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O que você pediria de presente de Natal se pudesse escolher? Muitos ficariam empolgados com a possibilidade de fazer grandes pedidos. Esse não é o caso dos 41 idosos abrigados na Pousada Geriátrica Lar Vovó Cilene, uma casa de repouso sem fins lucrativos localizada em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR), fundada por dona Rose, uma enfermeira que tem uma história de amor por esses velhinhos, muito deles abandonados pela própria família. 

Os desejos dos idosos do Lar Vovó Cilene faz com que qualquer um pare um pouco, pense e reflita. No primeiro momento, em conversa ao LeiaJá, eles pediram por amor e zelo. Não em palavras, mas em gestos nas tentativas de abraços constantes e frases carinhosas durante o tempo em que a reportagem ali se encontrou. No segundo momento, extasiados com a possibilidade de suas vontades se tornarem realidade, aos poucos foram se abrindo. Os pedidos foram simples a exemplo de dona Lindinalva, 90 anos, que pediu por um lençol novo; dona Maria Júlia, 68 anos, um colar; Maria Cecília, 78 anos, uma colônia; Lindalva, 89, uma camisola. 

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Dona Zumira, 92 anos, uma das idosas do lar que a acolheu, é portuguesa e foi incentivada a fazer o seu pedido já que não queria nada “grandioso”, palavra dela. “A senhora não gosta de sapatos? Peça um sapato bege que tanto queria”, disse uma cuidadora. Ela respondeu: “Mas vou pedir tudo isso? Eu estava pensando em pedir alguma coisa bem pequena, isso é muito. Muito mesmo”, respondeu. Mas Zumira aceitou a sugestão. “Estou muito feliz. Eu escolhi até a cor, isso é para quem pode, eu só não tenho nada para oferecer de volta”, disse. 

Os pedidos se seguiram: dona Etelvina, aos 85 anos, pediu um bonito vestido para usar no dia da festa de Natal, que será realizada no dia 13 de dezembro, onde serão entregues todos os presentes e doações arrecadadas para a pousada. 

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As idealizadoras da ação solidária, a digital influencer Elayne Karina e a sua sogra Ana Cláudia, pedem a contribuição dos pernambucanos. Além das lembranças, qualquer um pode entrar em contato e ajudar na festa que vai ficar marcada na lembrança de cada um. “Não podemos esquecer do mais importante que é ajudar, servir. Não importa qual seja a doação, mas quem faz o bem tem como resultado uma sensação inexplicável. Eu sempre falo uma frase de que a felicidade não está em bens materiais, não se precisa de muito para ser feliz. O que sinto em poder ajudar agora não tem preço, limpa a alma e nos traz uma alegria imensa”, declarou. 

Ana Cláudia, fundadora do Grupo Mãos que Servem, também falou sobre a importância da solidariedade. “Não imagino viver sem ajudar a quem precisa. Vamos servir mais e fazer acontecer de verdade e não apenas ficando nas palavras. Vamos ter atitude de verdade”, ressaltou. Quem quiser ajudar de alguma forma ou saber mais detalhes pode entrar em contato com Ana Cláudia por meio do número de telefone (81) 9.8576.4379.

A fundora do Grupo Mãos que Servem e a digital influencer Elayne Karina idealizaram a ação

Amor ao próximo

A fundadora da pousada geriátrica Rose Maria define o próprio lar como a história de sua vida. “Cuidei da minha mãe a vida inteira. Foram quase 30 anos onde morávamos mais dentro do hospital do que dentro de casa, mas dona Cilene, a minha mãe, sempre estava com um largo sorriso, o que me dava forças. Daí fui estudar enfermagem. Depois que ela faleceu, eu tive a oportunidade de trabalhar na área de geriatria”, contou. 

Foi o início de tudo. O amor por dona Cilene foi repassado para outros idosos. Rose conta que começou a cuidar de um e outro idoso e, há cinco anos, conseguiu fundar o lar, que conta com um anexo em uma área perto, mas as dificuldades para sustentar as duas casas são muitas e pesam o pagamento do aluguel, alimentação, energia e funcionários, que no total são 14. 

“Não temos ajuda de governo e nos sustentamos com algumas doações que conseguimos, bem como com os valores de alguns familiares dos idosos. É tudo muito complicado, se fosse por questão da minha sobrevivência, eu já tinha fechado, o que eu quero é ver todos eles bens. Não haveria como tudo isso se sustentar se não fosse por amor”, ressaltou. 

Rose pousa ao lado do desenho da sua mãe Cilene, que virou um quadro e nome do lar que ajuda diversos idosos

Tudo isso não a desanima. Rose tem um sonho ainda maior: montar uma ONG para cuidar de pessoas que não têm onde ficar. “Aqui é a minha vida, é o meu foco. Me sinto completa em tudo e vou lutar sempre. Eu costumo dizer que a gente não tem que ter amor pelo dinheiro, mas tem que ter amor pelo que faz. Eu digo a eles todos os dias o quanto os amo”, contou.

Karla Pensado, enfermeira e responsável pela parte técnica, afirmou que o sentimento é de gratidão por eles. “Às vezes, estamos chateadas por algum motivo, aí chegamos aqui e escutamos ‘você é linda’, ‘Eu te amo’, ‘você é a minha neta’ e tudo isso não tem preço. Eu corro atrás e peço ajuda como posso porque eles nos tornam pessoas melhores”. 

Além de adotar um idoso para fazer a alegria com os pedidos para o Natal, qualquer tipo de ajuda é bem-vinda no Lar Vovó Cilene: alimentos como leite, legumes e produtos de higiene pessoal como desodorantes, colônias e fraldas fazem toda a diferença. Profissionais voluntários também podem entrar em contato por meio dos telefones (81) 9.8481-5579 e (81) 9.8322.0252 e falar com Rose ou Theodoro. O endereço do abrigo é: Avenida Ulisses Montarroyos, nº 5848, no bairro de Candeias, Jaboatão dos Guararapes. 

Parte da equipe do Lar Vovó Cilene pedem a colaboração dos pernambucanos 

Doações também podem ser feitas por meio do Banco do Brasil:

Agência: 29.88 – 2

Conta-Corrente: 43460-4 

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