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O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), disse nesta sexta-feira (10) que desentendimentos com o governo da presidente Dilma Rousseff fizeram o partido "estudar outras opções". "O PSB passou por um período de crescimento e, por isso, existe um sentimento dentro do partido de que chegou a hora de trabalhar na nossa candidatura própria", afirmou, numa entrevista para a agência Dow Jones.

Beto Albuquerque afirmou que a legenda experimentou um estágio de "parceria e influência" durante a administração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, na gestão Dilma, a influência da sigla diminuiu, em detrimento do PMDB, que ganhou mais espaço. "A administração Rousseff fez sua escolha. Ela elegeu o PMDB como seu parceiro estratégico e centro político, e isso representa uma mudança." De acordo com o líder do PSB na Câmara, uma decisão final sobre a possível candidatura do governador de Pernambuco e presidente nacional da agremiação, Eduardo Campos, à Presidência da República deve ser tomada em outubro.

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Além disso, o PSB discorda de algumas políticas econômicas da presidente, como, por exemplo, o "fracasso" em manter a inflação sob controle. "O governo diz que tem a inflação sob controle, mas não tem controle quando deixa a inflação atingir o teto da meta. A inflação é o veneno mais perigoso para a população mais pobre, ela ameaça os empregos e diminui o poder de compra", disse.

Ele ainda culpou as políticas de curto prazo da gestão federal pelo fraco crescimento da economia. "Não faz bem para o governo continuar oferecendo incentivos tributários de maneira temporária - já foram R$ 315 bilhões até agora - e não conseguir fazer a economia voltar a crescer." Beto Albuquerque disse que o partido é a favor das parcerias público-privadas (PPPs), apesar de ser uma legenda socialista. "O governo precisa criar claras regras para a economia porque nenhum investidor em nenhum lugar do mundo investe sem ter segurança de longo prazo, sem ver um retorno para seu investimento." As informações são da Dow Jones.

Integrantes da cúpula do PSB já veem como certa a saída do ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) do partido. O pernambucano vem sendo assediado pelo PT, com aval do governo federal, em uma estratégia para enfraquecer o governador Eduardo Campos (PSB), potencial candidato ao Planalto em 2014. Procurado, o ministro não quis se manifestar sobre o assunto. Em seu Estado, Bezerra já havia dado declarações no início do ano negando que deixaria o PSB.

Pelos planos do governo, o ministro ficaria na pasta da Integração até março e sairia candidato ao governo de Pernambuco pelo PT. O outro ministro do PSB, Leônidas Cristino (Portos), é afilhado dos irmãos Cid e Ciro Gomes, defensores convictos do apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Dessa forma, o governo ficaria com os dissidentes e, na prática, seria o Planalto quem abandonaria Campos, e não o contrário.

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Dirigentes do PSB destacam que, apesar da parceria nos últimos anos, Bezerra é um político com histórico de infidelidade partidária, mas em aliança com o poder. Cacique político em Petrolina, ele já esteve no PDS, partido que dava suporte à ditadura militar, no PFL, no PMDB e no PPS como base do presidente Fernando Henrique Cardoso. Como pessebista, apoia os governos do PT.

Além da permanência no ministério, o que mais interessa a Bezerra na proposta do PT é a garantia de uma candidatura ao governo estadual. O projeto inicial do ministro era convencer Campos a ungi-lo como sucessor. Com o projeto presidencial em curso, o governador não se comprometeu com o aliado.

Desconforto. A situação tem causado desconforto ao ministro da Integração. Ele deu várias declarações defendendo a continuidade da aliança entre PT e PSB, mas já foi informado de que essa hipótese é remota. O dilema de Bezerra é escolher entre duas hipóteses: ter ao seu lado Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou o governador de seu Estado.

O ministro tem ouvido de aliados que, por mais forte que seja um apoio prometido pelas lideranças petistas, uma migração poderia colar nele a imagem de "traidor" e criar dificuldades para uma disputa contra um candidato de Campos.

Derrotado pelo PSB em 2012 no Recife, o senador petista Humberto Costa (PE) nega que o PT tenha feito um convite direto ao ministro. Diz que as declarações de Bezerra pela continuidade da aliança decorrem da "lealdade" do ministro ao governo do qual faz parte.

O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), recorre ao mesmo termo usado pelo senador, mas em sentido oposto. Ele acredita em "lealdade" do ministro ao partido. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

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