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O vice-presidente da Argentina e presidente do Senado, Amado Boudou, apoia uma reforma constitucional na Argentina que permita uma terceira eleição da presidente Cristina Kirchner. Em reunião com cerca de 70 dirigentes políticos ligados ao governo, realizada nesta quinta-feira (26), em Mar Del Plata, Boudou disse que a discussão sobre o assunto não pode esperar até 2015, ano das próximas eleições presidenciais.

Boudou deu a declaração no encerramento do encontro, após a deputada provincial (estadual) de Buenos Aires, Fernanda Raverta, representante do movimento de jovens kirchneristas, ter defendido a continuidade de Cristina Kirchner na presidência da Argentina. "Eu peço ao presidente do Senado (Amado Boudou) e ao presidente da Câmara de Deputados (Julian Domínguez) a reforma constitucional pela segunda reeleição de Cristina", disse a deputada, segundo relatam fontes que participaram da reunião.

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Em entrevista a uma rádio de Buenos Aires, na manhã desta sexta-feira (27), Boudou tentou suavizar a declaração. Segundo ele, se tratou de um contexto de "uma reunião de verão, de militantes, muito interna, onde foram debatidos muitos assuntos do tempo político". "Eu estava ali como militante político", disse Boudou, tentando evitar a pergunta se ele confirmava a intenção do 'kirchnerismo' de propor a mudança na legislação.

Ele argumentou que "não é tempo de falar de engenharias eleitorais ou candidaturas", mas fez uma veemente defesa da administração de Cristina Kirchner. "O que eu sei é que a Argentina encontrou uma líder, que é muito mais que uma governante. Reúne características muito especiais porque não é só a capacidade de ação ou de gestão, mas também o contato que conseguiu estabelecer com o povo argentino", elogiou Boudou.

O debate sobre uma possível reforma eleitoral começou há um ano, quando Cristina se preparava para a campanha de reeleição. Na ocasião, a deputada Diana Conti, também da ala governista do Partido Justicialista, tentou emplacar a campanha "Cristina eterna", mas a Casa Rosada barrou a iniciativa. Agora, após a esmagadora vitória com 54% dos votos, os defensores de um terceiro mandato parecem ter retomado a campanha. A última reforma constitucional na Argentina ocorreu em 1994, durante o primeiro mandado de Carlos Menem (PJ), abrindo caminho para sua reeleição.

O ex-presidente da Argentina, Carlos Menem, foi inocentado nesta terça-feira por um tribunal em Buenos Aires da acusação de que traficou armas para a Croácia e o Equador na década de 1990. A promotoria havia pedido uma sentença de até oito anos de prisão para o ex-presidente, atualmente com 81 anos. Entre 1991 e 1995, Menem assinou três decretos permitindo a venda de armas para a Venezuela e o Panamá. Mas os armamentos argentinos foram enviados à Croácia e ao Equador, que na época enfrentavam conflitos e sobre os quais existiam embargos de armas das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Menem governou a Argentina entre 1989 e 1999. O ex-mandatário, atualmente senador pela província de La Rioja, proclamou sua inocência há 15 dias ante os juízes e argumentou que "minha atuação como presidente foi apenas assinar os decretos de exportação das armas ao Panamá e à Venezuela. A partir desse ponto, o presidente não era responsável pelos trâmites. Ele não podia ir às alfândegas e observar qual era o destino final das armas".

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Em 2001, Menem chegou a ficar seis meses detido pelas acusações, mas na época era acusado de "associação ilícita" e não de tráfico. Uma decisão da Suprema Corte permitiu que ele fosse libertado. Entre os outros absolvidos hoje estão o ex-cunhado e ex-assessor presidencial de Menem, Emir Yoma; o ex-ministro da Defesa da Argentina, Oscar Camillón; e o ex-comandante da Força Aérea Argentina, Juan Paulik.

AS informações são da Associated Press.

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