Acabou de ser solto por volta das 18h, o estudante de história da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Bruno Torres, 19 anos. O jovem estava no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) desde a última quinta-feira (19), acusado pelos crimes de desobediência, dano ao patrimônio público e corrupção de menores supostamente provocados durante uma manifestação no Recife, realizado pela Frente de Luta do Transporte Público. Na tarde deste sábado, um juiz já tinha cedido um alvará de soltura e o jovem aguarda apenas ser liberado da prisão.
Em entrevista ao portal LeiaJá, o estudante se disse aliviado com a liberdade obtida e afirmou ser inocente do que está sendo acusado. “Isso foi complemente arbitrário, inclusive se for verificado as filmagens das câmeras da SDS (Secretaria de Defesa Social) eu não participei de nenhuma degradação, não desobedeci à ordem de parar feita pelo policial e muito menos aliciei menores. Inclusive, eu não conheço nenhuma das pessoas que foram detidas comigo”, alegou Torres.
##RECOMENDA##Relembrando o momento de sua prisão ocorrida na última quarta-feira (18), o jovem disse que foi mau tratado. “No momento em que eu fui detido os policiais da Rocam (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas) me trataram com extrema austeridade e inclusive um deles me ameaçou”, contou, detalhando sem seguida a situação vivida no Cotel. “Em relação ao Cotel os presidiários e o diretor João Fernandes me trataram muito bem e o Cotel só não estar pior graças a ele (ao diretor), mas o governo do Estado trata os funcionários com extremo descaso”, criticou.
Aliviado com a liberdade, ele disse ainda não parar de lutar por questões sociais. “Neste primeiro momento eu vou comemorar com os meus camaradas de militância política e com a minha família e vou permanecer na luta, já que eu estive presente aqui no Cotel e vi com meus próprios olhos o descaso que tratam os prisioneiros. Vi que eu tenho mais motivos para permanecer na luta”, afirmou, acrescentando não saber ainda se irá ou não denunciar as agressões e ameaças sofridas durante sua apreensão.