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Um ataque hacker invadiu o sistema de tecnologia do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, no último sábado (27). Segundo a instituição, os programas de segurança foram ativados, mas os serviços de tecnologia precisaram ser interrompidos para evitar danos.

O setor de radioterapia precisou ser suspenso temporariamente e só será retomado quando houver segurança necessária para o religamento do sistema, de acordo com a assessoria de imprensa do instituto. As marcações de consultas também foram interrompidas.

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No entanto, de acordo com o Inca, as consultas agendadas estão ocorrendo normalmente, por meio de anotações manuais sobre a evolução do paciente e receitas feitas à mão. As internações, cirurgias, sessões de quimioterapia e o funcionamento do centro de tratamento intensivo (CTI) também continuam normais.

“O Inca reafirma o compromisso com a saúde e o bem-estar dos pacientes, suas famílias e colaboradores. Estamos acompanhando de perto o desenvolvimento do trabalho da equipe de TI para assegurar que o serviço ao público não seja prejudicado e as marcações possam ser retomadas”, informa nota divulgada pelo instituto.

O jurista Miguel Reale Júnior criticou na manhã desta quarta-feira, 29, a 'politização da justiça', um 'malefício' que, em sua avaliação, 'levou a uma grande confusão entre o justo e o que é satisfatório para a opinião pública' e 'comprometeu a Lava Jato e o combate à corrupção de forma muito grave'. Segundo ele, a luta contra a corrupção deve ser jurídica.

As declarações de Reale Júnior se deram em debate na 8ª edição do seminário Caminhos Contra a Corrupção promovido pelo Estadão e pelo Instituto Não Aceito Corrupção.

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Para o professor, houve um 'comprometimento' da Justiça na medida em que ela se politizou. Nesse contexto, Reale Júnior chegou a citar o senador Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato, apontando que 'sua pequena ambição política comprometeu a luta contra a corrupção'.

"Tenho receio de que a sociedade seja contaminada por visão santificada da luta contra a corrupção, como o endeusamento do Moro. Ele é das pessoas mais nocivas para a luta contra a corrupção. Porque ele comprometeu, para sua ambição política, a luta contra a corrupção sendo juiz. Isso contamina muito. Ele era endeusado. Comprometeu totalmente", ponderou.

Reale Júnior fez as ponderações sobre a 'politização da justiça' ao dissertar sobre pontos que geram insegurança jurídica no País. O jurista também considera que o enfrentamento à corrupção também foi comprometido com a decisão do Supremo Tribunal Federal que remeteu para a Justiça Eleitoral investigações abertas na esteira da Lava Jato, que versavam sobre supostos crimes de caixa 2.

O jurista ainda comentou sobre a PEC que pretende restringir poderes de ministros do Supremo e a indicação do ministro Flávio Dino ao STF. As ponderações se deram durante participação do jurista na mesa "Combate à corrupção na nova era". Também participaram do debate a professora Laura Barros e o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini.

PEC

Na avaliação de Reale, o problema da PEC que pretende restringir poderes de ministros do Supremo não é o conteúdo, mas a forma. "Foi um acinte desnecessário, um jogo político do presidente do Senado para cativar senadores bolsonaristas e mineiros bolsonaristas", afirmou. Segundo o jurista, criou-se uma 'crise institucional desnecessária', uma 'irresponsabilidade'.

A professora Laura Barros, ex-controladora-geral da Prefeitura de São Paulo, ressaltou que impacto da PEC é questionável vez que o Supremo já estava equacionando pontos citados no texto. A professora destacou que o debate no Congresso envolve uma questão simbólica, de mensagem. Em sua avaliação, quando o Legislativo se pretende disciplinador do dia dia do Judiciário há agressão a cláusula petrea da Constituição.

"Passa uma mensagem muito ruim. Mostra instabilidade, falta de coesão entre Poderes e gera angústia na população, no mercado, nos investidores", avalia.

Na avaliação do professor José Renato Nalini, a PEC foi 'provocada' pelo Supremo, sendo que o duelo entre o Congresso e a Corte máxima 'mostra que o Tribunal deveria ser só corte constitucional'. Em sua avaliação os ataques ao STF forçaram uma coesão entre os ministros - "mas se ele (o STF) tivesse cuidado de se autolimitar não teria chegado a esse ponto", pondera.

Em sua avaliação, não é função dos ministros 'fazer palestra, participar de congressos e dar entrevitas', a não ser que não haja 'um processo' para se julgar. "O STF poderia julgar muito a economia brasileira, o combate à corrupção que está em todos os discursos, mas efetivamente não se faz", pondera.

Dino

Sobre a indicação Flávio Dino à vaga no Supremo Tribunal Federal, Reale Júnior destacou como o ministro atuou como magistrado, assessor na Corte máxima e secretario do Conselho Nacional de Justiça, com experiência no Judiciário e na política. "Acho que será bom uma voz forte no STF, com personalidade. Ele (Dino) não vai fazer politização da Justiça, é um juiz. Fico preocupado em que vai ser o ministro da Justiça", ponderou.

A professora Laura Barros se disse frustada com 'expectativa desatendida' da não indicação de uma mulher à vaga aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. Ela vê 'retrocesso', considerando que foi um 'aceno que ficou no ar'. "Realmente traz tristeza", ponderou.

Problema moral

Reale Júnior colocou a corrupção como um problema moral. "Ela é a falta de respeito ao outro, colocar o seu interesse acima do interesse geral. Na medida em que alguém se sente no direito de receber uma vantagem em prejuízo do bem comum é porque está desprezando o outro e se colocando em uma posição privilegiada. 'Eu mereço vantagens indevidas em prejuízo da sociedade'", ponderou.

Segundo o jurista, trata-se de uma questão cultural. Ele ainda fez um alerta: "Quando as consequências são anuladas com relação à grande corrupção, a pequena corrupção vai se sentir absolutamente autorizada a viger. Isso significa 'vale tudo'. Volta a prevalecer o princípio de 'sabe com quem tá falando', 'quero levar vantagem'. O levar vantagem passa a ser um valor", pondera.

Lei das estatais

A professora Laura Barros fez críticas à decisão do STF de derrubar trecho da Lei das Estatais abrindo caminho para indicações políticas para as chefias de empresas públicas. Ela destacou como as estatais tem funções tecnicas, sendo importante que seus quadros tenham o mesmo perfil. Em sua avaliação a suspensão se dá ante uma opção política e vai além de questões atinentes ao Judiciário.

"A partir do momento em que o Judicário se vê no direito de expressar convicções de cunho ideológico e político a gente tem uma porta escancarada para mais insegurança jurídica", avaliou.

Congresso

Reale Júnior ainda citou como fonte de insegurança jurídica a ausência de fixação de políticas. Segundo ele, não há previsibilidade das mesmas porque a 'política tem sido dominada pelo Congresso'.

"Quem manda no pais é o Arthur Lira, porque ele faz a pauta, não se tendo previsibilidade de projetos e medidas adotadas como execução de plano de governo, medidas no plano legislativo. Isso gera uma imensa insegurança juridica, vez que a pauta é de acordo com a conveniência de seu grupo politico", avaliou.

Segundo o jurista, 'quando não existe interesse público, mas a soma de interesses particulares estamos na mais absoluta insegurança'.

Expectativa

Ao fim da mesa, a mediadora Eliane Cantanhede questionou Nalini, Laura e Reale Júnior sobre expectativas para a atuação dos três Poderes. O primeiro falou sobre o que espera do Judiciário: uma maior comunicação com a sociedade. Além disso, pregou que o Poder 'passe a educar a juventude e a infância, mostrando o que é certo é errado, elogiando as boas praticas e abominando as más para formar uma nova geração'.

Sobre o Congresso, Laura disse esperar que os parlamentares tomem consciência de sua função institucional e saibam ouvir a sociedade, tendo responsabilidade em suas decisões. "Não há como se legislar contrariamente a evidências", advertiu.

Quando ao Executivo, Reale Júnior se disse preocupado com o nome que vai assumir o Ministério da Justiça do governo Lula, apontando como necessário o empenho na luta contra o crime organizado. "Se não enfrentar com firmeza, o crime organizado toma conta do País", indicou.

O dia 1º de agosto é conhecido como o Dia Mundial do Câncer de Pulmão. Ficar atento aos sintomas é importante, uma vez que este é o terceiro mais comum entre homens e quarto mais recorrente entre mulheres no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). No mundo, o câncer de pulmão é o primeiro em em incidência entre homens e o terceiro entre as mulheres. Alguns dos sintomas, na maioria das vezes, aparecem quando estão em um estágio avançado, podendo ser evidenciados.

Caso os sintomas durem mais de duas semanas seguidas podem ser decorrentes de um câncer, por isso o paciente precisa de uma avaliação médica. “É importante que o pneumologista ou clínico geral seja consultado, pois é possível fazer exames que permitem identificar a doença de forma precoce, dando início ao tratamento logo em seguida e prevenir o desenvolvimento do câncer”, aconselha a médica em clínica geral Karla Nogueira. “O tratamento muda de acordo com o tipo e característica do câncer, podendo ser indicada a realização de cirurgia e sessões de radioterapia ou quimioterapia”, acrescenta. 

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Os principais sintomas iniciais do câncer de pulmão são: 

Cansaço extremo; 

Dificuldade em respirar; 

Diminuição do apetite; 

Dor nas costas; 

Dor no tórax; 

Falta de ar; 

Perda de peso; 

Rouquidão; 

Sangue no catarro; 

Tosse seca e persistente. 

 

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou na sexta uma recomendação para que a população não consuma o adoçante aspartame. A orientação do Inca ocorre após o produto ser incluído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em uma lista de substâncias "possivelmente cancerígenas".

Em nota técnica, o Inca faz um histórico das evidências científicas relativas ao uso de aspartame e conclui que a melhor opção é deixar o produto de lado. "Considerando a atual classificação do aspartame pela Iarc (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da OMS) como possível carcinógeno para humanos; considerando também as evidências científicas que apontam que o consumo de bebidas adoçadas com adoçantes artificiais não colaboram para o controle da obesidade, podendo ainda contribuir com o excesso de peso corporal; e por fim, considerando a associação direta do excesso de gordura corporal com pelo menos 15 tipos de câncer, o Inca aconselha à população geral evitar o consumo de qualquer tipo de adoçante artificial e adotar uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e minimamente processados e limitada em alimentos ultraprocessados", diz a nota.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Considerado um dos mais frequentes no país, o câncer de estômago foi a causa da morte da ex-jogadora da seleção brasileira feminina de vôlei Ana Paula Borgo, de 29 anos. A atleta, falecida nessa quinta-feira (11), descobriu a doença há cerca de oito meses em exames de rotina e estava em tratamento. 

 O câncer de estômago é o quarto tipo mais incidente entre homens e o sexto entre mulheres no Brasil. Chamado também de câncer gástrico, é comum em homens na faixa etária de 60 a 70 anos. Cerca de 65% dos pacientes têm mais de 50 anos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

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Estima-se 21.480 novos casos da doença no país por ano, no triênio de 2023 a 2025, sendo 13.340 casos em homens e 8.140, em mulheres   Sintomas   A doença não tem sinais específicos. No entanto, alguns sintomas devem ser observados: perda de peso e apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente.

Esses sinais, de acordo com o Inca, podem indicar doenças como uma úlcera e gastrite (consideradas benignas) ou um tumor no estômago. Por isso, é importante busca uma orientação médica o quanto antes para diagnóstico.

Em estágio avançado, o paciente pode apresentar massa palpável na parte superior do abdômen, aumento do fígado, íngua na parte inferior esquerda do pescoço e nódulos ao redor do umbigo.

O instituto informa que alguns fatores podem aumentar o risco da ocorrência da doença, entre eles sobrepeso, obesidade, consumo excessivo de álcool e sal, fumo e doenças pré-existentes.   

Prevenção 

 Para prevenir a doença, é recomendado evitar o consumo de bebidas alcoólicas, de alimentos salgados ou mantidos em sal, não fumar e manter o peso adequado.    Diagnóstico e tratamento  A doença é detectada por meio de uma endoscopia digestiva alta, exame que permite visualizar o estômago e esôfago, além de biópsia. Se confirmada, é feita uma tomografia computadorizada para avaliar a extensão do tumor. 

O tratamento passa por cirurgia e quimioterapia.

Os hábitos alimentares dos brasileiros que trabalham fora de casa podem aumentar os riscos para vários tipos de tumores. De acordo com informações da empresa Kantar, especialmente trabalhadores da classe C e D estão consumindo mais salgados e lanches no lugar da refeição na hora do almoço como forma de se alimentar.  

O alerta aponta para os chamados “snacks” que têm sido uma opção para café da manhã e lanche da tarde. Entre 2019 e 2022, 89% do aumento de consumo de salgados ocorreu nessas ocasiões. Enquanto isso, houve uma retração de 61% no mesmo período para refeições clássicas no almoço - o  que segundo especialistas pode levar ao aumento do risco de câncer.

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Estudos científicos mostram que  os casos de câncer de intestino não só têm aumentado, como também estão atingindo pessoas mais jovens. E as causas indicam, primeiramente, o estilo de vida não saudável, além das questões de hereditariedade. Os últimos indicativos do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para o novo salto de casos de tumores para a estimativa do triênio 2023-2025, período para o qual são esperados mais de 700 mil diagnósticos por ano.  

ARROZ E FEIJÃO NA MARMITA

Para os especialistas, está mais que provado que é a alimentação saudável, baseada em ingredientes naturais e rica em fibras, que irá contribuir não apenas para garantir índices adequados de nutrientes, mas também para evitar o surgimento de doenças como o câncer.

Portanto, eles reforçam a importância que, por mais que o fator financeiro não contribua para que o trabalhador opte por alimentação completa e saudável ao fazer a refeição fora de casa, que seja possível investir na produção da própria marmita, incluindo legumes e verduras, uma proteína e a combinação do arroz com feijão.  

 

“Meu estilo de vida mudou completamente. Tenho plena consciência de que meus hábitos alimentares não eram os mais saudáveis.” A declaração dada pela cantora Preta Gil em ilustra muito bem a realidade brasileira. Preta está fazendo tratamento contra câncer de intestino, que tem relação direta com má alimentação.

O câncer de intestino (colorretal) é o 3º tipo de maior incidência no Brasil, superando o câncer de colo de útero, que ocupava essa posição até o ano passado. São mais de 45 mil novos casos diagnosticados e mais de 20 mil mortes por ano. E a expectativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) é de que o número de pessoas atingidas pelo câncer colorretal continue crescendo, o que torna o problema ainda mais preocupante.

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A medicina garante que esse é um tipo de câncer é evitável. “Dieta rica em alimentos processados ou ultraprocessados, em carne vermelha, gordura e preparações instantâneas está diretamente relacionada a esse tipo ao câncer colorretal. Obesidade, sedentarismo e tabagismo completam a lista de fatores de risco que podemos evitar. Atividade física regular, sozinha, já reduz o risco de desenvolver a doença em 26%. Uma dieta rica em frutas, legumes e verduras é fundamental. O consumo de 10 gramas de fibras ao dia reduz o risco de câncer de intestino em 10%”, enumera a médica oncologista Paula Sampaio, do Hospital Barros Barreto, referência no Pará. “Não tem jeito. Se queremos qualidade de vida e longevidade, temos que ter um estilo de vida saudável”, completa a médica.

Datas como o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer (8 de abril) são um convite para que as pessoas e organizações se esforcem para reduzir o impacto da doença. De acordo com as estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde), até 2030 o câncer vai superar as doenças cardiovasculares e se tornar a campeã em mortalidade no mundo todo.

“Nós não podemos deixar de bater nessa tecla, mas a mudança depende de cada um fazer a sua parte. As pessoas precisam se esforçar para adotar hábitos saudáveis. Temos que estimular a vacinação contra o HPV para crianças e adolescentes, por exemplo. Essa é uma medida de prevenção primária. Um tipo de medida que pode evitar que a pessoa tenha câncer, como é o caso de não fumar, não ser sedentário e controlar o peso”, explica a médica.

A bancária Léa Paysano, de 60 anos, passou pelo tratamento de um câncer de intestino e agora está em acompanhamento médico. O diagnóstico saiu em maio de 2020, início da pandemia da covid-19. Léa lembra que percebeu sangue nas fezes, mas acreditou ser pelo nervoso com a pandemia. “Tinha muito medo de sair de casa, de precisar ir ao médico ou fazer exames por causa da covid-19. Por isso, fiquei um tempo com os sangramentos sem falar para ninguém”, diz ela. Só quando comentou com uma irmã e um sobrinho que é médico decidiu procurar um gastro para investigar o problema.

O exame foi confirmado no exame de colonoscopia. A cirurgia para a retirada do tumor ocorreu um mês depois, em 11 de agosto. O tratamento com quimioterapia durou até março de 2021.

De acordo com as estimativas do Inca, o Brasil terá 704 mil novos casos de câncer diagnosticados por ano, no triênio 2023 a 2025. Isso representa um crescimento de 12,64% dos casos de câncer no Brasil, comparando com estimativa anterior (2020-2022). A incidência do câncer no Brasil é alarmante porque reafirma o câncer como a segunda causa de mortes por doença no mundo.

O tipo de câncer mais incidente no Brasil continua sendo o de pele não melanoma, com 220 mil novos diagnósticos (31,3% do total de casos). Mas apesar da quantidade, ele apresenta altos percentuais de cura e menor mortalidade, se tratado adequadamente. Por isso, não é considerado tão preocupante quanto os outros tipos de câncer.

O câncer de mama continua sendo o segundo tipo com maior incidência no Brasil, com 10,5% do total de diagnósticos. De 2023 a 2025, são estimados 73.610 novos casos a cada ano, contra 66 mil na estimativa anterior.

Entre os homens, o câncer de próstata é o segundo mais comum (depois do câncer de pele não melanoma), com 71.730 casos, representando 10,2% do total. Em seguida, o destaque é para os tumores de intestino e de pulmão.

Da Redação do LeiaJá Pará.

 

Nove em cada dez adolescentes, entre 13 e 17 anos de idade, conseguem comprar cigarros em locais comerciais autorizados, como padaria, cafeteria, mercados e bancas de jornal, conforme estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgado nesta sexta-feira (3). A venda é proibida para essa faixa etária.

O estudo, que usa dados de pesquisas escolares, mostra ainda que sete em cada dez jovens teve acesso a cigarro pela compra direta nos estabelecimentos autorizados. Entre 2015 e 2019, a venda proibida cresceu de 81,1% para 89,6%. Outro dado é que 70% dos menores de idade adquirem cigarro unitário, o que significa que os postos de venda abrem o maço de cigarros e comercializam unidades avulsas, em desacordo com a lei.

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Para o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, os dados mostram que os adolescentes têm tido facilidade em comprar cigarros em locais onde a venda não deveria ocorrer.

“Quando se viola um maço ou embalagem de cigarro qualquer, que é produto para consumo, você está colocando em risco a integridade do produto. Não se sabe se o que havia ali dentro foi alterado”, alerta o médico. “São duas transgressões importantes. Primeiro, não cumprindo a lei em relação a vender para menores de idade e, segundo, vender o cigarro avulso, que é outra transgressão que a lei não permite”.

De acordo com Maltoni, pais, sociedade e instituições de controle devem manter vigilância no combate ao tabagismo no Brasil, mesmo com a queda em mais de 50% do número de fumantes no país. “A gente percebe que não tem conseguido avançar muito mais nessa redução. É preciso manter constantemente a atenção sobre todos esses pontos, para atuar na faixa etária em que existe oportunidade maior de fazer com que o hábito de fumar não se inicie e, portanto, o vício entre as crianças, os jovens e adolescentes”.

Desde 2019, Brasil e a Turquia são citados como dois países que adotaram todas as medidas de combate ao tabaco, estabelecidas em 2005 pelo Relatório MPOWER, da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo do diretor. “Não podemos deixar que a falta de fiscalização ou que as novas formas de fumar, como os cigarros eletrônicos, reaqueçam esse mercado com a formação de novos públicos”.

O fumo, ativo ou passivo, pode levar a diversos problemas de saúde, como doenças cardíacas, respiratórias e câncer.

Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indica o surgimento de 44 mil novos casos por ano de câncer de intestino, ou câncer colorretal, no Brasil, com 70% concentrados nas regiões Sudeste e Sul. “É uma doença muito prevalente. É a terceira. Ela vai perder para [câncer de] mama, vai perder para [câncer de] próstata. Em terceiro lugar, vem o câncer colorretal”, disse o cirurgião oncológico Rubens Kesley, coordenador do Grupo de Câncer Colorretal do Inca.

De acordo com o especialista, países desenvolvidos, como os Estados Unidos, tendem a apresentar maior número de novos casos desse tipo de câncer a cada ano. Entre os norte-americanos, que têm população em torno de 300 milhões de habitantes, a estimativa é de surgimento de 150 mil novos casos anuais. Como o Brasil está melhorando, progressivamente, sua condição socioeconômica, a perspectiva é de expansão de casos. “Há aumento vertiginoso. É uma curva acentuada”.

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Rubens Kesley lembrou que há cinco anos, o Brasil apresentava 25 mil casos novos/ano de câncer colorretal, e a expectativa para o próximo quinquênio é atingir 80 mil casos/ano. “De uma maneira mais simples: hoje, são 44 mil e aumentando. E vai subir bastante a incidência”.

Fatores

A alimentação pobre em fibras está relacionada ao aumento do número de casos de câncer colorretal, confirmou o cirurgião oncológico. Isso se explica porque, à medida que as condições socioeconômicas de um país melhoram, as pessoas passam a comer mais alimentos industrializados e ultraprocessados e deixam de comer alimentos com fibras. “A fibra é como se fosse um varredor. Imagina uma vassourinha que limpa o cólon, o intestino grosso. Quando você deixa de usar a vassourinha, o lixo vai se acumulando. Então, a falta de alimentos ricos em fibras faz com que aumente muito a incidência".

Outro fator que pode levar ao câncer colorretal é a carne vermelha, especialmente aquela usada em churrascos, queimada, com muita gordura. “Porque ela é rica em hidrocarbonetos, que são muito cancerígenos”. A carne cozida é melhor. Outras coisas que favorecem o surgimento de câncer do intestino são tabagismo, sedentarismo, etilismo, obesidade, principalmente na barriga. Entre esses, Kesley destacou como fatores principais para o desenvolvimento do câncer colorretal a obesidade, falta de atividade física e os alimentos industrializados e pobres em fibras. “Esses são, realmente, o carro-chefe dos fatores de risco mais agressivos”.

Outro cuidado que se deve ter é com a saúde bucal, porque há uma bactéria na boca que favorece o desenvolvimento da doença. “Essa bactéria se associa a uma incidência altíssima de câncer colorretal”. Estudo recente de pesquisadores da Escola de Odontologia de Columbia, em Nova York, mostrou como o Fusobacterium nucleatum, uma das bactérias da boca, pode acelerar o crescimento desse tipo de câncer. Daí a importância da profilaxia bucal, recomendou o médico.

Colonoscopia

O prazo para refazer o exame de colonoscopia vai depender se houver pólipo. Se o paciente faz a colonoscopia e está tudo normal, ele pode repetir o exame a cada cinco anos. Se tiver pólipo de um tipo específico (adenoma), que é precursor do câncer colorretal, o paciente deve repetir a colonoscopia no ano seguinte. O prazo para renovação do exame se estende, portanto, de um a cinco anos.

Idade certa

Para a grande maioria da população, que não tem história de câncer na família, são pacientes de vida saudável, com risco muito baixo, que não fumam nem bebem, têm evacuação diária normal, o ideal é fazer colonoscopia aos 55 anos de idade. “Mas isso tem que ser visto pelo coloproctologista. Essa é uma decisão médica porque, dependendo do risco, você pode precisar antes”, advertiu o especialista.

No caso, por exemplo, de pessoas que têm histórico de câncer na família, como ocorreu com a atriz Angelina Jolie, elas não podem esperar. Têm que procurar um bom profissional que dirá qual o melhor momento para fazer colonoscopia.

Esse exame pode ser feito, entretanto, antes dos 55 anos, na presença de sintomas. Pacientes com anemia ou com dores de repetição (cólicas intestinais) devem procurar um médico para afastar o risco de um câncer colorretal. Nesse caso, são pacientes com alterações do hábito intestinal, ou seja, a frequência com que evacuam, que abrangem diarreias ou constipação com cólica.

Estágio avançado

Segundo Rubens Kesley, a falta de colonoscopistas, principalmente no interior do país, faz com que a maioria dos pacientes seja diagnosticada com câncer de intestino em estágio avançado, como ocorreu com os jogadores de futebol Pelé e Roberto Dinamite. “Normalmente, esse estágio avançado é fator determinante da gravidade do câncer”. Ou seja, o estágio da doença é que determina o prognóstico.

O cirurgião do Inca ressaltou, por outro lado, que a evolução do tratamento foi tão grande nos últimos anos que mesmo que o estágio seja muito avançado, há possibilidade de sobrevida. Do total de doentes com câncer colorretal, 20% sobrevivem, 80% morrem. “Vale a pena o paciente correr atrás porque, mesmo que o estágio seja muito avançado, ele pode ser curado”. A chance de cura é menor. De cada cinco pacientes com câncer avançado, um vai sobreviver. “Mas há chance. Se a gente consegue salvar um em cinco, é um grande avanço”, afirmou Kesley.

Ele admitiu, entretanto, que o câncer ainda é um desafio para a ciência. A doença é uma mutação do DNA, que está protegido por duas membranas. Infelizmente, não há drogas hoje capazes de reorganizar o DNA. Então, quando um paciente já tem uma doença que é resistente à quimioterapia e à radioterapia e já se espalhou, o tratamento do câncer se torna ineficiente. No caso de Pelé e Roberto Dinamite, o tumor já havia se tornado resistente à quimioterapia e à radioterapia, e a cirurgia se tornou fútil. Ou seja, quando as células cancerígenas já se espalharam, a possibilidade de cura é muito reduzida.

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Um levantamento realizado em novembro pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou que o país pode ter cerca de 704 mil novos casos da doença por ano, no período que compreende o triênio 2023-2025. Esse é um crescimento de 12,64% na comparação com a previsão anterior, em que, para 2020 a 2022, o instituto antevia 625 mil casos. De acordo com o estudo, as regiões Sul e Sudeste concentram 70% da incidência. O Inca prevê que o câncer seja a 2ª causa de mortes por doença no mundo.

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Nas regiões Norte e Nordeste, o câncer de próstata (Norte: 28,40/100 mil; Nordeste: 73,28/100 mil) é o mais incidente, seguido do câncer de mama feminina (Norte: 24,99/100 mil; Nordeste: 52,20/100 mil) e câncer do colo do útero (Norte: 20,48/100 mil; Nordeste: 17,59/100 mil).

Esse é um crescimento que segue uma tendência mundial, não sendo exclusividade no Brasil, esclarece Amanda Gomes, oncologista do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), de Belém. Para a médica, o que determina se alguém vai ou não ter câncer é a forma como o meio ambiente influencia o corpo humano.

“O meio ambiente mudou nos últimos 30 anos. Hoje a gente tem um dia a dia muito maluco. A gente está comendo cada vez mais [alimentos] ultraprocessados, nos exercitado e dormido menos”, explicou. “A gente tem um estilo de vida muito tóxico atualmente e isso facilita o aparecimento de doenças como o câncer. A gente teve aí um aumento de mais de 10%, então para aumentar as chances é rápido, mas pra diminuir o processo é lento.”

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Elisete Moreira foi diagnosticada com câncer de mama em grau 3. A aposentada realizava exames regularmente, por isso ficou surpresa com o diagnóstico. “A sensação que eu tive foi medo. Senti insegurança no começo também”, contou. “Prevenção em primeiro lugar, porque se descobrir no início temos chance de 95% de cura.”

Andreza Moreira, com câncer em estágio 2, disse que também sentiu medo do diagnóstico, mas sempre apostou na eficiência do tratamento. “Eu me submeti a todos os protocolos de tratamento, fiz quimioterapia, radioterapia e hemoterapia”, detalhou. “O câncer, hoje, não é mais uma sentença de morte. Tem vários tratamentos disponíveis e o melhor tratamento é sempre a prevenção, porque quanto mais cedo maiores as chances de cura.”

O câncer hereditário responde por cerca de 5 a 10% dos diagnósticos. De acordo com a oncologista Amanda Gomes, 90% dos casos são esporádicos, ou seja, vão ocorrer mesmo que o indivíduo não tenha predisposição familiar.

“Por isso as pessoas têm que ficar de olho e fazer acompanhamento médico, se ligar no estilo de vida, que é a prevenção primária, a forma como eu vivo”, explicou. “E trabalhar a prevenção secundária, que é ter contato com o seu médico e a partir de uma determinada idade você passar a fazer exames mesmo que não tenha sintomas pra saber se vai desenvolver alguma doença, pra encontrá-la de forma precoce.”

Por Sergio Manoel (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

 

O Brasil deve registrar 704 mil novos casos de câncer por ano até 2025. A projeção é do estudo "Estimativa 2023 - Incidência de Câncer no Brasil", do Instituto Nacional de Câncer (Inca), divulgado nesta quarta-feira (23). O trabalho estima que as regiões Sul e Sudeste vão concentrar cerca de 70% da incidência da doença e aborda 21 tipos de câncer mais incidentes no País. São dois a mais do que na publicação anterior. Na edição deste ano, o Inca contabilizou os cânceres de pâncreas e de fígado.

"Decidimos incluir esses cânceres por ser um problema de saúde pública em regiões brasileiras e também com base nas estimativas mundiais. O câncer de fígado aparece entre os dez mais incidentes na Região Norte, estando relacionado a infecções hepáticas e doenças hepáticas crônicas. O câncer de pâncreas está entre os dez mais incidentes na Região Sul, sendo seus principais fatores de risco a obesidade e o tabagismo", explica a pesquisadora da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA (Conprev) Marianna Cancela.

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O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma. Tem 31,3% do total de casos. É seguido pelo de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

O estudo aponta ainda que o câncer de próstata predomina em homens em todas as regiões do País. Totaliza 72 mil casos novos estimados a cada ano do próximo triênio (2023 a 2025). Ficará atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

Nas regiões de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os tumores malignos de cólon e reto ocupam a segunda ou a terceira posição. Já nas de menor IDH, o câncer de estômago é o segundo ou o terceiro mais frequente na população masculina.

Nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente. Tem 74 mil casos novos casos previstos por ano até 2025. Nas regiões mais desenvolvidas, em seguida vem o câncer colorretal. Nas de menor IDH, o câncer do colo do útero ocupa essa posição.

Sul e Sudeste terão 70% dos casos

Dos 704 mil novos casos de câncer previstos de 2023 a 2025, 70% devem ocorrer nas regiões Sul e Sudeste. O câncer de mama em mulheres, o de próstata e o de cólon e reto são os três tipos mais incidentes nessas duas regiões.

"A mudança de comportamentos associados à urbanização como sedentarismo, sobrepeso e obesidade, consumo de álcool e tabaco, ingestão de carne processada, além de dieta pobre em frutas, legumes e verduras aumenta o risco de câncer colorretal. Em compensação, é alto o potencial para a prevenção primária desse tipo de câncer por meio de estratégias voltadas à promoção da alimentação saudável, da manutenção do peso corporal adequado, da prática regular de atividade física e da redução de bebidas alcoólicas", diz a nutricionista Maria Eduarda de Melo.

Nas regiões Norte e Nordeste, o câncer de próstata é o mais incidente. Vem seguido do câncer de mama feminina. Depois, vem o câncer do colo do útero.

"O câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública, especialmente nas regiões Norte e Nordeste nas quais o acesso aos serviços de saúde é mais complexo. Entretanto, a doença é passível de erradicação por meio de vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), rastreamento com exame preventivo ginecológico de rotina e tratamento das lesões precursoras", diz o médico epidemiologista Arn Migowski, da Divisão de Detecção Precoce do INCA.

Já no Centro-Oeste, o câncer de próstata é o tipo da doença mais incidente. Depois vem o de mama feminina. Em seguida, o colorretal.

"As desigualdades sociodemográficas, culturais e também relativas à organização dos serviços de saúde nas regiões geográficas brasileiras refletem as diferenças no ranking dos tipos de câncer. Isso permite repensar as prioridades dos programas de controle de câncer e estabelecer ações adicionais direcionadas à realidade de cada local", afirma a coordenadora de Prevenção e Vigilância do INCA, Liz Maria de Almeida.

Metodologia

O Inca utilizou as bases de dados de incidência (casos novos), dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) e dos óbitos, do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), para a elaboração do estudo. "Utilizamos metodologia análoga à empregada na elaboração das estimativas mundiais", explica a pesquisadora Marceli Santos. "Ampliar a disponibilidade das informações sobre incidência é fundamental."

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, sem considerar os tumores de pele, o câncer de próstata é o mais comum entre os homens. São mais de 65 mil novos casos todos os anos, segundo estimativa do órgão. Dentro de um recorte, o homem nordestino corre maior risco de desenvolver a doença, enquanto o preto tem mais chance de desenvolver a forma mais grave dela.

A oncologista Silvia Fontan destaca que nos homens negros, além de ser mais agressivo em boa parte dos casos, o câncer de próstata nessa parcela da população tende a aparecer de forma mais precoce e, por isso, é indicado uma triagem para esse público a partir dos 45 anos.

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O câncer de próstata ocupa a primeira posição mais frequente em todas as Regiões brasileiras, com um risco estimado de 63,94 por 100 mil na Região Sudeste; de 62 por 100 mil na Região Sul; de 65,29 por 100 mil na Região Centro-Oeste; de 72,35 por 100 mil na Região Nordeste; e de 29,39 por 100 mil na Região Norte.

Em 2020, de acordo com o Atlas da Mortalidade por Câncer do INCA, foram 18.841 mortes por câncer de próstata no Brasil. No mesmo ano, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, 810 homens morreram por conta do câncer de próstata no Estado. 

Embora seja um dos tipos de câncer mais comum em homens, por medo, machismo ou desconhecimento, muitos deles ainda preferem não conversar sobre o assunto.

“Ainda existe preconceito e, por incrível que pareça, ele ainda é grande, principalmente aqui porque quanto mais interior, quanto mais Nordeste, maior esse preconceito com o exame de toque. Por isso, é importante a divulgação em todos os meios para a gente conseguir conscientizar, porque se você faz o exame de toque junto com o PSA, você aumenta e muito a chance de descobrir o tumor na fase inicial, aumentando e muito a chance de cura", fala Silvia.

Mas porque a necessidade do toque retal?

Fontan explica que, com o toque, o urologista sente a próstata e vê se ela está normal. “O toque é um dos exames mais fidedignos para detectar uma operação prostática”, garante. 

Além do toque, existe o exame de PSA, que é um exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata, que é justamente o Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata.

Confira abaixo detalhes sobre a doença e formas de prevenção divulgados pelo INCA

Qual exame confirma o câncer de próstata?

Para confirmar a doença é preciso fazer uma biópsia. Nesse exame são retirados pedaços muito pequenos da próstata para serem analisados no laboratório. A biópsia é indicada caso seja encontrada alguma alteração no exame de PSA ou no toque retal.

Homens sem sintomas precisam fazer exames?

Há uma divergência no universo médico sobre exames de rotina em homens sem sintomas da doença. Mas existem benefícios e riscos.

Benefícios

Realizar o exame pode ajudar a identificar o câncer de próstata logo no início da doença, aumentando assim a chance de sucesso no tratamento. 

Tratar o câncer de próstata na fase inicial pode evitar que se desenvolva e chegue a uma fase mais avançada.

Riscos

Ter um resultado que indica câncer, mesmo não sendo, gera ansiedade e estresse, além da necessidade de novos exames, como a biópsia.

Diagnosticar e tratar um câncer que não evoluiria e nem ameaçaria a vida. O tratamento pode causar impotência sexual e incontinência urinária.

Quais são os sinais e sintomas?

Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas e, quando apresenta, os mais comuns são: dificuldade de urinar, demora em começar e terminar de urinar, sangue na urina, diminuição do jato de urina e a necessidade de urinar mais vezes o dia ou à noite.

É possível prevenir o câncer de próstata?

A oncologista Silvia Fontan explica que o exercício físico faz parte de um conjunto de ações que ajudam a prevenir o desenvolvimento de tumores malignos, porque quando você se exercita, traz mais saúde para as células em geral. “Você aumenta a circulação sanguínea e consegue aumentar a eliminação de compostos tóxicos. A atividade física e a dieta balanceada são os dois ganchos para você tentar diminuir as chances de qualquer tipo de tumor e da maioria das doenças. Isso não quer dizer que as pessoas sedentárias e obesas vão desenvolver câncer [necessariamente]”, assevera.

Ter uma alimentação saudável, praticar atividade física, manter o peso corporal adequado, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas pode diminuir o risco de várias doenças.

A cada ano, cerca de dez mil novos casos de câncer de bexiga são diagnosticados no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença afeta mais homens do que mulheres. O empresário e apresentador Roberto Justus foi diagnosticado com este tipo de câncer recentemente. Justus revelou que um tumor maligno foi identificado precocemente em exames anuais de rotina e que fará sessões de quimioterapia de maneira preventiva.

 Segundo o Inca, homens brancos e de idade avançada são os grupos com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer. O tabagismo pode aumentar o risco e está associado à doença em 50 a 70% dos casos. A exposição a diversas substâncias químicas também está ligada ao desenvolvimento do câncer de bexiga. A detecção precoce do câncer possibilita maior chance de tratamento.

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O câncer de bexiga atinge as células que cobrem o órgão e pode ser classificado em três tipos, de acordo com o Inca: Carcinoma de células de transição, onde começa nas células do tecido mais interno da bexiga, representa a maior parte dos casos; Carcinoma de células escamosas, que afeta células que podem surgir no órgão após infecção ou irritação prolongada; Adenocarcinoma, onde se inicia nas células de secreção, que também podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.  

FATORES DE RISCO

O câncer que começa nas células de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a parede muscular e se espalhar até os órgãos próximos, transformando-se em um câncer invasivo, que pode ser mais grave. Já nos casos em que o câncer se encontra limitado ao tecido que reveste a bexiga, ele é considerado superficial. Além do tabagismo, a exposição a compostos químicos relacionada principalmente ao trabalho, como agricultura, construção, fundição e indústria, também pode favorecer o surgimento desse tipo de câncer.

As medidas de prevenção incluem evitar fumar e o tabagismo passivo, que é a inalação da fumaça de produtos derivados do tabaco por não fumantes em ambientes fechados. Além de não se expor aos derivados do petróleo, como por exemplo, tintas. Pacientes com este câncer podem apresentar sangue na urina, dor durante o ato de urinar, além da necessidade frequente combinada com a dificuldade de urinar.  

A apresentação pode ser de forma assintomática também, em alguns dos sinais. A identificação precoce do câncer permite ampliar as chances de tratamentos bem-sucedidos. A partir de sintomas sugestivos da doença, os pacientes podem ser submetidos a testes clínicos, laboratoriais ou radiológicos. Exames de urina e de imagem, como tomografia computadorizada e investigação interna da bexiga por vídeo, podem apontar o diagnóstico do câncer.

TRATAMENTO

O rastreamento, que consiste em exames periódicos em pessoas em sintomas, pode ser feito para aqueles que fazem parte de grupos com maior chance de ter a doença. O tratamento varia de acordo com o grau de evolução da doença, podendo executar cirurgias, quimioterapia e radioterapia.  

A probabilidade de cura depende de fatores como a extensão do câncer, idade e saúde geral do paciente. Entre as opções de cirurgia, estão o procedimento de remoção pela uretra, retirada de parte da bexiga, com posterior construção de uma nova bexiga para armazenamento da urina. A quimioterapia pode ser realizada a partir da ingestão de medicamentos, injetada na veia ou aplicada diretamente na bexiga por um tubo invasivo pela uretra. Já a radioterapia pode ser indicada em tumores mais agressivos, com o objetivo de buscar preservar a bexiga.  

 De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a incidência de câncer de mama em pacientes jovens é a maior em dois anos. A doença, que comumente afeta mulheres acima dos 50 anos, agora, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), há um aumento de incidência entre pacientes mais jovens, antes dos 35 anos passando de 2% a 5% dos casos. 

 Segundo a médica mastologista, Alessandra Saraiva, o motivo para esse aumento no número de caso entre as mais jovens acontece devido o estilo de vida, estresse e alimentação. “O câncer de mama em pacientes jovens, algumas vezes ele vem mais agressivo até porque algumas vezes vem relacionado com a genética”, afirmou. 

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 Prevenção 

Para prevenir o câncer de mama, é necessário adotar um estilo de vida saudável e realizar a prevenção primária. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que o exame seja feito anualmente em mulheres a partir dos 40 anos, mas também pode ser feito por mulheres de 25 e 30 anos que apresentem fatores de risco. 

“Sugerimos sempre ter o hábito de se consultar e procurar médicos, mesmo antes dos 40 anos, e solicitar os exames de mama. Não necessariamente a mamografia, pode ser a ultrassonografia. Em alguns casos, como pacientes que tenham histórico familiar desse tipo de câncer, podemos acrescentar a ressonância ou até mesmo antecipar a mamografia”, afirmou a especialista. 

 Além disso, é importante ter uma alimentação equilibrada combinada com a prática de exercícios físicos e controle de peso. 

Tratamento 

O tratamento varia para cada caso, já que depende do tipo de tumor, estágio da doença, idade da paciente e outros fatores, mas os biomedicamentos combinados com quimioterapia são os mais indicados.  

Neste sábado (8), é celebrada uma data ainda pouco conhecida pelos brasileiros: o Dia Nacional de Doação de Cordão Umbilical. A estrutura auxilia no transplante de medula óssea e faz parte de um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune.

Segundo a Fundação do Câncer, existem 15 bancos públicos no Brasil que armazenam amostras doadas de sangue de cordão umbilical, que é rico em células-tronco, capazes de reproduzir os elementos fundamentais do sangue, essenciais para o transplante de medula óssea.

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Vantagem da doação

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) detalha que a principal vantagem é que as células do cordão estão imediatamente disponíveis, não havendo a necessidade de localizar o doador e submetê-lo à retirada da medula óssea. Também não há a necessidade da compatibilidade total entre o sangue do cordão e o paciente.

"Com o uso do cordão umbilical é permitido algum nível de não compatibilidade, ao contrário do transplante com doador de medula óssea, que exige compatibilidade total", detalha o Inca. 

Doação

A doação é realizada pelas mães em maternidades credenciadas do programa da Rede BrasilCord, criada em 2004, que constitui os 15 bancos públicos responsáveis pelo armazenamento. 

No entanto, existem alguns controles no momento da coleta do sangue do cordão, necessários para um bom aproveitamento das unidades. Por isso, não se trata de uma doação universal como ocorre com o sangue e que pode ser feita em qualquer hospital ou qualquer pessoa, sendo limitada aos hospitais que fazem parte do programa.

Segundo a assessoria da Secretaria Estadual da Saúde de Pernambuco (SES-PE), não há nenhum hospital público do estado fazendo parte do programa. Apenas a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) tinha um banco de sangue destinado ao armazenamento do cordão umbilical e placentário, que está desativado no momento na espera da compra de alguns maquinários necessários para a retomada. 

A assessoria do Hemope não soube confirmar quais são os maquinários necessários e em quanto tempo as doações em Pernambuco serão retomadas. 

Nem toda gestante pode doar

O Inca detalha que, para a doação, a mãe tem que atender a critérios específicos, dentre eles ter idade entre 18 e 36 anos, ter feito, no mínimo, duas consultas de pré-natal documentadas, estar com idade gestacional acima de 35 semanas no momento da coleta e não possuir histórico médico de doenças neoplásicas (câncer) e/ou hematológicas (anemias hereditárias, por exemplo).

O instituto assegura que não existe nenhum risco para a mãe ou o bebê e lembra que, tanto a placenta quanto o sangue que fica armazenado nela, são tratados como lixo. Além disso, a coleta somente ocorre com o consentimento do obstetra e da gestante, de forma que não interfira no parto.

O sangue do cordão é utilizado para qual tratamento?

O sangue do cordão é uma das fontes de células-tronco para o transplante de medula óssea e este é o único uso deste material atualmente. O transplante é indicado para pacientes com leucemias, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune.

As estatísticas oficiais do câncer de pulmão no Brasil são alarmantes. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são esperados para 2022 um total de 30.200 casos novos (17.760 em homens e 12.440 em mulheres) e o número anual de mortes pela doença é quase o mesmo: são cerca de 30 mil mortes por câncer de pulmão, por ano, no Brasil.

É o segundo tipo mais comum entre a população brasileira (excetuando o câncer de pele não melanoma). Em nível mundial, é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre homens e o quarto mais comum entre as mulheres.

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Pesquisa divulgada pela organização não governamental Instituto Oncoguia, baseada nos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostra que 86,2% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados em estágio avançado, no Brasil. Nos Estados do Pará, Ceará e Bahia os registros tardios chegam a 95% e, em Sergipe, 100%. Os tumores detectados tardiamente têm as maiores taxas de mortalidade. 

“Esses números são extremamente preocupantes, considerando que o câncer de pulmão é o que tem maiores índices de mortalidade no mundo e as chances de cura estão diretamente relacionadas ao estágio em que a doença é descoberta”, alerta a médica oncologista Paula Sampaio, do Centro de Tratamento Oncológico – CTO.

Segundo o INCA, cerca de 13% de todos os casos novos de câncer no Brasil são de pulmão. Desde 1985 ele é o primeiro câncer em mortalidade no mundo.

Assintomática em fases iniciais, a doença pode ser diagnosticada em qualquer pessoa e em qualquer idade, entretanto, segundo a American Cancer Society, a doença atinge principalmente pessoas mais velhas. O INCA aponta que no Brasil, 90% dos casos de pulmão são diagnosticados após os 50 anos.

Agosto Branco

Em 1986, a lei nº 7488 criou o Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto. De 85% a 90% dos casos de câncer de pulmão têm como causa o tabagismo. Mais recentemente foi criado o Agosto Branco, um mês inteiro para conscientizar e mobilizar a população sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro e para disseminar outras informações importantes sobre prevenção do câncer de pulmão.

Até os 75 anos de idade, 1 em cada 5 brasileiros deve desenvolver algum tipo de câncer. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que mais de 30% dos cânceres podem ser evitados com a adoção de um estilo de vida saudável. “São recomendações que servem não apenas para evitar o câncer de pulmão, mas para muitas outras doenças. Não fumar, ter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, não ser sedentário ou obeso, dormir bem e cortar ou pelo menos reduzir o consumo de álcool são medidas que mudam a vida para muito melhor, que todos precisam perseguir. Pelo menos 1/3 dos cânceres podem ser evitados com essas medidas”, afirma Paula Sampaio. 

As pesquisas já comprovaram que o fumo está relacionado a 17 tipos diferentes de câncer. E os fumantes passivos também são diretamente afetados.

A boa notícia é que o Brasil tem conseguido reduzir o número de fumantes. A Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, realizada pelo IBGE, mostrou que 12,6% dos brasileiros consomem cigarros regularmente. O número é significativamente menor do que a porcentagem apresentada pela Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, feita em 1989, que constatava que 34,8% da população era fumante.

Os sintomas do câncer de pulmão geralmente não aparecem nos estágios iniciais. Mas as pessoas devem ficar atentas. "Sintomas como tosse e rouquidão persistentes, sangramento pelas vias respiratórias, dor no peito e dificuldade de respirar devem ser investigados", alerta a médica. Paula Sampaio explica: "Ainda que estes sintomas não signifiquem câncer de pulmão, necessariamente, é imprescindível ter uma orientação médica, para, se for o caso, investigar melhor".

Fatores de risco

* 85% dos casos associados ao consumo de derivados de tabaco.

* 15% dos casos ligados a exposição à poluição do ar e a agentes químicos, outras doenças que atingem o pulmão, fatores genéticos, entre outros.

Prevenção

* Evitar o tabaco e estar próximo de fumantes (exposição passiva).

* Manter uma alimentação balanceada.

* Praticar exercícios físicos regularmente.

* Evitar ambientes com poluição intensa.

* Evitar a exposição a agentes químicos como urânio, arsênico, cromo, cloreto de vinil.

Da assessoria do CTO.

 

Na data de hoje (15) celebra-se o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, data que visa conscientizar sobre os malefícios da enfermidade, a importância de identificá-la ainda em seus estágios iniciais e realizar os tratamentos adequados.

O linfoma é caracterizado como um câncer que ataca diretamente o sistema linfático, responsável por proteger o corpo contra diversas doenças infecciosas, causadas por bactérias ou vírus. O distúrbio se torna presente no momento em que as células linfócitos, também conhecidas como glóbulos brancos, transforma-se em uma célula maligna e começa a crescer e se reproduzir no organismo de maneira incontrolável.

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Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2019 o linfomas foi responsável por 4.923 mortes, em que 2.695 eram homens e 2.228 mulheres. De acordo com a última estimativa do órgão auxiliar do Ministério da Saúde, a enfermidade atingiria 12.030 novas vítimas.

O Inca aponta que os métodos de prevenção do linfoma são semelhantes aos de outros cânceres, com dietas à base de frutas e verduras, além de evitar exposições químicas. Além disso, deve-se ficar atento aos seguintes sintomas: Aumento de pequenas glândulas denominadas linfonodos, no pescoço, axilas ou virilha; suor excessivo durante a noite; febre; coceira na pele e perda de peso superior a 10% sem motivos aparentes.

O oncologista Rafael De Cicco, destaca a importância de descobrir a doença ainda em seu estágio inicial, para que desta maneira, possa ser realizado o tratamento adequado, onde as chances de cura são maiores. “Os possíveis tratamentos geralmente são cirurgia de diagnóstico, biópsia, radioterapia e quimioterapia”, explica.

Durante o tratamento, Cicco ressalta que os cuidados são os mesmos de qualquer tratamento oncológico, que inclui evitar aglomerações ou qualquer tipo de exposição, uma vez que o paciente estará com baixa imunidade e a contração de outras doenças pode prejudicá-lo ainda mais.

Cicco relata que a medicina já realizou muitos progressos, que contribuem no tratamento do linfoma. “A maioria dos linfomas que a gente diagnostica hoje possuem ótimas chances de cura. Por isso reforço, é muito importante realizar o diagnóstico precoce para iniciar o tratamento o quanto antes”, finaliza.

O câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de doenças causadas pela proliferação descontrolada de células anormais no organismo e que, diferentemente do câncer gerado em adultos, afeta o sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação do corpo humano. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa para cada ano do triênio 2020/2022 é de que sejam diagnosticados no Brasil 8.460 novos casos de câncer infantojuvenil, 4.310 em homens e 4.150 em mulheres. No Pará, as estatísticas apontam para 280 casos no ano de 2020, 160 homens e 120 mulheres.

A oncologista pediátrica Alayde Wanderley explica que o tipo de neoplasia – proliferação desordenada de células no organismo, formando uma massa anormal de tecido que pode ser benigna ou maligna – mais frequente em crianças e adolescentes são as leucemias, seguido de tumores do sistema nervoso central e dos linfomas. “Quando eu olho para a faixa etária dos adolescentes, exclusivamente, eu tenho que lembrar dos linfomas e de alguns tipos de carcinoma (câncer que se origina no tecido que reveste a pele e órgãos), mas quando eu olho para o geral de crianças e adolescentes, a neoplasia mais frequente são as leucemias”, analisa.

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A médica informa que é necessário entender que o câncer é genético, isto é, as alterações na informação genética provocam o desenvolvimento da carcinogênese – processo de formação do câncer. Diferentemente do adulto, em que o câncer demora anos pra se formar, na criança acontece a alteração na informação genética em uma fase muito precoce. 

“Algumas alterações estão relacionadas ao câncer infantojuvenil como, por exemplo, síndromes genéticas como a Síndrome de Down, que fazem essa criança ter de 10 a 15 vezes mais chances de ter leucemia do que uma criança que não tenha síndrome, a Síndrome de Li Fraumeni, a Síndrome do Câncer Familiar (ou Hereditário) e outras síndromes associadas”, explica.

Alayde destaca que, além das alterações, existem algumas exposições e fatores externos não ligados diretamente à criança, mas aos pais, que estão em alguns estudos correlacionados ao aumento de câncer na infância e juventude. “Exemplo: tumores hepáticos na criança estão relacionados ao uso de cigarro pelo pai, não pela mãe, aumentando a incidência na criança”, informa.

A médica afirma que o uso de determinados analgésicos durante a gestação pode aumentar o risco de certos cânceres também. “É o que a gente chama de causa multifatorial. Outro exemplo é a exposição a substâncias radioativas, por isso que as mulheres gestantes não podem fazer raios-x, a radiação ionizante também pode desenvolver o câncer. É uma associação desses fatores, não é um único fator que desenvolve o câncer”, explica.

Luta contra o preconceito

Alayde também expõe que um dos desafios para o diagnóstico precoce é lembrar que crianças podem ter câncer. Ela também aponta para a necessidade de diminuir o preconceito e o medo que assusta os pais ao pensarem em um diagnóstico de câncer para uma criança.

Para faciliar o diagnóstico precoce, a médica cita a importãncia da identificação de mudança de comportamento da criança, além do surgimento de ínguas, manchas roxas na pele, e fala que esses sinais podem indicar uma doença mais grave.

“O câncer infantojuvenil tornou-se um problema de saúde pública por se tornar a principal causa de óbito por doença (entre crianças e jovens) de 0 a 19 anos. Isso é extremamente preocupante. Uma criança pode ter câncer, sim, e o diagnóstico precoce é extremamente importante”, salienta a médica.

Quanto aos sinais a que os pais devem estar atentos em relação à saúde dos filhos, Alayde Wanderley alerta: “Aquela criança que deixa de fazer suas atividades diárias normalmente, que só fica dormindo, que para de brincar, para de estudar, que perde peso inexplicavelmente, são sinais de alerta”, observa. “Crianças maiores que referem dor de cabeça que não melhora, associada a vômitos, ou crianças pequenas irritadas, chorosas sem causa, devem ser examinadas por um profissional médico para poder investigar e pensar em câncer, sim.” 

O surgimento do reflexo do olho de gato (mancha branca que se tem nos olhos) pode ser sinal de um câncer ocular que é chamado de retinoblastoma. Ínguas no pescoço, na axila, que aumentam progressivamente, indolores e também devem ser observadas. “Câncer de criança e adolescente tem cura em 70% dos casos, desde que seja feito o diagnóstico precoce. Não temos que ter medo da doença, mas sim do atraso no diagnóstico”, afirma Alayde Wanderley.

A oncologista chama atenção para limitações na rede pública de saúde em relação a exames como tomografia e ressonância para identificar tumores no sistema nervoso central. Para a maioria dos cânceres como leucemia, tumores abdominais e tumores ósseos, exames de hemograma, ultrassom e um raios-x simples, respectivamente, já acendem o alerta para a doença.

Alayde conta que o tratamento é baseado na localização do câncer. Quanto mais precoce o diagnóstico, menos agressivo é o tratamento e maiores são as chances de cura. “O tratamento pode envolver quimioterapia, geralmente do tipo citotóxica (tóxico à célula e ao seu processo de multiplicação); radioterapia, em alguns casos determinados, e cirurgia principalmente para tumores sólidos para controle local da doença”, cita.

A principal dificuldade encontrada no tratamento de câncer infantojuvenil é o fator psicológico, pois afeta tanto o paciente quanto a família. “É uma doença que afeta toda a família. São tratamentos longos, muitas vezes dolorosos e tem um risco da perda de um ente muito querido”, relata Alayde Wanderley.

Há também a questão financeira. Geralmente, devido ao longo período de tratamento, várias consultas e internações prolongadas, o responsável abandona o emprego para dedicar-se ao acompanhamento do jovem, assim dependendo de beneficio para sustentar a família. “E isso tem um impacto financeiro, porque não é um tratamento barato. O SUS oferece tratamento 100% de graça, mas muito do suporte –alimentação e medicação de uso contínuo – não é ofertado pelo hospital”, aponta Alayde.

Os fatores socioeconômicos, educacionais, bem como medo do próprio tratamento, fazem com que o país tenha uma baixa adesão e uma alta taxa de abandono no tratamento oncológico, conforme declara a oncologista Alayde Wanderley.

Por Carolina Albuquerque e Isabella Cordeiro.

 

A fase em que o câncer é descoberto costuma ser decisiva para o sucesso do tratamento e para que sejam maiores as taxas de sobrevida em cinco anos, período considerado padrão para definir que o paciente possa ser considerado curado (após esse prazo de cinco é pequeno o risco de a doença voltar). No caso do melanoma, essa associação entre fase de descoberta e cura é ainda mais decisiva.

Comparativamente, enquanto a doença em fase inicial tem taxas de cura acima de 90%, o melanoma com espessura superior a 4 milímetros registra menos de 50% de sobrevida em cinco anos. Além da espessura da lesão, outros aspectos considerados no diagnóstico são a presença de úlceras (feridas na pele), comprometimento dos linfonodos e se a doença disseminou para outras partes do corpo (metástase).

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De acordo com o levantamento SEER, do National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, o prognóstico para pacientes com comprometimento linfonodal é de 66,2% de taxa de cura. Porém, na presença de melanoma metastático, a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 27,3%. “A fase de descoberta do melanoma é fundamental para a nossa tomada de decisão e para que tenhamos melhores resultados oncológicos. A preocupação com o melanoma deve ir além do Dezembro Laranja ou nos demais meses do nosso verão. O cuidado deve se estender para todo o ano, inclusive nos dias nublados ou chuvosos”, destaca o cirurgião oncológico, Alexandre Ferreira Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Melanoma no Brasil e no mundo e o risco de negligenciar a doença na pandemia

Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), anunciadas antes da pandemia de COVID-19, apontavam para 183.390 novos casos em 2020. Desse total, 176.940 correspondem aos cânceres de pele menos agressivos – o basocelular e o espinocelular  – e 8.450 ao melanoma. Em termos de mortalidade, o câncer de pele basocelular e espinocelular, informa o Inca, corresponde a 2.329 casos  anuais e o melanoma a 1.791. Os números mostram que, portanto, que embora o melanoma represente apenas 4,5% dos casos de câncer de pele, quase metade (43%) das mortes por tumores cutâneos é por conta do melanoma.

Em meio ao levantamento feito pela SBCO, que apontou para redução de até 70% do número de cirurgias oncológicas nos primeiros meses da pandemia de COVID-19, Alexandre Ferreira Oliveira, observou também a redução de diagnósticos de melanoma em fase inicial. Por conta do medo de contrair a infecções, muitos negligenciaram o exame clínico da pele com o dermatologista.

O impacto disso é o não diagnóstico de lesões em fase inicial e até o adiamento de tratamentos que estavam em andamento. “A evolução para uma doença com espessura maior que 4 milímetros pode ocorrer em pouco tempo. Mesmo na pandemia, lesões que aparecem na pele devem ter avaliação médica imediata e, para tanto, é importante levar em conta o critério ABCDE”, destaca.

A regra do ABCDE é um método simples para ajudar a memorizar as características de uma pinta, sinal ou mancha suspeita de câncer de pele, especialmente o melanoma:

(A ) Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra.

(B) Bordas irregulares: contorno mal definido.

(C) Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul).

(D) Diâmetro: maior que 6 milímetros;

(E) Evolução: mudanças de tamanho, forma ou cor.

Mesmo apresentando todas essas alterações, a lesão pode não ser um câncer de pele.

Idade e danos cumulativos ao longo da vida

O maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele é o envelhecimento, embora essa doença possa acometer desde a infância e tem o seu pico de incidência a partir dos 45 anos. Os raios UVA, que estão cientificamente associados com desenvolvimento de câncer de pele do tipo espinocelular e também de melanoma, estão presentes do nascer até o pôr do sol. Além dele, há os raios UVB, que são mais intensos das 10 às 16 horas e que são responsáveis por tumores de pele, principalmente, do tipo basocelular, além de causar queimaduras e vermelhidão. Para a população que não está inserida em um grupo de risco, recomenda-se o uso de filtro solar fator 30, com reaplicações ao longo dia. 

Cuidados com a pele

- Evitar exposição solar em qualquer horário, principalmente na faixa entre 10 e 16 horas (horário de verão). - Fazer uso de chapéus, camisetas e filtros solares. 

- É importante que as barracas usadas na praia sejam feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material. 

- Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15. O ideal é fator 30, por requer menor reposição.

- Em hipótese alguma o bronzeamento artificial pode ser considerável saudável para a pele.

- Durante a pandemia, respeitar as diretrizes de distanciamento social determinadas por sua cidade.

*Da assessoria 

O Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Costa (Inca) estima que sejam registrados neste ano 16.590 novos casos de câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical. Esse tipo de câncer é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV) e, à exceção do câncer de pele não melanoma, é o terceiro mais frequente nas mulheres, depois dos cânceres de mama e colorretal.

O câncer do colo do útero é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, depois do de mama, do de pulmão e do colorretal. Em 2018, esse tipo de câncer causou 6.526 mortes, segundo dados do Atlas de Mortalidade por Câncer.

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Em entrevista à Agência Brasil, o chefe do Hospital do Câncer II, unidade do Inca que trata de cânceres ginecológicos, Daniel Fernandes, destacou que o câncer do colo do útero não deve ser confundido com o câncer do corpo do útero, ou endométrio. “São patologias diferentes.” Para este ano, a estimativa é de 6.540 novos casos de câncer do endométrio, oitava causa de mortes de mulheres no Brasil.

De acordo com Fernandes, os cânceres do colo do útero e do corpo do útero têm correlação direta com o desenvolvimento do país. Em países menos desenvolvidos, como Índia e Brasil, o câncer de colo do útero é mais incidente, enquanto o câncer do útero (endométrio) é mais frequente em nações mais desenvolvidas, como os Estados Unidos e países da União Europeia. A dificuldade no rastreamento e nadetecção de lesões pré-malignas faz a diferença entre os dois tipos de câncer. “Dentro do próprio Brasil, tem situações diferentes”, destacou o médico.

Fatores de risco

O principal fator de risco do câncer do colo do útero é infecção pelo HPV, que pode ser contraída em relações sexuais sem proteção. “Por isso, a campanha de vacinação [contra o HPV] é tão importante", disse Fernandes, ao destacar que Brasil já tem a vacina contra o HPV, embora ainda não seja grande adesão à vacina – o Ministério da Saúde implementou a tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos no calendário vacinal em 2014.

A partir de 2017, o ministério estendeu a recomendação para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros tipos causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

O ideal é que as crianças comecem a ser vacinadas antes do início da atividade sexual, ou seja, antes do contato com o HPV, que vão ter ao longo da vida, afirmou o especialista. “O resultado vai ser visto no médio e longo prazos, mas é preciso ter a adesão da população, além de políticas públicas que estimulem as pessoas a se vacinar", disse Fernandes, que salientou a necessidade de pais e responsáveis se conscientizarem da importância de vacinar os filhos a partir dos 9 anos de idade.

Segundo o médico do Inca, o homem pode ter infecção por HPV sem apresentar lesão no pênis, e isso pode fazer com que ele transmita para sua parceira, sem saber. Fernandes alertou que o HPV é fator de risco para o câncer de pênis no homem.

No câncer do endométrio, os fatores de risco são obesidade, hipertensão e diabetes, não havendo relação com a parte sexual, diferentemente do câncer de colo do útero. No Brasil, o câncer do endométrio geralmente acomete mulheres na fase pós-menopausa. “No colo uterino, são mulheres mais jovens”, explicou Fernandes.

Detecção

O exame preventivo do câncer do colo do útero, chamado Papanicolau, é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença. No câncer do endométrio, é por meio da histeroscopia com biópsia, procedimento cirúrgico feito por dentro da vagina e do canal do colo uterino, que permite visualizar a cavidade uterina e identificar eventuais doenças ali existentes.

O principal sintoma do câncer do endométrio na mulher que já parou de menstruar é voltar a ter sangramento. Nesse caso, ela deve procurar um ginecologista para fazer o ultrassom transvaginal, que vai mostrar o endométrio aumentado. Aí, ela parte para a histeroscopia com biópsia, que vai dar o resultado, identificando se é ou não câncer do corpo do útero.

No câncer de colo uterino, o Papanicolau detecta lesão precoce. Daniel Fernandes observou que, nesse caso, o câncer pode ser detectado também no exame físico. Ele destacou casos de mulheres que pensam que estão menstruando há mais de um mês, quando o que acontece é que estão com lesão macroscópica que sangra.

O sangramento continuado é um dos sintomas do câncer do colo de útero. “O ideal é detectar na fase precoce, porque o tratamento é menos agressivo”, disse o médico. Segundo ele, nas fases iniciais, esse tipo de câncer não apresenta sintomas. O médico alertou, porém, que sangramentos ou corrimentos podem ser indício de tumor.

Tratamento

O tratamento para os dois tipos de câncer vai depender da fase em que o tumor se encontra. Para o câncer do endométrio, o tratamento, na maioria das vezes, é cirúrgico.

No câncer do colo uterino, vai depender da lesão. Se estiver em fase muito inicial, podem ser feitas cirurgias conservadoras, que retiram apenas parte do colo do útero e conseguem preservar a fertilidade feminina, uma vez que a doença acomete mais mulheres jovens.

Em fase ainda precoce, mas mais avançada, faz-se a retirada do tecido em volta do útero e dos gânglios na pelve e consegue-se tratar. Fernandes lamentou que, no Brasil, infelizmente, são detectados, na maioria das vezes, tumores mais avançados, cujo tratamento é feito com radioterapia e quimioterapia.

Recomendações

Janeiro é considerado o mês de conscientização sobre o câncer do colo de útero, e o médico Daniel Fernandes recomenda que, para evitar o câncer do endométrio, mulheres na fase pós-menopausa façam exercícios para combater a obesidade. “Combatendo a obesidade, diminuem as chances de ser diabética e hipertensa, que são também fatores de risco. E, ao menor sinal de sangramento, a mulher deve procurar o ginecologista para poder investigar.”

Fernandes lembrou que, na fase bem inicial, em que o tratamento tem grande chance de cura, o câncer do colo uterino é assintomático. Por isso, a mulher precisa fazer o preventivo.

O Papanicolau detecta algumas alterações que são pré-malignas e que, se tratadas, não vão evoluir para a malignidade. “Só que, para isso, tem que ser feito o Papanicolau”, reiterou. Pelas diretrizes brasileiras, mulheres jovens devem fazer esse exame  a cada dois anos. O Papanicolau pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados. Sua realização periódica permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença.

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