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Cerca 300 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram nesta sexta-feira a Fazenda Dadu, usada num projeto de reflorestamento, em Borebi, no centro-oeste de São Paulo. O grupo de invasores é o mesmo que, até o fim da tarde desta quinta-feira, 1, ocupava a Fazenda Santo Henrique, da Cutrale, na mesma cidade. Os sem-terra, despejados por ordem judicial, passaram a noite num assentamento da região e, nesta manhã, partiram para a nova invasão.

De acordo com a integrante da coordenação nacional do MST, Kelli Mafort, a ocupação visa pressionar para que o processo de resgate das terras públicas da região para a reforma agrária tenha continuidade. Segundo o MST, a Fazenda Dadu, usada num projeto de produção de celulose, faz parte de uma antiga proposta de colonização federal, o Núcleo Colonial Monções, e foi ocupada indevidamente. Os proprietários registraram a invasão na delegacia de polícia local, passo inicial para o pedido de reintegração de posse.

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O juiz da 2ª Vara Cível de Lençóis Paulista, Mário Ramos dos Santos, determinou no final da tarde desta quarta-feira a reintegração de posse da Fazenda Santo Henrique, da empresa de suco de laranja Cutrale, invadida desde a manhã por 300 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST). Na liminar, o magistrado reconheceu a reiterada desobediência do MST à ordem judicial e se referiu aos prejuízos computados em cada invasão para decidir pela saída imediata dos ocupantes. Um oficial de justiça esteve na fazenda no início da noite para entregar a notificação aos líderes dos sem-terra. O MST informou que vai cumprir a decisão judicial, mas pretende negociar com a Polícia Militar um prazo para a saída pacífica da área.

Cerca de 500 trabalhadores estão impedidos de trabalhar na Fazenda Santo Henrique, da empresa de laranja Cutrale, em Borebi, interior paulista, invadida na manhã desta quarta-feira por 300 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST). A empresa orientou seus advogados para entrarem com pedido de reintegração de posse na Justiça. É a quinta invasão pelo movimento nos últimos quatro anos. A área já havia sido ocupada no início de junho deste ano, mas a Justiça determinou a retirada dos invasores.

O movimento alega que os 2,6 mil hectares são terra pública. A propriedade é objeto de ação reivindicatória movida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No dia 10 deste mês, a Justiça Federal bloqueou a matrícula da fazenda, acatando pedido de tutela antecipada feita pelo Incra, por meio da Advocacia Geral da União (AGU). A medida impede qualquer transação com o imóvel até o julgamento final do processo.

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De acordo com Ana Carolina Mazin, da direção estadual do MST, a ocupação visa a pressionar para que o processo tenha continuidade. "Reivindicamos que as terras sejam retomadas e transformadas em assentamentos da reforma agrária." Segundo ela, o objetivo da ocupação não é causar destruição ou vandalismo, mas denunciar o uso indevido das terras da União.

A Cutrale informou em nota que já demonstrou a legalidade na aquisição da fazenda, que gera empregos e apresenta alta produtividade, e vai tomar as medidas para que as atividades sejam retomadas. O Incra informou que, embora a 1ª Vara Federal de Ourinhos tenha bloqueado a matrícula do imóvel, ainda não há decisão definitiva sobre a posse do imóvel. A intenção do órgão, caso a decisão favorável, é destinar a área para assentamento de trabalhadores sem terra.

Na invasão anterior, paredes e veículos foram pichados e toneladas de laranja madura se perderam - a empresa calculou o prejuízo em R$ 200 mil. Em 2009, durante outra ocupação, os invasores depredaram as instalações e usaram um trator para derrubar 12 mil pés de laranja.

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