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Os Estados Unidos, a China e a Alemanha são as maiores economias do mundo em 2023, de acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). Na projeção, o Brasil figura em nono lugar, com um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em US$ 2,13 trilhões em 2023, ultrapassando o Canadá, com PIB previsto de US$ 2,12 trilhões.

Os dados são do relatórios mais recentes do World Economic Outlook (Perspectiva Econômica Mundial, na tradução). Em um contexto em que a economia global continua a se recuperar lentamente da crise provocada pela pandemia e da guerra na Ucrânia, a projeção que inflação global diminua de forma constante, de 8,7% em 2022 para 6,9% em 2023 e 5,8% em 2024, devido a uma "política monetária mais restritiva, auxiliada pelos preços internacionais mais baixos das matérias-primas", segundo o FMI.

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Veja as 20 maiores economias do mundo em 2023, segundo projeção do FMI:

1. Estados Unidos - US$ 26,95 trilhões

2. China - US$ 17,7 trilhões

3- Alemanha - US$ 4,43 trilhões

4. Japão - US$ 4,23 trilhões

5. Índia - US$ 3,73 trilhões

6. Reino Unido - US$ 3,33 trilhões

7. França - US$ 3,05 trilhões

8. Itália - US$ 2,19 trilhões

9. Brasil - US$ 2,13 trilhões

10. Canadá - US$ 2,12 trilhões

11. Rússia - US$1.86 trilhão

12. México - US$1.81 trilhão

13. Coreia do Sul - US$1.71 trilhão

14. Austrália - US$1.69 trilhão

15. Espanha - US$1.58 trilhão

16. Indonésia - US$1.42 trilhão

17. Turquia - US$1.15 trilhão

18. Holanda - US$1.09 trilhão

19. Arábia Saudita - US$1.07 trilhão

20. Suíça - US$ 905 bilhões

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que nesta quinta-feira (7) será o anfitrião da cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro, propôs impulsionar o comércio internacional sem a hegemonia do dólar, durante evento com a ex-mandatária Dilma Rousseff, atual chefe do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do Brics.

"Nós vamos ter de apreender a negociar sem precisar do dólar como moeda padrão. Por que eu preciso negociar com qualquer outro país precisando de dólar? O que precisamos é tentar inovar", afirmou o petista durante cerimônia na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).

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O presidente também fez duras críticas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e suas políticas sobre as dívidas de países africanos.

"O FMI não empresta dinheiro para salvar, ele empresta uma corda para se enforcar", afirmou Lula, ressaltando que o banco do Brics "precisa ser mais forte" que o fundo monetário.

*Da Ansa

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, nesta terça-feira (19), que a representação desigual e distorcida na direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial é inaceitável. O chefe do Executivo do Brasil disse que, quando instituições reproduzem desigualdades, elas fazem parte do problema e não da solução.

"No ano passado, o FMI disponibilizou US$ 160 bilhões em direitos especiais de saque para países europeus, e apenas US$ 34 bilhões para países africanos. A representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável. Não corrigimos os excessos da desregulação dos mercados e da apologia do Estado mínimo. As bases de uma nova governança econômica não foram lançadas", disse Lula durante a 78ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

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No cenário mundial, Lula avaliou que o protecionismo dos países ganhou força, enquanto a Organização Mundial do Comércio (OMC) permanece paralisada, em especial o seu "sistema de solução de controvérsias".

O presidente afirmou ainda que o Brics - grupo de países emergentes - surgiu justamente na esteira desse "imobilismo" e se transformou em uma plataforma estratégica para promover a cooperação entre as nações.

"Somos uma força que trabalha em prol de um comércio global mais justo num contexto de grave crise do multilateralismo", avaliou Lula.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentou a projeção de crescimento da economia brasileira em 2023 de 1,2% para 2,1%. A justificativa foi a alta do PIB do setor agropecuário no primeiro trimestre, que cresceu 21,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em suas redes sociais, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, comemorou as expectativas de crescimento. "Em 1º de junho, o presidente @LulaOficial disse que o FMI se surpreenderia com o crescimento do Brasil. Hoje, na sua revisão das previsões econômicas, o Fundo Monetário Internacional projetou a maior revisão de crescimento da nossa economia, de 0,9 para 2,1%", publicou Alckmin. 

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O IBGE frisou ainda que o impacto da alta no campo trouxe reflexos no setor de serviços. Apesar disso, as projeções de aumento do PIB para o ano que vem sofreram queda, passando de 1,5% para 1,2%.

No mundo, a expectativa é de desaceleração no ritmo de crescimento. Depois de a economia global ter avançado 3,5% no ano passado, a sinalização para 2023 é de uma expansão de 3%. O movimento de queda é consequência da movimentação dos bancos centrais no sentido de conter a inflação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta sexta-feira (14) em Pequim com o homólogo Xi Jinping para reforçar os vínculos com a China, um dia depois de criticar o dólar como moeda global e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Lula está na China para estreitar os laços econômicos com o principal parceiro comercial do Brasil e afirma que o país "está de volta" ao cenário internacional, com a intenção de assumir um papel de mediador no conflito na Ucrânia.

Durante a primeira etapa da viagem, em Xangai, Lula questionou o uso do dólar como moeda global, poucas semanas depois de seu governo estabelecer um acordo com Pequim para operações comerciais com concordar com o real e o yuan, sem a necessidade do câmbio na moeda americana

"Toda noite me pergunto por que todos os países estão obrigados a fazer o seu comércio lastreado no dólar? (...) Hoje um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar quando poderia exportar na sua própria moeda", afirmou Lula na quinta-feira.

As declarações aconteceram durante a cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016) no comando do banco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Durante o evento, Lula também reservou palavras duras par ao FMI, aludindo às acusações de que a instituição impõe cortes draconianos nos gastos públicos em países em dificuldades econômicas, como a Argentina, em troca de empréstimos.

"Não cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países como o FMI está fazendo agora na Argentina e como fizeram com o Brasil durante muito tempo e com todos os países do terceiro mundo", afirmou.

"Nenhum governante pode trabalhar com una faca na garganta porque está devendo".

Ucrânia na agenda

Desde seu retorno ao poder janeiro, após dois mandatos entre 2003 e 2010, Lula tem como objetivo recolocar o Brasil "na nova geopolítica mundial" e deixar para trás o isolacionismo de seu antecessor, Jair Bolsonaro.

Depois de viagens para Argentina e Estados Unidos, o petista visita a China com a intenção de consolidar a relação e atuar como ponto de ligação entre as diferentes regiões do mundo.

"A época em que o Brasil estava ausente nas grandes decisões mundiais já é coisa do passado. Estamos de volta no cenário internacional depois de uma ausência inexplicável", declarou em Xangai, cidade que deixou na quinta-feira à noite para viajar a Pequim.

Na capital, ele tem uma agenda repleta de compromissos, que começaram com um encontro com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji.

"Queremos elevar o patamar da parceria estratégica entre nossos países, ampliar fluxos de comércio e, junto com a China, equilibrar a geopolítica mundial", tuitou a conta oficial de Lula ao lado de uma foto com Zhao.

Ele também se reunirá com o primeiro-ministro Li Qiang no Grande Palácio do Povo, antes de ser recebido pelo presidente Xi Jinping e participar em uma entrevista coletiva.

Além das questões sobre investimentos e comércio, um dos principais temas do encontro entre Lula e Xi deve ser a guerra na Ucrânia.

Nem a China nem o Brasil adotaram sanções contra a Rússia como fizeram os países ocidentais. As duas nações tentam estabelecer posições como mediadores para alcançar a paz.

Lula propõe formar um grupo de países para trabalhar em uma solução negociada para o conflito causado pela invasão russa.

Vínculos comerciais

A passagem por Xangai também demonstrou a importância econômica da viagem de Lula, que estava prevista para o fim de março, mas foi adiada depois que o presidente de 77 anos foi diagnosticado com pneumonia.

Em sua quarta visita oficial à China, principal sócio comercial do Brasil, Lula é acompanhado por uma comitiva de quase 40 representantes políticos, incluindo nove ministros, governadores, deputados e senadores, além de empresários.

O volume de comércio entre as duas economias cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país em 2004. Em 2022, o gigante asiático importou do Brasil 89,7 bilhões de dólares (443 bilhões de reais), com destaque para soja e minerais.

Depois da cerimônia no banco dos BRICS, Lula visitou um centro de pesquisas de empresa de tecnologia Huawei e se reuniu com o presidente da montadora de carros elétricos BYD, que negocia a abertura de uma fábrica na Bahia.

 

A realocação de investimentos estrangeiros diretos (IED) como reflexo do aumento de tensões geopolíticas, com os países priorizando negócios dentro de casa ou com nações amigas, pode causar grande impacto a países emergentes e aqueles em desenvolvimento, em um cenário já desafiador com juros elevados no mundo e dólar forte.

Estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta para o impacto para a economia global, estimado em cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial no longo prazo, considerando uma redução de 50% nos fluxos de investimento. Entre os países mais afetados, o organismo cita economias como Brasil, China e Índia. Os emergentes e economias em desenvolvimento tendem a sentir mais os efeitos de uma realocação de IED uma vez que os investimentos estrangeiros diretos vêm de nações desenvolvidas e que estão mais próximas umas das outras, explica o FMI em relatório publicado nesta quarta-feira, 5.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam que o Brasil deve registrar no governo Jair Bolsonaro um crescimento médio do PIB de 1,14%, um resultado bem inferior ao que deve ser alcançado por um grupo de 24 países emergentes e também entre 19 nações da América Latina e do Caribe.

Entre os 24 países que servem de referência para o MSCI Emerging Markets Index, o desempenho do PIB do Brasil de 2019 a 2022 fica na 18ª posição. Em relação às 19 nações da América Latina e do Caribe que apresentaram crescimento médio nestes quatro anos, o Brasil alcança o 12º lugar.

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Essa análise compara o desempenho da economia dos países em quatro anos e considera o impacto da pandemia para todos. Ela foi realizada com base em dados do FMI. Os números relativos ao desempenho do produto interno bruto de todos os países em 2022 são as projeções do FMI divulgadas na semana passada pelo relatório Perspectiva da Economia Global.

No caso dos 24 países que fazem parte do índice MSCI de emergentes, a China alcança a primeira posição, com um avanço médio do PIB de 4,84% entre 2019 e 2022. Ela é seguida por Egito, Turquia, Taiwan, Colômbia e Hungria. O Brasil apenas superou o desempenho de Kuwait, México, República Tcheca, Catar, África do Sul e Tailândia.

NA REGIÃO

Em relação às nações da América Latina, a liderança ficou com a República Dominicana, com um crescimento médio de 3,73% no período. O Brasil ficou atrás de 11 países, entre eles Colômbia, Guatemala, Costa Rica, Belize, Nicarágua e Chile. A alta média de 1,14% do PIB nacional só superou a de Aruba, México, Dominica, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Argentina.

O Brasil cresceu 1,2% em 2019, mas o Produto Interno Bruto caiu 3,9% em 2020 sob os efeitos da pandemia. No ano seguinte, ocorreu uma expansão de 4,6%. Para 2022, o FMI estima um avanço de 2,8% do PIB. Dessa forma, a média atingiu 1,14%, com casas decimais arredondadas.

Nos dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2022, o crescimento médio foi de 2,45%. Nos oito anos da administração de Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa foi de 4,0% entre 2003 e 2010. Durante os seis anos incompletos da gestão de Dilma Rousseff, de 2011 até o fim de agosto de 2016, o indicador atingiu apenas 0,29%, dada a maior recessão da história registrada em 2015 e no ano seguinte. Nos dois anos inteiros do governo de Michel Temer como presidente (2017 e 2018), a média foi de 1,55%.

Para especialistas internacionais, entre os fatores que levaram ao desempenho abaixo da média estão a necessidade de reformas estruturais, os conflitos institucionais frequentes em Brasília e a política ambiental do atual governo, que permitiu o aumento expressivo do desmatamento (leia abaixo mais análises).

O Ministério da Economia foi procurado para se pronunciar sobre o tema, mas não se manifestou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil está conseguindo mudar a sua imagem no exterior e que o governo tem feito todo um trabalho em prol disso. Segundo ele, o cenário de "guerra" externa no início da gestão de Jair Bolsonaro faz parte do passado e agora o País tem sido reconhecido pelos seus avanços sob as óticas monetária, fiscal e democrática.

"Ao contrário do que falam, o Brasil não está mal visto no exterior. O exterior está reconhecendo avanços do Brasil em fiscal, monetário e democracia e impressionado com o que o Brasil", disse Guedes a jornalistas nesta quinta-feira, 14, após encerrar sua agenda no âmbito das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Ele voltou a comparar a situação econômica do Brasil com os países desenvolvidos. Segundo Guedes, a história de que os emergentes reagiam depois e que tinham de aprender com as economias mais avançadas não é mais uma verdade. Como exemplo, o ministro tem reforçado que as expectativas de inflação para o Brasil têm sido revisadas para baixo e de crescimento para cima neste ano.

"O preconceito contra o Brasil está se dissolvendo", afirmou, acrescentando que o Brasil abriu a sua economia enquanto o mundo estava com medo.

O ministro comentou ainda sobre acordos com a Índia e Indonésia para avançar na questão ambiental. Segundo ele, o objetivo é fazer com que os outros países paguem o Brasil por serviços ambientais, ou seja, por manter suas florestas de pé. "O mundo vai nos pagar pela manutenção desses bens públicos", disse, alegando que ouros países desenvolvidos já demonstraram interesse nisso.

Sobre sua participação no G-20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, o ministro contou que o foco da reunião foi a infraestrutura, finanças sustentáveis e impostos. Ele destacou ainda os pontos positivos da economia brasileira, na ocasião.

Já no café da manhã promovido pela Índia, na manhã desta quinta, a pauta predominante foi a inflação de alimentos e de energia, conforme Guedes. O ministro disse que o encontro foi uma espécie de troca informal de guarda. Isso porque a presidência do G-20 está nas mãos da Indonésia e passará para a Índia no próximo ano.

O café organizado pela Índia teve a participação da alguns poucos países, entre oito e nove, de acordo com Guedes. Além do Brasil, os Estados Unidos, representado pela secretaria de Tesouro do país, Janet Yellen, e ainda nomes como Arábia Saudita e Alemanha.

Guedes ainda teceu elogios à Índia e traçou um prognóstico positivo para o País. "O Brasil defende a Índia porque é democracia, com engrenagem que está funcionando bem, e um modelo ao mundo. A população da Índia será maior que a da China", disse.

Argentina

Paulo Guedes também afirmou que a reunião bilateral que teve com o seu homólogo argentino, Sergio Massa, foi pedida pela Argentina, que solicitou ajuda do Brasil na obtenção de financiamentos. Ele negou que o assunto da reunião tenha sido a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e disse que, na verdade, a instituição deve ser central no apoio para que o país consiga o suporte financeiro que precisa para sair da atual crise.

Guedes afirmou que o Brasil já ajudou a Argentina com as negociações com o FMI. Na semana passada, o país chegou a um acordo com o organismo para mais um desembolso no valor de US$ 3,8 bilhões, elevando as cifras totais para cerca de US$ 17,5 bilhões.

"A inflação está disparando na Argentina e continua subindo com muita força", disse o ministro brasileiro a jornalistas.

Guedes demonstrou ainda disposição em ajudar a Argentina apesar de o governo atual ser de esquerda. "A gestão da Argentina não é alinhada politicamente conosco, mas estarem bem é bom para a região. Não podemos nos deixar contaminar por guerra política, normal em democracia", explicou.

Ao falar sobre os itens que interessavam ao Brasil na relação com o país vizinho, Guedes disse que a Argentina tem muito gás natural, o que pode beneficiar o País, que procura reindustrialização com energia barata. Ele citou ainda a possibilidade de facilitar exportações agrícolas com a Transperuana, o que encurtaria essas viagens em seis dias.

O ministro brasileiro voltou a defender ainda uma moeda única para a América Latina: o peso-real. Na previsão de Guedes, em 10 a 15 anos o mundo terá cinco ou seis moedas únicas. Por causa disso, a região poderia ter a sua própria, o que ajudaria economias que perderam as suas divisas por crises. "Podemos criar uma moeda continental e o Brasil seria a âncora da América Latina", afirmou.

Plataforma para o BID

Guedes, reafirmou que não está pedindo apoio para o candidato do Brasil à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas que tem conversado informalmente sobre a plataforma que o País defende para a instituição no âmbito das reuniões anuais do FMI. Ele negou ainda que seja o nome que será indicado, mas não quis revelar quem seria o escolhido. Segundo Guedes, o Brasil deve indicar um candidato à presidência do BID entre dez e 15 dias. "Sou muito qualificado, mas não sou candidato à presidência do BID", afirmou a jornalistas.

Guedes voltou a criticar a indicação de Maurício Claver-Carone, que foi demitido do cargo após um escândalo ético, para liderar a instituição. "A experiência de botar um americano na presidência do BID não foi boa", disse.

Depois da demissão do antigo presidente, um processo foi aberto no mês passado para escolher um substituto para o cargo. O Brasil nunca deteve a presidência do BID. Guedes tem defendido que o candidato tem de ser qualificado e o mandato tem de ser de cinco anos, sem reeleição.

"Informalmente falo com pessoas influentes sobre nossa a plataforma para o BID. Eu não peço apoio", afirmou.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o custo fiscal do auxílio emergencial concedido pelo governo brasileiro durante a pandemia chegou a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do País entre os anos de 2020 e 2021. Em um cenário alternativo, sugere o organismo, um programa com benefícios menores, de cerca de um terço do valor concedido, ainda protegeria a população em geral, mas a um custo 50% menor.

"Os benefícios eram três vezes maiores do que o benefício social padrão e mais da metade do salário mínimo nacional", diz o FMI no relatório Monitor Fiscal, que avalia a situação das contas públicas dos países-membros, publicado nesta quarta-feira, 12.

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Para o Fundo, os efeitos de estabilização do programa de Auxílio Emergencial no Brasil "excederam em muito" os do sistema de proteção social em vigor antes da pandemia. Simulações mostram que, em média, a renda disponível per capita no Brasil subiu 2,1% em 2020, conforme o organismo. Como consequência, o FMI afirma que a taxa de pobreza e o índice de Gini, que mede a desigualdade de renda disponível, caiu "temporariamente" em 2020.

Já em um cenário sem o auxílio emergencial, conforme o FMI, apenas um quarto da perda de renda teria sido absorvido. Já a renda média disponível per capita teria diminuído 4,1%, de acordo com o organismo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, enfatizou a redução da pobreza no País após a ação do governo, que triplicou os gastos sociais desde a pandemia, durante as reuniões anuais do FMI, que acontecem em Washington. Segundo ele, o nível de pobreza já retomou ao patamar pré-covid no Brasil, inclusive, para uma situação menos pior da vista antes justamente por conta do auxílio emergencial concedido no auge da crise. "O antigo Bolsa Família foi elevado de R$ 180,00, R$ 190,00, para R$ 600,00. É mais do que três vezes", disse Guedes, a jornalistas. Como consequência, a política social brasileira passou de 0,4% para 1,5% do PIB, segundo o ministro.

Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, cerca de 30 países restringiram o comércio de alimentos, energia e outras commodities, aponta monitoramento do Fundo Monetário Internacional (FMI). O momento atual é descrito como o maior teste para a economia global desde a Segunda Guerra, com o conflito no Leste Europeu sendo mais um componente na crise gerada pela pandemia de Covid-19.

O FMI destaca que apenas a cooperação internacional será capaz de atenuar problemas globais como "a escassez de alimentos, eliminar as barreiras ao crescimento e salvar o clima". O texto é assinado pela diretora-gerente do Fundo, Kristalina Georgieva; Gipa Gopinath, vice-diretora-gerente; e Ceyla Pazarbasioglu, diretora de estratégia, política e revisão.

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"Custos de uma maior desintegração econômica seriam enormes entre os países", de acordo com o Fundo. Para economias avançadas, a fragmentação traria mais inflação, e a produtividade seria prejudicada com o rompimento de parcerias com outras nações. O FMI estima que apenas a fragmentação tecnológica pode levar a perdas de 5% do PIB para muitos países.

Para os países em desenvolvimento, as exportações seriam dificultadas por uma reconfiguração nas cadeias de suprimentos e pelas barreiras a novos investimentos. O texto aponta ainda para novos custos de transações, que surgiriam se os países tivessem que desenvolver sistemas de pagamento independentes. A alternativa para não se render à fragmentação geoeconômica é reformular a forma de cooperação entre as economias, indicam as diretoras do FMI.

SEM BARREIRAS

Como primeiro passo para esta renovação, estaria a necessidade de fortalecer o comércio para aumentar a resiliência do sistema global. A redução de barreiras comerciais aliviaria a escassez e baixaria o preço dos alimentos, indica o Fundo, alertando que não só países, mas empresas também precisam diversificar suas exportações.

Além disso, outra prioridade seria intensificar os esforços conjuntos para lidar com a dívida de países. "Com cerca de 60% dos países de baixa renda com vulnerabilidades significativas, alguns precisarão de reestruturação da dívida."

Em terceiro lugar, a modernização dos pagamentos internacionais é colocada como forma de garantir o crescimento. Uma possível solução, indica o FMI, seria o esforço para desenvolver uma plataforma digital pública de infraestrutura para pagamentos - inclusive conectando os sistemas com as moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês).

O artigo encerra recomendando o enfrentamento das mudanças climáticas, classificadas como "desafio existencial que está acima de tudo". A diferença entre os compromissos firmados e a adoção de políticas precisa ser reduzida, apontam as autoras, que defendem formas de precificar a emissão de carbono combinadas com investimentos em energias renováveis e compensação aos mais afetados pelas mudanças climáticas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu para 3% a estimativa de crescimento do PIB das economias europeias avançadas em 2022 - 1 ponto porcentual a menos do que nas projeções de janeiro -, e para 3,2% a do avanço do PIB das economias europeias emergentes (excluindo Belarus, Rússia, Turquia e Ucrânia), 1,5 ponto porcentual a menos na mesma comparação. As revisões aconteceram após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, que contribuiu para os altos preços de itens como alimentos e energia.

Já a estimativa de inflação nas economias europeias avançadas e emergentes subiu para 5,5% e 9,1%, respectivamente.

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"Uma guerra prolongada aumentaria o número de refugiados indo para a Europa, os problemas de logística, pressionaria a inflação e aprofundaria as perdas na produção", afirma a entidade em nota. A recomendação é para que países lidem com essas questões usando principalmente a política fiscal. "Estabilizadores fiscais automáticos devem poder operar livremente, enquanto gastos adicionais são alocados para apoio humanitário para refugiados e para transferências a domicílios de baixa renda e a empresas vulneráveis, porém viáveis", afirmou.

As avaliações foram publicadas no documento Perspectiva Econômica Regional para a Europa, divulgado nesta sexta, 22, pelo FMI. O diretor do Departamento de Europa do Fundo, Alfred Kammer, escreveu no blog da entidade que a guerra tem sido um obstáculo para que a Europa se recupere da pandemia de covid-19. "Aumentos de preços de energia e alimentos estão reduzindo o consumo, e a incerteza econômica deve restringir investimentos", afirma. Ele lembra ainda que a Europa deveria melhorar sua segurança energética, principalmente por meio da maior eficiência e da expansão de fontes renováveis.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em uma conversa informal com o presidente da Turquia Recep Erdogan, neste sábado (30), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a "Petrobras é um problema" e que a Economia do Brasil está "voltando bem forte". Ambos participam da reunião do G20 em Roma, na Itália. 

De acordo com o correspondente do UOL, Jamil Chade, até então Bolsonaro só havia se comunicado com os garçons e, ao ser levado para falar com Erdogan – chefe acusado de desmontar a democracia em seu país-, deu um sorriso amarelo ao tradutor e disse: "me ajuda aí".

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Visivelmente desconfortável, Bolsonaro não fez perguntas, nem buscou estreitar relações como faz com seu público. Ele apenas se privou a responder rapidamente as perguntas que lhe eram direcionadas. O que não entusiasmou o líder turco.

Falta de educação com o chancelar eleito na Alemanha

Na rodinha de conversa também estava o próximo chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que venceu as eleições. Embora seja um dos principais parceiros do Brasil, aparentemente, Bolsonaro não sabe quem é o futuro gestor alemão, já que não deu atenção a Scholz.

Ignorado por Bolsonaro, ele deu as costas e se encaminhou a rodinha que era formada pelos primeiros-ministros do Reino Unido, Boris Johnson, do Canadá, Justin Trudeau e da Índia, Modi Narenda.

Avaliação distorcida da Economia

Com o índice de reprovação em 53%, o brasileiro disse a Erdogan que tem um grande apoio popular, mas que a "mídia como sempre atacando". "Não é fácil ser chefe de Estado em qualquer lugar do mundo", assegurou.

O aumento da fome e da inflação é o indicativo mais visível de que o Brasil é um dos países do G20 com maior dificuldade. A economia deve fechar 2022 com o menor crescimento em comparação às maiores economias mundiais, projeta o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Lembrado do potencial petrolífero pelo turco, Bolsonaro afirmou que quebrou monopólio em torno da Petrobras – possivelmente se referia a venda de empresas como a Eletrobrás – e que há pouco tempo, a principal empresa do país "era de partido político".

Apesar de realizar trocas recorrentes de ministros e se render à pressão do Centrão por indicações, o brasileiro disse que montou uma boa equipe. "Não aceitei indicação de ninguém. Foi eu que botei todo mundo. Prestigiei as Forças Armadas. Um terço dos ministros militares profissionais", orgulhou-se.

Após perceber a presença da imprensa brasileira, integrantes da comitiva presidencial chamaram a organização do G20 para retirar a reportagem.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu as projeções de crescimento do Brasil, em especial a de 2022. De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial, a estimativa de variação do Produto Interno Bruto (PIB) do País no próximo ano recuou de 1,9% para 1,5%. Para 2021, variou de 5,3%, divulgada em julho, para 5,2% agora.

A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, afirmou que o "pequeno corte" na projeção para o crescimento do Brasil neste ano é resultado do aperto na política monetária e do quadro econômico nos Estados Unidos. Ela citou o País brevemente, durante entrevista coletiva no lançamento da publicação.

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A revisão é fruto dos "efeitos que esperamos com a alta dos juros na política monetária, diante da inflação alta no Brasil e também por causa da previsão de menos crescimento nos Estados Unidos, que é um importante parceiro comercial", disse Gopinath. O FMI também notou que o avanço dos preços das commodities (matérias-primas cotadas em dólar) e o retorno dos setores industrial e de serviços após o auge do choque da pandemia da covid-19 "têm sido importantes para a recuperação" brasileira.

O FMI estima que o IPCA chegará a 7,9% no final deste ano, acima dos 4,6% informados anteriormente, e que em 2022 este índice de preços ao consumidor avançará 5,3%, superior aos 4% estimados há seis meses.

Segundo o FMI, a projeção para o déficit de transações correntes como proporção do PIB caiu um pouco para 2021, de 0,6% para 0,5%, e aumentou para o próximo ano, de 0,8% para 1,7%. No caso da taxa de desemprego, o FMI reduziu as estimativas de 14,5% para 13,8% em 2021 e de 13,2% para 13,1% no próximo ano.

Entre os poucos comentários sobre a evolução da economia do Brasil, o documento destaca que as projeções para as contas públicas refletem anúncios de políticas de estímulo pelo governo e consideram "conformidade total com o teto constitucional de gastos".

O FMI apontou que premissas para a política monetária no País "são consistentes com a convergência da inflação em direção ao centro da meta no final de 2022". O fundo citou que as ações do Banco Central "mudaram para uma postura menos acomodatícia desde o final de 2020", o que também ocorreu no Chile, no México e na Rússia.

Apreensão global

Apesar do avanço da vacinação contra a covid-19 em diversos países, os riscos para a economia global persistem, sobretudo com a variante Delta, o que levou o FMI a reduzir um pouco a previsão de alta do crescimento global de 6,0% para 5,9% neste ano, mantendo a estimativa de expansão de 4,9% em 2022.

Segundo Gita Gopinath, a produção dos países avançados deve atingir os níveis pré-pandemia em 2022 e exceder tal patamar em 0,9 ponto porcentual em 2024. Ela pondera que o nível de atividade em mercados emergentes e nações em desenvolvimento, à exceção da China, deve ficar 5,5 ponto porcentual abaixo do nível anterior à covid-19 em 2024, o que resultará em "grandes retrocessos para a melhora das condições de vida" de seus cidadãos.

As ações dos países ricos para assegurar a imunização em nações em desenvolvimento são, conforme a instituição, fundamentais para o crescimento global e para o controle da pandemia. "Enquanto perto de 60% da população em economias avançadas está totalmente vacinada e alguns estão recebendo os reforços, cerca de 96% da população em países de baixa renda continua sem vacinas", destacou Gopinath. Na sua avaliação, os mercados emergentes estão removendo com maior rapidez estímulos a empresas e famílias devido ao risco de perder a ancoragem de expectativas de inflação e diante de condições financeiras mais apertadas.

Conforme o relatório, a prolongada pandemia provocou interrupções da fabricação de mercadorias, o que, aliado à alta de commodities, levou a um aumento expressivo da inflação de forma global, prejudicando países avançados, como os EUA e a Alemanha, e também nações em desenvolvimento.

A publicação também citou as mudanças climáticas e a necessidade de medidas para coibir a emissão de carbono, como um imposto sobre CO2.

O FMI reduziu a previsão de crescimento dos EUA de 7% para 6% neste ano e elevou de 4,9% para 5,2% em 2022. No caso da China, baixou de 8,1% para 8,0 em 2021 e de 5,7% para 5,6% em 2022. Em relação à zona do euro, aumentou a previsão de 4,6% para 5,0% neste ano e manteve os 4,3% de avanço em 2022. Para o Japão, reduziu a estimativa de 2,8% para 2,4% em 2021 e subiu de 3,0% para 3,2% no próximo ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou, nesta terça-feira (12), que a persistência da pandemia de Covid-19 e a distribuição desigual de vacinas continuam a desacelerar a recuperação econômica global e piorar as perspectivas para os países em desenvolvimento, incluindo os da América Latina.

O crescimento global para 2021 é projetado em 5,9%, contra 6% estimados em julho, uma queda "marginal", explicou o FMI em sua atualização do relatório trimestral "World Economic Outlook" (WEO).

Mas esses números mascaram grandes contratempos em algumas nações, alertou Gita Gopinath, economista-chefe do FMI, observando que "as perspectivas para o grupo de países em desenvolvimento de baixa renda pioraram consideravelmente devido ao agravamento da dinâmica da pandemia".

Somada à onda de infecções da variante delta do coronavírus está uma taxa de vacinação marcadamente mais baixa nos países em desenvolvimento.

Cerca de 58% da população das economias avançadas já está totalmente imunizada, contra 36% nas economias emergentes e menos de 5% nos países pobres, sublinha o FMI, que publica as suas previsões no âmbito das reuniões anuais com o Banco Mundial esta semana em Washington.

Outro desafio global são os gargalos de logística que deixaram as cadeias de suprimentos globais fora de sincronia, levando a bloqueios nos portos, escassez de uma variedade de produtos e aumento dos custos de exportação.

Redução para EUA, Brasil e México 

Como resultado, o FMI reduziu a previsão de crescimento em 2021 para a maior economia do mundo - para 6%, ante 7% em julho. Mas revisou em alta para 2022, a 5,2%, levando em conta os projetos de gastos planejados pelo governo Joe Biden de vários trilhões de dólares.

Em contraste, o Fundo revisou para cima sua previsão de crescimento para 2021 na zona do euro (+0,4 ponto, a 5%).

Neste caso, novamente, as disparidades são grandes, com um aumento em sua estimativa de crescimento para a França (+0,5 ponto,a 6,3%), graças à aceleração da vacinação de sua população, e redução para a Alemanha, que sofre com a escassez de semicondutores (-0,5 ponto, a 3,1%).

A China, segunda potência econômica do mundo e onde a pandemia começou no final de 2019, continuará impulsionando o crescimento global (-0,1 ponto, a 8%) junto com Estados Unidos e Índia (9,5%, inalterado), disse o IMF.

Para a América Latina e o Caribe, região muito afetada pela pandemia, o Fundo melhorou sua projeção de crescimento para este ano (+0,5 ponto, a 6,3%), após uma forte recessão registrada em 2020 (-7% ante -3,1% em todo o mundo).

Mas reduziu a projeção para o Brasil e o México, as duas principais economias da região, estimando uma expansão do PIB de 5,2% e 6,2%, respectivamente, em ambos os casos 0,1 ponto percentual a menos do que o previsto anteriormente.

Para 2022, o FMI manteve sua estimativa de crescimento global em 4,9%.

Todas essas previsões, no entanto, permanecem muito incertas, ressaltou Gopinath, lembrando que se baseiam, em particular, em uma meta de vacinação de 40% da população mundial até o final deste ano e 70% para o primeiro semestre de 2022.

"Divergência perigosa"

Para Gopinath, está muito claro que "a pandemia não terminará em um lugar até acabar em todos os lugares".

Uma recessão prolongada "poderia reduzir o PIB mundial em US $ 5,3 trilhões acumulados nos próximos cinco anos", alertou.

Para a economista-chefe do FMI, a maior preocupação é a "perigosa divergência" nas perspectivas econômicas entre os países.

O PIB das economias avançadas deve retornar à sua trajetória pré-pandemia em 2022.

Mas o PIB dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento (excluindo a China) deve permanecer 5,5% abaixo das projeções pré-pandemia em 2024, acarretando "uma redução significativa na melhoria do padrão de vida" dessas populações.

Além disso, "os preços dos alimentos aumentaram mais nos países de baixa renda, onde a insegurança alimentar é mais aguda, sobrecarregando as famílias mais pobres e elevando o risco de agitação social", observou Gopinath.

Ainda assim, o FMI estima que a inflação retornará aos níveis anteriores à pandemia em meados do próximo ano, tanto nas economias avançadas quanto nas emergentes.

Para a instituição, a prioridade absoluta continua sendo o controle da pandemia.

"A comunidade mundial deve redobrar seus esforços para garantir o acesso equitativo às vacinas para todos os países, superar as dúvidas sobre as vacinas quando houver oferta adequada e garantir melhores perspectivas econômicas para todos", concluiu Gopinath.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, anunciou, nesta segunda-feira (13), a nomeação do ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn como diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do órgão. O brasileiro assumirá o cargo, hoje ocupado pelo mexicano Alejandro Werner, em 3 de janeiro de 2022.

Em nota divulgada pelo FMI, Georgieva diz que está satisfeita com a nomeação. "Ele tem uma experiência impressionante nos setores público e privado e é altamente respeitado como acadêmico", escreveu a diretora do fundo. A líder também elogiou o histórico de Goldfajn como formulador de políticas, comunicador e seu "profundo" conhecimento como executivo financeiro internacional.

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Atualmente, Goldfajn atua como presidente do Conselho do Credit Suisse Brasil. O economista presidiu o BC de maio de 2016 a fevereiro de 2019, indicado pelo ex-presidente Michel Temer.

No comunicado divulgado nesta segunda-feira, Georgieva ressalta que, durante sua gestão no BC, Goldfajn supervisionou a implementação de mudanças regulatórias que, na avaliação dela, estimularam a inovação e a digitalização, com o crescimento das fintechs no Brasil.

Georgieva também destaca que Goldfajn trabalhou como economista no FMI de 1996 a 1999. "Estou muito satisfeita que Ilan esteja retornando para nós neste momento crucial, e que poderemos nos beneficiar de sua experiência excepcional à medida que continuamos a ajudar os países da região a construir economias mais resilientes e inclusivas."

O Credit Suisse Brasil confirmou, por meio de um comunicado à imprensa, que Goldfajn deixará o cargo de presidente do Conselho em 31 de dezembro. Ele será substituído por Ana Paula Pessoa, que faz parte do Conselho desde 2018.

"Estou deixando o Credit Suisse para seguir a minha vocação que é a de contribuir com a sociedade em um cargo público, desta vez em uma organização internacional. A economia mundial vive um momento muito desafiador, agravado pela pandemia da covid-19, e a oportunidade de colaborar a partir dessa posição no FMI me deixa entusiasmado", diz Ilan na nota publicada pelo banco.

Os líderes mundiais devem assumir um "novo compromisso" para trabalhar por uma distribuição mais equitativa das vacinas contra a Covid-19 em todo o mundo se desejam derrotar a epidemia, afirmaram nesta terça-feira (1º) quatro importantes organizações internacionais em um apelo conjunto.

De acordo com vários analistas, as desigualdades em termos de vacinas entre países ricos e pobres complicam e prolongam uma pandemia que matou mais de 3,5 milhões de pessoas em todo o mundo.

Em um texto publicado na edição de terça-feira do jornal Washington Post, os diretores da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Mundial do Comércio (OMC), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial afirmam que as desigualdades favorecem o surgimento de variantes do coronavírus, o que provoco novos surtos nos países em desenvolvimento.

"Está muito claro que não pode haver resistência global à pandemia covid-19 sem acabar com a crise de saúde. O acesso às vacinas é fundamental para ambos", afirma o texto. "Acabar com a pandemia é possível e requer uma ação global hoje".

O manifesto foi assinado pela diretora gerente do FMI, Kristalina Georgieva, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o presidente do Banco Mundial, David Malpas, e a diretor geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala.

Todos pedem que o G7, em sua próxima reunião de cúpula no Reino Unido este mês, estabeleça uma "estratégia mais coordenada, respaldada por novos recursos, para vacinar o planeta", e que aceite contribuir com 50 bilhões de dólares para um plano contra a pandemia que já foi proposto pelo FMI.

O sistema Covax, apoiado pela ONU, foi criado para compartilhar vacinas com os países mais pobres. Mas as nações mais ricas assinaram contratos diretos com a indústria farmacêutica e reservaram a maior parte das vacinas disponíveis até o momento.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, enfatizou a importância de que os governos tracem uma política para a vacinação contra a covid-19, considerando-a "a política econômica mais importante" para os países no quadro atual.

Durante evento virtual sobre a recuperação econômica na África Subsaariana, ela alertou para o surgimento das novas cepas do vírus. "As mutações da covid-19 estarão por aí enquanto não vacinarmos todos em toda parte", advertiu.

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Georgieva revelou que já tomou a segunda dose da vacina, o que segundo ela lhe permitiu viajar até seu país natal, a Bulgária, e se encontrar com sua neta. E ressaltou que pôde tomar a vacina apenas por sua idade, já que tem mais de 65 anos.

Além disso, a diretora-gerente do FMI disse lamentar o fato de que, nas projeções do Fundo, a África deve crescer neste ano menos da metade do esperado para a economia global.

Ela enfatizou também a importância de se apoiar um retorno seguro às aulas, citando estudo segundo o qual a perda de aulas apenas no primeiro ano da pandemia custará aos países da África US$ 500 bilhões.

Georgieva ainda fez uma recomendação aos ministros de Finanças. "Aumentem suas receitas, especialmente coletando tributos da parte mais rica da economia", disse ela, argumentando que esse dinheiro, ao ser bem aplicado, poderá tornar as economias mais fortes e resistentes a choques futuros, como uma eventual crise climática à frente.

Países exportadores

A diretora-gerente do FMI destacou ainda que países exportadores de commodities estão entre aqueles que "sofrem mais" com a crise econômica resultante da pandemia da covid-19. No evento virtual sobre a recuperação na África Subsaariana, ela notou que o quadro atuou mostra "diferentes tipos de vulnerabilidades".

Os países com apenas um setor forte em suas economias foram mais atingidos, como por exemplo aqueles muito dependentes do turismo. "Países que são mais diversificados foram atingidos, mas tiveram mais capacidade para sustentar um melhor quadro na crise", comparou.

Georgieva ainda destacou as nações que "durante as boas épocas construíram bons fundamentos em termos de políticas fiscais", que agora "colhem os benefícios desse trabalho duro".

O Fundo Monetário Internacional destacou que, além de haver a necessidade no Brasil de "um novo impulso para aprovar a legislação sobre a ampla reforma tributária", também é importante finalizar os acordos comerciais com a União Europeia e outros parceiros, concluir a adesão ao Acordo de Compras Governamentais da Organização Mundial de Comércio (OMC) e acelerar o ritmo das novas concessões e privatizações, para viabilizar ganhos de produtividade à economia.

A avaliação foi feita pelo corpo técnico do FMI ao final da missão do artigo IV de 2020 sobre o Brasil. "O novo marco legal de saneamento básico, sancionado recentemente, é um avanço muito positivo, que deve propiciar uma série de projetos e investimentos críticos em infraestruturas daqui para a frente", destacou o Fundo.

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Segundo o FMI, as autoridades no Brasil "devem continuar a priorizar a luta contra a corrupção e a lavagem de dinheiro e impedir retrocessos jurídicos e institucionais". Para o Fundo, garantir a independência das "autoridades competentes" para investigar e instaurar processos por crimes financeiros e de corrupção, sem influência indevida, "é um elemento fundamental das normas internacionais e de qualquer arcabouço eficaz de prevenção à lavagem de dinheiro e combate ao financiamento do terrorismo".

Para o Fundo, "como em outros países, a pandemia de covid-19 elevou os riscos de corrupção e lavagem de dinheiro", sobretudo os associados à fraude e ao uso indevido de recursos oficiais nas compras públicas. "As autoridades já tomaram medidas preventivas e de transparência para mitigar os riscos", diz.

O FMI aponta que outras ações úteis nessa direção seriam ampliar o compartilhamento de informações sobre beneficiários efetivos e reforçar o quadro de divulgação do patrimônio, proteção aos delatores e regulamentação das atividades de lobby.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A pandemia da Covid-19 pode comprometer os progressos alcançados pelas mulheres nas últimas três décadas para reduzir a desigualdade econômica em relação aos homens, destacou a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI) no site da entidade, nesta terça-feira (21).

A crise de saúde, que gerará uma contração do PIB global de 4,9%, afeta mais as mulheres do que os homens, já que estas ocupam mais empregos nos setores mais atingidos, como indústria de serviços, comércio varejista ou a hotelaria.

Nos Estados Unidos, cerca de 54% das mulheres trabalham em setores nos quais o trabalho remoto não é uma possibilidade e no Brasil essa porcentagem chega a 67%.

O FMI observou que as mulheres também são prejudicadas pela a tendência de realizar mais trabalhos domésticos não remunerados. Em média, cerca de 2,7 horas por semana.

"Elas assumem essencialmente as responsabilidades familiares que derivam do confinamento, por exemplo o fechamento das escolas", destacou o FMI.

E uma vez que a economia reabre, a situação não melhora já que os especialistas alertaram que é mais difícil para as mulheres encontrar trabalho em período integral.

O FMI destacou que é crucial que as autoridades "adotem medidas para limitar os efeitos adversos da pandemia para as mulheres".

Neste sentido, a entidade elogiou a Coalizão Latino-americana para Empoderar as Mulheres, criada em abril a pedido da vice-presidência da Colômbia e Costa Rica e da Cepal.

Também celebrou as medidas adotadas na Áustria, Itália, Portugal e Eslovênia para conceder licença remunerada, embora parcial, aos pais com filhos menores de uma certa idade e também destacou uma iniciativa da França de dar permissão aos pais afetados pelo fechamento das escolas.

O diretor do departamento monetário e de mercado de capitais do Fundo Monetário Internacional (FMI), Tobias Adrian, sugeriu que os bancos retenham as receitas em seus balanços, evitando pagamento de dividendos, a fim de preservar as condições de capitais.

"Podemos esperar juros baixos por um bom tempo. Então, nossas expectativas é de que haverá pressões de rentabilidade sobre os bancos", afirmou, durante seminário virtual sobre o Relatório de Estabilidade Financeira Global, divulgado nesta sexta-feira, 22.

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Segundo Adrian, mais de 100 países já solicitaram assistência financeira do Fundo, entre os quais cerca de 50 já começaram a receber os recursos.

Ele avalia que o auge da crise financeira provocada pelo coronavírus já passou. "As políticas em países desenvolvidos têm efeitos positivos em economias emergentes. Com o relaxamento das condições financeiras, o acesso a mercados melhorou para os emergentes", analisa.

Na mesma linha, o vice-diretor do departamento monetário e de mercado de capitais do FMI, Fabio Natalucci, afirmou que os emergentes enfrentaram problemas de fuga de capitais na fase inicial da crise, mas que a questão começou a se estabilizar, particularmente nos países com fundamentos econômicos sólidos.

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