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A Comissão Reguladora Bancária da China (CBRC, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira (17) o fim de alguns trâmites burocráticos para bancos estrangeiros prestarem serviços no país e os convidou a investir no setor bancário doméstico.

Segundo a CBRC, bancos estrangeiros e em joint ventures poderão agora fazer subscrição de bônus do Tesouro e oferecer serviços de custódia e consultoria sem aprovação prévia. As instituições, porém, devem comunicar o início dos serviços em até cinco dias.

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A CBRC também encorajou bancos estrangeiros a cooperarem com suas matrizes para oferecer serviços financeiros a clientes chineses na emissão de bônus, listagem de ações de aquisições no exterior.

A decisão veio após Pequim prometer abrir mais o setor bancário - que é amplamente dominado pelo governo - a investimentos estrangeiros. Fonte: Dow Jones Newswires.

A divulgação de projeções para o volume de chuvas no mês de fevereiro aumentou o pessimismo de analistas em relação ao risco de haver racionamento de energia no Brasil em 2015. Os especialistas do Bank of America (BofA) Merrill Lynch, por exemplo, assinam um documento com os dizeres: "Preparem os planos de contingência". No material, a instituição destaca que o volume de chuvas no Brasil, a partir de março, precisará ser equivalente a 84% da média histórica. Já o UBS utiliza o termo "déjà vu" para falar sobre racionamento, em referência à situação ocorrida no início deste século.

Os dois relatórios foram elaborados após o Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico divulgar a primeira previsão oficial de chuvas para o mês de fevereiro. O cenário é negativo. Na região Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade de armazenamento do País, a Energia Natural Afluente (ENA) deve ser equivalente a 52% da média de longo termo (MLT). Confirmada essa projeção, os reservatórios chegariam ao final do mês com apenas 19,7% da capacidade. Distante do patamar de 30% considerado mínimo para o final do período chuvoso, em abril.

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"Incorporadas as projeções de fevereiro, nossas previsões para os reservatórios indicam que (...) a hidrologia agora tem que superar 84% da média de março em diante (contra uma previsão de 79% de fevereiro em diante)", aponta o documento assinado pelos analistas Felipe Leal, Luiz Antonio Leite e Diego Moreno. Na sequência, eles destacam que em 19 dos últimos 84 anos, ou em 23% do período analisado, a hidrologia para o bimestre março-abril ficou abaixo desse patamar. A projeção do ONS para março, ressaltam os analistas, também é inferior a esse nível, ficando em 71%.

A análise do BofA leva em consideração a necessidade de os reservatórios encerrarem o chamado período chuvoso com o equivalente a 30% da capacidade. Esse nível seria suficiente para que o sistema elétrico brasileiro pudesse superar o período seco e chegasse a 10% em novembro de 2015, quando tem início o novo período chuvoso.

Os analistas Guilherme Loureiro, Thiago Carlos, Lilyanna Yang, Carlos Herrera e Rafael De La Fuente, do UBS, destacam que o risco de racionamento de energia é, hoje, a principal ameaça ao crescimento econômico brasileiro em 2015. Para evitar riscos, o nível das chuvas no acumulado de 2015 deveria ficar em no mínimo 80% da média histórica.

Em números, o UBS considera que um eventual racionamento equivalente a 10% da carga poderia provocar uma queda de 0,7% a 1,5% na economia brasileira. A restrição energética ainda teria efeitos na inflação, que poderia fechar o ano com alta de mais de 8%, e no aumento da taxa de desemprego, esta podendo chegar a 6,5%.

A visão negativa é explicada pela comparação entre o nível dos reservatórios neste início de 2015 e os patamares do começo do ano passado e de 2001, ano em que o Brasil passou por um racionamento de energia. A situação deste ano é pior do que as duas outras referências analisadas, o que justifica o termo "déjà vu" citado na apresentação do relatório.

"O risco do racionamento de energia está de volta ao radar dos investidores. Com mais um verão seco no Brasil, e o nível dos reservatórios abaixo daqueles registrados durante a crise de 2001 e a demanda ainda elevada, o risco de escassez de energia está crescendo rapidamente e gerando preocupações sobre o potencial impacto econômico", sintetizam os analistas do UBS.

Credit

O Credit Suisse também divulgou um relatório sobre o risco de racionamento de energia no Brasil, mas fundamentou seus comentários em uma conversa tida com o presidente da consultoria PSR, Mario Veiga. No documento, assinado por Vinicius Canheu e Pedro Manfredini, a instituição ressalta que há 58% de risco de ser necessária uma redução na oferta de energia na região Sudeste, na ordem de 4%. O número é atribuído às projeções da PSR.

"A chance de necessidade de um corte de 10% é de 36% e de corte de 15%, de 25%. Finalmente, há 22% de chance de os reservatórios na região Sudeste chegarem a 10% em novembro, o que é considerado o nível operacional mínimo do sistema", cita o documento. Os analistas destacam que, para que o Brasil chegue ao final do período seco com volume de água considerado suficiente, o nível de chuvas nos meses de abril e março deve alcançar aproximadamente 90% da média histórica.

Na eventualidade de haver racionamento de energia, as geradoras devem ser as empresas mais afetadas, pontuam Canheu e Manfredini. As empresas com maior risco são a Copel, a Light, a AES Tietê e a EDP Energias do Brasil. Dentre as ações sob cobertura do Credit, o cenário é menos adverso para Taesa, Equatorial, CPFL e Alupar.

Bancos estrangeiros têm desmontado operações e reduzido a exposição no mercado brasileiro, segundo dados do Banco Central. A estatísticas revelam que das 233 instituições que tinham participações no Brasil até agosto de 2009, 163 mantiveram as atividades no País - uma retração de 30,04%. O recuo, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, é explicado pela crise internacional somada à expansão agressiva dos bancos públicos, à fraqueza econômica e à percepção de falta de previsibilidade no País. Esses fatores foram determinantes para a mudança de estratégia e a saída das instituições do Brasil.

Uma fonte que atua na intermediação do ingresso de bancos estrangeiros no Brasil avalia que o mercado perdeu força nos últimos anos. No BC, haveria, inclusive, uma lista com cerca de 20 instituições estrangeiras que queriam operar no País. Seriam bancos asiáticos, principalmente coreanos e chineses, e alguns europeus. Questionado, o BC afirmou que não comentaria o assunto, informou a assessoria de imprensa.

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Entre os bancos com controle ou participação estrangeira, 34 são de origem americana, 28, de Portugal, 19, dos Países Baixos e 15, da França. Em 2012, os Estados Unidos tinham 47 instituições e os franceses, 17.

Economista da consultoria Lopes Filho, o especialista em bancos João Augusto Salles explica que muitos bancos estrangeiros teriam interesse em atuar como banco de investimento no Brasil, mas as oportunidades têm se mostrado limitadas, sem empresas abrindo capital e menor número de emissão de debêntures (títulos de dívida privados).

"Depois da crise financeira de 2008, os bancos se reestruturaram globalmente, Houve enxugamento. No Brasil, os bancos são muito fortes e bem administrados, tornando difícil concorrer no varejo", diz Salles.

Ritmo lento

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que parte das operações que interessam aos bancos de investimentos esfriou neste ano. As emissões de debêntures, por exemplo, registraram recuo de 7,23% no acumulado até agosto. No mercado de ações, houve dez aberturas de capital no ano passado, com emissões primárias de R$ 15,8 bilhões. Neste ano, não ocorreu nenhuma abertura. O mesmo se deu com ofertas subsequentes (follow-ons), que passaram de sete operações nos primeiros oito meses do ano para apenas uma em 2014.

Na avaliação da Anbima, as ofertas de ações continuaram suspensas em agosto, a despeito da forte valorização dos ativos na bolsa no mês. "Além da influência do cenário doméstico, essa interrupção foi potencializada pelo período de férias no Hemisfério Norte e a menor participação de investidores estrangeiros, bastante ativos nesse mercado", avalia a associação em seu boletim mensal de mercado de capitais.

Roberto Luís Troster, economista e especialista em bancos, pondera que esse movimento é parte da estratégia de mercado e é adequada ao momento. "Depois da crise, muitos bancos lá fora tiveram problemas e deixaram de operar não só no Brasil como também nos Estados Unidos. A crise mudou muito a estratégia para as instituições", observa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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