Tópicos | Câncer de boca

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que 704 mil casos de câncer sejam diagnosticados por ano no Brasil até 2025. Para os cálculos, foram selecionados 21 tipos de câncer mais incidentes no país, dentre eles o câncer de boca. Ainda segundo a instituição, no ano passado, 10.900 homens foram identificados com câncer na cavidade oral. 

As lesões cancerígenas podem afetar os lábios e toda cavidade oral, como gengivas, bochechas, céu da boca e língua. Segundo o Ministério da Saúde, esse tipo de câncer geralmente é diagnosticado em estágios mais avançados e, com a chegada do Dia Mundial do Câncer no próximo sábado (4), os cirurgiões dentistas alertam para a prevenção.

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“Os exames odontológicos de rotina devem ser feitos com frequência, principalmente se a pessoa estiver no grupo de risco: homens, com mais de 40 anos, tabagistas, imunodeprimidos, portadores de próteses mal ajustadas e que possuem dietas ricas em gordura e álcool”, explica Samuel Veras, coordenador da Clínica Odonto FPS. Ele ressalta ainda que é importante controlar os fatores de risco, principalmente o tabagismo, a exposição ao sol, o consumo de álcool e sempre fazer bem a higiene bucal.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em média, o consumo de bebidas alcoólicas aumenta nove vezes a chance de adquirir o câncer de boca e, quando associado ao tabagismo, esse risco torna-se 35 vezes maior. Além disso, a instituição alerta para exposições excessivas aos raios solares, principalmente em pessoas de pele clara. 

Como identificar os sintomas?

Para o diagnóstico, os exames clínicos realizados nos consultórios são seguros e são a melhor forma de identificar a doença. No entanto, também é possível o indivíduo visualizar se tem algo de errado. O coordenador da Clínica Odonto FPS explica como realizar de forma adequada o autoexame: “Se sentir que tem algo estranho ou incomodando, lavar as mãos, posicionar-se de frente para o espelho e observar a face, lábios e interior de toda a boca. Caso tenha alguma lesão que não cicatrize há mais de 15 dias, manchas vermelhas ou esbranquiçadas ou nódulos no pescoço, é importante procurar um odontólogo”. “É importante lembrar que o autoexame é uma forma de identificar se tem algo de errado, mas, apenas com os exames clínicos e a biópsia, pode ser confirmado o diagnóstico”, completa Samuel.

As chances de cura são em média de 80%, caso o câncer de boca seja diagnosticado no início e tratado da maneira adequada. Na maioria das vezes o tratamento envolve cirurgia oncológica ou radioterapia, podendo também utilizar os dois métodos de forma associada.

Da assessoria

Na Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, iniciada nesta segunda-feira (5), o Ministério da Saúde alerta para os hábitos que podem ajudar a reduzir o risco da doença que, segundo a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), deve atingir 14,7 mil brasileiros até o fim deste ano, sendo 11,2 mil homens e 3,5 mil mulheres.

Dados da pasta revelam que o câncer de boca é mais comum entre homens e que 70% dos casos são diagnosticados em pessoas acima de 50 anos. Fumantes e consumidores frequentes de bebidas alcóolicas também fazem parte do grupo de risco da doença que afeta os lábios e o interior da cavidade oral, podendo atingir o céu da boca, as gengivas, bochechas e língua.

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“Atitudes simples como abstenção de fumo e bebidas alcoólicas, dieta rica em alimentos saudáveis e boa higiene oral diminuem as chances de desenvolver a maioria das doenças malignas, inclusive os tumores na boca, que são os mais comuns tipos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil”, alertou o Inca.

Os principais sintomas a serem observados pela população, segundo o Ministério da Saúde, são lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias; manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, bochecha e céu da boca; nódulos (caroços) no pescoço; e rouquidão persistente. Nos casos avançados da doença, os sintomas mais comuns são dificuldade para falar, mastigar e engolir; e sensação de que há algo preso na garganta.

Visitas periódicas ao dentista também favorecem o diagnóstico precoce da doença, já que permite identificar lesões suspeitas, ressaltou a pasta. Se diagnosticado no início e tratado de forma adequada, 80% dos casos de câncer de boca tem cura.

O tratamento depende de avaliação médica, mas geralmente requer cirurgia oncológica e/ou radioterapia. Os dois podem ser usados de forma isolada ou associada e ambos têm bons resultados em lesões iniciais. A indicação depende da localização do tumor e das alterações funcionais que possam ser provocadas.

Após o fim da Campanha e Prevenção do Câncer de Boca da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas) que aconteceu no mês de junho, ficou comprovada a carência e a urgência de mais iniciativas que atuem junto à população de baixa renda que não tem acesso a planos de saúde. No Brasil são 10 mil novos casos de câncer de boca anualmente.

Segundo o balanço, as pessoas só recorrem ao cirurgião-dentista quando a lesão está em estado avançado. Quando o diagnóstico é feito precocemente, a cura pode ser total. Dos 182 pacientes que agendaram consultas no mês de junho, 10% tiveram câncer de boca diagnósticado, sendo apenas 20% na fase inicial da doença.

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Mais de 80% dos pacientes se enquadravam nos principais fatores de risco: idade superior a 50 anos e uso regular de fumo ou álcool. Apenas um caso estava relacionado a um paciente que não fumava e não bebia. Neste caso a principal suspeita é o HPV, doença sexualmente transmissível. Esse também foi o paciente mais jovem, com 25 anos.

Os principais sintomas da doença são o aparecimento de feridas que não cicatrizam dentro de uma semana, manchas brancas, vermelhas e pretas, além da dificuldade da deglutição e sangramento. “É preciso uma mobilização maior da sociedade e órgãos competentes no sentido de ampliar a divulgação da prevenção dessa doença que tem uma taxa de mortalidade alta, superior a 10%”, diz o Dr. Artur Cerri, coordenador da campanha da APCD.

Com informações de assessoria

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