Com um destaque inegável nas três franquias de 'Madagascar', os pinguins agradaram ao público e ganharam um longa solo que estreia nos cinemas nacionais na próxima quinta-feira (15). Capitão, Kowalski, Rico e Recruta estrelam Os Pinguins de Madagascar, uma aventura em que as aves são agentes secretos e se envolvem em muitas confusões.
A animação é dirigida por Eric Darnell e Simon J. Smith e esbarra em alguns clichês de filmes com a temática de espionagem. Os quatro pinguins conseguem roubar a cena e são a grande atração do filme, que busca fugir de referências ao longa Madagascar.
##RECOMENDA##Os quatros pinguins são formados por Capitão e Recruta, que apesar de estilos diferentes, um mais duro e o outro mais doce, roubam a cena durante todo o filme. Os outros dois, Kowalski e Rico, apesar de estarem presentes em praticamente todas as cenas da animação, ficam sempre em segundo plano, tendo poucos momentos de protagonismo no longa.
O filme começa com Capitão, Kowalski e Rico se desvencilhando e contrariando a natureza do restante dos pinguins que vivem na Antártica. Os três amigos não aceitam o fato de serem submetidos as vontades de um grupo, sem que sejam ouvidos.
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A medida que a trama se desenvolve, o trio de pinguins ganha mais um integrante. Logo no início do filme, Recruta, ainda no ovo, é salvo e nasce em frente aos que serão os seus companheiros de aventuras. Recruta é o coração da equipe de espiões, que com o seu nascimento passam a se envolver em uma sequência de cenas de ação que chega a animar o espectador. Eles enfrentam algumas situações de risco e viajam para muitos locais, desde a Antártica, Veneza, ao deserto, Xangai, Nova Iorque, Brasil e Kentucky.
A aventura Os Pinguins de Madasgascar mostra os quatro amigos tendo que enfrentar a fúria de um Polvo (Dave) que tem alguns problemas com o carisma dos pinguins. Dave não aceita o fato de ter perdido espaço no passado para a irreverência das aves, que segundo o Polvo, chamavam mais atenção do público em zoológicos do que ele.
A trama trata da vingança do Polvo, que cria um misterioso soro da medusa. Para conseguir impedir os planos do vilão, os heróis da trama juntam forças com o a equipe do Vento Norte, espiões animais bem equipados, liderados pelo husky siberiano de nome Secreto.
A aposta dos roteiristas em dividir as atenções dos protagonistas com os agentes secretos da equipe Vento Norte, que além de Secreto é composta por por uma raposa, um urso polar, uma foca e uma coruja, não agregou muito à trama.
A equipe Vento Norte, embora conte com muito mais tecnologia em seus equipamentos, ainda sim, não conseguem ter o mesmo carisma dos pinguins. São personagens que parecem ter sidos criados às pressas, sendo monótonos e rasos.
Apesar de um ritmo frenético, com muitas piadas, emoções, falas e imagens ao mesmo tempo, o filme ainda é raso e não explora todas as emoções das aves. Esteticamente, o 3D não tem muita relevância no filme. Em poucas cenas, é possível ver uma diferença e alguma novidade que a tecnologia pode proporcionar ao espectador. Com algumas exceções, como Xangai, a produção visual do longa explora pouco os ambientes visuais das diversas cidades que as aves visitam em suas aventuras.
Quem, de fato, salva a trama são os pinguins, com bastante carisma e humor ácido e irreverente em suas aventuras ao longo de suas missões, o quarteto consegue arrancar boas gargalhadas do espectador. O longa, no geral, é sem graça. A história ainda cai no clichê de filmes de espiões, tendo situações extremamente previsíveis e até mesmo as lições de moral (típica de filmes infantis) são rasas e não atingem um ápice do que, se melhor escrito, poderia ter sido conquistado.