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O campo de Lula da Petrobras, no pré-sal da Bacia de Santos, no Rio de Janeiro, vai voltar a se chamar campo de Tupi. A modificação é uma exigência do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4), que considerou que o nome gerava "promoção pessoal" para o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) diz que a Petrobras já comunicou a mudança, que está sendo analisada.

Segundo o advogado Rafael Gama, que coordena a ação contra a petroleira, a agência reguladora juntou na última sexta-feira o ofício de troca do nome ao processo. Ele explica que há a possibilidade de uma nova mudança na nomenclatura mais para a frente.

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A jazida petrolífera, que antes já era denominada Tupi, mudou para campo de Lula em 2010. Na ocasião, a Petrobras explicou que, segundo orientação da ANP, os campos de petróleo deveriam receber, no ato de declaração de comercialidade, "nomes ligados à fauna marinha, quando se tratar de descoberta no mar". O campo de Iracema, por exemplo, ganhou na ocasião o nome de Cernambi, que também é um molusco.

A relatora das apelações na corte em Porto Alegre, desembargadora Marga Inge Barth Tessler, considerou "irretocáveis" os fundamentos da sentença.

Ela também manteve o comando sentencial que negou o ressarcimento de despesas de publicidade da estatal, já que a inicial não trouxe provas dos danos ao patrimônio público - e não se pode falar em lesão presumida.

A ação popular para pedir a troca do nome foi feita pela advogada Karina Pichsenmeister, sócia da Gama Advogados.

Segundo ela, "o ato eterniza de forma equivocada o crédito e o mérito pela descoberta do pré-Sal".

Para ela, cabia à ANP, como agência reguladora, realizar um filtro de legalidade ou constitucionalidade do ato administrativo.

A Petrobras enviou ao polo pré-sal da Bacia de Santos mais um navio-plataforma. O Cidade de Maricá chegou ontem à área de atividade e soma-se a outras quatro embarcações já em operação no campo de Lula. O navio tem capacidade para produzir até 150 mil barris de óleo por dia e comprimir até 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A previsão é que a plataforma entre em produção no primeiro trimestre de 2016, de acordo com nota divulgada pela estatal.

O Cidade de Maricá ficará instalado a 250 km do litoral do Rio de Janeiro, num local com profundidade de 2.120 metros. O navio terá, agora, as linhas de ancoragem instaladas e, depois disso, será conectado a dez poços produtores e sete poços injetores. O gás natural será exportado para a costa por meio de um gasoduto submarino. A unidade tem, ainda, capacidade de armazenamento de 1,6 milhão de barris de óleo e de injeção de 200 mil barris de água por dia.

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No último mês de novembro, a produção de petróleo e gás natural operada pela Petrobras na camada pré-sal atingiu a média diária de 1,023 milhão barris de óleo equivalente por dia (boed), um crescimento de 1,8% em relação a outubro. A área de Lula é desenvolvida pelo consórcio na qual a Petrobras é operadora com participação de 65%. As outras parceiras são a BG E&P Brasil Ltda (25%) e Petrogal Brasil SA (10%).

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) entrou com ação judicial contra a Petrobras questionando a arbitragem internacional proposta pela estatal sobre o campo de Lula. A ação foi protocolada na Justiça Federal do Rio no último dia 29 de abril, segundo o comunicado da reguladora. O objetivo é suspender o procedimento aberto pela Petrobras na Câmara de Comércio Internacional para rever a decisão da ANP sobre a união dos blocos de Cernambi e Lula, na Bacia de Santos, num mesmo campo.

Em disputa está o pagamento de "participações especiais", uma forma de cobrança da União sobre as receitas de exploração da área. O valor é calculado proporcionalmente ao lucro auferido com a venda de petróleo produzido nas áreas demarcadas pela ANP, e não pelo volume produzido, como acontece com os royalties. Esse tipo de cobrança é feita apenas em áreas consideradas de alta rentabilidade para os consórcios.

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A união de blocos representa um aumento na receita do consórcio explorador e consequentemente, do valor pago à União. Pelos cálculos da ANP, o valor poderia chegar a R$ 50 bilhões no período da concessão, de 35 anos. Segundo a agência, a mudança na composição dos blocos "significaria grave lesão para o erário brasileiro".

"A ANP protocolou, no dia 29/4, na Justiça Federal do Rio de Janeiro, ação anulatória do procedimento arbitral promovido pelos Concessionários do Bloco BM-S-11 - Petróleo Brasileiro S/A, BG E&P Brasil Ltda., e Petrogal Brasil S.A. requerendo ao Poder Judiciário a suspensão do procedimento arbitral", informou o comunicado da agência.

A Petrobras fez dois pedidos formais à ANP, na esfera administrativa, para a divisão dos blocos questionando o conceito adotado pela agência sobre a definição dos campos. Nas duas ocasiões, ainda em 2011, a agência rejeitou os pedidos e reforçou que a área seria considerada um único bloco, denominado de Lula. No último dia 9, em reunião da diretoria da agência, o pedido de arbitragem pela Petrobras foi considerado "ilegal". A petroleira foi notificada da decisão e teve cinco dias para desistir do processo, sob pena de ação judicial.

A área é explorada pelo consórcio formado por Petrobras, que tem 65% de participação, e pelas empresas BG (25%) e Petrogal (10%). A agência confirmou que a arbitragem está prevista no contrato de concessão, mas atende a critérios específicos que não se aplicariam ao caso. A agência não detalhou quais os critérios necessários para a abertura do processo.

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