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O brasileiro Fernando Sabag Montiel, acusado de tentar matar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no dia 1º de setembro do ano passado, afirmou que agiu sozinho e não se arrepende. Essas foram as primeiras declarações à imprensa desde que Montiel foi detido.

"Eu agi sozinho, estão inventando uma história, mas agi sozinho", afirmou o acusado ao programa "Minuto Uno", da emissora argentina C5N.

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O brasileiro afasta a possibilidade de que sua noiva, Brenda Uliarte, tenha participado da tentativa de homicídio. Ela também está presa. "Eu fiz isso por causa própria, entendem? Eu tenho as provas aqui. Brenda não teve nada a ver com isso", diz o brasileiro, de acordo com vídeos da entrevista divulgados pela emissora.

A tentativa de homicídio ocorreu em frente à casa de Cristina. Montiel ficou no meio de uma multidão de partidários da vice-presidente, que a aguardavam para demonstrar apoio dias depois de a Procuradoria pedir sua condenação em um caso de corrupção.

Montiel se aproximou da vice-presidente, que cumprimentava admiradores, apontou uma arma contra o rosto dela e apertou o gatilho, mas o projétil não saiu. Toda a cena foi registrada pelas câmeras de cinegrafistas que acompanhavam Cristina.

Vice-presidente da Argentina publicou vídeo nas redes sociais implicando o deputado oposicionista Gerardo Milman e duas assessoras ao atentado; adversário político fala em 'operação suja' do kirchnerismo

"A arma estava carregada, apertei o gatilho e o tiro não saiu. Haviam cinco balas na arma", disse o brasileiro. "Imagina o nervosismo de estar em um lugar, de puxar a trava, puxei para trás e quando apertei o gatilho o tiro não saiu porque no meio de tanto tumulto, tanta gente, eu estava nervoso", acrescentou.

Perguntado se tinha algum arrependimento, Sabag Montiel respondeu categoricamente que "não".

Os acusados

Agustina Díaz, amiga de Uliarte, e Nicolás Carrizo, chegaram a ser presos por terem sido identificadas comunicações sobre o crime com os acusados. Agustina foi solta e Carrizo, líder do grupo chamado "banda de los copitos" - vendedores ambulantes de cana de açúcar - continua preso.

A Justiça recuperou mensagens de texto trocadas por Brenda e Augustina, em que elas discutem o atentado contra a política argentina. Por meses, Brenda contou a Augustina sobre seus planos de matar Cristina, chegando a dizer que havia contratado "um cara" para fazer o serviço, segundo trechos das mensagens reproduzidos pelo jornal La Nación.

"Mandei matar a vice Cristina (Kirchner). Não aconteceu porque ela se meteu para dentro (de casa). (...) Enviei um cara para matar Cristi", escreveu Brenda em uma das mensagens enviadas para Augustina em 27 de agosto, data em que manifestantes criaram um tumulto em frente à residência da vice-presidente.

A última troca de mensagens resgatada pela Justiça e publicada pelo La Nación é do dia seguinte ao atentado, 02 de setembro. Desta vez, quem inicia o contato é Augustina Díaz, que parece saber que a tentativa de homicídio aconteceria no anterior.

"Che, mas o que aconteceu que o tiro falhou? Não praticou antes ou falhou na adrenalina do momento? Onde você está? Não seria conveniente que voltasse a sua casa?", escreveu Augustina, ao passo que Brenda respondeu estar na casa de um amigo.

A Justiça considerou que o ataque foi planejado pelo brasileiro, mas a causa do crime ainda está sob investigação. Cristina pede que seja investigado o autor intelectual do crime porque acredita que o brasileiro tenha recebido ordens e tenha sido apenas o autor do crime.

O promotor do caso, Carlos Rívolo, solicitou novas perícias para o telefone celular do acusado já que, supostamente, seu conteúdo foi apagado equivocadamente nas primeiras verificações policiais.

Durante a entrevista, o brasileiro afirmou que, depois do ataque, "foram plantadas" balas na casa dele, assim como drogas. "Estão dando uma imagem inflada do que sou, porque não sou tudo o que dizem", afirmou. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

 Reprodução/Creative Commons

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A rainha Elizabeth II morreu, aos 96 anos, no dia 8 de setembro deste ano. A situação de saúde da monarca já havia deixado os britânicos em alerta após um comunicado informar que ela estava "sob supervisão médica".

Nas horas seguintes, a apreensão aumentou com a notícia de que os membros da monarquia começaram a se dirigir às pressas para Balmoral, incluindo o príncipe Harry e sua esposa, Meghan Markle. Horas depois, a morte foi confirmada.

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Guerra 

Os ataques da Rússia contra a Ucrânia começaram em 24 de fevereiro. O general dos Estados Unidos, Mark Milley, estima que cerca de 100 mil soldados russos e 100 mil ucranianos foram mortos ou feridos. presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA também sugeriu que cerca de 40 mil civis perderam a vida no conflito

Recentemente, o papa Francisco fez um apelo para "silenciar as armas" na Ucrânia, durante sua tradicional mensagem de Natal na Praça de São Pedro, momento em que voltou a mencionar uma "Terceira Guerra Mundial"

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Cristina Kirchner

Reprodução/Facebook

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu uma tentativa falha de assassinado em setembro de 2022, na porta de casa, em Buenos Aires. O suspeito seria o brasileiro Fernando Andrés Sabag, de 35 anos, que sacou uma arma de fogo e tentou desferir disparos na cabeça de Kirchner, mas a arma falhou. Na sequência, os seguranças interviram e conseguiram prender o suspeito. 

Ela chegou a acusar o deputado da oposição, Gerardo Milman, de ter envolvimento com o atentado que sofreu. Cristina também disse que vai pedir o afastamento da juíza María Eugenia Capuchetti, que conduz a investigação, a quem acusou de não investigar o que considera evidências sobre o envolvimento do adversário político no caso. Milman negou qualquer participação no atentado e acusa kirchneristas de uma "operação suja" contra ele

 

Mandato cassado

Também no ano de 2022, em dezembro, a vice-presidente da Argentina foi condenada a seis anos de prisão por fraudar o Estado e a sentença deu uma proibição vitalícia de ocupar os cargos públicos e ela teve o cargo cassado. 

O Tribunal considerou provada a acusação de administração fraudulenta e, sendo assim, Cristina Kirchner, de 69 anos, foi condenada por realizar 51 obras irregulares com fundos nacionais a Lázaro Báez, um empresário próximo. O crime cometido pela vice-presidente fraudou cerca de US$ 1 bilhão do Estado. 

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Um tribunal argentino condenou a vice-presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner nesta terça-feira a seis anos de prisão por fraudar o Estado. A sentença também inclui uma proibição vitalícia de ocupar cargos públicos.

O tribunal composto por três juízes considerou provada a administração fraudulenta, mas rejeitou a acusação do Ministério Público de que a vice-presidente teria chefiado uma associação ilegal e para a qual pediu uma pena total de 12 anos de prisão.

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Cristina Kirchner, de 69 anos, foi condenada por conceder irregularmente 51 obras rodoviárias com fundos nacionais a Lázaro Báez, um empresário próximo, o que equivale a fraudar o Estado em cerca de US$ 1 bilhão.

A decisão pode ser apelada e será final quando o Supremo Tribunal de Justiça assim decidir, um processo que pode levar anos.

Até lá, o vice-presidente poderá concorrer a qualquer cargo de eleição popular - desde uma cadeira no Congresso até a presidência - conforme estabelecido em lei.

O julgamento de Cristina Kirchner, nesta terça-feira, 6, promete mexer com as estruturas políticas da Argentina, num momento de instabilidade, reforçando a polarização dos últimos anos entre os K (pró-Cristina) e os Anti-K (contra) e não levando a mudanças de cenários para o ano eleitoral de 2023. A vice-presidente peronista, de 69 anos, é acusada de conceder de forma fraudulenta contratos de obras públicas na Província de Santa Cruz e o resultado de primeira instância será conhecido hoje.

A condenação é muito provável e a própria vice-presidente já trabalha com essa hipótese, denunciando o uso político da Justiça no país. Cristina diz que está "perante não de um tribunal constitucional, mas de um pelotão de fuzilamento midiático-judicial e sua condenação já está escrita".

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"Estou certo de que ela está muito tranquila, sabe há três anos que sua condenação está escrita e esse é um passo lógico no caminho que os poderes demarcaram no caminho do processo de perseguição", disse ao Estadão o deputado governista Rodolfo Tahilade, próximo à vice-presidente.

Pena

A Procuradoria pede uma pena de 12 anos de prisão e a inabilitação política para exercer cargos públicos. Mas, mesmo se for condenada hoje, Cristina não será presa antes de uma decisão da Suprema Corte.

Movimentos sociais prometem uma grande paralisação em caso de condenação. Mas analistas políticos acreditam que o tamanho das manifestações vai depender do aceno político de Cristina. Se ela sair em público e pedir que as pessoas saiam às ruas, a reação pode ser imediata.

"Não se sabe o que será decidido. De toda forma, se Cristina for condenada, isso vai causar um impacto, mas, ao mesmo tempo, não muda o clima da vida política na Argentina. Estamos em uma sociedade muito polarizada, como ocorre no Brasil, nos EUA, com boa parte da população participando muito ativamente dessa polarização, a favor e contra o governo, o peronismo. Esses 60%, 70% da população mantêm suas posições, apesar das notícias que saem", explica o analista político Andres Fidanza.

Para o analista, a preocupação principal dos argentinos é com a situação econômica e é isso que deve direcionar as manifestações até o fim do ano. "O pulso social nas ruas está mais de acordo com o dia a dia, com a situação econômica, em particular a inflação. Isso está em primeiro plano."

O analista político Gustavo Marangoni concorda que a decisão não deve alterar os ânimos políticos. "Aqueles que consideram que Cristina é vítima da perseguição e os que a consideram culpada, continuarão pensando o mesmo e os indiferentes não devem mudar de opinião depois (da decisão)."

De toda forma, o uso político do caso é inevitável. "A vice-presidente vai dizer que é perseguida, falar da vinculação de juízes e procuradores com distintas figuras da oposição. Com certeza, haverá um uso político. Na oposição, vão usar a condenação", diz Fidanza.

Caso

Santa Cruz é a província onde nasceu o ex-presidente e marido de Cristina, Néstor Kirchner, morto em 2010. Foi lá que Cristina iniciou sua carreira política.

A província petroleira foi palco de muitas obras públicas. A Procuradoria acusa Cristina de comandar uma associação ilícita quando era presidente do país, entre 2007 e 2015, e favorecer o empresário Lázaro Báez, seu amigo, na concessão de licitações.

Ela nega as acusações. Dias depois de anunciar sua candidatura à vice-presidência, Cristina acusou os promotores de terem "inventado e deturpado" os fatos e garantiu que "ficou provado que eram falsos, e nem sequer existiram".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusou, nesta quinta-feira, 10, o deputado oposicionista Gerardo Milman de envolvimento com o atentado que sofreu, no dia 1° de setembro, quando o brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel tentou atirar contra ela a queima-roupa, em frente a sua casa no bairro da Recoleta, em Buenos Aires. Cristina também disse que vai pedir o afastamento da juíza María Eugenia Capuchetti, que conduz a investigação, a quem acusou de não investigar o que considera evidências sobre o envolvimento do adversário político no caso. Milman tem negado reiteradamente qualquer participação no atentado e acusa kirchneristas de uma "operação suja" contra ele.

Em um vídeo de aproximadamente três minutos publicado no Twitter na manhã desta quinta-feira, Cristina detalhou o suposto envolvimento de Milman no caso. De acordo com a narrativa apresentada pela peça audiovisual - produzida com locução profissional em off e letreiros animados - uma testemunha teria se apresentado à juíza Capuchetti dias após o atentado para dar informações sobre uma conversa que teria ouvido, entre o deputado argentino e duas assessoras, em um bar próximo ao Congresso.

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"Declarou (a testemunha) que, dois dias antes do atentado, no bar Casablanca, na esquina do Congresso Nacional, escutou o deputado Gerardo Milman dizer a duas mulheres que o acompanhavam, o seguinte: 'quando a matem, eu vou estar a caminho da Costa'", diz o vídeo, acrescentando que teria se comprovado judicialmente que tanto a testemunha quanto Milman e as mulheres estariam no bar no dia e horário indicado e que o político teria viajado no dia seguinte para o litoral.

O vídeo continua afirmando que as duas assessoras mencionadas pela testemunha - uma delas posteriormente identificadas como Carolina Gómez Mónaco, ex-miss Argentina nomeada por Milman como diretora da Escola de Inteligência Criminal da República Argentina em 2017 - foram citadas, e inicialmente negaram qualquer reunião com o deputado no local e na data indicada, até serem apresentadas a vídeos que mostrariam todos entrando no local. Carolina também seria sócia da apresentadora de TV María Mroue, que trabalha na emissora onde Sabag Montiel e a namorada, Brenda Uliarte, apareceram em entrevistas antes do ataque.

"Embora tenham começado (as assessoras) suas declarações sob juramento mentindo, a juíza Capuchetti não tomou nenhuma medida para seguir investigando. Milman ainda não foi intimado para depor no caso", afirma o vídeo.

Na mesma publicação em que compartilha o vídeo, Kirchner afirmou que instruiu seus advogados a pedirem o afastamento da juíza do caso. "Quero compartilhar com vocês o seguinte vídeo. Como resultado dos eventos que você vai ver e ouvir, instruí meus advogados a recusar a juíza María Eugenia Capuchetti."

A juíza María Eugenia Capuchetti, responsável pelo caso da tentativa de assassinato da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, indiciou formalmente o casal Fernando Montiel e Brenda Uliarte pelo crime na noite desta quinta-feira (15).

Os dois são considerados coautores da tentativa de homicídio qualificada agravada pelo uso de armas, por premeditação de duas ou mais pessoas e por traição. Conforme a magistrada, o brasileiro executou um "plano prévio" que foi criado por Uliarte e por sua amiga, Agustina Mariel Díaz" - que também está presa preventivamente.

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A decisão não atinge Nicolás Carrizo, líder de um grupo de ambulantes que vendem algodão doce e preso um dia antes também por participação no crime. Apesar das quatro detenções, a polícia ainda investiga se há mais pessoas envolvidas no atentado.

A tentativa de assassinato ocorreu no dia 1º de abril, quando Montiel entrou em um grupo de apoiadores de Cristina que estavam aguardando a vice-presidente para tirar fotos em Buenos Aires.

Ele disparou duas vezes a menos de um metro de distância do rosto da política, mas a arma falhou.

O brasileiro foi preso imediatamente pelos próprios apoiadores e por seguranças de Cristina. Os demais foram detidos nos dias que sucederam o plano fracassado.

Da Ansa

A Justiça da Argentina recuperou mensagens de texto trocadas por Brenda Uliarte, namorada do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, e Augustina Díaz, uma das quatro pessoas detidas pela tentativa de homicídio contra a vice-presidente Cristina Kirchner, em que elas discutem o atentado contra a política argentina. Por meses, Brenda contou a Augustina sobre seus planos de matar Cristina, chegando a dizer que havia contratado "um cara" para fazer o serviço, segundo trechos das mensagens reproduzidos pelo jornal La Nación.

"Mandei matar a vice Cristina (Kirchner). Não aconteceu porque ela se meteu para dentro (de casa). (...) Enviei um cara para matar Cristi", escreveu Brenda em uma das mensagens enviadas para Augustina em 27 de agosto, data em que manifestantes criaram um tumulto em frente à residência da vice-presidente.

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As mensagens mais antigas recuperadas pelas autoridades e publicadas pelo jornal argentino são de 04 de julho. Brenda diz que vai com um fierro (termo popular para arma de fogo em espanhol) para atirar contra Cristina, mas se queixa de que "a velha" tenha seguranças. "Vou ser a libertadora da Argentina. Estive praticando tiro, sei usar uma arma", disse Brenda a Augustina.

A ideia de levar o atentado evoluiu com o tempo. Em 27 de agosto, dias antes da arma de Montiel falhar ao ser apontada contra Cristina, Brenda enviou o maior número de mensagens a Augustina - incluindo a que ela diz expressamente que mandou "um cara" para matar a vice.

"Hoje me converto em San Martín, vou mandar matar Cristina... Estou podre que falem e não façam nada. Eu irei fazer. O espírito de San Martín entrou no meu corpo... Que filha da puta ela entrou antes de eu dar o tiro nela", disse Brenda ao iniciar a conversa.

Após uma breve troca de mensagens em que Brenda explica os detalhes da primeira tentativa, Augustina pergunta quanto o "cara" teria cobrado a Brenda para matar a vice-presidente. "Não me cobrou. Fez porque também está farto com o que está se passando", disse a argentina, antes de dizer que está cansada que Cristina "ande roubando e continue impune".

Augustina parece se preocupar com o conteúdo das mensagens de Brenda, alertando a amiga que ela vai se meter em uma confusão caso o plano dê certo. "Vão buscar-lhe por todos os lados se descobrirem que você é cúmplice da morte da vice-presidente".

A última troca de mensagens resgatada pela Justiça e publicada pelo La Nación é do dia seguinte ao atentado, 02 de setembro. Desta vez, quem inicia o contato é Augustina Díaz, que parece saber que a tentativa de homicídio aconteceria no anterior.

"Che, mas o que aconteceu que o tiro falhou? Não praticou antes ou falhou na adrenalina do momento? Onde você está? Não seria conveniente que voltasse a sua casa?", escreveu Augustina, ao passo que Brenda respondeu estar na casa de um amigo.

Quatro suspeitos foram presos por suposto envolvimento com a tentativa de homicídio contra Cristina Kirchner: Fernando Andrés Sabag Montiel, o brasileiro de 35 anos que engatilhou a arma contra a vice-presidente, Brenda Uliarte e Augustina Díaz, além de Gabriel Nicolás Carrizo, líder de um grupo de vendedores de algodão-doce o casal participava, preso na quarta-feira, 14, após um laudo pericial feito no celular dele mostrar conversas com Brenda um dia após o ataque.

A princípio, de acordo com o Clarín, Carrizo foi preso por suspeita de encobrir o ataque à vice-presidente, e não por ter feito parte do planejamento do ataque.

A polícia da Argentina prendeu Nicolás Gabriel Carrizo na noite desta quarta-feira (14) como mais um dos suspeitos de terem participação na tentativa de assassinato da vice-presidente Cristina Kirchner. O homem é um dos membros do grupo de vendedores de algodão doce que estaria envolvido no atentado.

Carrizo, que chegou a dar um depoimento voluntário logo após o ataque do dia 1º de setembro, é a quarta pessoa a ser presa, depois do brasileiro Fernando Sabag Montiel, que fez os disparos de arma de fogo, de Brenda Uliarte, namorada de Fernando, e de uma amiga de Brenda, Agustina Díaz.

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O jornal "La Nación" informa que a ordem de prisão, emitida pela juíza do caso, María Eugenia Capuchetti, teve como base mensagens trocadas por celular com os envolvidos, mais especificamente, com Uliarte.

Ainda conforme informações da mídia argentina, teria sido a namorada de Fernando a responsável por "dar a ordem" de assassinar Cristina. Nas conversas obtidas até o momento, Uliarte teria dito a Díaz que tinha achado alguém para cometer o crime e que, assim que o assassinato fosse cometido, ela fugiria para outro país com uma identidade falsa.

Na noite do dia 1º de setembro, o brasileiro entrou no meio de um grupo de apoiadores de Cristina, que estavam em frente à residência da vice-presidente em Buenos Aires para saudá-la, e apertou o gatilho por duas vezes - mas a arma falhou. O revólver ficou a cerca de um metro do rosto da política argentina.

Os próprios apoiadores e os seguranças da vice-presidente detiveram Montiel no momento da ação e a justiça continua a investigar se o crime foi planejado por mais pessoas. 

Da Ansa

Uma terceira pessoa foi presa nesta terça-feira (13) por suspeitas de envolvimento na tentativa de assassinato da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em 1º de setembro.

A mulher detida mantinha conversas com Brenda Uliarte, a namorada do brasileiro Fernando Sabag Montiel, ambos já acusados pelo crime. A identidade da mulher ainda não foi revelada, mas ela foi presa na noite de segunda (12), em uma operação policial no bairro de San Miguel, na capital, o mesmo onde Sabag Montiel viva.

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Segundo o La Nación, a detida não faz parte da "gangue do algodão doce", grupo de amigos do casal cujas atividades estariam na mira dos investigadores. Mensagens extraídas do celular de Uliarte levantaram a suspeita dos investigadores de o grupo já teria tentado assassinar a vice-presidente em ao menos outras duas ocasiões.

O local virou ponto de encontro para os kirchneristas, movimento que se intensificou após o Ministério Público pedir 12 anos de prisão para Cristina, acusada de chefiar uma associação ilícita para favorecer um empresário amigo.

A polícia argentina descobriu que o acusado de tentar atirar contra a vice-presidente Cristina Kirchner planejou um outro atentado contra ela no dia 27 de agosto. Essa tentativa teria sido descoberta durante a perícia do conteúdo do celular da namorada de Fernando Sabag Montiel, Brenda Uliarte, com as provas anexadas ao processo nesta segunda. A juíza responsável pelo caso, María Eugenia Capuchetti, ordenou segredo de justiça sobre o processo.

De acordo com fontes ouvidas pelo Clarín, o plano é revelado nas mensagens trocadas pelos dois acusados na semana anterior ao atentado, realizado no dia 1º deste mês. Os dois falam sobre a "presença de câmeras C5N", trocam detalhes de horários e do movimento de pessoas e militantes na residência de Cristina. "Ela (a vice-presidente) já subiu, acho que ela não vai sair nesse momento então ela já foi, saiu, eu vou lá, fica lá. Não traga nada", diz Sabag Montiel a Brenda em uma das mensagens.

O atentado contra Cristina Kirchner

A polícia argentina descobriu que o acusado de tentar atirar contra a vice-presidente Cristina Kirchner planejou um outro atentado contra ela no dia 27 de agosto. Essa tentativa teria sido descoberta durante a perícia do conteúdo do celular da namorada de Fernando Sabag Montiel, Brenda Uliarte, com as provas anexadas ao processo nesta segunda. A juíza responsável pelo caso, María Eugenia Capuchetti, ordenou segredo de justiça sobre o processo.

De acordo com fontes ouvidas pelo Clarín, o plano é revelado nas mensagens trocadas pelos dois acusados na semana anterior ao atentado, realizado no dia 1º deste mês. Os dois falam sobre a "presença de câmeras C5N", trocam detalhes de horários e do movimento de pessoas e militantes na residência de Cristina. "Ela (a vice-presidente) já subiu, acho que ela não vai sair nesse momento então ela já foi, saiu, eu vou lá, fica lá. Não traga nada", diz Sabag Montiel a Brenda em uma das mensagens.

Nas mensagens do mesmo dia, Sabag Montiel disse que esteve muito próximo do governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, no dia em que o governo instalou cercas de proteção do lado de fora da residência de Cristina para conter as manifestações pró e contra ela, que ganharam força após o Ministério Público pedir que ela fosse condenada a prisão. "Toquei nas costas de Axel Kicillof e ele entrou no carro Toyota Ethios", escreveu.

É justamente essa troca de detalhes dos movimentos no local e da vice-presidente que os investigadores afirmam que "houve um ataque planejado que não foi realizado e foi por volta de 27 de agosto", diz o Clarín.

A Justiça argentina já havia afirmado que o atentado do dia 1º foi produto de um "planejamento e acordo prévio" entre o brasileiro Fernando Sabag Montiel e Brenda Uliarte. Os dois foram acusados formalmente no dia 8. Segundo as evidências apontadas na acusação, a dupla estudou o local do ataque antes.

Montiel apontou sua arma a menos de um metro da cabeça de Kirchner quando ela estava cercada por simpatizantes que a aguardavam do lado de fora de sua residência para expressar apoio após um pedido de 12 anos de prisão e para a perda de seus direitos a exercer cargos públicos por parte do Ministério Público em um julgamento por suposta corrupção.

Fernando Sabag Montiel e a namorada estão presos e foram interrogados pela juíza na terça-feira, 6. Segundo a imprensa local, o brasileiro teria se recusado a falar e declarou apenas que a namorada não estaria envolvida no ataque.

A jovem, por sua vez, negou ter participado do atentado e afirmou que só estava "acompanhando" o namorado na ocasião. Câmeras de segurança próxima ao local do ataque flagraram a presença de Brenda no momento da ação.

Cristina Kirchner, de 69 anos, escapou ilesa da tentativa de ataque. A arma de fogo, apesar de ter sido acionada duas vezes, não disparou. O atentado frustrado aconteceu quando a vice-presidente cumprimentava um grupo de apoiadores na porta de sua casa, em Buenos Aires.

Um vídeo registra o momento em que um homem aponta a arma para a vice-presidente e rapidamente é detido. Nos vídeos, é possível ver que Cristina se abaixa após a arma ser apontada para ela. No mesmo instante, seguranças intervêm e conseguem segurar o suspeito.

Presidente argentino diz que o próximo seria ele

O presidente Alberto Fernández afirmou em uma entrevista à emissora Telecinco que ele seria o próximo a sofrer um atentado por parte de Fernando Sabag Montiel e Brenda Uliarte. Segundo Fernández, é o que dizem as mensagens interceptadas pela polícia.

Ele também denunciou um ataque a um monumento dedicado ao ex-presidente e marido de Cristina Kirchner, Néstor Kirchner, falecido em 2010.

"Menos de duas semanas após o ataque a @CFKArgentina, foi assim que o monumento a Néstor Kirchner localizado na Rota 7 amanheceu hoje. Vamos banir o ódio na Argentina. Com a força da democracia e a coragem das convicções, dizemos Nunca Mais à violência em nossa pátria", escreveu o chefe de Estado em sua conta no Twitter, na qual postou várias fotos da escultura danificada.

Brenda Uliarte é argentina e tem 23 anos. O pai dela é um motorista de ônibus simpático ao peronismo, enquanto o namorado, o brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, tentou disparar contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite de quinta-feira, 1°. Esses são alguns dos poucos fatos que a polícia e a imprensa argentina conseguiram confirmar para além de qualquer dúvida razoável em meio a um turbilhão de informações - e versões - que surgem sobre a identidade e a vida da jovem.

A Polícia Federal argentina prendeu Brenda na noite de domingo, 4, em uma estação de trem de Buenos Aires. A prisão foi autorizada pela juíza que comanda a investigação do atentado contra Cristina, após imagens filmadas em frente da casa da vice-presidente mostrarem que a jovem argentina estava no local no momento do atentado, segundo uma fonte ouvida pela Associated Press em sigilo. As autoridades investigam se Brenda teria ajudado Montiel na tentativa de atentado.

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Mas além dos fatos já mencionados e das imagens que motivaram a prisão, muito sobre a jovem permanece turvo. De acordo com a imprensa argentina, Brenda alimentou diferentes perfis nas redes sociais ao longo dos anos, apresentando-se com diferentes personalidades em cada um deles: de atriz pornô a estudante de medicina, chegando a simular um suicídio em um deles.

De acordo com o jornal argentino Clarín, Brenda utilizava diferentes contas, todas com nomes diferentes, como Ambar, Sasha e Lizz Manson. Cada um dos alter egos virtuais criados por ela tinha uma personalidade e uma profissão. Como Ambar, por exemplo, Brenda realmente se apresentava em plataformas de streaming produzindo conteúdo erótico. Como Lizz Manson, fingiu ter cometido suicídio por não "encontrar sentido na vida", disseram seguidores dela na rede social, segundo o jornal argentino.

No LinkedIn - uma das únicas redes em que Brenda utilizava seu nome real -, ela se apresentava como "pessoal de limpeza" da Shell. A família afirma desconhecer qualquer das ocupações da jovem - tanto as reais quanto às que parecem ter sido inventadas. "Até onde eu sei, ela nem terminou o ensino médio. É como se ela estivesse falando de outra pessoa, não dela mesma. Ele está fabulando. Acho que ela vive em um mundo de fantasia, que está delirando e que se aproveitaram dela", afirmou um tio de Brenda ouvido pelo La Nación.

Aparições na TV

Brenda Uliarte apareceu pelo menos duas vezes na televisão argentina. Em uma delas, ao lado de Fernando Montiel, ela participou de um quadro popular do Crónica TV, que entrevista pessoas nas ruas, criticando programas sociais do governo argentino - que, nas palavras dela, "fomentariam a vagabundagem".

Na entrevista, Brenda afirma que trabalharia vendendo algodões-doces para pagar pela faculdade de medicina. Uma prima ouvida pelo La Nación afirmou não saber sobre o curso de medicina, mas disse já ter visto Brenda sair para vender algodão-doce.

A entrevista também teria tido um efeito negativo, segundo familiares. Certo dia, ela apareceu na casa de uma prima que trabalha como cabeleireira pedindo para tingir o cabelo, contando que estava sendo xingada no bairro em que a família mora, em San Martín, pela associação dos programas sociais com vagabundagem.

A outra aparição da jovem foi após o atentado. Brenda participou de uma entrevista na Telefe, na qual exigiu ser chamada de Ambar. Ela reiterou ser vendedora de algodão-doce e disse ter tomado conhecimento sobre o atentado pela televisão - o que os vídeos utilizados como argumento para a prisão negariam.

Brenda também disse na entrevista que morava com Fernando Montiel em um apartamento em Villa Zagala - o mesmo revistado pela polícia argentina, onde foram encontradas mais de 100 munições de arma de fogo, vibradores e muito lixo na sexta-feira, 2. À imprensa argentina, no entanto, a família negou a versão apresentada pela jovem e disse que ela morava em San Miguel, com o pai e uma tia.

Dramas reais

Por detrás da trama de mentiras e versões sem comprovação, familiares de Brenda afirmaram em entrevista que a jovem teve uma vida marcada por traumas, e que só teria começado a falar de política recentemente, após iniciar o namoro com Montiel.

De acordo com o tio de Brenda ouvido pelo La Nación, ela teria sofrido abusos de um ex-companheiro da mãe quando criança, o que fez a avó paterna levá-la para criá-la junto do pai na mesma casa onde viveriam até hoje em San Martín. "Ela ficou muito introvertida, quase não falava", disse ao jornal argentino.

Brenda também teria perdido um filho ainda bebê em 2020. Segundo os familiares, o menino de nome Lionel teria morrido de causa desconhecida ainda nos primeiros meses de vida.

A polícia da Argentina prendeu em Buenos Aires a namorada de Fernando Andrés Sabag Montiel, homem que tentou assassinar a vice-presidente Cristina Kirchner na última quinta-feira (1º).

Brenda Uliarte, 23 anos, foi detida em uma estação no bairro de Palermo, a mando da juíza María Eugenia Capuchetti, que cuida da investigação. Nos dias seguintes ao ataque frustrado, Uliarte deu entrevistas afirmando não acreditar que Montiel fosse capaz de fazer algo do tipo.

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Além disso, ela havia dito que não tinha visto o namorado nas 48 horas anteriores ao crime, mas câmeras de vigilância mostraram que os dois se viram no mesmo dia do atentado frustrado.

Montiel, brasileiro de 35 anos, chegou a apontar o revólver a poucos centímetros da cabeça de Cristina enquanto ela cumprimentava apoiadores em frente à sua casa, mas a pistola falhou na hora do disparo.

O agressor, que vive na Argentina desde a década de 1990, foi preso em flagrante e responderá por tentativa de homicídio agravado.

Ele já tinha passagem pela polícia em 2021 por porte de arma não convencional e está registrado comercialmente como prestador de "serviço de transporte automotor urbano e suburbano de oferta livre", categoria correspondente a motoristas de aplicativos.

Da Ansa

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que não percebeu que um homem havia apontado uma arma para a sua cabeça na noite da última quinta-feira (1º), quando ela cumprimentava apoiadores na entrada de sua casa em Buenos Aires.

Em depoimento à juíza María Eugenia Capuchetti, que cuida do caso, Cristina contou que não percebeu o ataque frustrado "em nenhum momento" e que só entendeu o que tinha acontecido quando entrou em casa.

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O gesto da vice-presidente de abaixar a cabeça após o disparo da arma ter falhado foi para recolher um livro que havia caído no chão. De fato, as imagens mostram que Cristina continua aparentemente tranquila depois do ataque frustrado.

O autor do crime, Fernando Andrés Sabag Montiel, cidadão brasileiro residente na Argentina desde a década de 1990, foi preso em flagrante e responderá por tentativa de homicídio qualificado. O agressor se recusou a responder aos questionamentos da Justiça.

Montiel já tinha passagem pela polícia em 2021 por porte de arma não convencional e está registrado comercialmente como prestador de "serviço de transporte automotor urbano e suburbano de oferta livre", categoria correspondente a motoristas de aplicativos.

A polícia argentina encontrou 100 balas de arma de fogo na casa do agressor na periferia de Buenos Aires e também apreendeu uma série de documentos pessoais. 

Da Ansa

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, teve uma arma de fogo apontada contra sua cabeça na noite de quinta-feira (1°), mas o principal suspeito, o brasileiro Fernando André Sabag Montiel, de 35 anos, não conseguiu consumar o atentado. O motivo da arma não ter disparado ainda não foi revelado pelas autoridades argentinas, mas ao menos três hipóteses podem explicar o mau funcionamento da pistola, de acordo com o advogado Ivan Marques, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e ex-integrante Instituto Sou da Paz.

Em entrevista ao Estadão, Marques elencou razões que poderiam ter levado a arma a não cumprir o papel pretendido pelo atirador, desde falha na munição - provocada por mal armazenamento ou esgotamento do prazo de validade - até inabilidade no manuseio por parte do suspeito.

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"A munição podia estar com uma pólvora velha, com um disparador ineficiente. Com uma munição velha, o componente explosivo perde sua validade. A arma até aciona o disparador da munição, mas ela não explode. Ou seja, a pólvora não queima", explicou o advogado.

Nenhuma perícia da arma ou das munições foi apresentada às autoridades argentinas até o momento, mas informações oficiais e extraoficiais dão um cenário do que foi o ataque. De acordo com informações veiculadas pela Rádio Mitre e pelo jornal La Nación, a arma carregada pelo atirador era uma pistola semiautomática Bersa Thunder 380, de fabricação argentina. Em um pronunciamento em rede nacional, o presidente Alberto Fernández afirmou que a arma estava carregada com cinco balas.

"Cristina permanece com vida porque, por alguma razão, a arma que contava com 5 balas não disparou, apesar de ter sido engatilhada", afirmou Fernandez na noite de quinta.

Outro possível motivo que poderia ter motivado a falha no momento do disparo seria, segundo Marques, um erro no funcionamento da arma e não da munição. "Pode ter havido uma pane na arma. Seu mecanismo não funcionou por conta da agulha ou do disparador. Ele aperta o gatilho, mais de uma vez, inclusive, e a arma não dispara", afirmou.

Em outras palavras, alguma peça da arma pode ter sido retirada ou estava com problema.

A retirada de um componente é vista, em muitos casos, com armas de colecionadores. "Muitas vezes, colecionadores retiram o mecanismo de disparo interno da arma, porque não muda absolutamente nada esteticamente, mas ela fica fora de uso, não funciona. É preciso entender a origem dessa arma, para saber em que momento ela saiu no mercado legal e passou para o mercado ilegal, porque é possível que a pessoa que tenha feito o atentado tenha encontrado legalmente", esclarece.

A última hipótese levantada pelo especialista seria a falta de "capacidade técnica" do atirador ao não perceber que a arma não estava pronta para uso. Em pistolas, para que as munições do carregador fiquem prontas para o disparo, é preciso engatilhar, explicou.

"Para que a primeira munição entre na câmara e fique alinhada e pronta pra receber o comando dado pelo gatilho, você precisa engatilhar. Talvez ele não conheça o funcionamento da pistola e não tenha feito isso. Ou seja, a arma estava carregada mas não estava municiada. a munições permaneceram no carregador", disse Marques.

Esse procedimento não é visto, como no revólver, porque ocorre dentro da arma. "O equivalente ao engatilhamento da pistola em relação ao revólver é que você puxa o ferrolho dessa pistola fazendo com que ela entre num estágio que somente apertando o gatilho você vai acionar o mecanismo de disparo da arma. E se a munição estiver em boas condições, ela vai disparar", afirma Ivan Marques.

Como o atirador já chegou apertando o gatilho, ele já deveria ter feito esse processo antes. O especialista ressalta ainda que essas ou outras hipóteses só serão confirmadas após a perícia da pistola, feita pela polícia argentina.

A emblemática Praça de Maio, em Buenos Aires, ficou lotada de manifestantes nesta sexta-feira (2) para repudiar o atentado contra a vice-presidente Cristina Kirchner, que saiu ilesa, ao considerá-lo um fato limite na vida democrática argentina.

Dezenas de integrantes de sindicatos e organizações políticas marcharam no centro de Buenos Aires e em outras cidades. Além disso, trabalhadores da classe média sem filiação, profissionais e estudantes se somaram à convocação do governo, que declarou feriado nacional para facilitar a participação.

Entre as centenas de bandeiras argentinas e de grupos sociais e sindicais, havia muitos cartazes com a frase "Basta de odio" (Chega de ódio).

"Esta mobilização demonstra que estamos em desacordo com o que está acontecendo, que o ódio e os ataques têm que parar", disse Mónica Sucoti, psicopedagoga e professora de 71 anos, agarrada a uma bandeira argentina.

"Nós, que vivemos golpes de Estado na Argentina, não podemos tolerá-lo. É um ato contra a democracia, é isso que está em risco pelo ódio contra nós, que pensamos diferente", acrescentou.

Sucoti considerou que "é a falta de tolerância e empatia com relação ao outro a causa de que os desacordos políticos tenham solapado a sociedade até abrir o chamado 'abismo' que confronta peronistas e antiperonistas e se sintetiza na figura de Cristina".

Para Laura Itchat, professora universitária de 47 anos que participou com seu bebê de cinco meses, o ataque à vice-presidente deveria ser um ponto de inflexão para acabar com "o abismo".

"Estamos diante de um fato gravíssimo, que nenhum setor pode deixar de repudiar para defender a democracia porque nos coloca em um limite que é imprescindível não pisar", afirmou.

Aos 17 anos, Juan Ignacio Saíz se disse farto dos enfrentamentos políticos e considerou o atentado o resultado de "anos de discursos de ódio e abismo".

"A política se tornou uma briga de torcida", resumiu.

- 'Milagre' -

Em meio ao som ensurdecedor dos tambores, as fileiras de manifestantes avançaram até transformar a histórica Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede da Presidência, em uma maré humana colorida.

"Se tocarem em Cristina, que confusão vai se armar", foi um dos cânticos que a multidão repetia.

Sobre um palanque em frente à sede do governo, ministros, líderes políticos e sindicais, assim como representantes da Associação Mães e Avós da Praça de Maio, participaram de um ato no qual foi lido um documento que fez um apelo à convivência.

"Esta marcha poderia ter sido de outra maneira, ninguém capta toda a dimensão do ocorrido", refletiu Gustavo Capra, de 66 anos, que compareceu, acompanhado de esposa e filha, interpelado por "uma obrigação moral".

Em relação ao agressor, um homem de 35 anos detido no momento do atentado, Capra considerou que se trata "de um rapaz influenciado por todos os meios de comunicação e por uma oposição cega, que usa o peronismo e o kirchnerismo como saco de boxe para agredir e se aproximar mais de sua gente. Isso tem que acabar, que façam política como se deve", disse.

Para Sergio Wischñevsky, historiador e professor universitário, Cristina Kirchner está viva pelo "milagre" de uma bala que não saiu.

"Se o tiro tivesse saído e matado Cristina, estaríamos entrando em uma espiral de violência que nos levaria ao sétimo círculo do inferno", frisou.

Diferentemente do que disse o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (2), políticos de esquerda se solidarizaram quando ele levou uma facada na campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018. Mais cedo, Bolsonaro afirmou que a "esquerda ficou calada" naquela época ao comentar e lamentar o ataque à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite de ontem.

Entre os políticos que se manifestaram em 2018 está Fernando Haddad (PT), então candidato à Presidência da República pelo PT e nome do partido ao governo paulista em 2022. "Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro", escreveu Haddad no Twitter cerca de 1h após o atentado.

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Guilherme Boulos (PSOL), outro candidato à época, que hoje disputa uma vaga à Câmara, também foi ao Twitter: "Soube agora do que ocorreu com Bolsonaro em Minas. A violência não se justifica, não pode tomar o lugar do debate político. Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato".

Ciro Gomes (PDT), também candidato à Presidência em 2018 e em 2022, escreveu há quatro anos: "Repudio a violência como linguagem política, solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e punam o ou os responsáveis por esta barbárie".

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, disse à época, em vídeo compartilhado pela conta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Lamentável. Nenhum ato de violência pode ser admitido. A violência não é justificável. Na política temos que nos ater ao enfrentamento de ideias".

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Lindbergh Farias (PT) e a candidata Vera Lúcia (PSTU) também prestaram solidariedade.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou o ataque sofrido pela vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e afirmou que mandou "uma notinha", que ainda não foi divulgada nas redes sociais do mandatário até a publicação desta reportagem. Bolsonaro aproveitou para ironizar o ocorrido e falou que o atentado só não deu certo porque o suspeito "não sabia mexer com arma".

A declaração do chefe do Executivo aconteceu nesta sexta-feira (2), na feira agropecuária realizada em Esteio, Rio Grande do Sul. "Já mandei uma notinha. Eu lamento. Agora: quando eu tomei a facada, teve gente que vibrou por aí. Lamento. Já teve gente que tentou colocar na minha conta já esse problema. O agressor ali, ainda bem que não sabia mexer com arma. Se soubesse, teria sucesso no intento", disse o presidente aos repórteres presentes.

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Confira

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A Polícia Federal da Argentina apreendeu na manhã desta sexta-feira (2) ao menos 100 balas calibre 9 milímetros e um notebook na casa do brasileiro Fernando Sabag Montiel, de 35 anos, preso no dia anterior por tentar atirar contra a vice-presidente Cristina Kirchner, diante da casa dela, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires. A operação foi realizada no bairro de San Martín, na capital portenha. O material será periciado.

Segundo o presidente Alberto Fernández, a arma que seria usada contra Cristina, uma Bersa 380 de fabricação argentina, tinha cinco balas, mas travou na hora do disparo. "Cristina permanece com vida porque, por alguma razão, a arma que contava com 5 balas não disparou, apesar de ter sido engatilhada", afirmou Fernandez durante um pronunciamento em rede nacional entre o fim da noite de quinta-feira e a madrugada desta sexta.

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A vice-presidente da Argentina foi alvo de uma tentativa de homicídio em frente à própria casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, enquanto assinava livros de simpatizantes que se manifestavam em apoio a ela, diante de uma ação judicial que pede sua prisão e cassação de direitos políticos. Um vídeo chocante mostra o momento exato em que a arma é apontada para a cabeça de Cristina.

A Polícia Federal argentina prendeu Fernando Andrés Sabag no local do crime. Filho de pai chileno e mãe argentina, Montiel já tinha antecedentes criminais por porte ilegal de arma e foi levado até uma base policial em Villa Lugano, bairro da zona sul da capital argentina.

O advogado da vice-presidente, Gregorio Dalbón, afirmou que o incidente foi resultado do "ódio" contra Cristina. "Isso significa que eles usam todas as coisas que dizem para Cristina, todas as ameaças, para meter bala. Obviamente, este é o resultado dos que odeiam ela. Vamos a fundo no assunto porque se trata da vice-presidente", declarou.

Cristina está calma, em sua casa, acompanhada do filho Máximo Kirchner e por dois secretários particulares. Ela já conversou com o presidente Alberto Fernández e com vários integrantes do governo, incluindo o ministro da Economia, Sergio Massa.

Crise política

As tensões no país vizinho cresceram desde o pedido da Promotoria da Argentina de 12 anos de prisão contra a atual vice-presidente por acusações de corrupção, no dia 23 deste mês. Apoiadores fazem uma vigília na frente da residência de Kirchner para demonstrar apoio à ela, organizada após alguns opositores da líder peronista terem se dirigido a seu apartamento para protestar.

Ao sair do apartamento todos os dias antes de ir despachar no Senado (na Argentina o vice-presidente comanda a Casa), Cristina saúda todos os dias seus aliados que ali a esperam. Ela repete o gesto à noite, quando retorna.

A vice-presidente é acusada, juntamente com outras 12 pessoas, de supostamente ter orientado enquanto era presidente da República a atribuição de licitações de obras públicas na Província de Santa Cruz, seu berço político, em favor do empresário Lázaro Báez, contra quem os promotores também pediram 12 anos de prisão e apreensão de seus bens. Os pedidos de sentença variaram de 2 a 12 anos de prisão. A pena máxima para esses crimes é de 16 anos.

Kirchner afirma que as acusações contra ela se tratam de "perseguição judicial" e acusa a Promotoria e os juízes de atuarem juntos e ferirem os direitos de defesa. (Com agências internacionais).

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), utilizou o Twitter para falar sobre o atentado fracassado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ocorrido na noite desta quinta-feira, dia 1º, em Buenos Aires. De acordo com a polícia local, o brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, tentou apertar o gatilho de uma arma, que teria falhado. Ele foi preso.

"Chocante a imagem da tentativa de assassinato da vice-presidente argentina, Cristina Kirchner. A violência na política é um atentado à integridade, à vida das pessoas e também à democracia. Toda minha solidariedade à vice-presidente, a seus familiares e ao povo argentino", escreveu o senador, que se juntou a outros políticos brasileiros que condenaram o fato ocorrido no pais vizinho.

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Candidatos à Presidência da República se manifestaram sobre a tentativa de homicídio sofrida pela vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite desta quinta-feira, 1º. O autor do atentado, identificado como um brasileiro de 35 anos, apontou uma arma para a cabeça da política e tentou atirar contra ela, segundo o jornal Clarín.

Um vídeo registra o momento do incidente, que ocorreu no bairro da Recoleta, em Buenos Aires. Relatos apontam que a arma não teria disparado. Até a publicação desta matéria, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato Felipe D'Avila (Novo) ainda não haviam se manifestado publicamente sobre o caso.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de fascista o homem que tentou atirar contra a argentina. O petista afirmou que o "ódio político" é uma ameaça à democracia na América Latina. "Que o autor sofra todas as consequências legais", publicou.

O candidato Ciro Gomes (PDT) prestou solidariedade a Cristina Kirchner e a chamou de "mulher guerreira". Ele, que se coloca como segunda opção de voto para Lula e Bolsonaro, escreveu: "Para nós, fica a lição de onde pode chegar o radicalismo cego, e como polarizações odientas podem armar braços de loucos radicais ou de radicais loucos. Ainda há tempo de salvar o Brasil de uma grande tragédia gerada pelo ódio."

A candidata Simone Tebet (MDB) também condenou a violência política e pediu paz nas eleições brasileiras deste ano. "Violência política no Brasil, violência política na Argentina. É preciso dar um basta a tudo isso. As lideranças devem recriminar essas atitudes. Ainda bem que a arma falhou. Que tristeza! Reafirmo minha posição pela paz na política, pela paz nas eleições", publicou.

Soraya Thronicke (União Brasil) relembrou o episódio em que pediu, durante o debate na Band, que reforçassem sua segurança na campanha. "Não é exagero", disse, comentando o ataque a Cristina Kirchner.

O candidato Leonardo Pericles (UP) enquadrou o ocorrido como parte de uma "escalada fascista" e convocou os eleitores para se manifestarem no dia 7 de setembro, em oposição aos atos marcados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

A candidata Sofia Manzano (PCB) prestou "total solidariedade" à vice-presidente da Argentina.

O papa Francisco enviou uma mensagem de solidariedade à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, alvo de um atentado frustrado na última quinta-feira (1º).

"Tendo recebido a preocupante notícia do atentado que vossa excelência sofreu na tarde de ontem, desejo expressar minha solidariedade e proximidade neste delicado momento. Rezo para que sempre prevaleçam na querida Argentina a harmonia social e o respeito aos valores democráticos, contra todo tipo de violência e agressão", diz um telegrama assinado pelo pontífice argentino.

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A tentativa de homicídio ocorreu enquanto Cristina, 69 anos, cumprimentava apoiadores na entrada de sua casa em Buenos Aires.

O brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, 35, chegou a apontar uma arma a poucos centímetros da cabeça da vice-presidente, mas a pistola falhou na hora do disparo.

"Esse fato é o que de mais grave aconteceu desde que recuperamos nossa democracia", disse o presidente Alberto Fernández em um discurso em rede nacional na noite passada. "Cristina está viva porque, por alguma razão ainda não confirmada tecnicamente, a arma, que tinha cinco balas, não disparou", acrescentou.

Vice-presidente desde dezembro de 2019, Cristina também já governou o país entre 2007 e 2015. Montiel, por sua vez, foi preso em flagrante e vive na Argentina desde 1993.

Ele já tinha passagem pela polícia em 2021 por porte de arma não convencional e, de acordo com o jornal Clarín, está registrado comercialmente como prestador de "serviço de transporte automotor urbano e suburbano de oferta livre", categoria correspondente a motoristas de aplicativos.

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