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Bruno Santos Souza, de 23 anos, irmão de David Santos Souza, de 21 - que teve o braço decepado no último dia 10 ao ser atropelado na Avenida Paulista quando andava de bicicleta -, comprou uma bicicleta no sábado (16) só para participar do protesto, no domingo (16), na avenida, contra o acidente. "É meu jeito de incentivar as pessoas e de dar mais força a tudo isso. A solução não é largar a bike e sim respeitar um ao outro", afirmou Bruno.

Durante o trajeto, o jovem ajudou a fechar as vias para que os manifestantes pudessem passar por cruzamentos. A primeira bicicleta de David foi um presente de Bruno, que, por ter mudado de emprego, não precisava mais da bike para ir trabalhar.

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Cerca de cem pessoas, entre ciclistas e parentes de David, fecharam parcialmente a via, na região central da capital, para protestar contra o atropelamento.

A manifestação começou por volta das 17 horas na Praça do Ciclista, entre a Paulista e a Rua da Consolação, e terminou na porta do edifício onde mora o prefeito Fernando Haddad (PT), no Paraíso, zona sul da capital. O filho do prefeito, Frederico Haddad, recebeu os manifestantes e prometeu que haverá uma audiência com entidades que representam os ciclistas até o fim desta semana.

Na frente do grupo, a mãe de David, Antônia Ferreira Santos, levava um cartaz com os dizeres "Álcool e volante: não tem direção". Emocionada, disse que o protesto era mais uma maneira de dar força a David e à família. "Essa passeata mostra que tem muita gente torcendo pelo meu filho", disse Antônia.

Chuva

Nas quase duas horas de caminhada, que aconteceu debaixo de chuva e vento, os ciclistas gritavam frases de ordem como "mais amor, menos motor" e "bicicleta sim, carros não". O engenheiro Ricardo Oliveira, de 55 anos, reclamou do pequeno número de participantes na passeata. "Toda a sociedade deveria estar aqui protestando. Devemos cobrar uma punição. Não precisamos de mais leis, precisamos apenas que as que já temos sejam cumpridas." A marcha parou no ponto em que David foi atropelado, onde foi colocada uma placa com um braço de plástico com manchas vermelhas que simulam sangue.

Preso

O estudante de psicologia Alex Siwek, de 22 anos, o motorista que atropelou David, foi transferido na sexta-feira para a Penitenciária de Tremembé, no interior do Estado. Segundo seu advogado, Pablo Naves Testoni, na terça-feira (18) com pedido de habeas corpus do estudante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A médica Rachel Baptista, da equipe do Hospital das Clínicas que atendeu o ciclista que teve o braço decepado no domingo (10) em um acidente na Avenida Paulista, pediu por punição através de uma mensagem publicada em sua página pessoal no Facebook. "Quero manifestar a minha indignação quanto à atitude desse monstro que atropelou o ciclista na Avenida Paulista e que inviabilizou a chance desse menino de 21 anos tentar recuperar o braço", escreveu.

Depois da repercussão do post, Rachel apagou a mensagem de seu Facebook na manhã desta segunda-feira. "Já fiz meu desabafo como cidadã sobre o caso", disse após pedido de entrevista da reportagem.

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David Santos Souza, de 21 anos, ia trabalhar quando foi atropelado por volta das 5h30 pelo estudante de psicologia Alex Siwec, de 21 anos, que voltava de uma balada com um amigo. O braço do ciclista foi arrancado e ficou preso no para-brisa do carro de Siwec. Depois de fugir do local do crime, o estudante jogou o braço do rapaz no Córrego do Ipiranga, na Avenida Ricardo Jafet, zona sul, perto de onde mora.

"Estávamos prontos para tentar o reimplante e infelizmente a polícia juntamente com os bombeiros não conseguiram encontrar o braço no rio", detalhou Rachel no Facebook. Após passar por uma cirurgia para limpeza e sutura da ferida, David segue internado na UTI do HC. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, o quadro do ciclista segue estável nesta segunda.

Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, assistiu nesta quarta-feira (12) no fórum de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, à primeira audiência de instrução do processo a que responde por ter atropelado e matado o ciclista Wanderson Pereira dos Santos, em março.

Seis testemunhas de acusação e duas de defesa foram ouvidas pela 2ª Vara Criminal de Caxias. Acusado de homicídio culposo (sem intenção de matar), Thor, que foi acompanhado de advogados e seguranças, apenas ouviu; será interrogado na próxima audiência, só em dezembro. A defesa acredita que os relatos desta quarta-feira foram favoráveis a ele. A Justiça não divulgou o teor dos depoimentos. Thor dirigia a 135 km/h quando seu carro se chocou contra Santos, que vinha de bicicleta na Rodovia Washington Luís. O limite de velocidade era 110 km/h.

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