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A Síria está permitindo que insurgentes curdos que lutam contra tropas da Turquia atravessem a fronteira e estabeleçam bases em território do norte sírio, denunciou o ministro do Interior da Turquia, Idris Naim Sahin, nesta quarta-feira. Segundo ele, informações da inteligência turca indicam que o governo do presidente sírio, Bashar Assad, está permitindo que combatentes curdos vindos da Turquia se instalem em regiões fronteiriças.

Sahin afirmou que combatentes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) chegaram até a tomar o controle de algumas pequenas cidades no norte da Síria. O ministro descreveu os eventos como uma tentativa de Assad se vingar da Turquia.

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A Turquia tem criticado várias vezes o governo de Assad pela repressão aos manifestantes e aos opositores, desde o começo da revolta contra Damasco, que começou em meados de março do ano passado. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, retirou o embaixador turco em Damasco e a Turquia abriu suas fornteiras para milhares de refugiados sírios. Cerca de 23 mil, atualmente, vivem em campos nas províncias de Antakya e Gaziantep, na fronteira com a Síria. A Turquia também abriga políticos e desertores sírios.

Os insurgentes curdos turcos usam há tempos bases no Curdistão iraquiano, de onde atacam território turco, mas até pouco tempo a Síria havia impedido que usassem o seu território para atacar o país vizinho.

"Grupos terroristas que não estavam lá há um ano foram flagrados na região", disse Sahin à emissora privada NTV da Turquia. "A Síria está fechando um olho para os grupos terroristas em áreas próximas à fronteira para deixar a Turquia em dificuldades e talvez como uma maneira de se vingar de nós", disse Sahin.

O PKK, que luta por autonomia contra o governo turco há décadas no sudeste do país, é classificado como organização terrorista pela Turquia, União Europeia e Estados Unidos. O governo turco agora acusa a Síria de reviver seus laços com os insurgentes curdos turcos e Sahin fez as declarações uma semana após três militares turcos serem mortos em combates com supostos rebeldes nas montanhas Amanos, na fronteira com a Síria.

Em 1998, a Turquia ameaçou tomar uma ação militar contra a Síria, suspeita de abrigar insurgentes curdos vindos da Anatólia. Acredita-se que antes disso, o pai de Bashar Assad, Hafez, abrigou insurgentes curdos. Os laços entre os dois países melhoraram em 2003, quando Erdogan chegou ao poder na Turquia. Damasco passou a cooperar com a Turquia na repressão aos insurgentes curdos até o ano passado, quando estourou a revolta na Síria.

O PKK tomou armas contra o governo turco em 1984. Desde então a guerra entre o governo e os curdos, uma minoria étnica e linguística na Turquia, deixou mais de 30 mil mortos.

As informações são da Associated Press.

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