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Uma injeção mensal de antirretroviral, em vez de um comprimido por dia, pode ser suficiente para os portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) manterem a infecção sob controle. É o que indica um estudo divulgado hoje (24) na nona edição da Conferência de Investigação sobre o HIV, organizada pela Sociedade Internacional contra a Aids. A informação é da EFE.

O trabalho, apresentado em Paris pelo cientista da Universidade da Carolina do Norte (EUA) Joseph Eron, sugere que os portadores em estado de supressão viral respondem bem às injeções, sejam as administradas a cada quatro semanas ou as tomadas a cada oito. Atualmente, os portadores do HIV devem tomar um comprimido por dia para que o vírus seja indetectável e não seja transmitido, ainda que não seja possível eliminá-lo completamente.

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"Para alguns soropositivos, um tratamento injetável de longa duração pode ser mais cômodo e menos estigmatizante do que o atual, o que poderia aumentar a taxa de continuidade", defendem os autores do teste, que já foi experimentado em centenas de pessoas.

De acordo com o vice-presidente da conferência, Jean-François Delfraissy, a devida continuidade do tratamento é fundamental, já que quando interrompida pode provocar aumento da resistência do vírus aos medicamentos, o que é extremamente preocupante.

Segundo dados divulgados na última semana pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), 19,5 milhões das 36,7 milhões de pessoas que têm o vírus do HIV no mundo têm acesso ao tratamento.

O Ministério da Saúde oficializou nesta sexta-feira (30) um convênio para a transferência de tecnologia de fabricação de medicamentos contra a aids no País. Nos próximos cinco anos, técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Farmanguinhos, laboratório farmacêutico da fundação, desenvolverão o Sulfato de Atazanavir, um dos principais remédios do tratamento contra o HIV, utilizado por cerca de 45 mil pacientes - cerca de 20% do total de pessoas em tratamento.

Com a fabricação nacional, o governo espera economizar cerca de R$ 385 milhões ao fim da parceria com o laboratório americano que detém a patente do remédio. A parceria foi firmada na sede da Fiocruz, no Rio, na manhã desta sexta, véspera do Dia Mundial de Luta contra a Aids. O governo estima gastar, anualmente, cerca de R$ 87 milhões na compra dos medicamentos.

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Pelo acordo firmado, já em 2013 o medicamento será distribuído com rótulo brasileiro e os técnicos receberão treinamento no laboratório americano para o desenvolvimento do produto em Farmanguinhos. A produção 100% nacional só deve acontecer em 2017 - quando a patente do produto perderá a validade. Com o novo produto, já são 11 remédios produzidos no País entre os 20 medicamentos oferecidos pelo governo aos portadores de HIV.

Presente no anúncio, o ministro da saúde Alexandre Padilha afirmou que a garantia de acesso universal ao tratamento, que abrange 217 mil brasileiros, só é sustentável "se cada vez mais tivermos tecnologia brasileira, com parceria público-privada, gerando inovação tecnológica e conhecimento para o Brasil".

A Parceria de Desenvolvimento Produtivo, como foi chamado o acordo, determina que o laboratório americano detentor da patente do Atazanavir se encarregará de transmitir a tecnologia de todas as etapas de fabricação do remédio - inclusive da matéria prima. Já em 2015, ao menos 50% do medicamento distribuído pelo Ministério da Saúde será produzido no País. Farmanguinhos se comprometeu a oferecer o medicamento com economia de 5% ao ano no preço final.

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