanas locais no Hotel Plaza Inn Augustus. O ex-governador de São Paulo defendeu o diálogo para que o País "não tenha apenas duas opções", numa referência à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O PSDB, MDB e Cidadania divulgaram uma nota nesta quinta-feira, 19, em que se comprometem a apresentar uma candidatura presidencial competitiva para a eleição de 2022. Em diversos momentos da nota, os três partidos citam que o ex-governador João Doria (PSDB) pode não ser o escolhido mesmo tendo vencido as prévias presidenciais tucanas.

"O Brasil terá uma nova candidatura, competitiva, para vencer, que será oficializada em breve. O povo brasileiro - e não disputas ideológicas e partidárias - estará no centro do debate político nas eleições de outubro. Para problemas reais, soluções reais", afirmam a cúpula das três legendas.

##RECOMENDA##

O nome escolhido pelos presidentes das três siglas é o da senadora Simone Tebet (MDB-MS). O acordo será anunciado na próxima terça-feira, 24. No dia anterior, o comando do PSDB vai até São Paulo se reunir com Doria e tentar fazer com que ele desista da pré-candidatura.

"Em novembro de 2021, o PSDB realizou suas prévias, vencidas pelo governador João Doria. Em dezembro de 2021, deixando de lado conveniências políticas locais e pessoais, os partidos e seus respectivos pré-candidatos iniciaram as discussões para a formação de uma chapa única", afirma a nota assinada pelos dirigentes partidários Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB) e Roberto Freire (Cidadania).

Em outro trecho da nota, as legendas também citam uma fala da senadora Simone Tebet em que ela diz que pode não ser a candidata.

"Na mesma linha, a senadora Simone Tebet afirmou em entrevista que é preciso ‘deixar os projetos pessoais porque o que interessa é o centro democrático estar no segundo turno das eleições’. No dia 16 de maio, a senadora reforçou seu posicionamento", escreveram os presidentes dos partidos.

Apesar disso, há no texto mais menções à possibilidade de Doria abrir mão de disputar a eleição. Os dirigentes também dizem que o paulista participou desde o início das negociações por uma candidatura unificada dos partidos.

"O marco zero dessas conversas ocorreu em São Paulo numa reunião na qual participaram, na residência do ex-presidente Michel Temer, os presidentes Baleia Rossi, do MDB, Bruno Araújo, do PSDB, o então governador João Doria, vencedor das prévias tucanas, e o vice-governador Rodrigo Garcia", consta na nota.

O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) decidiu não participar de um encontro com a cúpula tucana, que estava marcado para esta quarta-feira, 18, em Brasília, e tinha como objetivo fazer com que ele desistisse de ser candidato à Presidência.

O convite havia sido feito durante reunião da Executiva Nacional do PSDB, na noite desta terça, 17, mas a recusa de Doria já era esperada. "O momento é de diálogo. O projeto de construção política deve priorizar o Brasil e o povo brasileiro", disse o ex-governador em mensagem publicada nesta quarta no Twitter.

##RECOMENDA##

A maioria dos presentes à reunião da Executiva tucana manifestou descontentamento com a possibilidade de Doria ser candidato à cadeira do presidente Jair Bolsonaro. Até parlamentares que antes atuavam como aliados dele, como o líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), e o secretário-geral da sigla, deputado Beto Pereira (MS), passaram a destacar a inviabilidade eleitoral do tucano.

Depois que saiu do cargo de governador de São Paulo, Doria também perdeu o apoio de parlamentares do Estado. O presidente nacional do partido, Bruno Araújo, chegou a dizer a aliados que uma candidatura presidencial de Doria "mata" a tentativa de reeleição do governador paulista Rodrigo Garcia (PSDB). O argumento usado pela cúpula do PSDB é o de que Doria, além de não crescer nas pesquisas de intenção de voto, tem alto índice de rejeição.

Sentindo-se abandonado pelo PSDB, Doria preparou uma carta na qual acusa o comando do partido de "golpe" e de tentar agir no "tapetão". Durante a reunião desta terça-feira, o deputado Carlos Sampaio (SP) chegou a dizer que o ex-governador cometeu um "erro jurídico e político" ao fazer a carta. A avaliação geral, até de aliados do paulista, é a de que a carta só serviu para ampliar a indisposição com Doria.

Os principais defensores de Doria no encontro foram o tesoureiro do partido, Cesar Gontijo; o ex-ministro Antonio Imbassahy e o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, que também é o coordenador da pré-campanha.

A deputada Bruna Furlan, vice-presidente do PSDB, divulgou um vídeo horas antes da reunião na qual elogiou o ex-governador, mas não compareceu à reunião da Executiva tucana. "Nós devemos ouvir a voz dos filiados que elegeram, que decidiram e escolheram o nosso candidato à Presidência da República, João Doria", disse.

O comando do PSDB queria anunciar nesta semana uma aliança com o MDB, que tem a senadora Simone Tebet (MS) como pré-candidata a presidente. Os dois partidos contrataram pesquisas qualitativa e quantitativa para definir uma candidatura de consenso. Tanto o grupo de Doria quanto o de seu rival, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), avaliaram, porém, que as pesquisas foram feitas sob medida para fazer com que Tebet seja a candidata, sob o argumento de que ela é menos rejeitada.

Aécio não quer que Doria seja candidato, mas também não quer adiantar uma aliança com o MDB. Para ele, o melhor caminho é convencer o paulista a abrir mão da candidatura para que o PSDB apresente outro nome, que poderia ser o do senador Tasso Jereissati (CE) ou o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite.

Sem consenso sobre uma chapa única, as duas legendas vão apresentar somente o resultado das pesquisas nesta quarta-feira. Até agora não há qualquer acordo na terceira via sobre a disputa presidencial. A tendência é que uma definição ocorra somente perto do período das convenções dos partidos, entre o fim de julho e o início de agosto.

A sinalização de João Doria (PSDB) de que pode recorrer à Justiça Eleitoral para questionar uma eventual decisão da executiva nacional tucana contrária à sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto e favorável a uma composição com a senadora Simone Tebet (MDB-MS) agravou a crise na legenda e isolou ainda mais o ex-governador dentro do partido.

O grupo de Doria acusa o PSDB de "golpe", após a contratação de pesquisas internas pelas cúpulas do seu partido e do MDB para a definição de uma chapa única na disputa pela Presidência da República.

##RECOMENDA##

Em uma carta enviada no sábado (14) pelo ex-governador paulista ao presidente do PSDB, Bruno Araújo, e que tem o timbre do advogado Arthur Rollo, especialista em direito eleitoral, Doria cobrou respeito às prévias do PSDB que, em novembro do ano passado, o escolheram como candidato do partido na disputa ao Planalto.

Doria reafirmou que não vai desistir de sua candidatura. A carta foi enviada depois que MDB e PSDB contrataram pesquisa quantitativa e qualitativa, feita no fim de semana, para testar os nomes do tucano e de Simone Tebet.

A iniciativa de divulgar uma carta com este teor neste momento foi criticada até no núcleo mais próximo ao ex-governador, que avalia que ele "errou" e se precipitou na estratégia. Na leitura de tucanos paulistas, Doria até pode conseguir uma liminar contrária a uma eventual decisão pró-Simone Tebet da direção do PSDB, mas ela seria inócua e só causaria desgastes políticos, já que a convenção da legenda será apenas em julho.

O parecer do advogado Arthur Rollo estava sendo guardado para ser usado em um momento estratégico. A leitura de especialistas é a de que Doria tem o estatuto do PSDB a seu favor e um eventual julgamento da Justiça Eleitoral teria resultado favorável a ele.

No domingo, 15, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apoiou Doria e a mensagem foi comemorada por aliados do ex-governador.

A aliados, Araújo, disse que a carta de Doria em que ele acusa a sigla de "golpe" e de "tapetão" é um sinal de "quase rompimento" com o PSDB e que, ao fazer isso, o ex-governador "politicamente assume que não tem um partido" e está entrando "em guerra" contra toda a cúpula tucana.

Depois da divulgação da carta, o presidente do PSDB, que está rompido com Doria, decidiu antecipar a reunião da executiva do PSDB para terça-feira, 17, o que significa que o encontro vai ocorrer antes da finalização da pesquisa.

Na cúpula tucana, a avaliação é de que uma candidatura presidencial de Doria, por sua rejeição, "mata" o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, e, consequentemente, a chance de o partido permanecer governando o maior Estado do Brasil.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) comentou neste domingo, 15, a carta enviada pelo pré-candidato tucano João Doria ao presidente nacional do partido, Bruno Araújo. "Agiu bem o candidato João Doria. Ressaltando que o resultado das prévias deve ser respeitado", escreveu FHC, em seu perfil pessoal no Twitter.

O PSDB decidiu convocar uma reunião da Executiva Nacional da sigla, marcada para a próxima quarta-feira, 18, para discutir as reclamações de Doria. É o mesmo dia da reunião prevista pelas cúpulas do PSDB e do MDB sobre uma possível aliança nacional nas eleições de outubro.

##RECOMENDA##

O ex-governador paulista acusa o PSDB de "golpe" após a contratação de pesquisas internas pelas cúpulas do seu partido e do MDB. As siglas tentam definir um consenso sobre uma candidatura única à Presidência da República. João Doria foi o vencedor das votações prévias tucanas e, oficialmente, é o pré-candidato à Presidência pela sigla.

No MDB, a senadora Simone Tebet (MS) é a pré-candidata ao Planalto. Como revelaram Lauriberto Pompeu e Marcelo de Moraes, aliados de Doria acusam o comando do PSDB de aceitar critérios feitos sob medida para beneficiar a senadora. Levantamento interno emedebista indicou que a maioria no partido apoiará a reeleição de Jair Bolsonaro se Simone sair da disputa.

Neste domingo, o Estadão publica entrevista de Pedro Venceslau com o decano do MDB, o ex-governador gaúcho, ex-senador e ex-ministro de José Sarney, Pedro Simon. Após sete décadas na política, ele afirma que votará em branco se Lula e Bolsonaro forem os candidatos em um eventual segundo turno para a Presidência. Simon se tornou um dos defensores da candidatura de Simone Tebet.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando