Tópicos | A Bruxa

Aclamado no mundo inteiro, o longa de horror “A Bruxa” (The Witch) estreou nos cinemas brasileiros nessa quinta-feira (3). Produtor da obra, o brasileiro Rodrigo Teixeira, entretanto, afirma: o filme “não é 100% terror e tampouco voltado somente para público de festival”.

Aos 40 anos e à frente da RT Features, Teixeira já dispõe de um largo currículo de produções no cenário nacional e internacional. No Brasil, encabeçou obras como “O Cheiro do Ralo”, “O Abismo Prateado”, “Heleno”, “Quando Eu Era Vivo” e “Tim Maia”. Fora, produziu longas bem recebidos por público e crítica como “Frances HA” e “Mistress America” - ambos do diretor Noah Baumbach - além de “Love”, último título do cineasta Gaspar Noé.

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E o momento não poderia ser melhor para o produtor, que desde 2015 colhe os frutos do trabalho realizado em parceria com o diretor estreante Robert Eggers e toda equipe de A Bruxa. O filme foi atração à parte do Festival de Sundance - de onde Eggers saiu com o prêmio de melhor direção dramática - e a partir de então seguiu conquistando fiéis e despertando a curiosidade e expectativa do público.

A equipe do Portal LeiaJá conversou com Rodrigo Teixeira. Na entrevista exclusiva, o produtor fala sobre o processo de desenvolvimento do filme, o nascimento de um grande artista (o diretor Robert Eggers), dentre outras particularidades do longa que promete atormentar os brasileiros a partir desta semana.

Portal LeiaJá - "A Bruxa" estreia no Brasil carregando o reconhecimento de importantes festivais de cinema ao redor do mundo e o prestígio da crítica, de fãs e mestres do horror, dentre eles o escritor Stephen King. Como foi o processo de produção do filme?

Rodrigo Teixeira - Foi um processo árduo e complicado. Longa de baixo orçamento, primeiro filme do diretor, com crianças e animais. Acredito que a experiência das filmagens esteja bem explícita no filme. Todo o cuidado e dedicação por parte da equipe e dos atores.

LJ - Você considera "A Bruxa" como um filme de "horror de arte", como alguns críticos o elegeram?

RT - Esses rótulos são sempre complicados, mas o filme não é nem um filme 100% terror e tampouco um filme voltado somente para público de festival. Acredito que o diretor tenha conseguido construir um balanço perfeito entre os anseios do gênero de terror e de um certo apelo comercial. A direção de atores, a fotografia e a direção de arte mostram um cuidado exímio por parte do diretor e sua equipe em tentar recriar esse universo e trazer ao público em geral.

LJ - Quais foram as principais influências do diretor Robert Eggers na elaboração do roteiro e na condução do filme?

RT - Ele sempre fala de O Mágico de Oz, O Iluminado, filmes russos mudo, entre outros. A pintura de Goya é sem dúvida uma referência na construção dos quadros e da iluminação no filme também.

LJ - Você já trabalhou com filmes e outras peças audiovisuais de diversos gêneros, mas quais as peculiaridades do desenvolvimento de um filme de horror (e de época, como no caso de "A Bruxa")?

RT - Cada filme é um filme, cada roteirista/diretor é um. O principal desafio de transpor o roteiro de A Bruxa para as telas foi a língua falada pelos personagens. O Robert sempre quis que eles falassem um inglês arcaico, mais próximo de como as pessoas falavam na época - e que foi feito no fim das contas. Tínhamos dúvida de como as palavras soariam saindo da boca dos atores e até de como o público receberia isso, se eventualmente diminuiria o apelo comercial do filme. Bem, acho que já podemos concluir que isso só aumentou a força do filme!

LJ -  Apesar de seus vários anos de produção cinematográfica fora do país, a ansiedade aumenta às vésperas do lançamento de um novo filme no Brasil?

RT - Com certeza. Produzir um filme é sempre começar do zero e construir algo a partir disso. Claro que os anos de experiência nos ensinam muitas coisas, estamos constantemente aprendendo. Mas o frio na barriga e a expectativa de fazer o melhor filme possível são sempre iguais.

LJ - Grupos de adores do Diabo estão fazendo sessões gratuitas do filme ao redor do mundo. Você esperava todo esse afã pelo longa?

RT - Eu sempre acreditei muito no projeto. Quando conheci o Robert pela primeira vez sabia que ele era uma pessoa especial, que se tornaria um grande artista. Fico muito contente de ter feito parte desse "descobrimento". Agora respondendo sua pergunta, não imaginei que o filme iria tomar a proporção que tomou, afinal é um filme de baixo orçamento, sem atores conhecidos, o primeiro trabalho do diretor. O que torna toda a experiência ainda mais incrível.  Outro dia, eu disse numa sessão que esse é o nosso filme religioso para competir com Os Dez Mandamentos - espero que o público compareça para prestigiar e ser transportado para dentro do universo d'A Bruxa.

Confira os horários de exibição de “A Bruxa” nos cinemas do Recife:

Cinépolis Guararapes - Sala 4. 14h (exceto sáb, dom), 16h20, 18h55 (sáb, dom). 

UCI Recife - Sala 5. 13h10, 15h10, 17h10, 21h55, 23h55*.

Não tem para "Sobrenatural", "Atividade Paranormal" ou "Exorcistas do Vaticano". O filme de horror do momento, que tem atraído os holofotes de público e crítica ao redor do mundo, é "A Bruxa" (The Witch). A première da película foi realizada no Festival de Sundance, nos Estados Unidos. No evento, o filme foi aclamado, rendendo até o prêmio de 'Melhor Diretor' para o cineasta Robert Eggers, também responsável pelo roteiro da obra.

A Bruxa se passa numa comunidade remota da Inglaterra, em meados do século XVII. A narrativa acompanha o inferno que acomete a família, extremamente religiosa, do agricultor William (Ralph Ineson). A floresta que cerca sua propriedade parece abrigar uma força estranha, que começa a agir de forma violenta no local. Animais, plantações e até um dos filhos do protagonista veem-se sob a influência de algo maligno.

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O trailer publicado hoje pela produtora do filme mostra que o clima do longa é de tensão constante. O vídeo também traz comentários de alguns dos críticos especializados mais respeitados dos Estados Unidos. David Ehrlich, do Time Out New York, considerou o filme como "um dos mais genuinamente enervantes filmes de horror da atualidade". Já para Drew McWeen, da Hitfix, a sensação de ver a obra é a de "estar assistindo algo que não devia ser visto", dada a experiência assustadora que é a sessão e as "terríveis" lembranças que permanecem após o término do filme.

No Brasil, A Bruxa deve estrear apenas em 2016. Então, até lá, assista o trailer, assustador e misterioso, da produção que parece ter sido feita na medida para agradar os fãs de horror mais exigentes. 

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