O diretor do departamento de Pesquisa do FMI, Olivier Blanchard, afirmou que a recuperação da economia mundial continua, mas desacelerou recentemente. "Há duas forças que estão pressionando a demanda global para baixo: a consolidação fiscal e fraqueza financeira", comentou, durante entrevista coletiva em Tóquio, durante a apresentação do relatório Perspectiva da Economia Mundial, divulgado nesta terça-feira, 9 (no horário local).
De acordo com Blanchard, os bancos, sobretudo na Europa, apresentam condições de liquidez precárias, que os deixam fracos e provocam apertos na concessão de crédito para empresas e famílias. "O mundo desacelerou com vigor recentemente por causa das grandes dúvidas sobre a economia da zona do euro e dos EUA", apontou.
##RECOMENDA##Na avaliação do diretor do FMI, a economia da Europa "pode ser atingida por um choque" caso as condições de recuperação do nível de atividade da região, que incluem consolidação fiscal dos países, não sejam atendidas no curto prazo. "O importante é que a nova arquitetura da economia na Europa deve reduzir a amplitude dos choques. E um dos elementos importantes para atingir este objetivo é que a supervisão dos bancos (no continente) precisa mudar", afirmou.
Tal sistema de monitoramento de instituições financeiras, segundo ele, precisa ter abrangência em toda a zona do euro. "É bom ver que esses temas estão sendo avaliados na Europa. Na sua avaliação, medidas de curto prazo precisarão ser adotadas para reequilibrar as finanças de países, de modo que permite gradualmente o fortalecimento da demanda agregada e o retorno ao crescimento. "A Itália e Espanha precisam manter o rigor fiscal", disse Blanchard.
Olivier Blanchard fez uma defesa indireta de instrumentos não convencionais de estímulo monetário às economias de países que enfrentam dificuldades e que já tem taxas de juros próximas de zero, fenômeno conhecido como armadilha da liquidez. "Política monetária acomodatícia pode ser usada para estimular o crescimento", comentou, referindo-se que isto ocorre em alguns países, como o Reino Unido.