Tópicos | Código de Obras

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspendeu, em caráter liminar, o processo de votação na Câmara Municipal que aprovou a revisão do Código de Obras. Com a decisão, o prefeito Fernando Haddad (PT) fica impedido de sancionar o projeto de lei.

O desembargador Alvaro Passos aceitou mandado de segurança impetrado pelos vereadores Andrea Matarazzo (PSD), Gilberto Natalini (PV), Aurélio Nomura (PSDB) e Mario Covas Neto (PSDB). Integrantes da oposição, os parlamentares alegam que a primeira votação, feita em 11 de maio, foi irregular. Segundo eles, um artigo do projeto exigia quórum qualificado, de 37 votos, já que alterava normas estipuladas por outras legislações urbanísticas, mas passou com apenas 28.

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A norma em questão está definida no parágrafo 79 do primeiro texto substitutivo ao projeto original levado em votação. Ela permite que projetos de retrofit de prédios sejam executados com padrões urbanísticos, como recuos, superiores aos definidos tanto pelo Plano Diretor como pelo Zoneamento.

Para tentar "corrigir o erro", a base aliada propôs uma alteração no texto antes de levá-lo para segunda votação, em 1º de julho. Os vereadores aprovaram a retirada do artigo 79 e, em seguida, votaram o projeto final. Mas todo esse processo envolveu de novo 28 votos.

Para Matarazzo, a Câmara optou por não seguir o regimento. "Isso não pode acontecer em matéria tão importante. É preciso haver segurança jurídica."

Segundo Natalini, não são permitidas mudanças em apenas um artigo, mas em todo o texto. "Cheguei a alertar o presidente (Antonio Donato, do PT), mas quiseram votar a lei na marra", disse. Já Nomura afirma que a base de Haddad quis dar "pedaladas no regimento".

De acordo com a liminar, será preciso refazer o processo de votação, que exige duas votações em plenário. A Câmara só vai se manifestar após ser notificada.

O Código de Obras estabelece normas técnicas para construções na cidade. Mas, após pressão da bancada religiosa, o texto final também fez alterações que resultam em "desconto" de 90% no valor das multas aplicadas a igrejas irregulares - sem alvará ou Habite-se.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em primeira discussão, o novo Código de Obras. A votação ocorreu na tarde desta quarta-feira, dia 11, de forma simbólica após distração da oposição, que perdeu o tempo regimental de obstrução.

O vereador Aurélio Nomura (PSDB) chegou a ser chamado duas vezes pelo presidente Antonio Donato (PT) para discursar contra o projeto do Executivo, mas não respondeu à convocação no período estipulado. Sem opositor nem para pedir votação nominal, a proposta passou automaticamente. Depois da "bobeada", os demais projetos ficaram pendentes de votação.

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Para virar lei, no entanto, será preciso nova votação em plenário e sanção posterior do prefeito Fernando Haddad (PT). O texto simplifica o processo de aprovação de novas construções na cidade ao não exigir mais a apresentação da planta completa da obra - as divisões internas, por exemplo, não serão mais fiscalizadas pela Prefeitura, que passará a "acreditar" nas informações passadas por engenheiros e arquitetos responsáveis.

Com a mudança, a Prefeitura só vai checar os dados das áreas externas e os critérios estabelecidos na Lei de Zoneamento, como limite de altura dos prédios. Segundo o governo, o modelo reduz os custos dos projetos, o tempo da obra e também o risco de haver corrupção no processo.

Se aprovado em definitivo pelos vereadores, o novo Código de Obras vai exigir a instalação de hidrômetros individuais de água em todos os condomínios residenciais e comerciais a serem construídos na capital. A medida visa a combater o desperdício de água.

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