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O secretário de Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi, afirmou nesta quarta-feira que a proposta de reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aprovada nesta terça-feira, 7, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado traz distorções de considerações constitucionais e rupturas do equilíbrio federativo.

Segundo ele, a proposta aprovada com três alíquotas complica e acrescenta complexidade ao sistema do ICMS. O secretário afirmou a proposta não garante o respeito ao crédito cobrado por outros Estados. Ele acredita que ainda haverá fraudes nas notas fiscais, como no comércio. Calabi participou, no Ministério da Fazenda, de reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), com a presença do secretário-executivo da Pasta, Nelson Barbosa.

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A manutenção pelo Senado de uma tabela de distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE), cuja rigidez foi julgada inconstitucional, "é quase uma provocação ao Supremo Tribunal Federal (STF)". Foi o que disse nesta terça-feira à Agência Estado o secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Andrea Calabi, após ter participado de seminário sobre o Programa Especial de Parcelamento do ICMS (PEP) do Estado de São Paulo, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Ao se referir ao Projeto de Lei Complementar do Senado n.º 192, que estabelece normas sobre o cálculo, a entrega e o controle das liberações dos recursos do FPE, Calabi disse que a grande questão do fundo é que São Paulo, que tem 42 milhões de habitantes, na proporção de 22% de toda a população brasileira, recebe apenas 1% do montante global distribuído - responde pelo recolhimento de 40% de toda a soma.

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De acordo com ele, essa distorção ocorre por conta de falhas de legislação e da sub-representação do Estado na Câmara dos Deputados, com a limitação do número de parlamentares para as maiores unidades da Federação. "Então, São Paulo, que tem desafios enormes na questão metropolitana, tem um número de pobres muito superior aos outros Estados, tem questões pendentes e difíceis pertinentes às grandes cidades, não está recebendo FPE nenhum, praticamente. Isso é um absurdo", contestou.

Pior ainda, segundo Calabi, é que "a proposta em curso reduz o 1%." Questionado sobre o que o governo de São Paulo faz para resolver essa dificuldade, o secretário da Fazenda do Estado de São Paulo disse que a administração estadual está batalhando e mudando o sistema. "O STF já declarou a inconstitucionalidade da rigidez dessa tabela de distribuição, mas, estranhamente, o Congresso está reativando a tabela que já havia sido revogada", denunciou. "Isso é quase uma provocação do Congresso ao STF", reforçou.

O secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Andrea Calabi, afirmou nesta terça-feira à Agência Estado que a Selic seria o indexador mais interessante para a dívida do governo estadual com a administração federal. Calabi afirmou acreditar que é muito provável que a União e os Estados chegarão a um acordo logo sobre novos índices que devem substituir o IGP para corrigir os passivos destes entes da federação. "O País avança do ponto de vista macroeconômico. Os Estados precisam (de um novo indexador) e o governo federal concorda. O ajuste macro também requer uma taxa de juros dentro do equilíbrio", destacou.

Na avaliação de Calabi, deveria haver diferenças entre os Estados quanto ao novo patamar do indexador. Segundo ele, quem paga juros com base no IGP mais 6% ao ano deveria desembolsar o equivalente ao IPCA mais 2% ao ano. "Quem tem IGP mais 7,5%, deveria ter IPCA mais 3% e quem tem IGP mais 9%, deveria ser IPCA mais 4% ao ano", destacou. "No caso de São Paulo, que já pagou 20% da sua dívida e para isso vendeu o Banespa, companhias elétricas e o Ceagesp, deveria ter como indexador o IPCA mais 2% ao ano", apontou. Ele fez os comentários depois de participar de evento promovido pelo Latin Finance em São Paulo.

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