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A Polícia Federal (PF) abriu na manhã desta terça-feira (23) uma ofensiva para investigar fraudes de R$ 13 milhões no recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ao Idoso, que garante um salário mínimo para a população com mais de 65 anos e de baixa renda (com renda familiar igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo).

O grupo sob suspeita teria criado 268 CPFs falsos de pessoas com mais de 65 anos, obtendo fraudulentamente 208 benefícios com os documentos forjados. Segundo a PF, a quadrilha atuaria desde 2012 na criação dos documentos para fraudar o BPC.

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Batizada "Melhor Idade", a operação foi às ruas para cumprir cinco mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão no Distrito Federal, Piauí e Goiás. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal do Distrito Federal, que cancelou 151 benefícios ainda ativos. Eles geravam prejuízo anual de cerca de R$ 2,7 milhões. Além disso, a Justiça bloqueou imóveis, veículos e contas da quadrilha, até o valor R$ 13 milhões.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o governo federal irá criar uma política especial voltada aos idosos que não têm uma estrutura de assistência. Segundo ele, será criado um grupo de trabalho para elaborar uma proposta.

"O Brasil está ficando um país velho, está tendo uma população velha, e nem todo mundo tem a felicidade de ser um velho forte como eu, como Otto [Alencar], como [Jaques] Wagner, como José Múcio", disse o presidente, em discurso nesta quinta-feira (18), na Bahia.

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Atualmente, Lula tem 78 anos.

"Estou preocupado em criar um grupo de trabalho para a gente apresentar ao Brasil uma proposta de atenção especial às pessoas que ficam velhas e não têm quem cuide delas", explicou Lula.

Todas as terças-feiras, centenas de aposentados se reúnem na cafeteria de uma loja de móveis e decoração Ikea em Xangai, com a esperança de encontrar um companheiro, apaixonar-se e romper a solidão que invade a derradeira etapa de suas vidas.

Neste dia, idosos ocupam a maioria das mesas da espaçosa cafeteria da loja em Xangai, trocando as clássicas almôndegas suecas da casa por seus próprios sanduíches, chá e até bebidas alcoólicas trazidas de casa.

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Este encontro semanal acontece há mais de dez anos, embora a empresa sueca tenha tentado impedir que sua cafeteria fosse sede deste singular clube dos corações solitários.

"Não tenho vergonha de dizer isso, não são apenas os jovens que precisam de amor. Os idosos também", disse à AFP Qingqing, ex-diretor de uma casa de repouso.

Na China, há mais de 297 milhões de pessoas de 60 anos, ou mais, e cerca de 25% são solteiros, de acordo com dados oficiais. No passado, os núcleos familiares multigeracionais eram a regra, mas atualmente muitos idosos vivem solitários.

Em uma pesquisa de 2016 da Universidade Renmin, em Pequim, um idoso em cada quatro disse se sentir sozinho.

"Estou sozinho o tempo todo. Sinto que a vida é chata na minha idade... Sempre quis ter uma companheira", comentou Gu Yijun, um instrutor de direção aposentado de 73 anos.

Ele costuma viajar uma hora e meia de transporte público para chegar aos encontros, confiante em suas chances de sucesso. "É também uma forma de relaxar e se divertir. Melhor do que se olhar no espelho em casa", disse à AFP.

- "Cuidado e interação" -

A maioria dos que frequentam as reuniões conta que soube do evento por amigos.

"Há algumas dificuldades práticas para irmos a lugares mais elegantes", comenta Xu Yizhen, amiga de Qingqing.

Inicialmente, a Ikea tentou impedir as reuniões, aumentou a segurança, isolando mesas e colocando cartazes de proibição. Mas teve de ceder quando o assunto foi noticiado na imprensa chinesa e internacional.

A multinacional "compreendeu a solidão dos idosos deste bairro que precisam de cuidados e interação, por isso a loja lhes oferece um lugar onde podem se sentir em casa e encontrar amigos", disse um representante da empresa à AFP.

Mas essa loja de móveis e decoração não é o único ponto de encontro da terceira idade em Xangai. Alguns também frequentam o Parque do Povo nos finais de semana.

As possibilidades de encontrar um amor verdadeiro em um local, ou outro, são difíceis de prever. Alguns não consideram fácil encontrar um companheiro nas reuniões da Ikea.

O pintor Li Shiqi, um frequentador há dez anos, disse que alguns frequentadores têm padrões "bem altos".

"Disseram-me que a taxa de sucesso aqui é inferior a 3%", afirma.

Mas Li teve sorte no mês passado, embora sua paquera esteja viajando.

"Tínhamos uma queda um pelo outro por causa de sua boa aparência e de sua idade relativamente jovem", disse o homem de 74 anos.

"Se estivermos prontos para iniciar um relacionamento amoroso, quando ela voltar, ficaremos juntos", afirma.

Diante da identificação de duas novas sublinhagens do vírus da covid-19 no país, o Ministério da Saúde passou a recomendar uma nova dose da vacina bivalente para pessoas com 60 anos ou mais e imunocomprometidos acima de 12 anos que tenham recebido a última dose do imunizante há mais de seis meses.

“Seguimos atentos ao cenário epidemiológico da covid-19. Com a identificação de duas novas sublinhagens no país, a JN.1 e JG.3, decidimos antecipar para grupos prioritários uma nova dose da vacina bivalente. A vacinação é essencial para nossa proteção”, twitou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. 

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“Sempre trabalhamos para que estejam disponíveis as vacinas mais atualizadas, seguras e eficazes aprovadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Em especial para pessoas em grupos de risco ou com sintomas gripais, recomenda-se maior proteção, como o uso de máscara em locais fechados e evitar aglomerações.”

Antiviral

A pasta destacou ainda que o antiviral nirmatrelvir/ritonavir está disponível na rede pública para o tratamento da infecção por covid-19 em idosos com 65 anos ou mais e imunossuprimidos com 18 anos ou mais, logo que os sintomas aparecerem e houver a confirmação de teste positivo.

Subvariantes

De acordo com o ministério, a subvariante JN.1, inicialmente detectada no Ceará, vem ganhando proporção global e já corresponde a 3,2% dos registros em todo o mundo. Já a sublinhagem JG.3, também identificada no Ceará, está sendo monitorada em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Goiás.

“O Ministério da Saúde segue alinhado com todas as evidências científicas, com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) mais atualizadas para o enfrentamento da covid-19, incluindo o planejamento para vacinação em 2024, que já está em andamento.”

“A pasta garante que o SUS [Sistema Único de Saúde] sempre terá disponível as vacinas mais atualizadas, seguras e eficazes aprovadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária].”

A Unidade Pernambucana de Atenção Especializada Cícero Dias (UPAE Escada), na Zona da Mata Sul do Estado, promome curso gratuito de Cuidadores Informais de Idosos. Ao todo, a capacitação conta com 100 vagas e os interesados devem procurar a coordenação da Atenção Básica do seu município (Amaraji, Cabo de Santo Agostinho, Cortês, Escada, Ipojuca, Primavera, Rio Formoso e Sirinhaém), que fará o contato com a UPAE Escada.

A formação terá duração de cinco meses e o início das aulas, de acordo com a instituição, está previsto para dezembro de 2023. Com o treinamento, os profissionais de enfermagem, nutrição, fisioterapia, farmácia e psicologia da UPAE Escada vão compartilhar conhecimentos e orientações para que o cuidador proporcione uma qualidade de vida melhor para o idoso, entendendo suas necessidades individuais.  

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“Nossa ideia é realizar um primeiro encontro de apresentação com os participantes no dia 30 de novembro e, em dezembro, daremos início aos treinamentos conduzidos pela equipe multiprofissional. É importante lembrar que esse curso não é voltado para a formação de profissionais para o mercado de trabalho. Nossa proposta é qualificar aqueles cuidadores informais que são responsáveis por cuidar de um pai, uma mãe, por exemplo. A gente qualifica essa pessoa para que ela cuide da melhor forma possível”, destaca Luanna Gressa, coordenador Multiprofissional da instituição.

Mais de 5 mil denúncias de maus-tratos contra idosos foram registradas no país durante o mês de outubro. No mesmo período, 11.500 vítimas foram atendidas e 182 pessoas foram presas.

Esses foram alguns dos dados da Operação Virtude, de combate à violência contra idosos, apresentados nesta terça-feira (31), pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O Estatuto da Pessoa Idosa completou 20 anos em outubro.

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, salientou que os números de violência contra os idosos são altos no país. Ele citou o último censo que revela que a população brasileira está, em média, cada vez mais velha. Para ele, a tendência é existirem mais ações de proteção a idosos, como a Operação Virtude.

“Vimos agora indicadores do IBGE mostrando o crescimento da faixa etária da população. Provavelmente, essas operações relativas às pessoas idosas constituem, na verdade, uma tendência”, disse.

Entre as violações registradas pela Polícia Civil que a operação buscou combater, estão: exploração, negligência e discriminação praticada contra a pessoa idosa.  

A Operação Virtude contou com apoio da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, por meio do Disque 100, e da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. 

Policiais civis da 107ª DP (Paraíba do Sul) e militares prenderam, na sexta-feira (27), um homem e uma mulher pelo crime de homicídio, no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, a dupla ateou fogo na casa de um idoso, provocando a morte dele horas depois.

De acordo com os agentes, na noite do dia 17 deste mês, mães de três crianças vizinhas do homem compareceram na delegacia e comunicaram que ele teria abusado sexualmente das meninas. Na ocasião, as responsáveis foram orientadas a não manter contato com o idoso e que aguardassem a apuração dos fatos.

Dois dias depois da comunicação do crime, o homem e a mulher presos atearam fogo no imóvel do idoso enquanto ele dormia. Ele morreu horas depois no hospital em consequência das queimaduras. As investigações indicaram que o casal cometeu o ato motivado por um desejo de vingança.

Os agentes realizaram diligências e prenderam a dupla no bairro Eldorado, em Paraíba do Sul, após informações de inteligência e monitoramento. Na ação foi apreendido um balde que teria sido usado para jogar gasolina na casa da vítima.

Contra os dois foram cumpridos dois mandados de prisão temporária. As investigações continuam.

Da assessoria

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O Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os estados do país com o maior percentual de população idosa. É o que apontam os números do Censo 2022. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (27) os dados sobre faixa etária. Eles revelam um envelhecimento da população: o total de idosos com 65 anos ou mais saltou de 14.081.477 em 2010 para 22.169.101 em 2022. O aumento é de 57,4%.

O IBGE vem divulgando os dados apurados no Censo 2022 de forma progressiva. Conforme as primeiras informações, apresentadas em junho, a população brasileira teve um salto de 12,3 milhões nos últimos 12 anos, alcançando um total de 203 milhões. Também já foram apresentados anteriormente recortes sobre indígenas e quilombolas.

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Os novos dados mostram que as regiões do país com a maior proporção de idosos com 65 anos ou mais são o Sudeste (12,2%) e o Sul (12,1%). De outro lado, a população mais jovem, envolvendo crianças com até 14 anos, é mais expressiva no Norte (25,2% do total de moradores) e no Nordeste (25,2% do total de moradores).

No Rio Grande do Sul, 14,1% dos moradores têm 65 anos ou mais. É o estado com a maior proporção de população idosa. Também registra o menor percentual de crianças. A faixa etária até 14 anos representa 17,5% da população gaúcha. A idade mediana no estado é 38 anos, três a mais do que a idade mediana nacional.

Números próximos são registrados no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Os idosos representam 13,1% da população fluminense, enquanto as crianças são 17,8%. Entre os mineiros, 12,4% têm 65 anos ou mais, enquanto a fatia da faixa etária até 14 anos é de 18,1%.

Por outro lado, os três estados com a maior proporção de crianças são todos da Região Norte: Roraima (29,2%), Amazonas (27,3%) e Amapá (27%). Em todos esses estados, o percentual de idosos com 65 anos ou mais não chega a 6%. O Norte do país registra idade mediana de 29 anos. Em Roraima, chega a ser 26 anos, bem inferior aos 35 anos da mediana nacional.

De acordo com a pesquisadora do IBGE Izabel Guimarães, os estados da Região Norte iniciaram mais tardiamente o processo de redução da fecundidade que se observa no país. "Roraima particularmente tem na sua composição uma população indígena numerosa. As populações indígenas, principalmente aquelas que residem em terras indígenas, têm fecundidade maior. Além disso, há uma migração, principalmente da Venezuela, que tem efeito no número de nascimentos no estado", explica.

Segundo Izabel, são principalmente os jovens que vêm ao país em busca de trabalho, incluindo mulheres em idade reprodutiva. Ela destaca que os dados específicos de migração e fecundidade do Censo 2022 serão divulgados em 2024.

Municípios

Os dados apresentados pelo IBGE também oferecem recorte por municípios. Observa-se que o envelhecimento populacional ocorre de forma mais intensa nas menores e nas maiores cidades. Esse fenômeno pode ser avaliado por meio do índice de envelhecimento. Ele indica quantas pessoas com 65 anos ou mais existem na comparação com cada grupo de 100 crianças até 14 anos.

O índice de envelhecimento é de 76,2 nas cidades com até 5 mil habitantes e de 63,9 naquelas com mais de 500 mil habitantes. "O que acontece nos municípios muito pequenos é a saída da população economicamente ativa, em idade reprodutiva. As pessoas se mudam para locais onde há maiores chances de empregos e melhores ofertas de serviço. Por sua vez, as cidades maiores são justamente aquelas em que a fecundidade tende a ser mais baixa", observa Izabel Guimarães.

Nos municípios com volumes populacionais intermediários, o índice de envelhecimento é mais baixo. O menor patamar, 48,9, é observado nas cidades que têm entre 50 mil e 100 mil habitantes.

Entre os dez municípios com o maior índice de envelhecimento, nove são do Rio Grande do Sul e um de São Paulo. Os três que ocupam o topo dessa lista são todos gaúchos e têm menos de 5 mil habitantes: Coqueiro Baixo (277,14), Santa Tereza (264,05) e Três Arroios (245,98).

O ranking dos menores índices de envelhecimento é liderado por nove municípios da Região Norte, sendo três de Roraima, dois do Acre, dois do Amazonas e dois do Pará. A liderança é de Umiratã (RR), com 5,40. A cidade, que tem grande número de habitantes indígenas, registra idade mediana de 15 anos. Ou seja, metade da população tem até 15 anos.

No dia 1º de outubro, celebra-se o Dia do Idoso, momento que ressalta a importância de debater sobre a crescente população idosa no Brasil e os preconceitos que ainda a cercam. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 33 milhões de idosos vivem no país atualmente. Este número está em ascensão devido aos avanços médicos que aumentaram a expectativa de vida.

Além das dificuldades enfrentadas pelo envelhecimento, pessoas idosas que se identificam como LGBT+ (não heterossexuais e/ou não cisgêneras) enfrentam uma dupla discriminação. Em 2022, o Ministério dos Direitos Humanos registrou mais de 35 mil denúncias de maus-tratos a idosos. Somado a isso, o país viu um aumento alarmante de 300% nas denúncias de violência contra a comunidade LGBT+ nos primeiros cinco meses de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

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Com projeções do IBGE indicando que, até 2050, um em cada quatro brasileiros será idoso, surge a urgência de elaborar políticas públicas consistentes, focando principalmente em saúde, educação e previdência.

O Instituto Boa Vista tem sido uma voz ativa contra o "idadismo", um termo adotado recentemente por especialistas em gerontologia, que vem substituindo o termo "etarismo", fazendo referência mais clara à questão da idade.  O coordenador do IBV e sociólogo, Acioli Neto, destaca: “O país precisa se adaptar. O idadismo, este preconceito voltado ao idoso, em áreas como sexualidade, vida social, entre outras, é completamente injustificável. É inaceitável que, em pleno século XXI, tais preconceitos persistam.” 

Papo com Pizza 

Diante da carência de ações e políticas públicas destinadas aos idosos da comunidade LGBTI+ no Recife, o Instituto Boa Vista inaugurou o projeto "Papo com Pizza", voltado para homens gays e bissexuais acima de 50 anos. A iniciativa busca promover conversas amigáveis entre os participantes, possibilitando novas amizades e discussões sobre questões pertinentes ao envelhecimento. Os encontros ocorrem mensalmente na sede do Instituto. 

“O IBV se dedica a temas sociais, de saúde e cidadania ligados à diversidade sexual. Propomos debates e disseminamos informações sobre saúde e bem-estar. Percebemos que os idosos gays e bissexuais têm demandas específicas, tanto na saúde quanto no aspecto social. Assim, surgiu o 'Papo com Pizza', uma resposta direta para melhor atender e promover a qualidade de vida desses indivíduos nessa etapa da vida", pontua Acioli Neto.

*Da assessoria 

Mais de 10% dos japoneses têm mais de 80 anos, um índice que nunca havia sido registrado, segundo os dados publicados pelo governo do país, que luta contra o envelhecimento de sua população.

As autoridades publicaram o número no domingo, véspera de um feriado no Japão dedicado aos "idosos", pessoas com mais de 65 anos.

Segundo as estimativas oficiais, 29,1% dos japoneses têm mais de 65 anos, o que representa um leve aumento na comparação com o ano anterior (29%).

"O Japão tem a maior taxa de pessoas idosas do mundo", à frente da Itália (24,5%) e da Finlândia (23,6%), afirmou o ministério do Interior.

Além disso, dos 124 milhões de habitantes do Japão, 20 milhões têm mais de 75 anos (16,1%) e 12,59 milhões superam 80 (10,1%).

Há várias décadas, a população do Japão diminui e envelhece porque os jovens têm filhos cada vez mais tarde, em parte devido às dificuldades econômicas.

Uma das consequências da mudança demográfica é que a população o trabalha até idades mais avançadas.

Assim, mais de nove milhões de pessoas com mais de 65 anos (25% da população nesta faixa etária) continuam trabalhando, o que representa 13,6% da população ativa.

A projeção é de que em 2040 quase 35% da população japonesa supere 65 anos.

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3258/19, pelo qual, no período noturno, mulheres e pessoas idosas ou com deficiência terão direito a desembarcar fora das paradas de ônibus. O texto, já aprovado pelo Senado, altera a Lei do Atendimento Prioritário.

A relatora, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), recomendou a aprovação da proposta. “A possibilidade de solicitar embarque ou desembarque em local movimentado, iluminado ou próximo do destino pode ajudar a mulher a diminuir sua exposição aos riscos que diuturnamente enfrenta”, afirmou Laura Carneiro.

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Apesar de concordar com o mérito das iniciativas, Laura Carneiro recomendou a rejeição de quatro apensados, por considerar adequada a versão oriunda do Senado e por questões regimentais, visando a celeridade da tramitação.

Segundo a autora da proposta, senadora Daniella Ribeiro (PSB-PB), a opção pelo transporte coletivo à noite pode representar risco aos passageiros. “Esse risco é ainda maior para a população mais vulnerável, e diversas cidades já optaram por autorizar os motoristas de ônibus a parar fora dos pontos de ônibus”, afirmou.

O projeto aprovado também altera a Política Nacional de Mobilidade Urbana para determinar que os estados, o Distrito Federal e os municípios estabeleçam políticas que aumentem a segurança do usuário do transporte público intermunicipal e interestadual, especialmente no período noturno.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Viação e Transportes; de Desenvolvimento Urbano; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Da Agência Câmara de Notícias

Quando o assunto é calendário vacinal, automaticamente pensamos nos imunizantes oferecidos na infância - como se, depois dessa etapa da vida, só fosse necessário ficar de olho na aplicação anual da vacina contra a gripe e a Covid-19. Mas a verdade é que existe um esquema de imunização específico para outras etapas da vida. Quem passou dos 60 anos, por exemplo, tem vacinas importantes para tomar. Mas, segundo a médica Aline Tavares, da Sociedade Brasileira Geriatria Gerontologia (SBGG), muitas famílias não fazem ideia disso.

A percepção é compartilhada pelo médico Juarez Cunha, presidente da Comissão de Revisão de Calendários Vacinais da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). "Culturalmente, a população tem a ideia de que as vacinas são só para crianças. Até porque é realmente uma fase em que elas são mais aplicadas", diz. "Mas temos imunizantes para todas as faixas etárias. Infelizmente, se já vemos uma baixa cobertura vacinal na infância, em outras idades isso é menor ainda, sobretudo por causa de desconhecimento", avalia.

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Ainda de acordo com o médico, todas essas vacinas têm motivo para serem recomendadas para além da infância. Ou seja, dependendo do momento da vida, há risco especial de encarar determinadas doenças preveníveis por imunizantes.

As vacinas indicadas para quem tem 60+

Pneumocócicas (VPC13 e VPP23)

O esquema vacinal protege contra diferentes tipos da bactéria pneumococo, que, segundo informações da SBIm, é responsável por infecções nos pulmões e ouvidos e também por meningite. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pneumonia pneumocócica é uma das principais causas de internações e morte entre indivíduos que passaram dos 60 anos.

Entre as vacinas indicadas, estão a VPC13, que atua contra 13 sorotipos da bactéria, e a VPP23, que mira em 23 sorotipos. Enquanto a primeira proporciona uma proteção mais prolongada, a segunda precisaria de reforço. Por isso, para um maior benefício, o conselho é tomar ambas.

A SBIm indica começar com uma dose da VPC13. Depois de seis a 12 meses, recomenda-se tomar uma dose da VPP23. Em cinco anos, deve-se buscar a segunda dose de VPP23.

Aline lembra que é comum observar uma maior incidência de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e asma, na população idosa. Ao contrair a pneumococo, esses quadros podem ficar descompensados. Mais um motivo para ir atrás desses imunizantes.

Onde encontrar: A VPC13 é oferecida gratuitamente pelo SUS. Já a VPP23 só é oferecida gratuitamente a idosos asilados ou que façam parte de grupos de risco. Ambas estão nas clínicas particulares.

Vacina Qdenga deve chegar às clínicas privadas entre a última semana de junho e a primeira de julho

Herpes-zoster

O representante da SBIm informa que essa vacina é sugerida a partir dos 50 anos de idade. Ela protege contra o herpes-zóster, quadro causado por uma reativação do vírus da catapora. "A maioria das pessoas teve catapora na infância e, depois disso, o vírus fica adormecido no sistema nervoso", explica Cunha. Ele tende a voltar à ativa quando algo prejudica a imunidade do indivíduo - situação mais comum após os 60 anos.

Segundo a SBIm, após essa reativação, o vírus da catapora se desloca pelos nervos periféricos até alcançar a pele. Daí porque o principal sintoma do herpes-zóster são erupções na pele em forma de vesículas. Essas lesões são conhecidas por provocar dor intensa. Em alguns casos, ela pode durar meses e se tornar crônica.

Onde encontrar: Em clínicas privadas. Essa vacina não está disponível no SUS.

Tríplice bacteriana acelular (dTpa) / dupla adulto (dT)

São duas vacinas diferentes. A primeira protege contra difteria, tétano e coqueluche. A segunda foca na difteria e no tétano. Para quem tem o esquema vacinal básico completo com a dT, oferecido na infância, a dTpa é indicada como reforço em adultos e idosos. Segundo Cunha, se o idoso estiver com o esquema incompleto ou não souber do histórico, aí a indicação é a seguinte: uma dose de dTpa a qualquer momento e completar com duas doses de dT.

A médica da SBGG ressalta a relevância desses imunizantes para a população idosa. "A gente vê muitos acidentes domésticos com materiais perfurocortantes, e eles podem estar enferrujados", comenta, referindo-se ao risco de tétano. Já a difteria, causada por bactéria que afeta as vias aéreas respiratórias, pode levar a complicações, como problemas neurológicos e cardiovasculares. A coqueluche também é uma infecção respiratória. "Mesmo que a pessoa tenha apresentado a doença na infância, precisa se vacinar a cada 10 anos", informa Aline.

Onde encontrar: a dT está disponível gratuitamente no SUS. Já a dTpa é encontrada em clínicas privadas.

Hepatite B

Desde 2013 é prescrita para todas as idades, e deve ser aplicada em três doses. De acordo com dados atuais apresentados pelo Ministério da Saúde, entre 1 milhão de pessoas que devem viver com a doença viral no país, somente 264 mil (24%) foram diagnosticadas. Entre as formas de transmissão da hepatite B, estão: relações sexuais sem uso de camisinha com pessoas infectadas e compartilhamento de objetos perfurocortantes, como alicates de unha. O grande perigo associado à doença é que ela pode atingir o fígado, resultando em cirrose e até câncer.

Onde encontrar: a vacina é oferecida pelo SUS.

As vacinas para situações especiais

As vacinas a seguir são indicadas em situações muito específicas, como em casos de viagens para locais de risco, surtos ou comportamentos de risco. O médico deve avaliar a necessidade de tomá-las:

Hepatite A

Febre amarela

Meningocócicas conjugadas ACWY ou C

Tríplice viral

Na madrugada desta quinta-feira (13), a Justiça do Trabalho acatou ação de reintegração de 230 trabalhadores idosos da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de Pernambuco. O descumprimento da decisão, por parte da Compesa, deve gerar multa diária no valor de R$ 50 mil.

De acordo com a procuradora do Trabalho responsável pela ação, Débora Tito, “a decisão traz alívio aos trabalhadores da Compesa que tiveram a vida completamente desestabilizada de forma súbita”. Segundo o argumento do MPT, acatado pelo juiz da 13º Vara do Trabalho do Recife, Hermano Dantas, a dispensa em massa é ilegal.

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Para o órgão ministerial, a ação da companhia viola julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), no que diz respeito a necessidade de negociação prévia com o sindicato da categoria, no caso, com Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Pernambuco (Sindurb-PE).

As negociações com a Compesa foram feitas em dois encontros no inicío de julho. No entanto, a companhia não teria demonstrado entendimento acerca da exigência do MPT. Segundo a empresa, esse quantitativo de demissões foi necessária para diminuir um déficit financeiro, no valor de R$ 30 milhões.

“Há questões que não foram devidamente elucidadas no trâmite normal da mediação e, certamente, existiam outros caminhos a serem adotados antes da concretização dos desligamentos. Mas, tendo em vista, que a mediação foi frustrada pela Compesa, entendemos como urgente a judicialização da questão”, apontou Débora Tito.

A decisão, além de suspender as demissões, também exige que a Compesa apresente a relação dos 230 trabalhadores desligados e relatório com ateste do déficit das contas públicas da companhia no valor informado de R$ 30 milhões para a Justiça do Trabalho. 

Uma nova pesquisa científica desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da UFPE deu origem a dois artigos que trazem informações importantes sobre pessoas idosas diagnosticadas com HIV.

O estudo foi conduzido pela médica auditora e preceptora da Residência Médica em Geriatria do Hospital das Clínicas (HC) da UFPE, Isaura Romero Peixoto, e constatou um processo de envelhecimento precoce nesses indivíduos, que pôde ser identificado por meio de uma estimativa de idade biológica utilizando inteligência artificial, bem como a baixa contagem de linfócitos T CD4+, disglicemia (pré-diabetes e diabetes) e uso de cannabis como fatores associados ao problema.

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Além de Isaura, a professora Heloísa Ramos Lacerda e a doutoranda Ladjane Santos Wolmer de Melo também participaram do desenvolvimento da pesquisa.

Os artigos são “Factors associated with early biological aging in older people with HIV (Fatores associados ao envelhecimento biológico precoce de idosos com HIV)” e “Older people living with HIV and antiretroviral therapy: The prevalence of dysglycemia and risk factors (Idosos vivendo com HIV e antiretroviral: a prevalência de disglicemia e fatores de risco)”. 

Eles foram apresentados nos congressos Advanced Cardiology & Cardiovascular Research (Reino Unido), Advances in Clinical Research & Trials (Reino Unido) e Future of Preventive Medicine & Public Health (Espanha), renomados eventos internacionais ocorridos em março deste ano.

O estudo ainda envolveu a análise de dados de uma amostra de pessoas vivendo com HIV/aids e estão em tratamento com Terapia Antirretroviral (TARV), que são atendidos em ambulatórios especializados do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco (UPE) e do Hospital das Clínicas da UFPE, uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

O Boletim Epidemiológico HIV/Aids publicado pelo Ministério da Saúde, em dezembro de 2022, reforça o aumento da infecção entre a população envelhecida. Mesmo com a pandemia da covid-19, foram registrados 1.517 casos de HIV entre os brasileiros mais velhos em 2021, representando um aumento em relação ao ano anterior (2020), quando mais de 1.200 pessoas idosas foram diagnosticadas com a infecção.

“Estudos apontam como causas para esse evento a falta de informação por parte das pessoas idosas, decorrente do fato dos profissionais de saúde acharem que as pessoas idosas são assexuadas”, diz a médica Isaura.

A pesquisadora, por sua vez, ainda ressalta que a falta de uso de preservativo por pessoas idosas é uma das causas da infecção pelo HIV, assim como a persistente crença de que o vírus afeta exclusivamente pessoas homossexuais, destacando a utilização de uma abordagem mais abrangente para esse público.

“Estudos como esses alertam para a necessidade de campanhas de prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) que envolvam pessoas com 60 anos ou mais. Precisamos dar visibilidade à pessoa idosa”, acrescenta.

Da assessoria da UFPE

O cuidador de idosos busca animar o grupo. Eles estão no Lar dos Velhinhos Maria Madalena, em Brasília, uma instituição de longa permanência de idosos na capital federal, conveniada ao sistema público de proteção de pessoas acima dos 60 anos de idade em situação de vulnerabilidade. Lá, em outros lares de acolhimento e nas ruas brasileiras, há histórias de diferentes tipos de violências invisibilizadas. Nesta quinta-feira (15), é Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa. 

O som é o pagode, que anima Maria*, de 75 anos. “Eu gosto de dançar, de ouvir. Só não sei cantar”. Ela, que nasceu em uma cidade do interior nordestino, foi empregada doméstica até se aposentar e morava em região periférica da capital federal. “Eu fiquei viúva muito jovem. Eu trabalhava em casa de família”. 

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Antes de ser acolhida no Lar dos Velhinhos, vivia sozinha e contava com apoio de amigos. “Um dia, uma pessoa ficou preocupada comigo porque achou que eu não estava vivendo bem, porque não fazia as três refeições. Foi assim que esse amigo me inscreveu no Lar e me acolheram há três anos nesse lugar maravilhoso”.

O sorriso de Maria diminui quando cita que o único filho não a visita.

“Ele ganha pouco também. Ficou com minhas coisas. Mas meu filho não quer nem saber de mim”.  

O psicólogo do Lar dos Velhinhos Leonardo Tavares afirma que os idosos chegam às casas em diferentes situações de vulnerabilidade e que é preciso uma atenção individualizada a cada demanda. “Cada pessoa que chega aqui é como um universo. São muitas histórias e nosso papel é garantir a individualidade de cada idoso”. O Lar tem hoje 92 idosos acolhidos. “Diante da necessidade e do crescimento populacional, há no Distrito Federal cinco espaços, o que ainda é pouco”, considera. O Lar faz permanente campanha para doações tanto financeiras, de roupas, móveis e agasalhos.

Abandono e negligência

Histórias de abandono e negligência fazem parte do caminho de violência a que estão submetidos os idosos. Segundo dados coletados pela Ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, nos primeiros cinco meses de 2023, pelo caminho de denúncias do Disque 100 (incluindo telefone, e-mail e redes sociais), o Brasil contabilizou 37.441 casos de negligência, 19.987 de abandono, 129.501 de violência física, 120.351 de violência psicológica e 15.211 de violência financeira. Houve um aumento em todos eles se comparados aos números do mesmo período do ano passado.

O secretário nacional dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, avalia que os números vinham sendo subnotificados e que a maior quantidade de denúncias pode significar maior confiabilidade nas instituições de que vai haver alguma providência. “Um dos nossos focos neste mês alusivo ao enfrentamento da violência contra o idoso (Junho Violeta) é a maior divulgação do Disque 100”. Ele reconhece que alguns grupos, por diferentes vulnerabilidades sociais, podem estar mais expostos à violência.

Ele diz que os dados têm mostrado que a idade na qual ocorre a violência está começando desde os 60 anos de idade. “A gente entende que vários cenários podem ser causadores dessa violência, não só o âmbito familiar, mas também das instituições. A nossa prioridade é tirar essa pessoa idosa da cena da violência”.

Pandemia e violência dentro de casa

O secretário contextualiza que o período da pandemia expôs dificuldades extremas para os idosos. “Nós temos, infelizmente ainda, a constatação de que boa parte dessa violência ocorre dentro de casa”.

O médico-gerontólogo Alexandre Kalache, um dos principais pesquisadores brasileiros sobre o assunto, avalia que a pandemia expôs diferentes violências contra os idosos. 

“A pandemia nos prestou, de uma forma perversa, o flagrante que o país precisa dar saltos gigantescos para que a gente combata o idadismo, o preconceito contra o idoso. No Brasil, o velho é sempre o outro”.

O pesquisador é presidente do Centro Internacional da Longevidade (International Longevity Centre, ILC Brazil) e co-diretor do Age Friendly Institute, baseado em Boston (Estados Unidos). “A avaliação que eu faço sobre as políticas para o enfrentamento da violência, da negligência e abandono é que nós temos hoje uma oportunidade histórica para retomar aquilo que vinha sendo feito e que infelizmente sofreu um lapso”. Para ele, nos últimos anos, não houve reais políticas públicas de proteção a esse grupo da sociedade. 

Ele leva em conta que o Brasil será um dos três países que mais rapidamente irá envelhecer até o ano de 2050. China e Tailândia estão entre as nações que precisam também se organizar para proporcionar dignidade a uma faixa etária que não para de crescer. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que pessoas com 60 anos ou mais chegaram a 31,23 milhões de pessoas. 

“Realmente nós perdemos muito tempo. Como você pode justificar que um país que tem 3% da população mundial seja responsável por 11% das mortes pela covid-19. Houve muito desleixo porque as principais vítimas da pandemia eram pessoas idosas”, afirmou Kalache.

Além disso, as vítimas principais estavam entre as populações mais carentes. “Ribeirinhas, favelados, população negra e indígenas, quilombolas… A vulnerabilidade no Brasil é da desigualdade social. Você se torna um idoso entre aspas, não por ter cumprido um determinado número de anos, mas por você ter comorbidades”.

O secretário Alexandre da Silva entende que as soluções passam por ações educativas.

“É necessário entender que muitas vezes essa violência começa pequenininha, com um apelido, com o uso indevido do dinheiro da pessoa idosa. Mas envolve também ações físicas, psicológicas, sexuais, e o aumento das violências patrimoniais”.

Ele diz que o governo vai apresentar uma série de ações para minimizar as violências, e fortalecer as parcerias com estados e municípios.  

“O importante é que o idoso nunca se cale. Ele nunca deve consentir com nenhum tipo de violência”. Para isso, segundo orienta o secretário, é possível a todos os cidadãos encontrarem algum órgão com um serviço de saúde ou um espaço socioassistencial, como os Cras e Creas, que são os centros de referência de assistência social.

O pesquisador Alexandre Kalache lembra que quando era diretor na Organização Mundial da Saúde do Departamento de Envelhecimento, houve um estudo em 12 países, incluindo o Brasil, e que a tônica principal era a observação da violência institucional nessas nações. “Eu me lembro de uma senhora na Jamaica que disse não ter coragem de fazer perguntas para uma enfermeira. No Canadá, outra idosa citou momento de um constrangimento. Um outro senhor, nesse mesmo estudo, me disse que um grito dói mais do que um tapa na cara”. 

Constrangimento que outro idoso, Gabriel Ximenes, de 82 anos, que vive de um salário  mínimo de aposentadoria e de vigiar carros em Brasília, sentiu quando foi  pedir um empréstimo em um banco. Entre as dívidas, precisa tentar pagar a conta d´água da casinha de dois cômodos que mora em Águas Lindas de Goiás (GO), a 40 quilômetros de onde vigia carros. “Me falaram que eu não conseguiria por causa da idade”. Foi embora e, por isso, precisa trabalhar de domingo a domingo. A esposa e o filho esperam diariamente pelas moedas que recolhe.

Para o secretário Alexandre da Silva, não cabe somente ao idoso chamar atenção pelos constrangimentos, preconceitos ou outras violências por quais passa. “Esse apoio é um dever não só da vítima, mas de toda a sociedade”, afirma Alexandre da Silva

No Lar dos Velhinhos, Maria* lamenta a falta de visitas, mas descobriu novos amigos. “Eu não paro de falar. Por mim, dançaria todos os dias. Claro que tenho saudades. Mas o nosso momento é também aproveitar a vida, né?”.    

* O nome da entrevistada e algumas informações do Lar dos Velhinhos não foram mencionados para garantir a privacidade da idosa.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) criou nesta quarta-feira (14) um grupo de trabalho para enfrentamento à violência financeira e patrimonial contra a pessoa idosa. A medida faz parte das ações no âmbito da campanha Junho Violeta, em alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado nesta quinta-feira (15).

Segundo o painel da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), até a última atualização de dados, em 3 de abril deste ano, foram registradas 17.372 denúncias de violência financeira e patrimonial contra a pessoa idosa. Esse tipo de crime – que envolve, por exemplo, ludibriar a pessoa idosa para desviar dinheiro ou patrimônio –, está previsto no Estatuto da Pessoa Idosa, com pena de reclusão de até quatro anos, para quem o comete.

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O grupo de trabalho será coordenado pela Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa e terá 60 dias para apresentar estratégias para ensinar pessoas idosas a interagir e lidar com tecnologia, campanhas de conscientização, mecanismos de prevenção e aprimoramento dos canais de denúncia contra esse tipo de crime.

As propostas de políticas públicas preveem, inclusive, cooperação técnica com plataformas digitais, para enfrentar este tipo de crime. Segundo o MDHC, um diálogo interinstitucional já foi estabelecido com outros ministérios, empresas que administram redes de mídias sociais e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

portaria que cria o grupo de trabalho foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira. Ainda no âmbito da campanha Junho Vileta, o ministro Silvio Almeira abre, na tarde de hoje, o seminário Direitos Humanos da Pessoa Idosa: enfrentamento a todas as formas de violência, em Brasília.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu em flagrante, por maus-tratos cometidos contra idosos, a proprietária da Casa de Repouso Manancial, na Vila Zelina, na zona leste de São Paulo, na tarde de terça-feira, 23. A dona do estabelecimento foi presa por crime contra a saúde pública. Conforme o 6ºDP (Cambuci), ela permanece na delegacia, onde passou a noite.

Na quarta-feira, 24, a proprietária passou por audiência de custódia. Ela teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, de acordo com Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).

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A denúncia, segundo a polícia, foi feita por uma ex-funcionária da casa de repouso. Pelo menos 17 idosos estavam no local. "A proprietária do local foi autuada em flagrante e conduzida à delegacia, onde aguardou o encaminhamento para audiência de custódia", afirma a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).

"Em diligências para o cumprimento de mandados de busca e apreensão a equipe de investigação encontrou no local diversos medicamentos vencidos que são ministrados aos hóspedes", afirmou a SSP.

Conforme as investigações, foram encontrados, ainda, remédios controlados sem a apresentação das receitas médicas.

O caso foi registrado no 56º DP (Vila Alpina), onde a Polícia Civil investiga a denúncia de maus-tratos a idosos, por meio de inquérito policial.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Vila Prudente, afirma que realizou uma vistoria ainda na terça-feira na casa de repouso localizada na Rua Campos Novos, 46. "Foi constatado que o local tem licença de funcionamento, mas poderá ser cassada pela administração regional, após finalização do processo de vistorias realizadas pela vigilância sanitária."

Na tarde de terça-feira, uma equipe da vigilância sanitária, da Secretaria Municipal da Saúde, realizou uma inspeção preliminar. Durante a visita, foram verificadas as condições de risco aos idosos que residem no local.

Uma nova visita ocorreu na quarta-feira, para dar prosseguimento ao processo de inspeção sanitária e realizar a verificação de documentação e processos de trabalho. "Uma equipe de saúde acompanha a ação para uma nova avaliação das condições dos idosos", acrescentou a prefeitura.

A defesa da proprietária da Casa de Repouso Manancial não foi localizada.

Políticos denunciam tentativa de fechamento do Núcleo de Desenvolvimento Integral do Recife  Os vereadores do Recife Samuel Salazar (MDB) e Rinaldo Júnior (PSB), juntamente com os deputados estaduais José Patriota e Sileno Guedes, ambos do PSB, receberam denúncias sobre o possível fechamento do Núcleo de Desenvolvimento Integral do Recife (NDI Recife), localizado no bairro de Areias. O serviço inclusive recebeu diversos pacientes nesta quarta-feira (24). 

Diante da situação, os políticos decidiram visitar o local para averiguar a situação. Ao chegarem ao NDI Recife, que estava em pleno atendimento, os parlamentares se depararam com a presença de um carro oficial do Governo do Estado e outro da Polícia Militar de Pernambuco. Essa coincidência despertou ainda mais a atenção dos representantes políticos, que viram a necessidade de investigar a situação com maior urgência.

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Diante da possível ameaça de fechamento do NDI Recife, os parlamentares anunciaram que irão protocolar um pedido de informação junto à governadora Raquel Lyra. O objetivo é obter esclarecimentos sobre os motivos e a veracidade das denúncias, além de buscar soluções para evitar que os idosos fiquem desamparados. 

“NDI Recife é uma instituição fundamental para a população idosa da cidade do Recife, oferecendo diversos serviços, atividades e cuidados voltados para o bem-estar e qualidade de vida dessa parcela da sociedade. Se confirmado o seu fechamento, isso representaria uma grande perda para à população e uma preocupação significativa para os familiares dos idosos atendidos na região”, pontou, o líder do governo João Campos, e vereador, Samuel Salazar. 

"Grande absurdo é fazer política retirando direitos. O Núcleo do Idoso é uma grande conquista da pessoa idosa. Infelizmente é mais um gol contra a população pernambucana”, completou o vereador, Rinaldo Júnior.

*Da assessoria 

Na última quinta-feira (11), a Polícia Civil de São Paulo prendeu uma quadrilha que aplicava golpes em idosos. O grupo oferecia 'ajuda espiritual' para enganar as pessoas. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), uma das vítimas chegou a perder mais de R$ 12 mil.

Durante a ação, foram detidos três homens e uma mulher. A investigação durou cerca de um mês. Segundo a operação policial, os idosos eram abordados na rua pelos criminosos, davam confiança e depois lhe eram oferecidas ajuda espiritual para solucionar alguns problemas.

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A tática do bando era que as questões seriam resolvidas por um suposto líder. Uma pessoa ficava em um automóvel para iniciar o tratamento. As pessoas eram orientadas a entregar o cartão bancário para que o objeto de plástico fosse 'abençoado'. Em seguida, os golpistas fingiam estar colocando o cartão em um envelope. Os idosos eram orientados pelos golpistas a abrir o invólucro só quando chegassem em casa.

Tomando posse dos cartões, os bandidos faziam saques e transações bancárias, enquanto a vítima não percebia o golpe. Os quatro integrantes da quadrilha foram encontrados pela polícia em um carro. Eles foram levados para o 64º DP (Cidade AE Carvalho), onde explicaram suas participações nos golpes. Sem direito à fiança, o bando foi indiciado por estelionato e formação de organização criminosa.

A Associação Conexão Social promove atividades gratuitas para jovens e idosos. Ao todo, o projeto Conecta Vidas vai capacitar 200 idosos com aulas de tecnologia e hidroginástica. Já o Passaporte Digital vai preparar 150 jovens, entre 13 e 17 anos, para o mercado de trabalho em TI. 

A iniciativa será lançada durante evento no Ita Clube, centro de Lagoa de Itaenga, e conta com apresentações culturais de grupos de cavalo marinho e coco de roda, apresentação das campanhas, assinatura do termo de parceria e palestra.

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O Conecta Vidas é direcionado ao público 60+ e contará com quatro turmas, cada uma com 25 alunos. Em 2023, 100 idosos serão atendidos e mais 100 em 2024. As aulas são presenciais, com dois encontros de uma hora por semana. A carga total é de 80 horas. Já o Passaporte Digital contará com cinco turmas de 30 alunos, oriundos de escolas públicas de Lagoa de Itaenga. A formação terá dois encontros semanais, de 1h30 de duração cada, totalizando 162 horas de programa.

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