Tópicos | como se preparar

Para um estudante conseguir aprovação em seleções são necessários empenho, foco e preparação pedagógica. A depender do tipo de certame, alguns candidatos precisam se esforçar ainda mais para passar no exame, como no caso dos concursos públicos. E para as pessoas que trabalham e estudam o desafio pode ser ainda mais difícil, mas não impossível.

Segundo o psicólogo Dino Rangel, a pessoa que trabalha e estuda para concurso público precisa fazer um planejamento. "O público que faz concurso e tem que trabalhar precisa, primeiramente, fazer um planejamento de estudo. A pessoa precisa trabalhar e, de acordo com quantas horas ela trabalha, ela precisa fazer um planejamento para que possa ter produtividade no seu estudo. Ou seja, em um horário que a pessoa saiba que possa render e possa aprender algo", conta.

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O psicológo fala, também, sobre a necessidade de ter foco. "O concurseiro planejou, ele precisa ter foco naquilo. É o que ele quer, se é o desejo dele, se é o sonho dele, se ele tem objetivos, então ele precisa se disciplinar”, comenta.

Abner Mansur, professor de matérias jurídicas, administrativas e pedagógicas para concurso público do curso preparatório NUCE, sediado no Recife, conta que entre os concurseiros que trabalham e os que não trabalham, o número de aprovação é maior por parte daqueles que trabalham. Isso acontece, de acordo com o educador, por dois motivos: “Primeiro, o motivo da vontade de ter estabilidade financeira e sair da iniciativa privada e o segundo, é o pensamento de ‘já que eu tenho pouco tempo, tenho que fazer bem feito’”.

O psicólogo Dino Rangel também chama a atenção para a necessidade do concurseiro descansar depois do trabalho para poder começar a estudar. "O que o concurseiro não pode fazer é querer estudar cansado, porque ele não vai produzir. É necessário que o corpo, tanto psicologicamente quanto organicamente, precise de repouso e descanso. Ele precisa relaxar um pouco, o tempo que for necessário e possível, para que ele possa render, aprender. Porque se ele não descansa e querer estudar logo, ele vai ficar estressado", diz.

Sobre como o concurseiro deve organizar a sua rotina de estudos, questões importantes devem ser levadas em conta. "Ele tem que sentar e ver quais são as horas dele. Por exemplo, se ele trabalha de manhã e à tarde, então ele vê o tempo de horário de almoço que ele tem, se rende no estudo da hora do almoço ou se estuda à noite. Ele tem que planejar a hora que vai chegar, o tempo que ele leva para tomar banho, o tempo que ele leva para se alimentar e separar umas horas para estudar e dormir bem. O aluno deve organizar de acordo com o rendimento melhor: a disciplina, qual o dia que ele está mais disposto. Atrelar sempre a teoria à resolução de questões. Isso dinamiza o estudo", orienta Dino.

Giovane Albino, professor de história para concursos da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), dá dica aos concurseiros de como vencer o cansaço depois de um dia de trabalho para poder estudar. “Vencer o cansaço, encarar essa dificuldade, parte muito da forma como cada pessoa consegue lidar com esse tipo de situação. Por exemplo, eu quando estou muito cansado sempre gosto de descansar, dar uma relaxada ou mesmo de dar um cochilo de 20 ou 30 minutos. Para mim, funciona muito bem em relação a isso. Para outras pessoas, a atividade física é uma forma de liberar energia, mas aí é preciso cada um reconhecer as suas características e a sua forma de reoxigenar o cérebro. Você pode até chegar cansado fisicamente na sala de aula, mas se você chegar cansado mentalmente, isso é muito perigoso e termina não sendo proveitoso para aquele momento. Então, a dica que eu dou, é: procure, dentro de suas características, de suas possibilidades, ir para a sala de aula com o máximo de concentração, de dedicação para poder obter conhecimento que você trabalha em sala de aula”, conta.

Pedro Vieira é um dos exemplos de concurseiros que estudavam e trabalhavam ao mesmo tempo. “Eu trabalhava pela manhã e à tarde. Assistia aulas à noite e estudava os conteúdos das aulas de madrugada e nos finais de semana”, relembra. Pedro foi aprovado, em 2018, no concurso público da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, no cargo de analista de saúde. Ele ainda continua estudando para concusos públicos, e sua rotina de estudos é a mesma: como segue trabalhando pela manhã e à tarde, ele continua assistindo aulas no período da noite, estudando os conteúdos das aulas de madrugada e nos finais de semana.

O professor Abner Mansur ressalta a importância da resolução de questões diariamente. “Não se estuda para concurso sem fazer questões de concurso, de preferência da banca que organiza tradicionalmente aquele concurso que a pessoa irá prestar", destaca.

O docente orienta que, para a pessoa que tem um pouco mais de dificuldade para estudar, considerada indisciplinada, o método de estudo tem que ser um pouco diferente. “Ele trabalha, chega cansado, vai dizer que merece dormir, que merece assistir à Netflix. Ele vai procrastinar, é natural. Então ele irá condicionar o estudo a recompensas, por exemplo: para cada duas horas de estudo, ele poderá assistir a um episódio de sua série favorita; para cada uma hora de resolução de questões, uma pausa para fazer um lanche. Se ele estabelecer isso, sem perceber, ele consegue assimilar o conteúdo se autoestimulando. Estou tratando de uma ou duas horas de estudos levando em consideração que a pessoa já trabalha. Nesse caso, tem que ser desse jeito, tudo no mesmo dia: conteúdo, aula e questões", opina o professor.

Mansur conta, ainda, que não acredita que um horário fixo dê certo para qualquer pessoa. “Eu não acredito que um horário de estudos, engessado, um calendário, funcionam para qualquer tipo de pessoa. Existem pessoas disciplinadas por natureza e existem pessoas que precisam ter alguma disciplina para estudar, mas não são disciplinadas biologicamente. Para a pessoa que é disciplinada será fácil: ela criará um calendário e na hora que ela tem livre, irá estudar”, fala.

O professor diz também que a pessoa disciplinada utilizará um “modelo de contéudo, aula e questões” para estudar. “São três passos: o primeiro será o conteúdo, que a pessoa irá consumir só, por meio de artigo, livro, apostila, site, PDFs; o segundo passo será a aula, essa pode ser presencial ou a distância; e o terceiro passo será as questões", explica.

O ambiente em que a pessoa irá estudar também deve ser analisado. "Tem pessoas que conseguem estudar com música. Se isso traz maior concentração, ótimo. Tem pessoas que não conseguem. Então o fator ambiental é fundamental para que ele possa ter uma maior concentração nos estudos. Se por acaso a casa dele não for um lugar tranquilo, ele pode optar por uma biblioteca; se ele só tiver a opção de estudar em casa e existem situações na casa dele que podem desfocá-lo, ele precisa evitá-las. Por exemplo: se o quarto dele for tranquilo, fecha a porta e fica ali estudando; se ele pega no sono rapidamente quando se deita, então evita deitar-se. Ele tem que criar estratégias psicológicas e orgânicas que evitem que ele perca o foco", comenta Dino.

Um ponto importante durante os estudos é a necessidade de se fazer pausas. "É importante que ele descanse e repouse, porque senão ele fica tensionado organicamente e psicologicamente. E vai chegar um momento que ele vai ter uma estafa. Ele não vai conseguir aproveitar mais aquilo que está lendo. E aí vem uma estratégia: pode-se criar um planejamento de pausa; vendo uma notícia rapidamente, um episódio rápido de uma série, dar uma respirada, tomar uma água, deitar um pouco. Mas, claro, isso tem que ser planejado, não pode ser uma pausa prolongada de forma que ele não estude mais. Mas é importante que ele sempre atrele o estudo ao que ele gosta de fazer. Essas pausas devem ser feitas de acordo com o ritmo do candidato. Tem pessoas que conseguem estudar uma ou duas horas tranquilamente, direto; tem pessoas que não conseguem. Então dá uma parada de 10 a 15 minutos. Ou uma parada de meia hora, se ele tiver um tempo mais prolongado", diz Dino.

Há, também, atitudes que o candidato não deve fazer durante o seu momento de estudo. “No momento em que ele vai estudar, ele precisa estudar. A concentração e o foco são importantes. Se ele se distrai com televisão, com música, com movimentos, é necessário evitar isso", alerta o psicólogo.

Estudantes interessados em participar dos cursos oferecidos pelo Grupo de Apoio Preparatório (GAP), projeto de extensão da Universidade de Federal de Pernambuco, tem até a próxima sexta-feira (16) para realizarem as inscrições na sede do projeto situada próximo à praça de Casa Forte, na Zona Norte do Recife, das 16 às 20 horas.

A taxa de inscrição é de R$ 15, sendo necessária apenas apresentar a carteira identidade. A seleção é feita por meio de uma prova de nivelamento, no modelo de avaliações da Covest, e questionário socioeconômico. 

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Pré-Enem, Pré-Concurso, Pré-Pós-Graduação além de matérias isoladas são cursos oferecidos pelo Projeto. A finalidade do GAP é de tornar acessíveis as vagas nas instituições de ensino superior de qualidade. Mas qualquer estudante que prestará vestibular ou concurso publico pode se inscrever.

 

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