Tópicos | Cláudio Kitner

O advogado Antonio Ricardo Accioly Campos (Podemos) comemorou a decisão do juiz Cláudio Kitner, da Justiça Federal de Pernambuco, que concedeu liminar suspendendo os efeitos da Medida Provisória (MP) 814/17. A MP permite o processo de privatização da Eletrobras e suas subsidiárias. Já decisão do Juiz Kitner atende a uma ação ajuizada pelo advogado e ex-candidato a prefeitura de Olinda, na Região Metropolitana do Recife. 

Segundo o irmão de Eduardo Campos e neto de Miguel Arraes, trata-se de um grande embate político que está começando neste momento. “A bola começou agora a ficar em campo. Há um grande caminho a se percorrer, mas este é um bom início. Eu dedico essa liminar ao doutor Miguel Arraes”, cravou em entrevista exclusiva ao LeiaJá. Ele também enfatiza que é necessário a sociedade se mobilizar para evitar a privatização da Eletrobras e por consequência da Chesf e do Rio São Francisco”, disse.

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Antonio Campos cravou que privatizar o setor elétrico é um prejuízo social. “O que é necessário para tonar o setor elétrico eficiente é ter quem faça uma gestão eficiente, que as empresas sejam bem geridas e não privatizar. Temos exemplos em alguns países em que o setor elétrico vai muito bem”, avaliou.

O advogado assegurou que está é uma batalha política e jurídica com inúmeros capítulos por vir. 

Pedido de suspensão - Quem também entrou com ação para suspender a MP 814/17 foi o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, uma das subsidiárias da estatal, Danilo Cabral (PSB).

Em nota oficial, o Ministério de Minas e Energia se posiciobou sobre a decisão judicial e declarou não ter sido ouvido. Confira a nota na íntegra: 

Tendo em vista a decisão liminar do excelentíssimo juiz federal da 6ª Vara Federal de Pernambuco, Cláudio Kitner, o Ministério de Minas e Energia (MME) esclarece que não foi ouvido previamente na decisão e que está apresentando a manifestação legal confiando na sua consistência e reversão da decisão citada.

O objetivo da revogação do dispositivo legal que retirou a Eletrobrás do PND não é “alterar de forma substancial a configuração do setor elétrico nacional, sem imprescindível participação do poder legislativo na sua consecução”. Tanto é assim, que a Exposição de Motivos nº 84, de 2017, que acompanha a Medida Provisória nº 814, de 2017, explicita que “ a revogação em tela não antecipa as discussões de mérito relacionadas ao tema, que serão debatidas com a sociedade em proposta legislativa especifica a ser enviada ao Congresso Nacional”.

A Exposição de Motivos nº 84, de 2017, também deixa claro que a revogação visa apenas a “permitir, com plena segurança, que sejam contratados e iniciados os estudos da situação econômica e financeira da Eletrobras, garantindo substancial ganho no cronograma da operação, com vista a concluí-la no ano de 2018”.

O MME reitera que o detalhamento que será encaminhado ao Congresso Nacional reconhece que a União, como controladora majoritária, não tem a condição de prover os recursos que a empresa necessita para preservá-la como uma corporação brasileira, conciliando competitividade, valorização da empresa e desoneração dos contribuintes, evitando o desperdício de recursos públicos escassos no pagamento de ineficiências, e beneficiando os consumidores pela promoção e inovação no setor elétrico.

A Medida Provisória (MP) editada pelo presidente Michel Temer que permitia a privatização da Eletrobras foi suspensa, nesta quinta-feira (11), pela Justiça Federal de Pernambuco. A liminar foi concedida pelo juiz da 6ª Vara Federal, Cláudio Kitner. A MP retirava a estatal e suas subsidiárias do Programa Nacional de Desestatização (PND) e possibilitava a venda. 

A decisão judicial atende a uma ação impetrada pelo advogado Antônio Campos (Podemos). Na liminar, Cláudio Kitner diz que a medida atinge o patrimônio público "permitindo a alienação de todas as empresas públicas do setor elétrico para a iniciativa privada", além disso ele questiona a falta de justificativa do presidente para a urgência na edição da MP.

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A MP da Eletrobras também já havia sido questionada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM). Ele chegou a dizer, em passagem recente pelo Recife, que não colocaria a matéria em pauta na Casa. Segundo ele, a MP era "autoritária" e a privatização da Eletrobras só seria discutida em forma de projeto de lei. 

Além de Antônio Campos, o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, uma das subsidiárias da estatal, Danilo Cabral (PSB) também entrou com uma ação na Justiça Federal, na 2ª Vara, para suspender os efeitos da MP. Na liminar, o juiz Cláudio Kitner também determinou que todas as ações referentes ao assunto fossem julgadas juntas. 

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