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A Fundação Altino Ventura anuncia que, na próxima terça-feira (12), atendimentos especiais serão oferecidos para pacientes diabéticos. O objetivo da atividade é a identificação de portadores de retinopatia diabética (alterações nos vasos sanguíneos e na retina causadas pela doença), umas das principais causadoras da cegueira em pessoas com diabetes. 

Através do telefone 3081-3030, os interessados podem garantir vaga entre as 490 consultas gratuitas disponibilizadas para a ação. Das 8h às 16h, as consultas serão feitas na Fundação Altino Ventura I e no Pólo da Retina, na Rua da Soledade, no bairro da Boa Vista. Não há restrição quanto à idade dos pacientes; qualquer pessoa pode participar.

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Os exames buscam prestigiar o Dia Mundial do Diabetes, comemorado no dia 14 de novembro. Além de identificar e propor tratamento para possíveis portadores de retinopatia diabética, também estarão disponíveis 50 lasers, exames de retinografia e OCT (Tomografia de Coerência Óptica). 

O Dia Mundial da Visão é celebrado nesta quinta-feira (11). No Brasil, cerca de quatro milhões de indivíduos tem deficiência visual e aproximadamente 1,25 milhão de pessoas são cegas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO).

Aqui no Recife, um projeto tenta resgatar crianças e adolescentes, que vivem nas comunidades em situação de exclusão por terem deficiência visual. De acordo com a gerente de atenção especializada do Recife, Flávia Villa-Chen, o Projeto Além do Olhar trabalha com o público de zero a 18 anos que tenham deficiência visual associada a múltiplas deficiências.

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A iniciativa que começou em julho de 2011, não surtiu o efeito esperado, pois tentou buscar nas escolas crianças com este perfil. Somente este ano, as crianças foram procuradas nas comunidades.“A gente resgatou poucas por que elas não estavam no colégio, elas estavam em casa. Quando vamos aos domicílios vemos que os pais não tem informação, eles acham que não tem mais jeito e a tendência é excluí-los. Essa forma de proteção não deixa eles interagirem e eles não desenvolvem a capacidade que têm,” esclareceu a gerente.

Segundo Flávia, o projeto abrange a orientação aos profissionais de saúde que fazem parte do Programa de Saúde da Família (PSF), dos professores na escola, sobre como ele deve tratar uma criança com deficiência visual, até o fornecimento de equipamento como bengalas.

As crianças acompanhadas pelo programa são estimuladas a trabalhar o tato e desenvolver a cognição, conforme a gerente. E ainda, são encaminhados ao Centro de Reabilitação Menina dos Olhos que faz parte da Fundação Altino Ventura (FAV). Lá eles passam por tratamento e cirurgias, quando necessário.

Projeto Além do Olhar - Nesta quinta-feira (11), a partir das 14h, serão realizadas consultas com essas crianças na Fundação Altino Ventura em parceria da Prefeitura nesta ação. Desde fevereiro, já foram contabilizados mais de 600 atendimentos às crianças e adolescentes, e desse total, 170 crianças foram incluídas no projeto.

Era 1999 quando Lucy Tertulina da Silva começaria uma nova vida. Nessa época, então com 28 anos, ela perderia completamente a visão, fruto de retinose pigmentar - doença que degenera gradativamente o sistema visual. A pernambucana tentou diversas formas de evitar o acontecimento, visitando médicos por todo Brasil e até em Cuba, mas não obteve sucesso.

Lucy já era mãe de Maísa, sua primogênita, quando perdeu totalmente a visão. Como não aceitava o ocorrido, continuou com o preconceito consigo mesma e lamentou perder também momentos importantes da maternidade. “Foi difícil. Por não ter contato com bengala, ter medo de andar sozinha, nunca levei minha filha na escola e também não a ensinei muitas coisas. Sempre que ia ao colégio, estava acompanhada do esposo ou da babá. Isso me faz muita falta”, lembra.

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Os anos passaram e, em 2005, ela se tornou mãe de mais uma garota. Dessa vez, quem chegava ao mundo era Laís. Após tantos problemas, ela ganhou um novo motivo para sorrir, mas por pouco tempo. Oito meses depois, toda a família sofreu um acidente de carro. O marido de Lucy não resistiu e morreu. Mesmo sem ter visão, ela – ou Deus, como prefere dizer - ajudou os socorristas a tirar as duas filhas das ferragens, evitando uma tragédia ainda maior.

Viúva, sem visão e com duas filhas para criar, Lucy só tinha duas opções: se comprimir em uma depressão ou lutar pela felicidade. No entanto, neste momento, as barreiras eram ainda maiores. Por isso, o receio por parte de seus parentes também aumentou. “Pelo fato de ter a deficiência, minha família achava que eu era inútil e eu provei o contrário”.

Decidida a reconstruir a sua vida, ela conta como sua história começou a mudar. “Pela pressão de ter que viver, criar minhas filhas, procurei ajuda. Deus colocou no meu caminho a Associação Caruaruense de Cegos (Acace). A partir dela, tudo mudou. Eu tinha que buscar o melhor para poder dar o melhor a elas (Maísa e Laís)”, afirmou.

A entidade trouxe novas perspectivas para Lucy e o esporte passa a ter um papel importante nesse processo. Após seis meses integrando o grupo, ela retomou uma grande paixão: a leitura. Tudo graças ao braile. Teve também orientação de mobilidade, passando a andar sozinha e daí a praticar golbol (originado do goalball, termo em inglês).

Pouco depois de perder o pai, a filha mais velha de Tertulina também deu chances ao esporte. Ela começou na natação, mas não se agradou. Partiu para o judô e se tornou campeã. Com apenas 17 anos, a jovem já tem o título da Copa AABB Recife e pratica a arte marcial japonesa ninjutsu. Maísa também está se formando em arbitragem para golbol e é responsável por apitar os treinos da Acace. “Como elas não tem pai, eu procuro incentivá-las. Quando sei que estão treinando, tenho certeza que estão longe das drogas”, afirmou Lucy, lembrando ainda que sua caçula, Laís, está escolhendo se vai fazer natação ou dança.

A mãe também continuou no golbol, que é primeira modalidade criada especificamente para os cegos ou para pessoas que tem alguma deficiência visual. Há quatro anos e seis meses ela integra a equipe da Acace, entidade na qual ainda se tornaria presidente, comandando até os dias atuais. Lucy lembra como foi o início da prática na instituição. “No começo, era difícil, as pessoas não queriam. Tive que insistir e estimular. Iniciei a rotina de treinos para motivar e fiquei até hoje. Atualmente, temos um time feminino com quatro integrantes e outro masculino com cinco jogadores”, explicou.

O golbol da Acace ainda não conquistou títulos, mas os resultados gerados por ele, segundo Lucy, são imensuráveis. “A prática esportiva é muito importante. Além da saúde, ele funciona como um refúgio. Quando estamos em quadra nos sentimos vivas. Se todos os pais incentivassem o esporte o mundo seria melhor”, analisa a presidente.

O time já disputou várias competições, principalmente representando Pernambuco nos campeonatos nordestinos da modalidade. Este ano, o elenco já conseguiu ficar em terceiro lugar na etapa de João Pessoa-PB do regional.

Ela também obteve conquistas como pessoa e principalmente como mãe. “Certo dia não tinha pão em casa e precisava comprá-los para as meninas. Criei coragem e fui sozinha, aos pouquinhos, na padaria. Apesar de ser algo tão simples, quando retornei foi uma alegria imensa”, explicou – reforçando que também já circula de ônibus pela cidade.

Com tantas ocupações, Lucy fala como é se dividir nas funções de mãe, presidente, atleta e estudante universitária. “É complicado porque o tempo é limitado, mas procuro um espaço para estar com elas e fazer as minhas outras atividades. É difícil, mas a gente vai conseguindo”, disse.

Quando perguntada se a vida realmente tinha melhorado, ela foi taxativa: “Hoje, todos me veem diferente. Provei que posso criar minhas filhas, ser dona de casa, praticar esporte e estudar. Percebo que antes de perder a visão eu não vivia, apenas vegetava”. Por falar em estudos, Lucy está cursando o último período de Pedagogia e faz planos para o futuro.  “Quero arrumar um emprego na área, continuar à frente da Acace e praticando o golbol – se possível conquistando nosso primeiro título”, afirmou aos risos.

Por fim, depois de tantos percalços, ela deixa um recado. “Gosto sempre de dizer que eu posso tudo naquele que me fortalece. Depois de conseguir enfrentar tantas coisas, o próprio preconceito, tenho certeza de que todos tem dificuldades, mas a força de vencer precisa ser maior”, pontuou.

Investigação realizada pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) na clínica particular Instituto da Visão de Pernambuco, em Caruaru,apontou três fatores de risco que podem ter causado cegueira em quatro mulheres que se submeteram a cirurgias de catarata no final de março: deficiência na esterilização de materiais e instrumentais cirúrgicos, contaminação da água com coliforme e inadequada estrutura física.

As quatro pacientes apresentaram complicações no pós-operatório, com inflamação no globo ocular - provocada pela bactéria Serratia marcescens, do grupo Coliforme - evoluindo para uma cegueira irreversível. Cada uma delas perdeu a visão de um olho. Elas chegaram a fazer transplante de córnea, no Recife, na busca de recuperar a vista perdida. Sem sucesso.

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A investigação, iniciada dia 30 de março, constou de inspeção sanitária na clínica, análise dos prontuários dos pacientes, livro de cirurgias e fichas de ocorrência, entrevistas com médicos, funcionários e pacientes e avaliação dos laudos de análise microbiológica da água.

O relatório final da investigação, divulgado nesta terça-feira, será, de acordo com o gerente geral da Apevisa, Jaime Brito, encaminhado para todos os órgãos que apuram o caso, a exemplo da Polícia Civil, Ministério Público estadual (MPPE) e Vigilância Sanitária de Caruaru, além das pacientes que ficaram cegas, no caso de pretenderem levar o caso à justiça. A clínica foi autuada e está interditada.

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